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CAPÍTULO 2 – ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E TROCAS GASOSAS

2.2 Delinemaneto experimental

2.6.3 Teor relativo de clorofila

O índice relativo de clorofila foi determinado aos 60, 90 e 105 DAT, sendo feitas tres leituras na parte mediana das mesmas folhas utilizadas nas determinações de trocas gasosas, utilizando-se clorofilômetro Minolta Spad.

2.7 Análise estatística

A análise estatística dos dados foi realizada através do programa “ASSISTAT 7.5 BETA”, consistindo da análise de variância, análise de regressão para os efeitos da salinidade e comparação de médias pelo teste de Tukey para os efeitos do ambiente e da matéria orgânica (SILVA; AZEVEDO, 2009).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Área foliar, massa específica foliar e grau de suculência

Conforme se observa pelo resumo da análise de variância o ambiente, os níveis de sais e matéria orgânica, isoladamente, promoveram diferenças significativas pelo Teste F (p < 0,01) na área foliar (Tabela 2.1). O grau de suculência foliar foi afetado significativamente apenas pelo fator isolado matéria orgânica. Já os fatores isolados e a interação sal x matéria orgânica influenciaram significativamente a massa específica foliar de noni.

Tabela 2.1 - Resumo da análise de variância para a área foliar (AF), massa específica foliar (MEF) e grau de suculência (GS) de plantas de Morinda citrifolia em função de diferentes níveis de sais na água de irrigação em dois ambientes de cultivo, céu aberto e telado, na ausência e presença de matéria orgânica, aos 110 DAT. Sobral - CE. 2011

Fontes de Variação GL Quadrado Médio

AF GS MEF Bloco 4 1153990,42ns 0,00025 ns 0,0000 ns Amb (a) 1 6081343,41** 0,00043ns 0,00016** Resíduo (a) 4 1053130,15 0,00102 0,0000 Sal(b) 4 5858386,24** 0,00030ns 0,00001* Amb x Sal 4 1031568,37ns 0,00004ns 0,0000ns Resíduo (b) 32 888215,85 0,00026 0,0000 MO (c) 1 24906168,20** 0,01708** 0,00044** Amb x MO 1 582465,08ns 0,00004ns 0,00002ns Sal x MO 4 740627,88ns 0,00058ns 0,00002* Amb x Sal x MO 4 748659,92ns 0,00007ns 0,0000 Resíduo (c) 40 855998,46 0,00051 0,00001 CV(a) - 37,30 49,01 31,31 CV(b) - 34,26 49,76 30,80 CV(c) - 33,63 69,68 49,96

**,* e ns - significativo a 1% e a 5% de probabilidade e não significativo pelo teste F, respectivamente. GL - grau de liberdade. CV – coeficiente de variação em porcentagem.

Verificou-se que a AF reduziu linearmente com o aumento da CEa, sendo a redução mais acentuada quando as plantas foram cultivadas a céu aberto. As reduções lineares foram de 279,65 cm2 quando as plantas foram cultivadas a céu aberto e 135,16 cm2 quando cultivadas em telado para cada aumento unitário na CEa ( Figura 2.1).

Figura 2.1 – Área foliar (AF) de plantas de Morinda citrifolia cultivadas em céu aberto (CA) e telado (T) submetidas a níveis crescentes de sais da água de irrigação aos 110 DAT. Sobral - CE. 2011

Fonte: O autor.

Analisando-se o efeito isolado da matéria orgânica na área foliar de noni observa-se um acréscimo de 998,1 cm2 nos tratamentos acrescidos do referido insumo (Tabela 2.2).

Tabela 2.2 – Área foliar (cm2) de plantas de Morinda citrifolia em função da ausência e presença de matéria orgânica aos 110 DAT. Sobral - CE. 2011

Matéria Orgânica Área Foliar

Ausência de MO 2251,91 b

Presença de MO 3250,03 a

Médias seguidas da mesma letra, minúsculas nas colunas, não diferem pelo teste de Tukey (p < 0,01).

Os resultados que mostram redução da superfície foliar em função dos níveis crescente de salinidade avaliadas no presente estudo, corroboram com os relatados por diversos autores como: Souto (2011) em noni, Figueiredo, Faria e Silva (2006) em cafeeiro arábica cultivar Catuaí, Nazário et al. (2010) em cafeeiro conilon, Azevedo Neto e Tabosa (2000), em genótipos de milho, por Koyro (2006) em plantas P. coronopus, Bernstein, Kravchik e Dudai (2009) em plantas de O. basilicum, por Sabra, Daayf e Renault (2012) em espécies de Echinacea, por Tounekti et al. (2012) em plantas de S. officinalis e Nery et al. (2009) ao avaliaram o crescimento inicial do pinhão-manso (Jatropha curcas L.).

