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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.8 Teor de Nutrientes

5.8.1 Nutrientes na biomassa aérea

Macronutrientes

Os teores e teores médios de macronutrientes encontrados na análise realizada na biomassa aérea de plantas jovens de palmiteiro, nas diferentes dosagens de fósforo em estudo (Tabela 4), mostram que o elemento nitrogênio (N) é o macronutriente que apresentou o maior teor médio, ou seja, a maior concentração, a qual foi de 18,83 g kg-1; seguido do Cálcio (Ca), com 10,49 g kg-1; Potássio (K), com 5,18 g kg-1; Magnésio (Mg), com 3,16 g kg-1; Fósforo (P), com 1,38 g kg-1, e, por último, o Enxofre (S), com 0,92 g kg-1. Portanto, a seqüência da dos valores dos teores médios, ou seja, da quantidade dos nutrientes encontrada na biomassa aérea é a seguinte: N > Ca > K > Mg > P > S.

Estudos de biomassa aérea em outras espécies podem apresentar variações nos teores analisados, considerando-se da maior para a menor concentração. Calil (2003), estudando Acacia mearnsii De Wild. em sistema silvopastoril aos 6 anos de idade, encontrou a seguinte seqüência de quantidade de nutriente na serrapilheira : N > Ca > K > S > P = Mg. Porém a análise de serrapilheira realizada por Barichello (2003) para a mesma espécie num povoamento aos 8 anos de idade determinou a seguinte ordem: N > K > Ca > Mg > P > S. Caldeira (1998), também em estudos semelhantes com acácia-negra encontrou a seguinte seqüência: N > Ca > K > Mg > P.

Fica claro o comportamento nutricional particular de cada espécie o qual deve estar relacionado com a disponibilidade dos mesmos no solo ou substrato usado.

Tabela 4 – Teores e teores médios de macronutrientes na biomassa aérea de plantas de Euterpe edulis aos 12 meses.

Tratamentos Macronutrientes (g Kg -1) N P K Ca Mg S T1(1) 24,17 1,23 10,08 9,11 3,13 0,82 T1(2) 25,06 1,34 9,14 8,75 2,9 0,81 T2(1) 16,32 1,14 6,66 9,42 2,91 1,12 T2(2) 18,76 1,86 6,68 8,36 3,13 1,31 T3(1) 18,17 1,27 4,34 9,95 3,12 1,01 T3(2) 16,53 1,52 5,14 10,68 2,75 1,16 T4(1) 17,45 1,19 4,23 8,87 2,88 0,71 T4(2) 17,98 1,13 3,98 8,95 2,85 0,66 T5(1) 18,25 1,06 4,13 8,83 2,97 0,80 T5(2) 16,78 1,07 3,65 10,15 3,64 0,73 T6(1) 18,37 1,18 4,14 11,14 3,32 0,77 T6(2) 17,54 1,46 3,79 11,87 3,21 0,99 T7(1) 17,41 1,28 4,77 9,94 3,52 0,71 T7(2) 20,16 1,55 3,94 13,59 3,32 0,64 T8(1) 19,99 1,92 4,10 13,95 3,16 1,41 T8(2) 18,39 1,89 4,13 14,27 3,80 1,15 Teores Médios 18,83 1,38 5,18 10,49 3,16 0,92

Tratamentos: T1-testemunha (solo sem adição de P); T2-90 mg Kg -1 de P; T3-180 mg Kg -1 de P; T4- 270 mg Kg -1 de P;

T5- 360 mg Kg -1 de P; T6- 450 mg Kg -1 de P; T7- 540 mg Kg -1 de P; T8- 630 mg Kg -1 de P.

Micronutrientes

Os teores e teores médios dos micronutrientes analisados na biomassa aérea das plantas de palmiteiro, nas diferentes dosagens estudadas podem ser visualizados na Tabela 5.

Tabela 5Teor e teores médios de micronutrientes na biomassa aérea de plantas

de Euterpe edulis aos 12 meses.

