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62% Colónias vivasColóniasmortas

Mapa 2. Percentagem de testes indicativos de populações de varroa resistentes ao amitraz Inconclusivos

5. TESTES DE APIÁRIO 1 INTRODUÇÃO

Como se supunha aquando da proposta desta acção a financiamento, a grande dependência nacional do fluvalinato e do amitraz para a contenção da Varroa criou uma grande pressão de selecção sobre as populações nacionais de Varroa, tendo criado condições indutoras do surgimento de populações de Varroa crescentemente resistentes a essas moléculas.

De facto, foi frequente a constatação destas situações de resistência, quer in loco (durante os milhares de inspecções de colónias, onde centenas/milhares de Varroas foram observadas sobre a população adulta das colónias coexistindo com tratamentos que se esperariam apropriados), quer em vários testes de campo, quer ainda nalguns testes laboratoriais.

As questões onde maiores incertezas se nos colocavam, quando propusemos o financiamento desta acção, relacionavam-se com (i) o significado que os maiores níveis de resistência teriam em termos de eficácia actual dos tratamentos com fluvalinato/amitraz e (ii) qual o interregno temporal nessa pressão de selecção para que se alcançassem as elevadas eficácias varroacidas inicialmente associadas a cada uma das moléculas consideradas.

Os testes de apiário relatados nesta secção abordaram, de forma controlada, estes assuntos, dando-se seguidamente conta dos principais métodos, resultados e conclusões a que chegámos.

5.2. METODOLOGIA

Dando cumprimento ao estabelecido no Protocolo de Prestação de Serviços celebrado no âmbito desta acção, foram seleccionadas 130 colónias de abelhas que foram posteriormente transferidas para 3 apiários experimentais (um em cada Instituição) de modo a permitir a redução (i) dos encargos com despesas de deslocação, (ii) da dimensão dos fenómenos de deriva e pilhagem e (iii) dos possíveis problemas associados ao acesso de formigas aos estrados das colmeias.

Tal como explicitado no supra-referido Protocolo de Prestação de Serviços, cada apiário experimental recebeu, pelo menos, 20 colónias hospedando Varroas oriundas de populações previamente identificadas como sendo resistentes ao Apistan / Apivar. Vinte outras colónias hospedaram Varroas expectavelmente susceptíveis a estes acaricidas. Neste grupo, 4 colónias foram mantidas sem qualquer tratamento, 4 foram permanentemente tratadas com Apistan e as restantes 12 foram sujeitas a dois tratamentos com Apistan/Apivar ou Apivar/Apistan. No grupo das colónias com Varroas “resistentes”, 4 a 6 colónias foram mantidas sem qualquer tratamento, e as restantes 16 a 24 foram sujeitas a dois períodos consecutivos de tratamento, intercalados por cerca de 10 dias. Em cada um destes períodos, metade das colónias foram tratadas alternadamente com Apistan e as restantes com Apivar, permitindo assim avaliar também a dimensão prática de eventuais fenómenos de resistência cruzada da Varroa ao Apistan /Apivar.

Todas as colónias foram sujeitas ao mesmo tipo de maneio e tomaram-se preventivamente medidas que contribuíssem para anular/reduzir a dimensão da enxameação em cada um dos apiários experimentais.

5.3. RESULTADOS

5.3.1. Resultados obtidos nos testes de apiário realizados no Instituto Politécnico de Bragança

Os testes de apiário foram realizados no apiário experimental da Escola Superior Agrária de Bragança, no Concelho de Bragança.

Populações de Varroa resistentes ao fluvalinato ou ao amitraz, previamente identificadas nos testes de campo/laboratório foram recolhidas em quadros de criação operculada de obreira.

Utilizaram-se 40 colónias de dimensões populacionais iniciais relativamente semelhantes, divididas pelos seguintes seis grupos experimentais:

Grupo 0 (Vd susceptíveis, Controlo negativo): 4 colónias, onde se introduziram Varroas expectavelmente susceptíveis ao fluvalinato/amitraz, mantidas sem qualquer tratamento até ao tratamento final de controlo. O principal objectivo foi (i) poder certificar que as condições ambientais em que decorreu o ensaio não foram suficientes para reduzir significativamente a possibilidade de expressão de eventuais fenómenos de manifestação de resistências nas populações resistentes de Varroas testadas nos grupos 5 e 6 e (ii) permitir comparações com as taxas médias de crescimento populacional das colónias do grupo 4.

