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Tese de Doutoramento – “Selecting public street and park trees for urban

criteria” – Nova Zelândia

A Nova Zelândia situa-se no hemisfério sul no oceano pacífico. O clima é ameno e temperado marítimo. O extremo norte tem um clima subtropical durante o verão e as áreas alpinas no interior da ilha do sul podem ser frias. No inverno, a maior parte do país está localizada perto da costa tendo temperaturas amenas (New Zealand Tourism, s/d).

Nesta análise estudou-se o método de seleção da vegetação arbórea através da tese de doutoramento realizada por (Behrens, 2010), o qual tem como objetivos apresentar os fundamentos teóricos para a seleção de espécies arbóreas para ambientes urbanos, apresentar teorias e princípios ecológicos e biogeográficos selecionados que possam afetar a seleção de espécies arbóreas e apresentar uma proposta de critérios ecológicos e biogeográficos de seleção de árvores. Em suma, o autor em questão encontrou quatro tipos de critérios de seleção, tais como:

 Ambientais - englobam os constrangimentos fisiológicos e as restrições ambientais urbanas, isto é, o clima, a topografia, o tipo de solo, as interações da árvore com o que lhe rodeia, seleção de diferentes espécies para captar diferentes índices de poluição, a manutenção da árvore e a adaptação da árvore em diferentes estruturas e infraestruturas;  Sociais - contêm os aspetos estéticos e de design e as condições de segurança, isto é, a forma da árvore e do seu tamanho na maturidade a uniformidade de crescimento, a perigosidade para a população, a estratificação da árvore e a prevenção da criminalidade através da plantação;

 Económicos - fator que engloba a plantação, a manutenção, a remoção da vegetação arbórea e o valor económico onde a vegetação pode oferecer poupança de energia, remoção de poluição, entre outras;

 Ecológicos - fator que contém a diversidade de espécies de árvores, a diversidade da idade de cada planta, os habitats selvagens e a abordagem ecológica comunitária.

(Behrens, 2010) salienta a importância da diversidade de espécies na plantação de modo a combater as pragas, isto é, a vegetação fica menos suscetível à propagação de pragas e

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1.7.

Artigo Científico –

World-wide dataset of tree crown measurements of

22 common urban tree species. Crown size and growing space requirement of common tree species in urban centres, parks, and forests

O artigo em questão aborda o tamanho da copa das árvores e o quanto é importante no espaço urbano e na afetação que esta provoca nas zonas pedonais e rodoviárias. Para tal, os autores relacionaram cinco tipos de extensão da copa: relação média da altura da árvore, raio da copa, área de progressão da copa e volume da copa dependendo do diâmetro para cada tipo de aplicação. Através da análise de dados tem-se a noção dos benefícios das árvores em meio urbano, como por exemplo: promove ao espaço um valor estético e cultural, aumenta a biodiversidade, mitiga a ilha de calor, reduz o escoamento de águas pluviais, fixa o carbono e serve de filtro de ar refrescando o ambiente em seu redor.

Feitas as conclusões, (Pretzsch et al., 2015) afirmam que as copas de grande dimensão fazem aumentar a filtração de partículas finas, o sombreamento e aumenta a transpiração promovendo a colmatação do aquecimento provocado pela circulação rodoviária. Em contrapartida, este tipo de copa pode interferir nas diversas infraestruturas, cabos elétricos, na via rodoviária, provocando estragos e aumentando assim a sua manutenção. É necessário saber, antes de plantar uma árvore, o espaço que a copa ocupa bem como as suas necessidades fisiológicas para não haver a necessidade do seu abate. (Pretzsch et al., 2015)

Tabela 1: Síntese dos critérios selecionados pelos casos de estudo. (Fonte: elaboração própria, 2017)

Obras / Critérios

A mb ie nta is S oc ia is E c o n ó m ic o s Ec ol ó gi c os e Su s te n tá v e C o e x is tê n c ia Du rab ili d a d e Perma nê n c ia

The Green City Guidelines - Techniques for a healthy liveable city

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Plano Gestion Aborlado Viario de Barcelona x x x

Connecting Londoners with Trees and Woodlands - A Tree and Woodland Framework for London

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Tree Planting Standart - City of New York Parks & Recreation

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City of Sydney Street Tree Master Plan – Part B - Tree Species Selection

Selecting public street and park trees for urban environments: the role of ecological and biogeographical criteria

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World-wide dataset of tree crown

measurements of 22 common urban tree species. Crown size and growing space requirement of common tree species in urban centres, parks, and forests.

