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5 A NATUREZA E OS PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

5.4 Procedimentos

5.4.1 Desenvolvimento da SD e procedimentos de coleta de dados

5.4.1.3 Terceira etapa: produção final

No sexto encontro, encerrando a SD e a coleta de dados, os alunos realizaram a produção final da carta de reclamação. Todavia, dessa vez não reescreveram os textos no papel – utilizamos a tecnologia no encontro final, a fim de motivar ainda mais a participação dos alunos. Além de digitar as cartas, eles teriam a oportunidade de enviar – voluntariamente – seus textos para a SME, através da página oficial do órgão16.

Desse modo, a produção final foi elaborada no laboratório de informática da escola. Para isso, precisamos dividir a turma, já que não havia computadores suficientes para todos os alunos da turma trabalharem ao mesmo tempo. Metade da turma foi na primeira aula e a outra metade na segunda aula. Enquanto uma parte da turma estava no laboratório, a outra ficava na biblioteca fazendo leituras.

Apesar da motivação com o uso do computador, alguns alunos mostraram um pouco de dificuldade ao utilizar o programa de edição de textos (Word), mas nada sério, pois não utilizamos ferramentas difíceis e eles puderam contar com o auxílio do professor e dos colegas para esclarecer as dúvidas. O trabalho mais intenso foi ao salvar todos os documentos, mas como os alunos concluíam em momentos diferentes, e alguns que já tinham conhecimento puderam ajudar, não tivemos maiores problemas.

Entendemos que é importante reservar uma carga horária maior para a atividade

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no laboratório, tendo em vista o tempo necessário para abrir e salvar os documentos, explicar os procedimentos da aula e desligar os computadores ao final da aula. Porém, para isso, a turma teria que produzir em dias diferentes: um dia, metade da turma na biblioteca e a outra metade no laboratório, e o inverso na aula seguinte. Outra opção, que já não depende do professor, seria que o laboratório oferecesse mais computadores, para que toda a turma ficasse durante as duas aulas no mesmo dia.

Com essa atividade, buscamos integrar a escrita à mão com a escrita digital, transitando do papel à tela do computador, explorando a velocidade e a flexibilidade dos recursos na escrita digital, que proporciona uma maior percepção gráfica e visual do texto (VIEIRA, 2005).

Os alunos responderam muito bem ao incentivo da tecnologia e, inclusive, pediram mais aulas de produção de texto no laboratório, destacando que digitar também é uma forma de escrever e que o computador tem ferramentas que podem auxiliá-los no processo de aprendizagem. Foi um encontro bastante movimentado e, sobretudo, dinâmico e produtivo.

Em virtude da falta de tempo nesse encontro, após a realização da produção final, avaliamos o desenvolvimento do projeto com a turma em aula posterior. A aplicação da SD foi considerada bastante proveitosa também pelos alunos. A maioria gostaria de participar de mais projetos desse tipo, pois além de ter atividades diferentes (com textos fora do livro didático, atividades em duplas, em grupos e com uma etapa no laboratório de informática), puderam esclarecer dúvidas em relação ao gênero estudado e melhorar o desempenho na produção de textos escritos.

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6 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA ESCRITA DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Neste capítulo, discutiremos e analisaremos os dados coletados antes da aplicação dos módulos (produção inicial) e após o desenvolvimento destes (produção final), a fim de verificar o desempenho dos alunos e certificar que o desenvolvimento da sequência didática, como proposta de intervenção para o desenvolvimento da competência escrita dos alunos do Ensino Fundamental, pode proporcionar progressos nas habilidades de produção de textos.

Apresentaremos os principais dados da pesquisa, tais como: número de alunos participantes em cada produção e em cada módulo, de estudantes que participaram de todas as atividades (foram os textos desses que consideramos para a análise), principais dificuldades quanto aos elementos estruturais do gênero, e principais reclamações citadas nos textos – e se estas apresentavam argumentos ou não, pois a construção de argumentos foi um dos itens trabalhados na SD.

Para a análise das duas versões produzidas pelos alunos que participaram de todos os encontros, fazendo o comparativo entre as produções inicial e final, partimos de categorias baseadas na estrutura composicional do gênero trabalhada durante a SD. Assim, teremos três principais subseções destinadas a analisar os elementos constitutivos presentes na abertura do evento, no corpo da carta e no encerramento do contato.

A análise e a reflexão sobre os dados consideraram as hipóteses levantadas no início de nossa pesquisa, que julgamos imprescindível recapitular: a) nas aulas de produção de texto, é importante propor ao aluno atividades voltadas para os diferentes subprocessos e habilidades envolvidos no ato de redigir, na medida das necessidades dos aprendizes, tais como: gerar e organizar ideias, planejar o texto, esboçá-lo, editá-lo e publicá-lo à audiência pretendida; b) o ensino da sequência argumentativa e da estrutura composicional de gênero pertencente a esta tipologia poderá contribuir para minimizar as principais dificuldades observadas nos textos dos alunos, além de favorecer o desenvolvimento da competência discursiva e da construção argumentativa em textos escritos de alunos de 9º ano; c) os textos produzidos após o desenvolvimento da sequência didática, ou seja, as produções finais, apresentarão avanços e resultado satisfatório no que se refere ao processo de produção escrita

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e à apropriação do gênero carta de reclamação quando comparados aos textos escritos antes das atividades dos módulos.

A primeira hipótese foi considerada na elaboração das atividades e no planejamento dos encontros da SD, especialmente nos quatro módulos aplicados. Trabalhar os subprocessos da escrita auxiliou os alunos a desenvolverem melhor seus textos após a revisão, quando comparados aos seus primeiros textos, conforme ratificaremos ao longo da análise dos dados.

As hipóteses relacionadas ao desempenho dos alunos, que pretendemos confirmar neste capítulo, correspondem aos itens b e c. Empenhamo-nos em verificar nos textos dos alunos os avanços referentes à apropriação do gênero carta de reclamação e à construção de argumentos, fundamentais para o desenvolvimento de um gênero da sequência argumentativa. Desse modo, relataremos as dificuldades trabalhadas com eles durante os módulos e como percebemos o aperfeiçoamento dos textos.

No total, 29 (vinte e nove) alunos participaram das atividades da SD. No entanto, como mencionado, selecionamos as produções dos que participaram de todos os encontros, que foram 20 (vinte) alunos. Assim, totalizamos 40 (quarenta) textos analisados: 2 (dois) de cada um dos participantes, que identificamos como P1 a P20 (participante nº 1 a participante nº 20).

Para demonstrar os resultados, levantamos os dados e os lançamos em uma planilha do programa Microsoft Excel para, em seguida, gerarmos os gráficos apresentados neste trabalho.