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No quadro 9 apresentam-se os valores totais do teor de extrativos por árvore na rodela da base e na rodela superior, em três posições radiais, medula, meio e fora. A determinação do teor de extrativos foi feita pela lavagem da amostra com os três solventes: diclorometano, etanol e água destilada. Nesta amostragem excluiu-se a rodela que continha a ferida uma vez que é previsível que nessa zona haja uma quantidade de extrativos muito superior às restantes tendo-se optado por fazer a sua análise separadamente.

Quadro 9- Percentagem total de extrativos por árvore nas posições medula, meio e fora, na base e no superior.

Percentagem total de extrativos por árvore

Árvore 1 Árvore 2 Árvore 3 Árvore 4 Árvore 5 Árvore 6 Média

Base Medula 5,97 9,06 9,19 4,76 5,29 9,19 7,24 Meio 3,65 4,75 5,76 3,73 3,79 6,82 4,75 Fora 3,24 3,99 5,89 3,54 3,64 4,50 4,13 Média 4,29 5,93 6,95 4,01 4,24 6,84 5,38 Superior Medula 8,86 12,30 8,91 11,51 8,47 14,86 10,82 Meio 4,56 3,35 6,04 3,53 5,39 4,56 4,57 Fora 4,29 3,99 8,86 2,91 6,35 4,15 5,09 Média 5,90 6,55 7,94 5,98 6,74 7,86 6,83 Verifica-se que tanto na base como na rodela superior a medula é o local que apresenta maior teor de extrativos. A média dos extrativos de todas as árvores é superior no topo em relação à base, devendo-se este facto principalmente à maior percentagem média de extrativos na zona da medula.

As árvores 1, 4 e 6 não sofreram o processo de resinagem, por outro lado as 2, 3 e 5 foram resinadas durante 2 anos. Sendo assim os valores da árvore 6, que são superiores aos das árvores não resinadas e da mesma ordem de valores das resinadas, podem ser explicados por uma resposta a um estímulo exterior que não foi detetado ou mesmo à componente genética da árvore.

No quadro 10 são apresentados os valores dos extrativos retirados por cada um dos solventes. Verifica-se que o solvente que remove menos extrativos é o etanol e a água

44 destilada é o que apresenta maior poder de remoção de extrativos. Para estas duas rode las não se verificam diferenças assinaláveis entre árvores resinadas e não resinadas.

Quadro 10- Percentagem média de extrativos na rodela da base e superior das árvores resinadas e não resinadas por solvente nas posições medula, meio e fora.

Percentagem média de extrativos na base e superior

Não resinadas Resinadas

Diclorometano Etanol Água Total Diclorometano Etanol Água Total

Base Medula 2,56 1,38 2,70 6,64 1,97 1,64 4,24 7,85 Meio 1,76 1,12 1,85 4,73 1,66 1,11 2,00 4,77 Fora 0,80 1,15 1,81 3,76 1,47 1,14 1,90 4,50 Média 1,71 1,22 2,12 5,04 1,70 1,30 2,71 5,71 Superior Medula 4,52 1,77 5,46 11,75 1,87 1,49 6,54 9,90 Meio 1,63 1,19 1,40 4,22 1,22 1,55 2,15 4,93 Fora 0,92 1,02 1,85 3,78 3,03 1,13 2,24 6,40 Média 2,36 1,32 2,90 6,58 2,04 1,39 3,64 7,07

A figura 27 mostra que as árvores resinadas, em média, apresentam um maior teor de extrativos mas a variação por árvore é muito grande, sendo maior nas árvores não resinadas, ou seja, árvores não resinadas tanto podem ter muita como pouca quantidade de extrativos enquanto que essa variação é menor nas árvores resinadas.

Figura 27- Representação gráfica da média e desvio padrão do teor de extrativos nas árvores: (1) não resinadas e (2) resinadas. As linhas representam o desvio padrão.

Na figura 28 é possível observar que o teor de extrativos é em média superior na rodela superior do que na base, apresentando também um maior desvio padrão

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Figura 28- Representação gráfica da média e desvio padrão do teor de extrativos nas árvores: (1) base e (2) superior. As linhas representam o desvio padrão.

No que diz respeito à variação radial constata-se (figura 29) que, em termos médios, o teor de extrativos é superior na zona da medula e vai reduzindo até a zona mais exterior, contradizendo o observado por (Koch, 1972), apresentando esta e a zona do meio valores praticamente iguais. O desvio padrão encontrado nas amostras é maior na zona da medula. Esta maior concentração de extrativos na zona central do tronco está relacionada com a existência de cerne.

Figura 29- Representação gráfica da média e desvio padrão do teor de extrativos nas árvores: (1) medula, (2) meio e (3) fora. As linhas representam o desvio padrão.