Tratamentos Micronutrientes (mg Kg -1 ) B Cu Fe Mn Zn T1(1) 42,11 11,42 155,00 920,00 46,50 T1(2) 39,43 13,94 121,00 922,50 50,90 T2(1) 42,41 11,80 111,00 938,60 37,60 T2(2) 34,27 14,57 107,00 918,90 52,90 T3(1) 33,72 11,42 127,00 846,70 53,50 T3(2) 30,58 13,37 100,00 905,60 42,70 T4(1) 29,91 8,50 113,90 1020,00 32,14 T4(2) 29,64 7,63 117,10 1109,00 35,89 T5(1) 27,28 8,10 117,40 952,00 34,86 T5(2) 30,85 5,66 143,80 1116,00 33,36 T6(1) 30,04 4,96 111,00 989,00 30,38 T6(2) 31,12 4,75 139,00 870,00 30,10 T7(1) 32,20 5,00 119,80 921,00 34,35 T7(2) 28,19 5,21 118,80 843,00 36,60 T8(1) 30,04 5,19 107,30 921,00 32,23 T8(2) 29,24 4,87 105,80 1041,00 30,17 Teores Médios 32,56 8,52 119,68 952,14 38,39

Tratamentos: T1-testemunha (solo sem adição de P); T2-90 mg Kg -1 de P; T3-180 mg Kg -1 de P; T4- 270 mg Kg -1 de P;

T5- 360 mg Kg -1 de P; T6- 450 mg Kg -1 de P; T7- 540 mg Kg -1 de P; T8- 630 mg Kg -1 de P.

De acordo com esses valores o elemento Manganês (Mn) foi o micronutriente que apresentou maior teor médio, seguido pelo Ferro (Fe), Zinco (Zn), Boro (B), e Cobre (Cu). Portanto a seqüência dos valores dos teores médios, ou seja, a quantidade dos nutrientes encontrada é Mn > Fe > Zn > B > Cu.

Calil (2003), estudando acácia- negra em sistema silvopastoril aos 6 anos de idade, encontrou na serrapilheira a seguinte seqüência: Fe > Mn > Zn > B > Cu.

5.8.2 Nutrientes na biomassa radical

Macronutrientes

Os teores e teores médios de macronutrientes encontrados na análise realizada na biomassa radical de plantas jovens de palmiteiro, nas diferentes dosagens de fósforo em estudo (Tabela 6), mostram que o elemento nitrogênio (N) é o macronutriente que apresentou o maior teor médio, ou seja, a maior concentração, a qual foi de 10,40 g kg-1; seguido do Cálcio, com 8,85 g kg-1; Magnésio (Mg), com 1,45 g kg-1; Enxofre (S), com 1,27 g kg-1; Potássio (K), com 0,79 g kg-1 e, por último o Fósforo (P), com 0,71 g kg-1.

Portanto, a seqüência dos valores dos teores médios, ou seja, a quantidade de nutrientes encontrada é N > Ca > Mg > S > K > P.

Tabela 6 – Teores e teores médios de macronutrientes na biomassa radical de plantas de Euterpe edulis aos 12 meses.

Tratamentos Macronutrientes (g Kg -1) N P K Ca Mg S T1 12,09 0,56 1,64 7,06 1,41 1,00 T2 10,40 0,62 1,06 6,77 1,52 1,19 T3 9,72 0,81 0,79 9,31 1,74 1,15 T4 10,84 0,73 0,65 9,15 1,43 1,15 T5 9,25 0,56 0,48 9,3 1,38 1,23 T6 10,10 0,48 0,48 9,29 1,25 1,44 T7 9,94 0,80 0,76 9,85 1,44 1,31 T8 10,85 1,17 0,45 10,13 1,45 1,69 Teores médios 10,40 0,71 0,79 8,85 1,45 1,27

Tratamentos: T1-testemunha (solo sem adição de P); T2-90 mg Kg -1 de P; T3-180 mg Kg -1 de P; T4- 270 mg Kg -1 de P;

T5- 360 mg Kg -1 de P; T6- 450 mg Kg -1 de P; T7- 540 mg Kg -1 de P; T8- 630 mg Kg -1 de P.