De acordo com Silva et al. (2009), uma das primeiras respostas das plantas submetidas ao estresse salino é a redução na taxa de crescimento foliar, e isto se deve à diminuição na divisão celular e expansão celular (Parida e Das, 2005). Já para Taiz e Zeiger, (2013), a diminuição da área foliar pode ser considerada uma defesa imediata e eficiente contra o déficit hídrico ocasionado pelo excesso de sais no solo visto que, sob tais condições,

a planta transpira menos, em função da menor superfície disponível para a perda de água, entretanto, essa redução também reduz a capacidade de produção de fotoassimilados, o que limita a produtividade da planta sob condições de estresse.

A salinidade do solo reduz o potencial osmótico, refletindo na diminuição da absorção de água pelas plantas, comprometendo os processos fisiológicos. Assim, as plantas podem apresentar modificações morfofisiológicas a fim de aumentar sua tolerância à salinidade, com destaque para a redução na emissão e no alongamento das folhas, diminuindo a superfície (TESTER; DAVENPORT, 2003).

Para Silva (2011) a redução da expansão da área foliar na pesquisa com noni pode ter sido provocada, em maior parte, pelos efeitos tóxicos dos sais absorvidos pelas plantas, pela baixa capacidade de ajustamento osmótico da cultura e pela redução do potencial total da água provocado pelo aumento da concentração salina, causando injúrias nas folhas como queimaduras nas bordas ou sintomas de clorose nas folhas.

O ambiente quando analisado isoladamente proporcionou um acréscimo estatisticamente significativo de 0,00252 g dm-2 na massa específica foliar nas plantas cultivadas a céu aberto quando comparada as cultivadas em telado. Já o grau de suculência das plantas não foi influenciado estatisticamente pelos fatores ambientais (Tabela 2.3).

Tabela 2.3 – Massa específica foliar (MEF) (g cm-2) e grau de suculência (GS) (g H2O dm-2) e

em folhas de plantas de Morinda citrifolia em função dos ambientes, céu aberto (CA) e telado (T) aos 110 DAT. Sobral - CE. 2011

Ambiente MEF GS

CA 0,00668 a 0,03458 a

T 0,00416 b 0,03045 a

Médias seguidas da mesma letra, minúsculas nas colunas, não diferem pelo teste de Tukey (p < 0,01).

Analisando-se o efeito isolado da matéria orgânica nas variáveis MEF e GS constata-se na Tabela 2.4 que a presença de matéria orgânica proporcionou diminuição estatisticamente significativo de 0,00418 g dm-2 na MEF e de 0,02613 gH2O dm-2 no GS.

Tabela 2.4 – Massa específica foliar (MEF) (g dm-2) e grau de suculência (GS) (g H2O dm-2)

em folhas de plantas de Morinda citrifolia em função da ausência e presença de matéria orgânica aos 110 DAT. Sobral- CE. 2011

Matéria Orgânica MEF GS

Ausência de MO 0,00751 a 0,04558 a

Presença de MO 0,00333 b 0,01945 b

Avaliando-se o efeito da interação dupla sal x matéria orgânica na MEF observa- se na Figura 2.2 que a variável ajustou-se a um modelo linear, porém com um comportamento inverso quanto à ausência ou presença de matéria orgânica. Observa-se que a ausência de matéria orgânica proporcionou um incremento de 0,0006 g dm-2 na MEF para cada aumento unitário na CEa. Na presença do insumo constatou-se uma redução de 0,0003 g dm-2 na variável em relação aos níveis crescentes de salinidade.

Figura 2.2 – Massa específica foliar (MEF) (g dm-2) em folhas de plantas de Morinda citrifolia em função da ausência e presença de matéria orgânica, submetidas a níveis crescentes de sais da água de irrigação aos 110 DAT. Sobral- CE. 2011

y = 0,0006x* + 0,0057 R² = 0,72 y = -0,0003x* + 0,0041 R² = 0,85 0,001 0,003 0,005 0,007 0,009 0,011 0,013 0,015 0 1,5 3 4,5 6 M E F ( g d m -2) Níveis de Sais (dS m-1) smo cmo Fonte: O autor.

Diversos autores têm comprovado a influência dos efeitos dos sais em variáveis como a suculência e a massa específica foliar. Trindade et al. (2006) e Lacerda et al. (2006) constataram aumento significativo na suculência foliar e massa específica foliar em plantas de Vigna unguiculata submetidas a estresse salino. Larcher (2006) inferiu que a importância da suculência foliar em plantas expostas a estresse salino deve-se a regulação da concentração de sais nos tecidos foliares e dependem diretamente da absorção, transporte e acúmulo de íons nos tecidos foliares, contribuindo para reduzir o efeito dos sais sobre o crescimento da planta.

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