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Tema gerador 4 Educadores precisam falar a mesma linguagem na avaliação por

6 DESVELANDO O SIGNIFICADO DA AVALIAÇÃO PARA EDUCADORES

6.4 Tema gerador 4 Educadores precisam falar a mesma linguagem na avaliação por

Os educadores expressaram por meio de um desenho o significado da avaliação para cada um. A partir dessas representações, os educadores exprimiram valores relativos ao que esperavam ser a avaliação e não necessariamente sobre como ela era realizada.

Eu desenhei o desenvolvimento das flores, o sol representando o crescimento do aluno em seu processo de ensino aprendizagem. O aluno tem que tirar proveito do professor de uma forma positiva, não como um alvo onde a gente tem que estar fazendo por ele. Ele tem que também ir buscar (Bromélia).

Eu penso na avaliação do ensino por competência como uma estrada sinuosa, que pode gerar dúvidas e confusão. É um nó. Mas esta estrada está em ascensão e pode ser compreendida desde que se respeite o bem comum, ou seja, haja comunhão entre as pessoas relacionadas. Respeitando a cidadania, tendo a responsabilidade social onde se possa interferir na realidade política por meio do conhecimento (Cravo).

Eu representei com círculos porque penso que avaliar dá o sentido de movimentação. ... uma energia relacionada a um movimento. e então, vejo a avaliação assim sendo elaborada diariamente com o aluno, e saindo diferente a cada aula. Em um movimento contínuo de aprender a aprender nesta sustentação de entrelaçamento (Girassol). Avaliação como processo dinâmico construído com o outro, compartilhado, que valoriza os envolvidos como atores.

Eu fiz o símbolo do Yng/Yang é o bem ou o mal depende do ponto de vista, a avaliação pode ser boa ou ruim porque às vezes a gente cria uma expectativa em cima de um método ou uma técnica e não acontece nada daquilo e as vezes acontece com o aluno também de criar uma expectativa e descobre que ele não foi bem avaliado, sei lá... então eu penso que ela tem dupla face. Desenhei dois sóis: um sorrindo porque normalmente o resultado é positivo e outro tristinho, porque às vezes o resultado não é o esperado tanto pelo aluno quanto pelo professor (Azaléia).

Se os desenhos expressam seus significados da avaliação, arrisca-se dizer que os educadores pensaram a avaliação como desenvolvimento relacionado ao crescimento; ascensão pós-amadurecimento e esclarecimento de dúvidas; movimento que gere ação e a avaliação sendo vista como multifacetada. Observa-se a representação com múltiplos olhares, no entanto com algo em comum que é a busca por uma avaliação dialógica, ética, reflexiva, expressiva e ativa.

No momento da codificação do tema, é importante esclarecer qual é o entendimento deste tema gerador, “trabalhamos a fase da codificação no sentido de que os participantes do Círculo de Cultura expusessem seu entendimento sobre o tema ou a palavra” (SAUPE, 1998, p. 260). Perguntei aos educadores o que é falar a mesma linguagem na avaliação por competência?

Esse tema também surgiu a partir das entrevistas individuais com os educadores. Quase todos expressaram a dificuldade do ensino por competência por não se ter a mesma linguagem clara no requisito avaliação da aprendizagem. Enquanto alguns se esforçam para transformar a avaliação excludente em dialógica, outros permanecem somente com as provas pontuais, trabalhos em grupo sem esclarecimento dos reais objetivos dos mesmos, vendo a avaliação somente como resultado final do processo pedagógico.

Respondendo ao questionamento alguns educadores apontam caminhos:

Eu acho que falar a mesma linguagem também é adotar instrumentos simples e de fácil manuseio, que contemple o esperado e que os educandos tenham acesso. Porque acho que o grande erro é esse material ser somente do professor como avaliador. E aí seguir o instrumento. Para não se diferenciar muito e falar a mesma linguagem. Isso seria para mim um consenso (Azaléia). Penso que podemos ter o mesmo instrumento e ter várias interpretações, então acho que deva ser construído coletivamente, além de ser colocado alguns parâmetros que sejam únicos (Girassol).

Entretanto consideram que todo avaliador imprime sua individualidade e compreensão, sendo impossível uniformizar pensamentos. E também distinguem dois momentos diferenciados da vida do educando): o momento da teoria, em seu ambiente

de sala de aula, sentindo-se seguros, confortáveis com o que lhe é familiar e quando vão para estágio supervisionado, em local desconhecido, gerando-lhes insegurança e medo. A questão então é: de que forma uniformizar documentos/instrumentos avaliativos se são contextos diferentes, sujeitos diferentes?

Parece estar acontecendo um desvelamento crítico desta realidade, embora de forma muito tímida ainda, mas que pode transformar discursos diferenciados destes educadores em práticas mais sistematizadas, em virtude de discursos desarticulados de ações Para se chegar a uma ação mais consistente convém lembrar de meus pressupostos: Ação/reflexão/diálogo/realidade.

A concepção de “falar a mesma linguagem” remete à compreensão de que essa linguagem consiste na mesma atitude de amorosidade, acolhendo o educando para falar a sua linguagem e só então com os outros profissionais.

O educador é aquele que, assumindo o seu estado de adulto, acolhe, nutre, sustenta e confronta seus educandos, esteja no estado em que estiverem. Importa lembrar que tanto o educando quanto o educador são seres em crescimento. Daí podemos, como educadores, assumir nossas condutas adequadas e inadequadas, buscando sempre novas possibilidades (LUCKESI, 2005, p. 83).

Parece haver uma unanimidade que falar a mesma linguagem também é “ava- liar/olhar sob todos os ângulos”. Porque esse educando não é só escola muitas vezes é o pai/mãe de família, o trabalhador que tem problemas pessoais a serem superados. E esse olhar diferenciado deveria ser de tolerância, de “reinvestimento”, de resgate.

É preciso considerar a realidade do aluno porque ele não é só escola, ele tem vida própria, seus problemas, suas dificuldades pessoais. Por isso a importância de considerar o todo do aluno, tendo paciência em observar, acompanhar, recuperar para então avaliar (Bromélia).

6.5 Tema gerador 5 - Ensino e avaliação são ainda muito tradicionais, apesar de

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