Neste ensaio, ao comparar o teor de macronutrientes da biomassa aérea de plantas jovens de palmiteiro, pode-se constatar que estes são superiores aos encontrados no sistema radical, com exceção para o elemento S que está em menor concentração na parte aérea. Isto se deve ao fato de que o S é transportado em maior proporção na direção acrópeta, da base da planta para

cima; a capacidade da planta para mover o enxofre na direção basípeta é pequena, e por isso, nos casos de carência, os sintomas aparecem em primeiro lugar nos órgãos mais novos, como a folha jovem (Malavolta et al., 1997).

De acordo com Gonçalves & Mello (2000), em estudos com sistema radical de árvores, os teores de nutrientes encontrados nas folhas e raízes finas são próximos, contrariando os resultados obtidos com plantas jovens de palmiteiro.

Micronutrientes

Os valores dos teores e teores médios dos micronutrientes contidos na biomassa radical das plantas de palmito examinadas estão descritos na Tabela 7. Pode-se observar que o elemento Ferro (Fe) é o micronutriente com maior concentração, seguido do Manganês (Mn), Zinco (Zn), Boro (B) e por último, o Cobre (Cu). Assim, a seqüência dos valores dos teores médios, ou seja, da quantidade de nutriente encontrada é Fe > Mn > Zn > B > Cu.

É possível observar que a seqüência de micronutrientes na biomassa aérea e radical é idêntica. Entretanto, os elementos B e Mn apresentaram valores de teores médios superiores na biomassa aérea, em especial este último. Já os elementos Cu, Fe e Zn apresentaram valores médios superiores na biomassa radical, em especial o Fe. Conforme Malavolta et al. (1997), o Mn tem propriedades químicas semelhantes às de metais pesados como Fe e Zn, e, por isso, esses cátions podem inibir sua absorção e transporte. Por sua vez, o Mn inibe a absorção dos mencionados, principalmente a do Fe, o que pode explicar sua alta concentração do teor deste encontrada no sistema radical de palmiteiro neste estudo. Soma-se a isto o fato de que o Fe apresenta redistribuição muito pequena dentro da planta, exigindo suprimento contínuo em caso de deficiência.

Tabela 7 – Teores e teores médios de micronutrientes na biomassa radical de plantas de Euterpe edulis aos 12 meses.

Tratamentos Elementos (mg Kg -1) B Cu Fe Mn Zn T1 37,97 32,78 1452,00 188,00 50,70 T2 25,73 31,73 1198,00 184,70 41,40 T3 37,68 38,07 1402,00 204,10 88,70 T4 28,32 18,26 1647,00 180,80 174,90 T5 27,54 8,58 1475,00 166,70 110,50 T6 25,09 8,79 1590,00 182,50 77,80 T7 22,59 7,12 524,00 173,40 33,70 T8 18,58 8,48 1412,00 214,80 80,90 Teores Médios 27,93 19,22 1337,5 186,87 82,32

Tratamentos: T1-testemunha (solo sem adição de P); T2-90 mg Kg -1 de P; T3-180 mg Kg -1 de P; T4- 270 mg Kg -1 de P;

T5- 360 mg Kg -1 de P; T6- 450 mg Kg -1 de P; T7- 540 mg Kg -1 de P; T8- 630 mg Kg -1 de P.

5.8.3 Teor de fósforo

Na Figura 5, é possível verificar a variação dos teores de fósforo na biomassa aérea e radical. Estes teores estão discrepantes entre os tratamentos testados, e isto pode ser explicado por uma série de fatores, tais como:

i) heterogeneidade do material genético: sementes oriundas de diferentes matrizes;

ii) mecanismos de competição ou impedimento de absorção dos íons ;

iii) outros fatores em escala de igualdade para todos os tratamentos, como: duração do experimento, problemas advindos do solo, problemas de irrigação e aplicação de fungicidas.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 1 2 3 4 5 6 7 8 Tratamentos Te or d e fós for o (g/k g)

massa aérea massa radicular

Figura 5 – Teor de fósforo na biomassa aérea e radical de plantas de Euterpe

edulis aos 12 meses.

