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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.5. Teor de açúcares solúveis totais

Não houve efeito dos tratamentos sobre os teores de açúcares solúveis totais em hastes de inflorescências de brócolis durante o armazenamento a 5°C e 85% UR (Tabela 5).

Tabela 5 – Valores médios dos teores de açúcares solúveis totais (mg g-1 MS) durante armazenamento em hastes de inflorescências de brócolis submetidas aos tratamentos controle, pré-resfriamento e filme de PVC e armazenadas a 5°C e 85% UR. Viçosa - Minas Gerais, 2004.

Tempo pós-colheita

Tratamentos 0 h 12 h 24 h 168h (7d) 336h (14d) 504h (21d)

Controle 297,06 A 247,04 A 236,41 A 215,10 A 214,57 A - Pré-resfriamento 315,15 A 273,32 A 254,21 A 236,54 A 218,21 A - Filme de PVC 316,02 A 275,77 A 254,73 A 237,91 A 233,36 A 228,31

Médias seguidas por uma mesma letra nas colunas, não diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Embora não comparados estatisticamente, teores mais elevados de açúcares solúveis em inflorescências de brócolis foram observados nas hastes, comparados com as flores (Tabelas 5 e 6). Todavia, o consumo destes açúcares na haste parece ser superior à demanda respiratória das flores, uma vez que, também se observou queda acentuada de açúcares solúveis nas primeiras 12 horas de armazenamento, tanto na haste quanto nas flores das inflorescências (Tabelas 5 e 6); entre 12 e 24 horas observou-se pequeno aumento no teor de açúcares solúveis nas flores (Tabela 6), possivelmente devido ao transporte de açúcares da parte basal (haste) para a apical (flores) das inflorescências durante a senescência das flores, além da possível conversão do amido em açúcares, como observado por ENDRES (1996).

Tabela 6 - Valores médios dos teores de açúcares solúveis totais (mg g-1 MS) durante armazenamento em flores de inflorescências de brócolis submetidas aos tratamentos controle, pré-resfriamento e filme de PVC e armazenadas a 5°C e 85% UR.Viçosa - Minas Gerais, 2004.

Tempo pós-colheita

Tratamentos 0 h 12 h 24 h 168 h (7d) 336h (14d) 504h (21d) Controle 97,89 B 83,39 B 95,83 B 85,34 B 82,52 A -

Pré-resfriamento 100,01 B 90,94 B 95,52 B 96,28 AB 87,10 A - Filme de PVC 113,49 A 107,51 A 108,07 A 102,34 A 85,97 A 76,54

Médias seguidas por uma mesma letra na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Gastos elevados de carboidratos durante as primeiras horas pós-colheita são necessários em conseqüência da alta demanda respiratória, quando as maiores mudanças fisiológicas, bioquímicas e moleculares têm sido demonstradas, como foi observado em aspargos (LILL et al., 1990). Portanto, rápido resfriamento após colheita de brócolis é importante para a redução da atividade metabólica que poderia resultar na sua deterioração (GILLIES & TOIVONEN, 1995). Porém o efeito do pré-resfriamento apenas foi notado ao sétimo dia de armazenagem, quando não diferiu estatisticamente do filme de PVC (Tabela 6).

O filme de PVC foi mais efetivo na redução do consumo de açúcares solúveis nas flores do que o pré-resfriamento e controle no período de até 24 horas de armazenamento, não diferindo estatisticamente do pré-resfriamento aos 7 dias de armazenamento e com teores mais elevados quando comparados com o controle (Tabela 6); todavia, no início do armazenamento as flores das inflorescências embaladas com filme de PVC apresentaram teor médio inicial de açúcares solúveis significativamente maior que os teores médios dos tratamentos controle e pré- resfriamento, sugerindo efeito do filme de PVC já no campo. AMARANTE e PUSCHMANN (1993) observaram que elevados conteúdos iniciais de açúcares parecem estar relacionados com maior tempo de armazenamento pós-colheita de couve, possivelmente, devido à quantidade maior de substrato disponível para manutenção da respiração vital.

