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As tecnologias limpas operacionais podem ser usadas por qualquer atividade industrial. A palavra de ordem para garantir a sustentabilidade de seus negócios é eliminar os desperdícios de seus processos, passando a utilizar, de forma racional os recursos como matérias-primas, água e energia, minimizando o custo. Pois toda a manifestação de ineficiência dos processos produtivos representa uma forma de desperdício, o qual não agrega valor ao produto ou serviço.

58 Para que se possa realizar a implantação de um sistema limpo, levam-se em consideração fatores como:

a) Problemas ambientais – nível de redução da poluição que a empresa pode e deve atingir;

b) Problemas econômicos – investimentos, retorno dos investimentos, custos, e até mesmo as estratégias de marketing da organização (NEVES, 2001).

Assim, de posse dessas informações, para que haja eficiência na implantação de tecnologias limpas em qualquer setor, é necessário um grupo de métodos, passando, primeiramente, pela otimização do processo existente. Em seguida, alterações nos processos e, por último, a substituição de processos, visando a maximizar benefícios, melhoria ou desempenho, sendo estes o caminho para o DS. Na ilustração 10, são citadas as diferentes soluções para o problema de geração de resíduos, de acordo com cada atividade.

Ilustração 10: Escala de prioridades no Gerenciamento de Resíduos Fonte: Valle (1995, p. 64)

59 Portanto, dentre as tecnologias operacionais mais conhecidas citam-se: monitoramento, minimização, valorização, reciclagem, recuperação, tratamento, incineração e disposição.

A – Monitoramento

De acordo com Valle (1996), define-se monitoramento ambiental como um sistema contínuo de observação, medições e avaliações com os objetivos de:

a) documentar os impactos resultantes de uma ação proposta;

b) alertar para impactos adversos não previstos, ou mudanças nas tendências previamente observadas;

c) oferecer informações imediatas, quando um indicador de impactos se aproxima de valores críticos;

d) oferecer informações que permitam avaliar medidas preventivas corretivas para modificar ou ajustar as técnicas utilizadas.

Dessa forma, o monitoramento faz parte, do início ao fim, de um empreendimento, passando pelas fases de construção, montagem e operação e deve perdurar enquanto o empreendimento tiver vida útil.

B – Minimização

A minimização é uma abordagem que está relacionada com os conceitos de tecnologias limpas, objetivando reduzir a geração de resíduos em uma instalação através de ações de cunho técnico e gerencial, envolvendo todos os responsáveis pelas operações industriais. Assim, de acordo com Valle (1996), um programa para minimização de resíduos deve ser baseado nos seguintes princípios:

60 b) designação de um responsável pelo programa em cada unidade fabril, se for o caso;

c) caracterização dos resíduos gerados como: tipos, quantidades, pontos de geração;

d) avaliações periódicas das minimizações alcançadas e das novas metas a cumprir;

e) estabelecimento de um sistema de alocação de custos para os resíduos gerados;

f) estímulo à introdução de novas tecnologias;

g) reavaliação periódica dos resultados alcançados pelo programa. Dessa forma, a minimização dos resíduos é uma metodologia de trabalho que deve ser seguida por todos para a obtenção da eficiência industrial.

C – Valorização

A valorização busca reduzir os custos referentes à destinação dos resíduos e, em alguns casos raros, contribui para a geração de receitas que são superiores a estes custos. É interessante notar que entre os resíduos que oferecem maior potencial para a valorização encontram-se: metais, óleos, solventes, alguns minerais não metálicos e carvões ativados exaustos. Quando bem administrados, podem virar matéria-prima para outra indústria.

D – Reciclagem

A reciclagem permite trazer de volta, sob forma de matéria-prima, aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo suas características básicas.

61 Neste caso, citam-se exemplos como: o papel, vidro, plásticos, alumínio etc. A reciclagem pode ser vista como uma ação de coletar, reprocessar, comercializar e utilizar materiais antes considerados lixos (VALLE, 1995).

E – Recuperação

Alguns resíduos, principalmente aqueles gerados pelas indústrias, podem ser recuperados com o propósito de serem reaproveitados no processo produtivo, em condições econômicas mais ou menos vantajosas. É o caso dos metais, que constituem bons exemplos de recuperação a partir de seus resíduos. Segundo Valle (1995), mais de 60% do chumbo consumido atualmente no mundo provêm de processos de recuperação, superando o chumbo primário, produzido a partir de minérios.

Dessa forma, a recuperação é considerada a forma mais indicada para os resíduos que contenham metais e substâncias valiosas, que possam se purificadas para a venda ou mesmo reaproveitada na própria indústria.

F – Tratamento

São soluções que visam a processar os resíduos, com três objetivos principais: reduzir ou eliminar sua periculosidade, imobilizar seus componentes perigosos, fixando-os em materiais insolúveis, e reduzir o volume de resíduos que, depois de tratados, requeiram cuidados especiais.

Além dos resíduos industriais perigosos, deve-se ter em mente que os resíduos urbanos e industriais assimiláveis aos urbanos devem receber tratamento para reduzir o impacto sobre o meio ambiente. Um exemplo é a compostagem dos resíduos urbanos e agrícolas, o tratamento biológico, podendo ser anaeróbico ou aeróbio, que visa a produzir adubos orgânicos, reduzindo o

62 volume de resíduos dispostos nos aterros.

Portanto, é através da compostagem que se consegue transformar lixo em um produto útil, modificando o panorama dos aterros que, a cada dia, tornam- se um problema mais sério, nos grandes centros urbanos.

G – Incineração

De acordo com Valle (1995), a incineração dos resíduos é uma solução que utiliza a energia térmica para atingir três objetivos: destruir os resíduos, descaracterizando-os e transformando-os em cinzas; reduzir drasticamente o volume dos resíduos; e gerar energia, no caso de incineração de resíduos combustíveis. Assim, a incineração é a solução mais indicada para os resíduos orgânicos perigosos, desprovidos de valor e de difícil decomposição.

H – Disposição

A disposição é orientada para conter os efeito dos resíduos, mantendo-os sobre controle, em locais que devem ser monitorados. É considerada, segundo Valle (1996), a solução mais antiga e tradicional adotada pelo homem para dar destinação aos resíduos que gera. Sem qualquer tratamento, ou apenas com uma pré-seleção de materiais facilmente recuperáveis, a disposição no solo ou em corpos d’água, foi até recentemente, utilizada como solução natural.

Diante de tais fatos, a disposição in natura passou a ser controlada com maior rigor. Os mares e os cursos d’água deixaram de ser aceitos como áreas de disposição. Outras alternativas recentemente foram criadas, como jogar resíduos em poços profundos, disposição em minas subterrâneas desativadas e o armazenamento controlado em edificações projetadas especificamente para essa finalidade.

63 Conforme o exposto, pode-se notar que são muitas as maneiras de conduzir um negócio ecologicamente correto, obtendo vários benefícios como;

a) Melhores condições de trabalho;

b) Economia em matéria–prima e consumo de energia; c) Qualidade dos produtos;

d) Minimização dos custos e perdas, como também, uma maior lucratividade nos negócios.

Cabe ressaltar, ainda, que existe outro fator importante nas ações sustentáveis: é a adequação às leis. Para tanto, o setor empresarial precisa se adequar à legislação vigente, para que cumpra com seu papel de provedor de bens em busca de uma organização mais sustentável, competitiva e globalizada. A seguir, far-se-á um resumo da legislação ambiental no Brasil.

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