Segundo Furtini Neto et al. (2000) apud Gonçalves et al. (2000), as espécies florestais nativas apresentam grande variabilidade de comportamento em relação à acidez do solo, saturação por bases e alumínio. De modo geral, com várias exceções, quanto maior a velocidade de crescimento das espécies, maior a sensibilidade à acidez, o que afeta consideravelmente o balanço de Ca, Mg, e P, sugerindo recomendação de fertilização bastante variável para a formação de plantas jovens nativas. Dessa forma, sugere-se que algum ou alguns destes fatores citados anteriormente tenham influenciado na ampla variação de resultados de teor de fósforo na biomassa radical obtidos para plantas jovens de palmiteiro.

Em relação ao sistema radical, pode-se afirmar que todas as características quanto ao hábito de enraizamento, tais como direção, distribuição, estrutura das raízes de sustentação e à intensidade de raízes: forma, distribuição, número de raízes finas que cumprem funções de absorção (Gonçalves & Mello, 2000), ocorrem sob forte controle genético, podendo ser modificado pelas características e condições do solo e por condições relacionadas às circunstâncias em que a planta se encontra, por exemplo: competição entre raízes e disponibilidade de fotoassimilados (Gonçalves et al., 2000).

Em estudos com espécies nativas de diferentes classes sucessionais Gonçalves et al. (1992b) constataram que espécies pioneiras apresentam as maiores taxas de crescimento, demanda de nutrientes, raízes finas, absorção e potencial de resposta à fertilização em relação às secundárias e clímax.

Gonçalves et al. (1992a) verificaram ampla variação entre espécies nativas pioneiras, secundárias e clímax na concentração e taxa de acumulação de nutriente tendo por base a parte aérea, tanto em nível de viveiro como de campo. Vale ressaltar que esta variação possa ser também intraespecífica, o que justificaria os resultados obtidos com palmiteiro.

Neste cenário, é importante considerar que algumas espécies apresentam comportamento diferenciado em viveiro em relação à floresta. De acordo com Gonçalves et al. (2000), em termos de fertilização, na maioria das vezes, não se devem mudar as recomendações normais, porque as maiores taxas de crescimento inicial de espécies secundárias tardias e clímax, como é o caso do palmiteiro, podem estar relacionadas às reservas de nutrientes e fotoassimilados de suas sementes.

6 CONCLUSÕES

a) Pela análise dos dados obtidos do crescimento de plantas jovens de palmiteiro, em diferentes dosagens de fósforo, pode-se afirmar que o crescimento de plantas jovens de palmiteiro (E. edulis) foi alcançado para os parâmetros avaliados, exceto diâmetro do colo e comprimento do sistema radical, ocorrendo entre as dosagens, 450 e 540 mg de P Kg-1 de solo para altura da parte aérea , biomassa aérea e biomassa total, e entre 360 e 450 mg de P Kg-1 de solo para biomassa radical.

b) Para a determinação dos teores de macro e micronutrientes na biomassa aérea e radical estabeleceu-se a seguinte seqüência, respectivamente: N > Ca > K > Mg > P>S; Fe > Mn > Zn > B > Cu ; N > Ca > Mg > S > K > P; Fe > Mn > Zn > B > Cu.

Também foi possível constatar que:

-os teores de macronutrientes da biomassa aérea são superiores aos encontrados no sistema radical, com exceção para o elemento S que está em menor concentração na parte aérea; e

-a seqüência de micronutrientes na biomassa aérea e radical é idêntica. Entretanto, os elemento B e Mn apresentaram valores de teores médios superiores na biomassa aérea, em especial este último. Já os elementos Cu , Fe e Zn apresentaram valores médios superiores na biomassa radical, em especial o Fe .

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