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2. TECNOLOGIAS: POSSÍVEIS MEDIADORES PARA CONSTRUÇÃO DO

2.2. AS TECNOLOGIAS E O ENSINO DA MATEMÁTICA

O caminho para o desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias está relacionado à história do homem, como visto anteriormente. Sua presença na sociedade tem provocado mudanças quanto ao comportamento, uma vez que interfere no rumo da sociedade e pressiona para reestruturação na formação do ser humano (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015). Porém, sua presença tem provocado alterações nas práticas culturais e sociais, assim como nos processos de comunicação.

Graças ao desenvolvimento tecnológico, principalmente da informática, os meios de produção, circulação e troca de culturas, estão se ampliando (MOREIRA; CANDUA, 2003). Pode-se dizer que uma nova cultura está se formando em razão do fluxo de informação mediado pelo desenvolvimento tecnológico. O uso de meios telemáticos, como a internet, fóruns, chats, redes sociais, videoconferência, teleconferências, contribui e favorece para que os fluxos de informações possam

acontecer rapidamente, configurando um modelo diferente de interação entre os indivíduos.

O movimento dos meios, do fluxo de informação e dos modos de interações leva à chamada “Cibercultura” ou “Cultura Digital”. Lévy (1999) descreve que a cibercultura transcende às novas tecnologias, ampliando as atividades multiformes de grupos humanos, pois o “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores, que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (LÉVY, 1999, p. 17). Mosé (2013, p. 36) mostra que “a cultura é uma rede de gestos e rastros, de signos que se compõem como camadas sobrepostas de sentidos, de valores, de saberes acumulados na história”. Costa (2008, p. 34) explica que “a cultura digital é a cultura dos filtros, da seleção, dos filtros da seleção, das sugestões e dos comentários” que fazem parte de onde se está inserido e em virtude de tudo que rodeia. Portanto, a velocidade da circulação da informação, o contínuo aumento de conteúdos a serem vivenciados estão colaborando para uma nova escola. Assim, os processos relacionados à educação estão sendo influenciados pela “Cultura Digital” ou “Cibercultura”, em virtude de um novo perfil de estudantes da geração digital.

A manifestação desta nova cultura nas escolas de hoje, encontra-se em um espaço de cruzamento de culturas. Assim, há necessidade de se entender as diferentes culturas e suas influências, como também reinventar o espaço escolar de acordo com as novas possibilidades, contribuindo para a mudança de comportamento. Porém, as possíveis mudanças no comportamento das pessoas colaboram para o desenvolvimento de uma nova linguagem, de novos padrões de trabalho, lazer e consumo, além do próprio ambiente natural.

Possivelmente as TD passaram a ser consideradas como algo natural para algumas pessoas, uma vez que o modo de pensar e agir fica dependente das tecnologias atuais. O uso das TD facilitou o processo de comunicação e informação com objetivo de alcance a um alvo comum (MORAN; MASSETTO; BEHRENS, 2012). Uma vez que o acesso à comunicação e informação foi facilitado, as novas características de comportamento quanto ao modo de falar e escrever, as relações pessoais físicas e virtuais, as interações de lazer, hobby entre outros foram influenciados.

Contudo, sua interferência pode proporcionar às pessoas alterações na execução de atividades do dia a dia, que passam a ser realizadas de forma ágil, fácil

e eficiente. Praticamente em todos os ramos do conhecimento os avanços tecnológicos estão presentes, em virtude das descobertas que são extremamente rápidas e estão à disposição (KALINKE, 2004). Atividades domésticas, o ensino nas escolas, colégios e faculdades, os tipos de entretenimento, o trabalho nas indústrias, a realização de negócios e os modos de comunicar são exemplos de situações sociais que estão sofrendo mudanças. Através dos tempos a humanidade se socializou e aperfeiçoou as ferramentas e utensílios, criando culturas específicas e diferentes, formadas por conhecimentos que foram transmitidos de geração a geração (KENSKI, 2003). As mudanças privilegiam a capacidade das pessoas a buscarem maneiras para adquirir e aprimorar o conhecimento.

No entanto, não se pode imaginar que o conhecimento vigente seja suficiente. Partimos dele, não para a ele voltar, mas para ir além dele. Dentro de uma visão mais dinâmica, complexa, não linear de conhecimento (Demo, 2002), o conhecimento vigente já está naturalmente ultrapassado (DEMO, 2009, p. 69).

