• Nenhum resultado encontrado

Teste de carga

No documento Reforço de estruturas com FRP's (páginas 68-72)

Capítulo 5. Controlo de Qualidade

5.3. Inspecção e controlo de qualidade in-situ

5.3.3. Inspecção após a instalação

5.3.3.4. Teste de carga

Em alguns casos, as estruturas reforçadas com sistemas FRP podem ser sujeitas a ensaios de carga para verificar o desempenho do sistema de reforço em serviço. Sempre que seja necessário efectuar ensaios de carga, deve ser consultado um engenheiro experiente o qual deve ser o responsável pela execução dos testes. O engenheiro deve fornecer um relatório escrito sobre todos os aspectos relativos ao controlo e garantia de qualidade, testes e resultados.

5.4. Comentário sobre a abordagem das diferentes normas em relação

ao controlo de qualidade

Após a análise da norma “Externally bonded FRP reinforcement for RC structures” da fib, “Guide for the design and construction of externally bonded FRP systems for strengthening concrete structures” do ACI Committee 440, do módulo educacional “Introduction to FRP composites for construction” do ISIS-Canada e da “Guide for the Design and Construction of Externally Bonded FRP Systems for Strengthrning Existing Structures” do CNR podem-se fazer alguns comentários acerca da abordagem da mesmas em relação ao controlo de qualidade.

Dos documentos analisados, o que melhor aborda a questão do controlo de qualidade é a norma elaborada pela fib. Esta norma dedica um capítulo, o capítulo 8, à execução prática e controlo de qualidade dos sistemas FRP. Especifica os procedimentos recomendados desde a execução prática dos processos de reparação, preparação das superfícies de betão, preparação e aplicação dos sistemas FRP-EBR até ao acabamento final.

Em relação ao controlo e garantia de qualidade, aborda a forma como este controlo é feito, desde os materiais, construtor/aplicador até as fases antes, durante e após a aplicação dos sistemas. Para a caracterização e controlo de qualidade dos materiais, refere as propriedades geométricas, físicas, mecânicas e durabilidade exigidas, bem como as normas que as estabelecem. Para o controlo de qualidade in-situ, antes e durante a execução prática, esta norma identifica quais os aspectos que devem ser avaliados e controlados pelo engenheiro desde o controlo dos materiais quando chegam à obra até ao controlo das condições e processos de aplicação. Em relação ao controlo de qualidade após a execução, a norma refere algumas técnicas não destrutivas e parcialmente destrutivas que permitem diagnosticar a presença de vazios, delaminações, bolsas de ar, etc. Em relação à reparação destas imperfeições, é feita uma simples descrição da forma como pode ser feita.

A norma do ACI, subdivide a questão do controlo de qualidade em vários capítulos. No capítulo 4 são tratadas as questões relativas ao manuseamento, transporte e armazenamento dos produtos e dos sistemas FRP. Aqui é descrita de forma sintética e, por vezes um pouco omissa, os cuidados de segurança a ter e os procedimentos correctos para cada etapa, manuseamento, transporte e armazenamento.

No capítulo 5 são tratadas, de forma simples e clara, as questões relacionadas com a instalação dos sistemas. Desde a qualificação e competência do construtor, equipamentos usados até à preparação do substrato, aplicação e cura dos sistemas, é feita uma descrição bastante objectiva dos requisitos exigidos, valores exigidos para algumas características, e formas óptimas de execução.

O capítulo 6 é estritamente ligado às questões do controlo de qualidade in-situ, onde é descrito de forma clara e objectiva quais os aspectos relevantes no processo de controlo de qualidade e indica as normas aplicáveis que estabelecem os valores, as características exigidas e os métodos de ensaio. Relativamente à inspecção in-situ, é apresentada uma lista de pontos que devem ser verificados e registados no decorrer da obra. Quanto à avaliação e

Controlo de qualidade

aceitação dos materiais a norma é bastante clara, fazendo uma descrição das características e requisitos que os materiais devem satisfazer, referenciando normas para o seu ensaio. Na avaliação e aceitação dos trabalhos, a norma estipula limites para as imperfeições, para as características da cura da resina, adesão ao betão e espessura final do sistema. São referidas normas e ensaios normalizados que permitem fazer esta avaliação.

O módulo educacional 6 do ISIS-Canada, tal como a ACI 440.2R-02, trata as questões relativas ao manuseamento, transporte e armazenamento dos produtos constituintes dos sistemas FRP, sendo também os varões FRP tema discutido.

Relativamente aos processos de instalação dos sistemas FRP-EBR, é feita uma descrição objectiva da forma como este é feito e de quais os equipamentos que são utilizados.

Em relação ao controlo e garantia de qualidade, o módulo educacional 6 faz uma descrição clara da forma como se processa e quais os aspectos relevantes a ter em conta durante o processo de controlo de qualidade antes, durante e após a execução da aplicação dos sistemas FRP. No entanto, não é feita nenhuma referência a normas que regulem os ensaios que permitem avaliar a qualidade dos materiais e sistemas aplicados, embora sejam indicadas as características e os valores exigidos.

No documento proposto pelo CNR o controlo de qualidade é abordado já na fase de produção do FRP. Refere que devem ser cumpridos dois níveis de qualidade dos sistemas FRP, o nível 1 – onde são definidas estatisticamente as propriedades físicas e mecânicas e o nível 2 – onde são definidas as propriedades físicas e mecânicas a longo prazo. Para cada um destes níveis é apresentada uma lista exaustiva de normas aplicáveis a cada propriedade das fibras. Ainda no capítulo 2 são dadas indicações e recomendações que os instaladores devem cumprir e ter em atenção, bem como os cuidados a ter no transporte armazenamento e manuseamento dos sistemas e produtos FRP.

Já noutro capítulo, uma simples abordagem é feita às condições de instalação, monitorização e controlo de qualidade durante e após aplicação do reforço.

Destes quatro documentos analisados, pode-se concluir que a norma da fib é que melhor aborda as questões relativas ao controlo e garantia de qualidade, no entanto considera-se que, tanto o módulo educacional canadiano como a guideline do ACI também são bons documentos a seguir, embora não sejam tão específicos.

Existe uma outra norma de ensaios, ACI 440K, do ACI Committee 440 (ACI 440K, 2001), que apresenta modelos de métodos de ensaio para determinar as propriedades mecânicas a curto prazo e a longo prazo, determinar propriedades termo-mecânicas e ensaios de durabilidade de varões e mantas/tecidos FRP. É possível aplicar esta norma para determinar as características e propriedades dos produtos e sistemas e assim conseguir saber se apresentam os requisitos necessários ao desempenho da sua função e qualidade.

Capítulo 6.

No documento Reforço de estruturas com FRP's (páginas 68-72)

Documentos relacionados