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F i – Fator de correção para as intervenções realizadas.

4.7. classiFicaÇões nUMéricas do risco

4.7.1. Termo “classificação”

“Classificar” provém das palavras latinas classis e facere, do latim

classis, termo usado pioneiramente para caracterizar cidadãos em posi-

ções distintas da ordem social ou jurídica. Atualmente, a palavra é usada para distinguir séries ou, num conjunto, o grupo ou a divisão que apre- senta características semelhantes e, até mesmo, para indicar categoria e/ ou ordem. (CAMPOS, 2008)

Os diversos tipos de classificação existentes fazem parte do conjun- to de instrumentos utilizados para representar o conhecimento de uma área de saber, além de terem a capacidade intrínseca de se constituir em linguagens de indexação e recuperação de informações.

De acordo com Apostel (1963 apud CAMPOS, 2008), há cinco ca- racterísticas gerais para um sistema de classificação geral:

1ª – Cada classificação possui um determinado mecanismo classifi- cador que executa, melhor ou pior, as operações necessárias à clas-

sificação;

2ª - Cada classificação segue uma ou mais sistemáticas de multiplici-

dade de fins que, em última análise, vão determinar a sua estrutura;

3ª – Cada classificação exerce sobre um conjunto de realidade, cujas estruturas internas tornam essa função mais ou menos fácil, as ope- rações necessárias à classificação;

4ª – Cada classificação se constrói no contexto das classificações prece- dentes, ou seja, sob uma flexível influência histórica das classificações

dos domínios ao longo do qual o domínio classificado pode ser mo- dificado, as divisões podem ser completadas e novos critérios de classificação podem ser acrescentados;

5ª – Para cada classificação, existe um produto externo da atividade classificadora, isto é, toda classificação supõe uma dupla operação: o estabelecimento de equivalências entre classes do espaço classifi- catório global e o estabelecimento de hierarquias entre subclasses no interior das classes previamente estabelecidas.

Nesse sentido, as classificações podem ser baseadas na presença ou ausência de uma determinada propriedade ou em uma proprieda- de qualificada como diferença específica. A escolha entre uma ou outra propriedade resultará em diferentes arranjos de cenários para classificar, impondo-se, portanto, diferentes classificações. Assim, classificar é es- colher uma entre outras classificações existentes, logicamente possíveis, mediante a adequação de justificativas para a escolha feita.

Vale ressaltar a questão da arbitrariedade da classificação, pois a es- colha da classificação faz-se a partir da observação das afinidades que permitem reunir classes das diversas realidades a classificar (PEREL- MAN, 1963 apud CAMPOS, 2008). No processo de construção de uma classificação específica, primeiramente realiza-se a coleta de termos pró- prios existentes na área e finaliza-se com a etapa de agrupamento dos termos em facetas, ordenando-os em categorias.

Destaca-se que a principal propriedade da estrutura classificatória registrada dentro do arcabouço da teoria é a “característica”. As carac- terísticas são usadas para comparar os elementos classificatórios, pre- tendendo formar classes e, dentro destas, as cadeias e os alinhamen- tos. Salienta-se que, no agrupamento de termos dentro de cada faceta, é primordial decidir se todos os termos incluídos numa categoria podem ser arranjados numa única árvore hierárquica, por meio da aplicação de uma sucessão de características. Logo, determinarão classes mutuamen- te excludentes e completas dentro do contexto imediato e modulado,

Constitui uma convenção útil definir medição como a atribuição de números a objetos ou acontecimentos segundo uma regra rigorosa. Uma vez que há diferentes regras, há diferentes formas de medidas; para cada uma delas obtém-se certo grau de isomorfismo entre as relações empíricas dos objetos e as relações formais dos números. Para Vellen e Wilkinson (1993), torna-se necessário diferenciar as variáveis qualitati- vas (nominais e ordinais) das quantitativas (interpolares e de razão) e discutir a aplicabilidade das técnicas estatísticas aos diversos níveis de mensuração.

Se, por um lado, estuda-se a natureza do que se quer medir, por outro se desenvolvem técnicas para medir. Aparecem, claramente, dois campos de investigação: o vetor psicológico procurando definir o con- ceito e os fenômenos observáveis que o revelam e outro, de caráter matemático, procurando definir a medida de uma forma ampla e preci- sa, permitindo a construção de escalas (campo metodológico), que tra- duzam os fenômenos observáveis em números. Ambas as frentes estão em constante diálogo, influenciam e promovem os avanços e os recuos próprios do conhecimento. (DA CUNHA, 2007)

Dentro desse contexto, a bibliografia específica apresenta um gran- de número de medidas de similaridade ou de dissimilaridade, propostas e utilizadas em análise de agrupamento, sendo a escolha entre elas base- ada na preferência e/ou na conveniência do pesquisador (BUSSAB et. al., 1990). Uma vez escolhida a definição da medida de dissimilaridade a ser utilizada, a etapa seguinte é a adoção de uma técnica de agrupamento para a formação dos grupos. Para a realização dessa tarefa, existe um grande número de métodos disponíveis, dos quais o pesquisador tem de decidir qual o mais adequado ao seu propósito, uma vez que as diferen- tes técnicas podem levar a diferentes soluções. (SOUZA et. al., 1997)

Nota-se que o caminho percorrido na construção de escalas é longo e, por vezes, complexo. Referindo-se apenas às questões metodológicas e às limitações que a matemática impõe, há várias abordagens desse tipo de construção. Neste estudo, optou-se, como base de conceito para a elaboração de escala da metodologia proposta, a escala do tipo Guttman

(1944), e como tipo de análise de dados, o método de análise multivaria- da do tipo Cluster (agrupamento), que são resumidamente explanados a seguir.