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ETAPA 1 Avaliação dos

II) Para série de picos

5.1.7 Tendência semestral das variáveis: Thiessen das estações por (t de student)

Ao se detectar o comportamento tendencioso (ou não-tendencioso) de algumas variáveis, com a análise estação por estação, ficou patente a importância de se analisar separadamente todas as estações (12_Estações) e as três de maior densidade de dados, E.03, E.08 e E.12 (3_Estações), com o objetivo de verificar a influência da grande variabilidade nas séries de dados no processo tendencioso de cada variável e, consequentemente, na ETo.

Primeiramente, foi realizado o Thiessen de todas as variáveis nas 12_Estações (ver Tabela 9). Em seguida, para as 3_Estações, percebendo-se que o comportamento das tendências individuais tornou-se mais evidente no grupo das 12_Estações (Tabela 10) que no das 3_Estações (Tabela 11). Esse comportamento foi reforçado pelo predomínio tendencioso crescente das temperaturas nos 2 semestres, pois p < α, à exceção de Tmed no 1º semestre, que se comportou dentro da normalidade, pois p > α, e igualmente para UR e o vento indicando tendência decrescente apenas para o 1º semestre (Tabela 10).

Tabela 10 - Teste de hipótese aplicado ao Thiessen das variáveis: Temperaturas máxima, mínima e média, umidade relativa do ar (UR) e vento para o grupo das 12_Estações.

Variáveis TMAX TMIN TMED UR VENTO

Semestres Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem

Thiessen 0 X X X 0 X 0 0 -X 0

p 2E-1 2E-3 8E-8 2E-4 7E-2 3E-4 9E-1 1E-1 3E-2 5,3E-2 Fonte: Elaborado pelo Autor.

Legenda: (X) tendência crescente, (-X) tendência decrescente e (0) não apresenta tendência.

Diferentemente da análise das 3_Estações, em que apenas a temperatura mínima (Tmin) apresentou tendência crescente para os 2 semestres, com p < α, e Tmed no 2º semestre, a temperatura máxima (Tmax) e a umidade relativa do ar (UR) não apresentaram tendências em nenhum dos semestres, uma vez que p > α. Já a o vento, manteve-se dentro do padrão normal no 1º semestre, mas com tendência decrescente no 2º semestre (Tabela 11).

Tabela 11 – Teste de hipótese aplicado ao Thiessen das variáveis: Temperaturas máxima, mínima e média, umidade relativa do ar (UR) e vento para o grupo das 3_Estações.

Variáveis TMAX TMIN TMED UR VENTO

Semestres Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem

Thiessen 0 0 X X 0 X 0 0 0 -X

p 5E-1 5E-1 5E-4 1E-4 9E-2 7E-3 8,6E-1 9,4E-1 1,4E-1 4E-2 Fonte: Elaborado pelo Autor.

Legenda: (X) tendência crescente, (-X) tendência decrescente e (0) não apresenta tendência.

5.1.8 Tendência semestral da ETo por (t de student)

Penman-Monteith FAO56 (Pen_T12) e Hargreaves (Hag_T12), além de Penman-Monteith FAO56 considerando a velocidade do vento como constante de 2m/s (P_2ms_T12).

Considerando os resultados por (Pen_T12), para o 1º e 2º semestres (Tabela 12), o teste provou que não há evidências estatísticas suficientes para se rejeitar a hipótese nula, ou seja, a ETo não apresenta tendência crescente ou decrescente, ainda que algumas variáveis apresentaram tendência de aumento (conforme Tabela 9).

Uma explicação para isto residiria no fato de que as variáveis umidade relativa do ar e velocidade do vento, uma vez não apresentando tendência crescente, findaram influenciando negativamente a estimativa da ETo.

Quando analisadas as 12_Estações pelo método de Hargreaves-Samani (Hag_T12), em função das tendências crescentes nas temperaturas, o teste de hipótese apontou que há evidência estatística suficiente para rejeitar a hipótese nula, mas apenas para o 2º semestre, ou seja: a ETo apresentou tendência crescente significativa apenas no 2º semestre, pois p < α, o que pode ser visto pela análise das 12_Estações (Tabela 12). No 1º semestre, mantiveram-se com características normais (Tabela 12).

Quando analisadas as 3_Estações, o teste apontou que não há evidência estatística suficiente para rejeitar a hipótese nula, ou seja: a ETo mantém-se dentro da normalidade (Tabela 13), pois p < α, sendo p apresentando valores bastante elevados. Isso pode ser explicado em razão da influência da baixa frequência de dados nas séries. Logo, quando aplicado o teste numa condição de maior “solidez” nos dados, ele apontou comportamento diferente da ETo (Tabela 13), mostrando-se a grande importância da interpretação e tratamento dos dados, a fim de evitar conclusões antecipadas.

Tabela 12 – Teste de hipótese aplicado a ETo semestral estimada pelos métodos: (Pen_T12), (Hag_T12) e (P_2ms_T12) para as 12_Estações.

