• Nenhum resultado encontrado

4.2 Testes de hipóteses

4.2.2 Teste de Wald

O teste de Wald (Wald,1943) é um teste de hipótese assintótico que, desta forma, depende de haver um número grande o suficiente de observações amostrais. Sejam θ? = [θ01, θ00]0 o conjunto dos parâmetros sob a hipótese nula,θb

?

n as estimativas (sob o modelo restrito) dos parâmetros e

b

θn as estimativas (sob o modelo irrestrito) dos parâmetros para uma amostra de tamanho n ≥ 1

e K(bθn) a matriz de informação observada de Fisher, então (Lehmann; Romano,2005, p. 510), n(bθnθb ? n)0K(θbn)(bθnθb ? n) n→∞ −→ χ2p−q

em que o número de graus de liberdade p − q = dim θ?− dim θ0. A hipótese nula é rejeitada se

Q = n(θbnθb

?

)0K(θbn)(bθnθb

?

) ≥ c1−γ;p−q (4.16)

em que c1−γ;p−q é o percentil de ordem 1 − γ da distribuição qui-quadrado com p − q graus de liberdade.

58 Capítulo 4. Inferência para os modelos

Existência de avaliações ao acaso

O teste de Wald para a hipótese de não haver avaliações ao acaso no modelo binomial redimensionado e deslocado sem inflação (seção 2.2), dada pela hipótese H0 : α0 = 0 contra H1 : α0 6= 0) é tal que a matriz de informação de Fisher K(θ) é o inverso da matriz de variância

dada em (2.5). A estatística Q do teste (equação 4.16) segue uma distribuição qui-quadrado com 1 grau de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.6).

O teste de Wald para a hipótese de não haver avaliações ao acaso no modelo binomial redimensionado e deslocado com inflação (seção 2.3), dada pela hipótese H0 : τ0 = 0 contra

H1 : τ0 6= 0 é tal que a matriz de informação de Fisher K(θ) é o inverso da matriz de variância

dada em (2.6). A estatística Q do teste (equação 4.16) segue uma distribuição qui-quadrado com 1 grau de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.7).

No modelo binomial duplo (seção 3.1), o teste de Wald para a hipótese de não haver avaliações ao acaso, dado pela hipótese H0 : α0 = 0 contra H1 : α0 6= 0 é tal que a matriz de informação de Fisher K(θ) é o inverso da matriz de variância dada em (3.1). A estatística Q do teste (equação4.16) segue uma distribuição qui-quadrado com 1 grau de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.8).

Por fim, no modelo binomial multiplicativo (seção 3.2), o teste de Wald para a hipótese de não haver avaliações ao acaso, H0 : α0 = 0 contra H1 : α0 6= 0 é tal que a matriz de informação de Fisher K(θ) é o inverso da matriz de variância dada em (3.2). A estatística Q do teste (equação4.16) segue uma distribuição qui-quadrado com 1 grau de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.8).

Existência de inflação na avaliação ao acaso

No modelo binomial redimensionado e deslocado com inflação (seção 2.3), o teste de Wald para a hipótese de não haver inflação nas respostas ao acaso, H0 : τ0+ τ1+ τ2+ · · · + τt= 1 contra H1 : τ0 + τ1+ τ2+ · · · + τt ≤ 1, é tal que a matriz de informação de Fisher K(θ) é o

inverso da matriz de variância dada em (2.6), e a estatística Q (equação 4.16) do teste segue uma distribuição qui-quadrado com 1 grau de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.9).

