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4 MÉTODOS

4.3 Terceira Fase Pesquisa de Levantamento: Entrevista

Para Goode e Hatt (1969:237), citado por Marconi e Lakatos (2003), a entrevista "consiste no desenvolvimento de precisão, focalização, fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação". Trata-se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária.

A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado, sobre determinado assunto ou problema.

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De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.195) os objetivos são os seguintes:

a) Averiguação de "fatos". Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas informações são capazes de compreendê-las.

b) Determinação das opiniões sobre os "fatos". Conhecer o que as pessoas pensam ou acreditam que os fatos sejam.

d) Descoberta de planos de ação. Descobrir, por meio das definições individuais dadas, qual a conduta adequada em determinadas situações, a fim de prever qual seria a sua.

Foi feita uma entrevista estruturada, onde o pesquisador seguiu um roteiro previamente estabelecido (APENDICE C). O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do entrevistado.

De acordo Marconi e Lakatos (2003), o formulário é definido como "uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua orientação". Portanto, o que caracteriza o formulário é o contato face a face entre pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador, no momento da entrevista.

São três as qualidades essenciais de todo formulário, apontadas por Ander- Egg, citado por Marconi e Lakatos (2003):

a) Adaptação ao objeto de investigação.

b) Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho. c) Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório

Uma observação importante de acordo com Marconi e Lakatos (2003) é que o formulário pode ser usado para alfabetizados e analfabetos, porque o seu preenchimento é feito pelo pesquisador, além de ser um instrumento flexível pois permite a reformulação de itens de modo a ajustar o formulário ao entendimento do informante.

Portanto o formulário é o instrumento de pesquisa adequado aos permissionários, pois o público alvo tem um nível sócio cultural que pode variar muito, a aplicação da entrevista pelo pesquisador tende a facilitar a obtenção de informações, visto que há manipuladores analfabetos e outros que possuem somente o ensino fundamental.

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Outro fator que facilitou a aplicação do formulário é que foi realizado pelo próprio pesquisador, nos quiosques da orla da praia, após a aplicação da lista de verificação, o que facilitou a sua participação. Foi necessário um agendamento prévio juntamente com os proprietários dos quiosques, para a aplicação da lista de verificação e da entrevista, nos dias e horários disponíveis e que contavam com um menor número de clientes.

4.3.1 Análise de conteúdo tipo temática

Para a análise das entrevistas o método utilizado foi a análise de conteúdo. O seu foco é a qualificação as vivências do sujeito, bem como suas percepções sobre determinado objeto e seus fenômenos (BARDIN, 1977).

Esse tipo de abordagem, propicia a criação de novas abordagens, revisão e criação de novos conceitos e categorias durante a investigação. Desta forma, a pesquisa qualitativa proporciona um modelo de entendimento profundo de ligações entre elementos, direcionado à compreensão da manifestação do objeto de estudo (MINAYO, 2007). Para Bardin (2007) a análise de conteúdo se constitui de várias técnicas onde se busca descrever o conteúdo emitido no processo de comunicação, seja ele por meio de falas ou de textos.

4.3.1.1 Etapas da análise temática de conteúdo

Operacionalmente, a Análise Temática de Conteúdo, segundo Minayo (2007), desdobra-se nas etapas de pré-análise, exploração do material ou codificação e tratamento dos resultados obtidos/ interpretação.

Primeira etapa - Pré-análise: compreende a leitura flutuante. Requer do

pesquisador o contato direto e intenso com o material de campo, em que pode surgir a relação entre as hipóteses ou pressupostos iniciais, as hipóteses emergentes e as teorias relacionadas ao tema. Para Oliveira (2008) diz respeito à constituição do universo estudado, sendo necessário respeitar alguns critérios de validade qualitativa, são eles: a exaustividade (esgotamento da totalidade do texto), a homogeneidade, a

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exclusividade (um mesmo elemento só pode estar em apenas uma categoria), a objetividade (qualquer codificador consegue chegar aos mesmos resultados) e a adequação ou pertinência (adaptação aos objetivos do estudo).

Segunda etapa - Categorização: durante a etapa da exploração do material,

o investigador busca encontrar categorias que são expressões ou palavras significativas em função das quais o conteúdo de uma fala será organizado. A categorização, para Minayo (2007), consiste num processo de redução do texto às palavras e expressões significativas. A Análise Temática recorta o texto em unidades de registro que podem constituir palavras, frases, temas, personagens e acontecimentos, indicados como relevantes para pré-análise. Posteriormente, o pesquisador escolhe as regras de contagem por meio de codificações e índices quantitativos.

Terceira Etapa: tratamento dos resultados: busca-se, nesta etapa, colocar

em relevo as informações fornecidas pela análise, através de quantificação simples (frequência) ou mais complexas como a análise fatorial, permitindo apresentar os dados em diagramas, figuras, modelos etc. A partir daí o analista realiza interpretações, inter-relacionando-as com o quadro teórico desenhado inicialmente ou abre outras pistas em torno de novas dimensões teóricas e interpretativas, sugerida pela leitura do material (MINAYO, 2007).

4.3.2 Coleta e análise dos dados

A coleta de dados ocorreu após agendamento com os proprietários dos quiosques no período de agosto/2017 a abril/2018. As respostas foram anotadas e o registro foi feito com as mesmas palavras que o entrevistado usou.

4.3.3 Aspectos éticos

Este estudo ocorreu em conformidade a Resolução n° 466/2012 e todos os participantes atestaram a sua ciência assinando a autorização para o desenvolvimento da pesquisa (APÊNDICE D) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE A)

Por questões éticas, a coleta de dados teve início após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (ANEXO A) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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