Métodos Semestres

12_estações 1º Sem p 2º Sem p

(Pen_T12) 0 0,732 0 0,184

(Hag_T12) 0 0,315 X 0,042

(P_2ms_T12) 0 0,508 X 0,048

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Legenda: (X) tendência crescente, (-X) tendência decrescente e (0) não apresenta tendência.

Agora, quando foi considerada a velocidade do vento constante de 2m/s, o teste de hipótese verificou uma tendência de aumento da ETo no 2º semestre, sendo reforçado com p < α, em consequência desta justa velocidade constante (Tabela 12). Esse aumento poderia ser

explicado pelo fato de que se manteve a velocidade constante para o período onde o teste de hipótese mostrou tendência decrescente (Tabela 9), contribuindo, com isso, para o aumento da ETo.

Mas, quando se mantém uma análise mais robusta, do grupo das 3_Estações, é possível concluir de forma diferente e mais coerente, como mostrado na Tabela 13, pois ficou evidente que, quando são preservadas as características originais das variáveis, como exemplo a velocidade do vento, a informação obtida melhor condiz com a realidade, reforçando que uma melhoria na densidade dos dados induz a uma melhoria nas conclusões, pois, mesmo o teste indicando tendência decrescente para o vento, como mostra a Tabela 9, essa variável apresenta, na maior parte do ano, uma velocidade média acima de 2 m/s (Figura 24).

Tabela 13 - Teste de hipótese aplicado a ETo semestral estimada pelos métodos: (Pen_T3), (Hag_T3) e (P_2ms_T3) para o grupo das 3_Estações.

Métodos Semestres

3_estações 1º Sem p 2º Sem p

(Pen_T3) 0 0,914 0 0,877

(Hag_T3) 0 0,907 0 0,612

(P_2ms_T3) 0 0,939 0 0,821

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Legenda: (X) tendência crescente, (-X) tendência decrescente e (0) não apresenta tendência.

Portanto, uma vez que (Pen_T3) já informaria que a ETo não apresentou tendência crescente no 2º semestre, o resultado, ao se considerar a velocidade do vento constante de 2m/s não acarretaria crescimento da ETo, uma vez que o vento no 2º semestre, apesar do teste não apontar tendência crescente, e, sim, de diminuição (Tabela 9), nesse semestre a velocidade do vento manteve-se, em média, acima de 2m/s. Isto inviabilizaria a elevação da ETo, diferentemente do mostrado na Tabela 12, reforçando a importância da análise criteriosa ao se trabalhar com séries de baixa densidade de dados.

5.1.9 Tendência anual da ETo por (t de student)

Aplicando o teste de hipótese para a ETo no período anual para o grupo das 12_Estações (Tabela 9), foi possível verificar que, devido à quantidade de falhas, o ano de 1987 apresentou apenas 5 meses com dados (Janeiro a Maio), impactando diretamente no resultado do teste de hipótese, uma vez que, permanecendo nesta condição, não houve evidência estatística suficiente para rejeitar a hipótese nula, já que p > α, visto em nenhum dos métodos

descritos na Tabela 14.

Embora com a retirada deste ano da série, o teste indicou tendência crescente significativa da ETo ao longo dos anos, estimada pelos métodos de Hargreaves-Samani e Penman-Monteith FAO56 considerando a velocidade do vento de 2m/s (Tabela 14), reforçando, no entanto, que a quantidade de falhas nas séries pode, de fato, impactar seriamente os resultados.

Tabela 14 - Teste de hipótese aplicado a ETo anual estimada pelos métodos: (Pen_T12), (Hag_T12) e (P_2ms_T12) para ao grupo das 12_Estações.

Período Métodos 1976 - 2005 (Pen_T12) (Hag_T12) (P_2ms_T12) com 1987 0 0 0 p 0,245 0,126 0,150 sem 1987 0 X X p 0,171 0,013 0,044

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Legenda: (X) tendência crescente, (-X) tendência decrescente e (0) não apresenta tendência.

Já quando a mesma análise foi realizada com a série do grupo das 3_Estações (Tabela 15), apesar de apresentar três anos com dados variando entre três e cinco meses, a ausência ou permanência destes dados na série não impactou o resultado do teste de hipótese em termos de indicar tendência na ETo.

A explicação para esse comportamento do teste pode-se entender como sendo porque, como as 3_Estações possuem um maior número de dados referentes a cada mês, mantendo, com isso, uma baixa variabilidade (melhor regularidade nos dados) mês a mês, consequentemente, ao longo do ano, fez com que a influência de meses com poucos dados, não se tornasse significativa diante da análise tendenciosa.

Tabela 15 – Teste de hipótese aplicado a ETo anual estimada pelos métodos: (Pen_T3), (Hag_T3) e (P_2ms_T3) para o grupo das 3_Estações.

Período Métodos 1976 - 2005 (Pen_T3) (Hag_T3) (P_2ms_T3) com 1987, 2000, 2001 0 0 0 p 0,345 0,3273 0,377 sem 1987, 2000, 2001 0 0 0 p 0,788 0,598 0,529

Fonte: Elaborado pelo Autor.