O quadro 11 são apresentados os resultados relativos à análise do teor de extrativos no lado da ferida e no lado oposto à ferida ao mesmo nível de altura da árvore.

46 O solvente etanol continua a ser o que tem menor poder de remoção de extrativos, sendo o diclorometano o que tem maior poder de remoção na zona da ferida e a água destilada no lado oposto.

Verifica-se que no lado oposto à ferida a medula, à semelhança do que acontecia nas outras rodelas, é a zona que possui maior teor de extrativos e a zona exterior a que tem menos. Já na amostra do lado da ferida é na parte de fora que se encontra a grande percentagem de extrativos devido à presença da ferida e à exsudação de resina que ela provoca.

Quadro 11- Percentagem média de extrativos nas rodelas das feridas nas árvores resinadas.

Percentagem média de extrativos na rodela da ferida

Ferida Oposto da ferida

Diclorometano Etanol Água Total Diclorometano Etanol Água Total

Medula 2,58 1,66 4,62 8,86 4,25 1,87 5,68 11,79

Meio 1,13 1,19 1,36 3,68 1,42 1,06 1,49 3,97

Fora 14,60 1,22 1,76 17,58 1,07 0,90 1,57 3,54

Média 6,10 1,36 2,58 10,04 2,24 1,28 2,91 6,43

Atendendo à quantidade de origens de variação do teor de extrativos que se pretende estudar optou-se por realizar uma análise de variância de forma a perceber quais as origens de variação mais significativas para a variação deste parâmetro. Assim consideraram-se dois tratamentos (árvores resinadas e não resinadas) (quadro 12).

Quadro 12 - Analise de variância do teor de extrativos em árvores resinadas e não resinadas em dois níveis do tronco (base e superior) e três posições radiais diferentes (medula, meio e fora).

Origem de Variação Graus de Liberdade T.C. R.V. (F) Sign. Variância Esperada Variância Esperada(%)

(1) Resinagem (R) 1 2 0,600947 ns 0 0,0

(2) Árvore/ Resinagem (A) 4 12 14,23509 *** 0,000174 3,2

(3) Nível (N) 1 12 26,71489 *** 0,000338 6,3 (4) N x R 1 5 0,000012 ns 0 0,0 (5) N x A/R 4 12 2,79278 * 0,000141 2,6 (6) Posição (P) 2 12 129,0722 *** 0,002525 46,9 (7) P x R 2 8 1,121911 ns 0,000023 0,4 (8) P x A/R 8 12 4,828312 *** 0,000453 8,4 (9) P x N 2 12 14,93422 *** 0,000549 10,2 (10) P x N x R 2 11 2,97756 ns 0,000375 7,0 (11) P x N x A/R 8 12 2,405341 * 0,000333 6,2 (12) Res. (Rep/P/N/A/R) 36 0,000473 8,8

47 A partir desta análise, constata-se que aposição radial do provete é a principal fonte de variação do teor de extrativos, representando 46,9% da sua variação total.

Através do teste de comparação de médias com um erro de confiança de 95% (Quadro 13), podemos verificar que o teor de extrativos é superior na medula em relação às outras duas posições, que não apresentam entre si um valor estatisticamente diferente, situação que já tinha sido verificada na representação gráfica da figura 29.

Quadro 13- Teste de comparação de médias entre medula, meio e fora, para o teor de extrativos. Letras diferentes indicam médias estatisticamente diferentes para um nível de significância de 95%. Média Medula 9,0325000 b Meio 4,6604167 a Fora 4,6120833 a Prob < 0.0001

A interação da posição com os níveis é uma origem de variação altamente significativa com uma contribuição para a variação total de 10,2%, o que significa que o modo como ao teor de extrativos varia com a posição é diferente nos dois níveis considerados. Na figura 30 pode observar-se a representação gráfica dessa interação, ou seja a variação radial e axial do teor de extrativos, nela vê-se que da medula apresenta maior diferença do teor de extrativos.

Figura 30 - Representação gráfica do teor de extrativos médio na medula (1), meio (2) e fora (3) nos níveis base e superior das 6 árvores. As linhas representam o desvio padrão.

O tratamento (resinada ou não resinada) não é fonte de variação do teor de extrativos para as amostras da base e superior. As árvores e os níveis são origens de

48 variação altamente significativas apesar da sua contribuição para a variação total ser mais baixa, respectivamente 3,2% e 6,3%.

De referir que o resíduo, ou seja a repetição de cada amostra, explica cerca de 8% da variação total do teor de extrativos nas amostras.

Num trabalho semelhante realizado por Sousa (2003), o resultado da variação na posição foi inferior, de 3,3%, sendo os mais relevantes o resíduo com 28,3% e o da interação da posição, nível e árvores resinadas ou não, com 27,3%.

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