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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.2 Teor e Acúmulo de nutrientes

A concentração externa de íons é um dos fatores que afetam a absorção iônica radicular (MARSCHNER, 2012; MALAVOLTA, 2006). Ao omitir-se cada nutriente na solução, separadamente, observou-se diminuição de seus respectivos teores na planta (Tabela 4).

Tabela 4 Produção de massa seca e teor de macronutrientes pela parte aérea de plantas de Dipteryx alata sob omissão de macro e micronutrientes

Tratamento Massa seca (g) Teores (g kg-1) N P K Ca Mg S Completo 3,80 31,45 b 8,34 a 15,90 a 8,66 a 2,18 b 4,21 a -N 2,40 11,77 d 4,51 b 15,30 a 5,82 b 2,39 a 2,79 c -P 3,37 24,82 c 1,24 c 11,25 b 4,31 c 1,44 c 2,42 c -K 1,97 39,42 a 9,19 a 4,35 c 9,75 a 2,60 a 3,28 b -Ca 1,81 40,00 a 5,54 a 15,15 a 2,72 c 2,07 b 3,14 b -Mg 3,05 32,67 b 7,72 a 13,65 b 6,32 b 0,47 c 2,35 c -S 4,15 26,67 c 5,92 a 14,40 a 7,18 b 1,69 c 2,27 c -B 4,93 32,82 b 6,69 a 14,55 a 6,37 b 1,90 c 2,97 b -Cu 3,46 34,47 b 6,76 a 12,90 b 7,36 b 1,92 c 3,42 b -Fe 2,38 38,27 a 7,02 a 16,05 a 7,04 b 2,02 b 3,80 a -Mn 4,20 35,77 b 7,14 a 15,15 a 6,20 b 1,77 c 3,14 b -Mo 3,25 31,05 b 6,85 a 13,65 b 6,63 b 1,47 c 3,32 b -Zn 3,81 34,60 b 7,18 a 14,40 a 6,25 b 2,04 b 3,19 b CV (%) 13,70 25,24 10,48 20,89 16,04 15,47

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Jones Júnior, Wolf e Mills (1991) salientam que quando o S se torna limitante o teor de N tende a aumentar. Porém, os resultados demonstraram que apesar de ter havido diminuição no teor de N na planta de baru, sob a omissão de S, a quantidade absorvida foi a mesma. Isso ocorreu pelo fato de a matéria seca ter aumentado nesse tratamento em relação ao completo, resultando no efeito de diluição do N (Tabela 5).

Tabela 5 Produção de massa seca e acúmulo de macronutrientes pela parte aérea de plantas de Dipteryx alata sob omissão de macro e micronutrientes

Tratamento Massa seca (g) Acúmulos (mg planta-1) N P K Ca Mg S Completo 3,80 119,00 b 31,64 a 60,47 a 32,89 a 8.31 a 16,08 a -N 2,40 28,06 d 10,54 d 36,27 b 14,13 b 5,62 b 6,51 b -P 3,37 83,44 c 4,38 d 37,70 b 14,82 b 4,80 b 8,26 b -K 1,97 77,90 c 18,09 c 8,61 c 19,15 b 5,13 b 6,46 b -Ca 1,81 71,88 c 9,65 d 27,34 b 4,71 c 3,72 b 5,60 b -Mg 3,05 98,80 c 23,31 b 41,62 b 19,18 b 1,45 c 7,14 b -S 4,15 110,43 b 24,57 b 60,55 a 29,95 a 7,05 a 9,52 b -B 4,93 160,38 a 33,61 a 73,88 a 31,49 a 9,31 a 15,05 a -Cu 3,46 119,61 b 23,23 b 44,69 b 25,26 a 6,73 a 11,67 a -Fe 2,38 89,32 c 16,50 c 37,94 b 17,19 b 4,68 b 9,11 a -Mn 4,20 148,97 a 26,13 a 62,65 a 26,21 a 7,41 a 13,07 a -Mo 3,25 101,45 c 22,97 b 44,94 b 22,33 a 4,96 b 11,07 a -Zn 3,81 122,82 b 26,13 b 54,81 a 23,20 a 7,61 a 11,51 a CV (%) 26,30 27,92 28,50 30,99 30,19 29,87

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Na deficiência de P houve diminuição no teor de N, ocorrendo também a diminuição de P na omissão de Jones Júnior, Wolf e Mills (1991) observam esse comportamento em várias espécies vegetais. Segundo esses autores o aumento na absorção de N requer aumento na concentração de P na solução; e fontes nitrogenadas favorecem a transferência do fósforo pelas barreiras celulares, durante a absorção, e o movimento desse nutriente pelo xilema.

Constatou-se que as omissões de K, Ca e de Fe da solução nutritiva promoveram aumentos nos teores de N na parte aérea. Houve efeito de concentração, devido à baixa produção de biomassa nesses tratamentos comparativamente ao tratamento completo. Resultados semelhantes foram encontrados por Mendonça et al. (1999) e Marques et al. (2004) nas espécies aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuva), e paricá (Schizolobium

A omissão de P resultou na redução dos teores de P e Ca na parte aérea, quando comparada com o tratamento completo. Tanto a omissão de N quanto a de P afetou o comportamento do Ca. Isso porque a adição de N e P no meio favorece o acúmulo de Ca nas folhas (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). Dessa forma, a ausência desses nutrientes pode ter prejudicado a absorção de Ca pelas plantas, como observado também por Barroso et al. (2005) na espécie florestal Tectona grandis.