Em virtude do avanço tecnológico, com a presença de máquinas mecânicas, eletromecânicas e principalmente de aparelhos eletrônicos, a comunicação e a troca de informações entre os seres humanos mudou consideravelmente. A televisão, o computador, os celulares, os videogames, entre outros, adentraram na vida das pessoas, afetando comportamentos, em consequência da facilidade do acesso à informação e das novas formas de comunicação, que não existiam antes. Isso também leva a transformações na aquisição de novos conceitos, a incorporar novos pensamentos, novas tecnologias e novas estruturas organizacionais. Aceitar estas mudanças implica em expandir e transformar conceitos antigos.

Não podemos querer lidar com essa geração da mesma forma que lidaram conosco. As transformações da humanidade exigem uma mudança comportamental, e nós, que somos os formadores das próximas gerações, temos obrigação de eliminarmos nossas fobias a mudanças e sermos os primeiros a incentivar uma constante descoberta e readequação do homem aos novos tempos (KALINKE, 2004, p. 26).

Assim, o mundo está em uma época em que mecanismos eletroeletrônicos e o acesso à internet estão possibilitando a ocorrência de transformações. O acesso à

internet com o uso de aplicativos como Msn13, Twitter14, Facebook15, ou outras

plataformas de acesso às redes sociais colaboram para que estas transformações aconteçam rapidamente.

Pode haver conflitos entre diferentes áreas profissionais, decorrentes da necessidade e do uso de novas tecnologias, e sua presença na sociedade tem levado à busca por novos conhecimentos, resultando não só em novos valores, como também em novas posturas, que se desenvolvem de maneira globalizada (LÉVY, 1999). É o mercado de trabalho que exige dos profissionais novos conhecimentos, que vão além dos técnicos e especializados. Há grupos de profissionais que, além do conhecimento de sua área, necessitam de conhecimentos como o da informática e/ou de outras tecnologias. Esses conhecimentos oportunizam novas formações e a atualização para a área profissional. A formação pode ser considerada como uma etapa da qualificação profissional, por exigir do profissional saber fazer do uso dos meios tecnológicos existentes. Assim, é fundamental estar preparado e atualizado com a informática, uma vez que certas profissões exigem esses novos conhecimentos.

Precisa-se considerar também a capacidade das TD de influenciar as diversidades de expressões culturais de um grupo social e a formação individual. A formação de novos conhecimentos se dá pela educação e a troca de experiências amplia a construção do saber em prol do coletivo (LÉVY, 1993, 2015). A tecnologia atual propicia aos cidadãos o contato com a informação, objetivando aproximação e relacionando o contexto social e cultural por um bem comum, neste caso a educação.

O uso da tecnologia como ferramenta de apoio e de interatividade, disponibiliza um conjunto de instrumentos que serve como mecanismo para a educação. As tecnologias viabilizam instrumentos mediadores à educação, e Lévy (1993,1999), Tikhomirov (1981) e Borba; Villarreal (2005) destacam seu uso como

13 Msn: “O portal MSN, originalmente conhecido como The Microsoft Network, foi fundado em 1995 pela

Microsoft. Criado para os usuários do Windows 95, o site surgiu como uma rede de serviços online. A partir de 1997, os conteúdos do portal passaram a ser distribuídos para todos os assinantes”. Disponível em: <https://canaltech.com.br/empresa/msn/>. Acesso em: 10 mai. 2019.

14 Twitter: é uma comunidade formada por amigos e pessoas desconhecidas que mandam updates, flashes do que elas fazem no momento ou o que elas querem que você preste atenção. Disponível em:

<https://about.twitter.com/pt/company.html />. Acesso em: 10 mai. 2019.

15 Facebook: é uma rede social lançada em 2004. Seu termo é composto por face que significa cara

em português e book que significa livro, portanto “livro de caras”. Formado por um site e serviço de rede social em que os usuários postam comentários, compartilham fotos e links para notícias ou outros conteúdos, jogam, conversam e transmitem vídeos. Disponível em: <https://novaescola.org.br

caminho para mediar e compartilhar o saber. Encontrar e desenvolver caminhos para a informação parte de possíveis estratégias que atendam os processos de construção do conhecimento.