Nas primeiras 24 h pós-colheita, foi observado, nas hastes, queda acentuada dos níveis de açúcares, independente do tratamento, sendo a queda em média de cerca de 20% do valor inicial, onde a variação dos teores médios de açúcares nas inflorescências submetidas aos tratamentos foram de 297,06 para 236,41 mg g-1 MS para o controle; de 315,15 para 254,21 mg g-1 MS para o pré-resfriamento e de 316,02 para 254,73 mg g-1 MS para o filme de PVC. Os teores médios de açúcares ao final do período de 14 dias de armazenamento foram em média de 30% dos teores iniciais (Tabela 5 e Figura 6). KING & MORRIS (1996) e ENDRES (1996), também observaram queda acentuada de açúcares solúveis em brócolis nas primeiras 24 h de armazenamento a 20°C.

Entre o primeiro e o sétimo dia de armazenamento das inflorescências que sofreram o pré-resfriamento, observou-se certa estabilidade dos teores de açúcares solúveis nas hastes; todavia, a partir do sétimo dia percebeu-se queda mais acentuada tanto para o produto pré-resfriado quanto para o embalado com filme de PVC (Figura 6) e ao final de 14 dias de armazenamento não houve diferença significativa dos teores de açúcares solúveis entre os tratamentos, observando-se níveis de 87 % para o produto pré-resfriado e de 84 % para o controle em relação ao valor inicial; para o filme de PVC ao final de 21 dias pós-colheita, os teores de açúcares para as flores e hastes, foram cerca de 70% do valor inicial (Tabelas 5 e 6).

Observou-se, para hastes, que os melhores ajustes para as equações de regressão que explicam o comportamento dos teores de açúcares solúveis ao longo do tempo pós-colheita, forneceram como modelos de regressão, funções raiz quadráticas, independente dos tratamentos, com elevados coeficientes de determinação (Figura 6). Observou-se que para os tratamentos controle e pré-resfriamento, níveis mínimos de açúcares solúveis foram encontrados entre 144 e 192 horas (6 e 8 dias) de armazenamento e para o produto embalado com o filme de PVC, este nível crítico é atingido somente após 336 horas (14 dias) de armazenamento.

180 210 240 270 300 330 0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 288 312 336

Tempo de armazenamento (horas)

Teor de açúcares solúveis

(mg / g MS)

Figura 6 - Estimativa dos teores de açúcares solúveis totais em hastes de inflorescências de brócolis submetidos aos tratamentos controle (__ __), pré- resfriamento (____) e embalagem com filme de PVC (...) em função do tempo de armazenamento a 5°C e 85% UR. Viçosa - Minas Gerais, 2004. Para a seção floral das inflorescências, os melhores ajustes para as equações de regressão forneceram modelos lineares para explicarem o comportamento dos teores de açúcares ao longo do tempo pós-colheita, todavia, para os tratamentos controle e pré-resfriamento, os coeficientes de determinação foram relativamente baixos, respectivamente, 0,41 e 0,43; ou seja, 41 % da variação total dos teores de açúcares solúveis ocorridos nas flores para o tratamento controle e 43% dessa variação para o pré-resfriado com gelo são explicados pelas equações de regressão ajustadas; para o filme de PVC, o coeficiente de determinação foi 0,94, implicando que 94% da variação total dos teores de açúcares solúveis, nas flores de inflorescências deste tratamento, são explicados pela equação de regressão ajustada (Figura 7). Considerando as equações de regressão apresentadas, com seus respectivos coeficientes de determinação, observou-se que as taxas de variação do teor de açúcares solúveis nas flores para os tratamentos controle e o pré-resfriamento, implicaram, respectivamente, em decréscimos de 32,2265 g g-1 MS e 22,9514 g g-1 MS por unidade de hora acrescida no tempo de armazenamento. Para o tratamento com o filme de PVC, a taxa de variação do teor de açúcares é superior aos demais, com valor de -70,8018 g g-1 MS por hora de armazenamento.

0

( _ _ ) = 291,514 - 12,7219* * H1/2 + 0,476146** H r2 = 0,96 (___) = 310,895 - 12,0064* * H1/2 + 0,434728* H r2 = 0,96

60 70 80 90 100 110 120 0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 288 312 336 Tempo de armazenamento (horas)

Teor de açúcares solúveis

(mg / g MS)

Figura 7 - Estimativa dos teores de açúcares solúveis totais em flores de inflorescências de brócolis submetidos aos tratamentos controle (__ __), pré-resfriamento (____) e embalagem com filme de PVC (...) em função do tempo de armazenamento a 5°C e 85% UR. Viçosa - Minas Gerais, 2004.

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