O aumento nos teores de Mg na parte aérea da planta de baru foi observado no tratamento com a omissão de K, como consequência da competição entre esses nutrientes. Alguns autores também relataram o efeito da inibição competitiva entre o K e o Mg em plantas de Peltophorum dubium (angico amarelo) (VENTURIN et al., 1999) e em Myracrodruon urundeuva (aroeira do sertão) (MENDONÇA et al., 1999). De acordo com Malavolta (1980), existe um antagonismo entre Ca, Mg e K, em que o aumento na concentração de um destes elementos no meio implica na diminuição da absorção dos outros, o que justifica os altos teores de Mg no tratamento com a omissão de K.

Os maiores teores de S na parte aérea de baru foram encontrados no tratamento completo e no tratamento com deficiência de Fe. Resultado semelhante foi encontrado por Mendonça et al. (1999) na espécie aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuva). Segundo Malavolta (1980), os sulfatos se encontram em solução ou em combinações pouco solúveis com Fe e Al, isto explica o alto teor de S no tratamento com omissão de Fe.

Apenas no tratamento com a omissão de B o teor desse nutriente foi estatisticamente inferior ao tratamento completo e aos demais tratamentos (Tabela 6). De acordo com Mengel e Kirkby (1987), o B é um nutriente de baixa mobilidade no tecido da planta e o seu transporte é dependente da transpiração e

das relações hídricas no sistema solo-planta-atmosfera, que afetam a sua distribuição nas diversas partes das plantas.

Tabela 6 Produção de massa seca e teor de micronutrientes pela parte aérea de plantas de Dipteryx alata sob omissão de macro e micronutrientes

Tratamento Massa seca

(g) Teores (mg kg-1) B Cu Fe Mn Zn Completo 3,80 39,01 a 4,11 a 183,21 c 87,42 b 14,14 a -N 2,40 34,76 a 2,26 d 108,3 d 115,21 b 11,34 a -P 3,37 29,11 a 2,71 c 184,15 c 70,07 b 11,71 a -K 1,97 28,89 a 4,66 a 224,19 c 73,55 b 17,07 a -Ca 1,81 33,70 a 3,71 b 232,57 c 65,99 b 15,75 a -Mg 3,05 32,82 a 3,55 b 212,39 c 108,39 b 18,45 a -S 4,15 34,58 a 3,38 b 193,38 c 93,26 b 14,70 a -B 4,93 16,25 b 3,66 b 152,92 c 73,02 b 13,54 a -Cu 3,46 28,24 a 2,02 d 183,89 c 95,32 b 12,67 a -Fe 2,38 34,20 a 4,13 a 65,29 d 179,85 a 17,18 a -Mn 4,20 33,17 a 4,62 a 307,08 b 12,89 b 12,85 a -Mo 3,25 33,67 a 3,16 c 422,55 a 69,91 b 14,64 a -Zn 3,81 33,90 a 3,10 c 314,98 b 68,15 b 11,15 a CV (%) 19,08 17,09 30,10 38,16 23,64

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

A supressão do K da solução nutritiva promoveu o aumento da concentração de Cu na parte aérea das plantas de baru. Resultado encontrado também por Mendonça et al. (1999) para a espécie aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuva).

Constatou-se que a omissão de N da solução nutritiva promoveu redução nos teores de Fe na parte aérea.

O aumento nos teores e acúmulos de Mn na parte aérea da planta de baru foi observado no tratamento com a omissão de Fe (Tabelas 6 e 7). Conforme observado nesse trabalho, Jones Júnior, Wolf e Mills (1991) citam que ocorre uma relação de antagonismo entre esses nutrientes.

Tabela 7 Produção de massa seca e acúmulo de micronutrientes pela parte aérea de plantas de Dipteryx alata sob omissão de macro e micronutrientes

Tratamento Massa seca

(g) Acúmulos (µg planta-1) B Cu Fe Mn Zn Completo 3,80 148,28 a 15,61 a 697,26 b 335,79 a 53,61 a -N 2,40 80,73 b 5,44 b 263,19 c 277,50 a 26,21 b -P 3,37 98,57 b 9,08 b 553,35 b 229,67 b 40,33 b -K 1,97 57,20 b 9,21 b 441,25 c 144,30 b 33,63 b -Ca 1,81 60,01 b 6,77 b 422,57 c 118,78 b 26,99 b -Mg 3,05 99,67 b 10,73 b 653,06 b 330,16 a 55,89 a -S 4,15 145,07 a 14,16 a 795,68 b 392,43 a 61,69 a -B 4,93 78,29 b 18,28 a 727,17 b 347,98 a 67,58 a -Cu 3,46 97,38 b 7,34 b 618,54 b 335,79 a 44,78 b -Fe 2,38 82,85 b 10,15 b 160,69 c 481,10 a 42,02 b -Mn 4,20 139,74 a 19,32 a 1228,69 a 57,27 b 53,61 a -Mo 3,25 08,39 b 10,49 b 1363,14 a 229,93 b 47,99 a -Zn 3,81 129,79 a 12,47 b 1139,60 a 250,83 b 38,42 b CV (%) 33,13 31,16 40,22 47,54 32,47

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

A absorção de Zn foi favorecida pelas omissões de Mg devido à ocorrência de inibição competitiva. As plantas do tratamento completo apresentaram teores de 14,14 mg kg-1 de Zn, e o maior teor foi alcançado pelo tratamento com omissão de Mg (18,45 mg kg-1). Entretanto, o teor desse nutriente não foi estatisticamente diferente ao tratamento completo e aos demais tratamentos. Venturin et al. (1999) relataram o efeito da inibição competitiva entre o Zn e o Mg em plantas de Peltophorum dubium (angico amarelo).

Considerando as dificuldades no processo de análise para determinação do Mo, não foi realizada a respectiva análise.

4.1.3 Sintomas visuais de deficiência nutricional em mudas de Baru sob o

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