A transmissão pode acontecer no ambiente escolar, uma vez que a escola é uma instituição que se baseia no falar e no ditar do mestre ao aluno e na escrita manuscrita, há cinco mil anos (LÉVY, 1993). O ambiente escolar gera e sofre mudanças com a presença de objetos tecnológicos, e eles podem oferecer possibilidades de recursos úteis para educação. Assimilar o conhecimento com a tecnologia na escola se refere também ao processo de comunicação com o uso de sons, imagens, vídeos e textos. Assim, ao assumir a necessidade do uso da tecnologia na educação, faz-se presente a reflexão sobre sua ação, objetivo e finalidade.

As novas tecnologias, nos processos de ensino e aprendizagem, permitem possíveis mudanças no modelo educacional. A postura pedagógica precisa ser mudada quando se trata da construção e democratização do conhecimento (POCHO, 2003). A educação na escola necessita utilizar ferramentas atuais e praticar a aprendizagem colaborativa como nova norma no trabalho e na vida social (LÉVY, 2015). Portanto, as tecnologias orientam o professor para uma nova educação, como também, o aluno a um novo aprender.

A presença do computador no ambiente escolar oferece recursos como

software, aplicativos e objetos de aprendizagem, constituindo um conjunto de

ferramentas de trabalho ou de auxílio didático. Há diversidades de softwares educativos disponíveis, e o professor tem a possibilidade de escolher aqueles que melhor se adaptam à sua disciplina e aos seus objetivos pedagógicos (PERRENOUD, 2002). Decorrente de características como design, funcionalidade, interatividade e objetivo, a escolha do software, por exemplo, pode ser um problema, pois pode ser feita após análise de características que definirão suas particularidades educacionais. Assim, é necessário que o professor avalie as TD, levando em consideração suas características como instrumentos de apoio educacional.

Com o uso de novas tecnologias pode haver mudanças no modo de ensinar e aprender, uma vez que acontecem novas comunicações, informações e trocas de saberes. Portanto, possivelmente existam relações que envolvem a educação e a tecnologia, que provocam mudanças e transformações.

Ela precisa necessariamente ser um instrumento mediador entre o homem e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo pelo qual o

educando se apropria de um saber, redescobrindo e reconstruindo o conhecimento (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015, p. 36).

As mudanças viabilizam reflexões quanto ao interesse nas práticas de como as atividades envolvem o ensino e sua aplicação na construção do saber, pois a escola precisa evoluir, assim como antever e inspirar as mudanças culturais (PERRENOUD, 2002). Porém, será que existem modelos, metodologias ou técnicas educacionais que abordam atividades diferenciadas, envolvendo conceitos e conteúdos matemáticos com o uso de tecnologias digitais? Neste trabalho, interessa-se, entre estes aspectos, pelo que trata especificamente das metodologias.

Assim, as tecnologias digitais como mecanismos de mediação na educação matemática, pode apresentar uma relação com a informática. Afinal, usar a informática como caminho para a construção do conhecimento incide nas relações com elementos preexistentes, pois toda a criação se utiliza de meios originais (LÉVY, 1993). Para Kenski (2003, p. 01), o computador e os softwares “possibilitam novas formas de acesso à informação, novas possibilidades de interação e de comunicação e formas diferenciadas de se alcançar a aprendizagem”. Porém, eles modelam possibilidades de uso nos processos de ensino e aprendizagem.

Todo uso criativo, ao descobrir novas possibilidades, atinge o plano da criação. Esta dupla face da operação técnica pode ser encontrada em todos os elos da cadeia informática, desde a construção de circuitos impressos até o manejo de um simples processador de texto (LÉVY, 1993, p. 59).

A possibilidade da presença da informática no ambiente escolar permite que novas técnicas sejam viabilizadas. Entender o porquê e como as novas técnicas computacionais podem auxiliar na prática pedagógica, sugere superar barreiras da ordem educativa (VALENTE, 1999). A informática dispõe de recursos que podem auxiliar a aprendizagem e permitir que aconteçam novas representações, modelagens e resolução de problemas, não limitando-se apenas na manipulação de instrumentos ou equipamentos, mas sendo inserida em mediações pedagógicas.