Testes para os parâmetros de regressão

Considere que o vetor de parâmetros possa ser escrito, para o modelo binomial redimen- sionado e deslocado sem inflação (seção2.2), como θ = [α0, β0, β?0]0 em que β é o conjunto de parâmetros associados aos termos não restrito pela hipótese nula e β? é o conjunto de parâmetros associados aos termos que sofrem alguma restrição nos parâmetros devido à hipótese nula. Sem perda de generalidade, suponha que os termos 1 ≤ r ≤ t? ∈ N < t não sejam restritos pela

4.2. Testes de hipóteses 59

hipótese nula e que os termos t?< r ≤ t o sejam. A estatística do teste de Wald será calculada como em (4.16) e o número de graus de liberdade será p − q em que p é a dimensão do vetor β e q é a quantidade de parâmetros restritos em β?. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado no modelo não inflacionado usando a verossimilhança (4.10).

Para o modelo binomial redimensionado e deslocado inflacionado (seção2.3) o procedi- mento é similar. Se θ = [τ0, β0, β?0]0, com β e β? definidos como antes, então a estatística do teste de Wald será calculada como em (4.16) e o número de graus de liberdade será p − q em que p é a dimensão do vetor β e q é a quantidade de parâmetros restritos em β?. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado no modelo inflacionado usando a verossimilhança (4.11).

Nos modelos binomial duplo (seção3.1) e binomial multiplicativo (seção3.2), tomando

θ = [τ0, β0, β?0]0, com β e β? definidos como antes, então a estatística do teste de Wald será calculada como em (4.16) e o número de graus de liberdade será p − q em que p é a dimensão do vetor β e q é a quantidade de parâmetros restritos em β?. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado no modelo inflacionado usando a verossimilhança (4.12) com as respectivas distribuições de probabilidade.

Homogeneidade entre avaliadores (na avaliação por preferência)

No teste de homogeneidade entre avaliadores o interesse é verificar se, quando as avaliações são feitas por preferência, existem mais que um nível de preferência. Neste caso, sob a hipótese nula, o vetor de parâmetros para o modelo binomial redimensionado e deslocado sem inflação (seção2.2) pode ser escrito como θ?= [α, β0] em que α é o parâmetro da mistura e β é um vetor de dimensão p de parâmetros de regressão associado ao termo da avaliação sob preferência. O vetor de parâmetros no modelo irrestrito é dado por θ = [α0, β01, β02, . . . , β0t] em que α é um vetor de dimensão t com os parâmetros da mistura e os vetores dos parâmetros de regressão

βr, r = 1, 2, . . . , t possuem dimensão p. Desta forma, a estatística do teste é calculada como em (4.16) e se distribui de acordo com uma qui-quadrado com (t − 1)(p + 1) graus de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.13).

De forma análoga, para o modelo binomial redimensionado e deslocado inflacionado (seção2.3), o vetor de parâmetros no modelo irrestrito é dado por θ = [τ0, β01, β02, . . . , β0t] em que τ é um vetor de dimensão t com os parâmetros da mistura e os vetores dos parâmetros de regressão βr, r = 1, 2, . . . , t possuem dimensão p. Sob a hipótese nula o vetor de parâmetros é dada por θ = [τ, β0]. A estatística do teste é calculada como em (4.16) e é ditribuída de acordo com uma qui-quadrado com (t − 1)(p + 1) graus de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.14).

Finalmente, para os modelos binomial duplo (seção3.1) e binomial multiplicativo (se- ção 3.2), o vetor de parâmetros no modelo irrestrito é dado por θ = [α0, φ0, β01, β02, . . . , β0t] em que α é um vetor de dimensão t com os parâmetros da mistura, φ é um vetor de dimensão t com os parâmetros de variância e os vetores dos parâmetros de regressão βr, r = 1, 2, . . . , t possuem dimensão p. Sob a hipótese nula o vetor de parâmetros é dada por θ = [α, φ, β0]. A

60 Capítulo 4. Inferência para os modelos

estatística do teste é calculada como em (4.16) e é ditribuída de acordo com uma qui-quadrado com (t − 1)(p + 2) graus de liberdade. O vetor de parâmetros sob a hipótese nula é estimado usando a verossimilhança (4.15) calculada com as respectivas distribuições de probabilidade.

Documentos relacionados