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É de salientar a importante conjugação da área foliar da planta e da diversidade das espécies no espaço urbano. Quanto mais diversificadas forem as espécies mais eficazes são na captação de partículas de diferentes índices de absorção; há o combate da uniformidade de espécies, aumentando assim a sua diversidade e o controlo de doenças e a propagação de pragas, aumento da transpiração da árvore promovendo o microclima tornando os espaços urbanos mais frescos aumentando assim o conforto nas vias principalmente para os pedestres.

Sendo a árvore um elemento estrutural, decorativo do espaço urbano a sua seleção deve ser feita criteriosamente e a respeitar vários aspetos importantes para a melhoria da vida dos cidadãos bem como para a vida da planta em espaços urbanizáveis. Como tal, e através da bibliografia estudada, estipulou-se os fatores importantes, que no entender do autor, são relevantes no espaço urbano em Portugal.

Seguidamente apresentam-se os três fatores que levam a uma seleção eficaz da espécie arbórea:

 Ambientais, no que diz respeito a fatores ecológicos, a nível das alterações climáticas, à sustentabilidade, fazendo com que a árvore se adapte ao local, promoção da diversidade de espécies facilitando assim a captação de partículas poluentes.

 Económicos, a seleção da espécie seja de baixa manutenção em termos de reposição, do abate e da aplicação de fitofármacos para a prevenção de doenças e pragas.  Sociais e estruturantes, selecionar a espécie de acordo com as necessidades do local

e dos pedestres (tipo de arruamento, passeios…) e de modo a que a parte radicular não interfira nas estruturas e infraestruturas já existentes ou a ser construídas. A sazonalidade da árvore é um aspeto importante para a marcação do ritmo das estações através dos tons adotados ao longo do ano, mas também, através dos mesmos, a modificação da paisagem em meio urbano transmitindo à população o seu

O seguinte diagrama traça de uma maneira geral e sintetizados os fatores mais importantes para a seleção das espécies arbóreas.

Figura 2: Diagrama com os fatores mais importantes para a seleção das espécies arbóreas. (Fonte: elaboração própria, 2017)

Concluindo, todos os casos de estudo, uns mais explícitos do que outros, abordam os mesmos fatores (ambientais, económicos, sociais, ecológicos e sustentáveis, coexistência, durabilidade e permanência) para a seleção das espécies arbóreas em meio urbano, independentemente do clima em questão. Para o caso de Portugal, o autor selecionou no seu entender os três fatores que mais influenciam a seleção arbórea como se pode constatar na figura 2.

Capítulo III

Alterações Climáticas

“Os desafios que, neste século, se colocam no caminho para a mitigação das alterações climáticas são verdadeiramente gigantescos.” (Dr. Filipe Duarte Santos, in Alterações climáticas: situação atual e cenários futuros)

As alterações climáticas são identificadas como uma das maiores ameaças ambientais, sociais e económicas que o planeta e a humanidade enfrentam. (Limática, 2013). “Os cientistas recolheram múltiplas evidências de que, ao longo da história da Terra, o clima teve períodos relativamente estáveis e períodos em que ocorreram mudanças acentuadas. Contudo, mesmo nos períodos mais estáveis, existe uma flutuação natural do clima, designada variabilidade climática, que envolve uma variação natural dos parâmetros meteorológicos em torno das médias climáticas. Todavia, a variabilidade natural do clima não permite explicar as alterações que se têm vindo a registar, desde meados do século XIX, e que têm ocorrido a um ritmo muito superior a qualquer outra mudança climática detetada no passado geológico.” (EduMedia, 2011). A humanidade está perante um dos maiores desafios, o consenso e a interdisciplinidade para resolver esta temática, adotando estratégias que facilitem a adaptação da sociedade às novas condições de clima é crucial (Limática, 2013).