Mediação pedagógica não pode ser definida apenas como interação ou apenas como interatividade. Mediação também não é compreendida como meio, caminho. Por isso, os artefatos tecnológicos não são a mediação, são mediadores. Nesse viés, materiais didáticos precisam estar sistematizados de tal forma que mobilizem ações e operações de ensino-aprendizagem (MALLMANN, 2010, p. 237).

Ao explorar novos territórios com o uso do computador, mudanças de comportamento se manifestam nas mediações da educação matemática, pois o professor tem a capacidade de ajustar o conteúdo a ser aprendido com a atividade cognitiva daquele que aprende (KALINKE, 2003). O computador disponibiliza conteúdos como tutoriais, exercícios de práticas, jogos e simulações. Portanto, envolver essas possibilidades nas práticas educacionais favorece que as atividades humanas possam ser exploradas, uma vez que os sistemas humano-computador promovam a reorganização do pensamento (TIKHOMIROV, 1981). Assim, o uso das aplicações computacionais e de seus recursos em novas atividades permitem que ações cognitivas sejam modeladas, além de mediadas de diferentes maneiras, possibilitando novas formas de pensar.

Portanto, não estamos nos confrontando com o desaparecimento do pensamento, mas com a reorganização da atividade humana e o aparecimento de novas mediações nas quais o computador como uma ferramenta da atividade mental transforma esta mesma atividade (TIKHOMIROV, 1981, p. 12).

Deste modo, o pensamento pode ser reorganizado, ou seja, uma nova forma de pensar é produzida quando ocorre a integração do computador, pois permite que novas opções educacionais possam ser exploradas. Existem educadores que concebem o computador como instrumento motivador para o estudo, por ser divertido. Contudo, esta não é a única razão para adotá-lo (BORBA; VILLARREAL, 2005). Apresentando o computador como uma opção de auxílio didático, pode-se inferir que se estabelece um papel para seu uso nos experimentos educacionais. Quando se define um papel para o computador, é possível explorar novos territórios e envolver representações, modelagens e resolução de problemas.

O computador como tecnologia educacional apresenta uma característica específica: com frequência, o aluno domina muito mais essa tecnologia do que o seu próprio professor e, também, passa a manipulá-la sem medo e sem restrições (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015, p. 79).

Os experimentos matemáticos envolvendo a aplicação prática podem ser representados de várias maneiras. O computador disponibiliza recursos que permitem a representação dos conceitos matemáticos na solução e alteração de um problema (BORBA; VILLARREAL, 2005). Neste sentido, o aluno tem como mostrar suas ideias, e verificar a linguagem matemática em sua descrição formal e precisa, pois sua

manipulação favorece os processos de construção do conhecimento, uma vez que os conceitos abstratos podem passar a ser concretos (KALINKE, 2003). Porém, para que todo o processo matemático possa acontecer, as ações e práticas pedagógicas precisam determinar os objetivos e finalidades a serem alcançados.

A representação do conceito matemático, simulado no computador, possibilita a elaboração de caminhos alternativos para sua compreensão. Diferentes modos de visualização da representação gráfica permitem novas modelagens, construções e formulação de conceitos. Mas, o computador sozinho não significa nada e não resolve os problemas educacionais que podem ser encontrados ou apresentados nos processos de ensino e aprendizagem. Não é a tecnologia que apresentará uma forma milagrosa para resolver problemas expostos pelos alunos como déficit de aprendizagem, interpretação, registro, sequência lógica, desinteresse ou relacionados ao professor. Para minimizar os possíveis problemas é necessário que ações e práticas pedagógicas disponham de soluções que auxiliem no desenvolvimento e construção do conhecimento.

Uma boa utilização do computador na escola pode propiciar a criação de novas formas de relação pedagógica, de novas formas de pensar o currículo e, portanto, pode também conduzir a mudança no ambiente escolar (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015, p. 112).

O uso formativo das TD, não só para o estudante, mas também para o professor, tem o propósito de aperfeiçoar os processos de ensino e aprendizagem (ALLEGRETTI; PEÑA, 2012). Supõe-se a necessidade de desenvolver estratégias que envolvam novos métodos com as TD, que auxiliem no desenvolvimento matemático e nos objetivos a serem alcançados. O uso das TD abre possibilidade para apresentação de atividades e problemas a serem resolvidos de diversas maneiras. Portanto, sua adoção pelos professores oportuniza aos alunos a elaboração dos conceitos matemáticos, auxiliando e favorecendo a aprendizagem. Baseado no currículo educacional, o professor define quais conceitos e conteúdos precisam ser abordados em sala de aula. A maneira com a qual os conceitos e conteúdos devem ser apresentados aos alunos é motivo para discussões e impasses entre os professores (KENSKI, 2003). Levantam-se questões sobre a importância das possibilidades de abordagens, e os meios que possibilitam a aprendizagem, como

também, das características necessárias para a escolha de um objeto de aprendizagem e seus recursos.

Por meio das metodologias de ensino, são desenvolvidas as competências e as habilidades para o processo de construção do conhecimento. A integração das atividades como jogos, modelagens matemáticas, contextualização, dinâmicas e mídias, são alguns exemplos que podem compor e auxiliar nas metodologias. Inserir e fazer uso das TD com a matemática, demanda pelo conhecimento das ferramentas e exploração de recursos que estejam de acordo com a metodologia de ensino a ser utilizada.

Diante de tantas possibilidades, se faz necessária a procura por aquelas que melhor se ajustem aos propósitos educacionais. Indica-se como um possível recurso o software Scratch, que permite, pela programação, a construção de conceitos matemáticos. Para Papert (1985) e Valente (1999) existe uma construção significativa do conhecimento matemático iniciado no ensino fundamental. Por isso, existe a necessidade do desenvolvimento de estímulos que propiciem o pensar lógico operacional e relacional. A programação de algoritmos16 estabelece relações ativas

na construção de conhecimentos matemáticos e estes se encontram entre os modelos de abordagens educacionais. As ferramentas algorítmicas possibilitam categorizar, criar, organizar, ler, promover e analisar dados (LÉVY, 2015). O uso de ferramentas, a fim de gerar uma representação do saber, simboliza o encontro de um objeto que referencia certas características de aprendizagem. Suas características convergem para as possibilidades que o software de programação oferece, pois existem micromundos, por exemplo, que têm a possibilidade de serem construídos de forma criativa. A linguagem de programação tem muito para contribuir para educação (PAPERT, 1994).

Cogitar o uso das TD na educação envolve inovações das práticas didáticas, identificando novas potencialidades e limitações. Propõe-se que os computadores,

softwares e redes façam parte dos processos de ensino e aprendizagem, e que

professores e alunos tenham acesso a eles. O uso desses instrumentos permite criar ambientes transformadores de informação, comunicação e construção do saber, e para se chegar a este fim existe a necessidade da metodologia de ensino.

16 Algoritmo: Procedimento passo a passo para encontrar a solução de um problema; uma sequência

Para que os recursos das TD façam parte do processo educacional, existe a necessidade de uma proposta pedagógica. Assim, a Pedagogia busca estudar as relações entre a teoria e a prática de ensino, levantando questões sobre as práticas dos professores em seus aspectos como objetivo, conteúdo, método e organização de aula, que modelam os processos didáticos. A didática é uma disciplina da área da Pedagogia que estuda o processo de ensino em seu conjunto de aspectos e suas relações, a fim de criar condições e possibilidades de aprendizagem (LIBÂNEO, 2013). “É preciso que o professor vivencie novas maneiras de aprender para que possa implementá-las junto a seus alunos” (MARTINS, 2006, p. 8). Portanto, buscam- -se novas metodologias de ensino que visem a construção do conhecimento.

A tecnologia tem provocado mudanças nas práticas educacionais, uma vez que oferece recursos e meios alternativos que auxiliem na busca pela construção do conhecimento. A tecnologia pode ser a base para prática educacional (BORBA; VILLARREAL, 2005), enfim, não só se adota uma prática pedagógica ou tecnológica como alternativa de educação, mas compreende-se que estão relacionados e que podem auxiliar no desenvolvimento do conhecimento.

Borba e Villarreal (2005) também levantam a questão sobre o processo didático, esclarecendo que é necessário que se defina quais são os objetivos do ensino. Nestes objetivos articula-se um caminho para as práticas, uma metodologia de ensino e os recursos didáticos a serem utilizados. Compreende-se que o caminho para as práticas didáticas pode ser o processo de programação e o recurso didático o computador com o software Scratch, mas e a metodologia?