Grupo 1 (Vd susceptíveis, Controlo positivo): 5 colónias mantidas permanentemente tratadas com fluvalinato, até ao fim do ensaio. O principal objectivo deste grupo foi poder monitorizar (identificar) se a reinfestação de colónias experimentais (com Varroas oriundas de outras colónias) poderiam eventualmente reduzir a dimensão estimada de eventuais fenómenos de resistências nas populações de Varroas testadas nos grupos 5 e 6. De modo a certificar a eficácia deste método de monitorização, foram periodicamente colhidas amostras de obreiras e de criação operculada de obreira e zângão (quando existente), no sentido de garantir que não se estava em presença de Varroas reinfestantes resistentes ao fluvalinato, que se poderiam estar reproduzindo nas colónias sem serem identificadas pelos registos de mortalidade de Varroas no grupo 1.

Grupo 2 (Vd susceptíveis, Apistan/Apivar): 5 colónias, onde se introduziram Varroas expectavelmente susceptíveis ao fluvalinato/amitraz, tratadas inicialmente com fluvalinato e posteriormente (na segunda série de tratamentos) com amitraz. O principal objectivo deste grupo foi permitir a comparação das eficiências do Apistan e do Apivar neste grupo com as dos grupos 5 e 6.

Grupo 3 (Vd susceptíveis, Apivar/Apistan): 6 colónias, onde se introduziram Varroas expectavelmente susceptíveis ao fluvalinato/amitraz, tratadas inicialmente com amitraz e posteriormente com fluvalinato. O principal objectivo deste grupo foi permitir a comparação das eficiências do Apistan e do Apivar neste grupo com as dos grupos 5 e 6.

Grupo 4 (Vd resistentes, controlo negativo): 4 colónias, onde se introduziram Varroas oriundas de populações identificadas como resistentes ao fluvalinato/amitraz, mantidas sem qualquer tratamento até ao tratamento final de controlo. Os principais objectivos para este grupo foram os de (i) estimar a taxa média de crescimento destas populações de “Varroas resistentes” e (ii) permitir termo de comparação com a evolução de outras populações de Varroas também previamente identificadas como resistentes ao fluvalinato/amitraz, mas sujeitas a um tratamento com fluvalinato e outro com amitraz (ou vice-versa, grupos 5 e 6).

Grupo 5 (Vd resistentes, Apistan/Apivar): 8 colónias, onde se introduziram Varroas resistentes ao fluvalinato/amitraz, inicialmente tratadas com Apistan e posteriormente com Apivar. O principal objectivo consistiu na avaliação da eficiência de campo dos acaricidas estudados, quando “desafiados” com Varroas oriundas de populações resistentes ao fluvalinato/amitraz. Adicionalmente - em associação (i) com os resultados obtidos no grupo 6 e (ii) com a situação induzida pela aplicação do tratamento final de controlo - permitir ter uma noção sobre eventuais fenómenos de resistência cruzada ao fluvalinato e ao amitraz nas populações de Varroas resistentes estudadas.

Grupo 6 (Vd resistentes, Apivar/Apistan): 8 colónias, onde se introduziram Varroas oriundas de populações identificadas como resistentes ao fluvalinato/amitraz, inicialmente tratadas com Apivar e posteriormente com Apistan. O principal objectivo para este grupo consistiu na avaliação da eficiência de campo dos acaricidas estudados, quando aplicados sobre Varroas oriundas de populações resistentes ao fluvalinato/amitraz. Adicionalmente - em associação (i) com os resultados obtidos no grupo 6 e (ii) com a situação induzida pela aplicação do tratamento final de controlo - permitir ter uma noção sobre eventuais fenómenos de resistência cruzada ao fluvalinato e ao amitraz nas populações de Varroas resistentes estudadas. Tipologia e evolução populacional das colónias usadas nos testes de apiário.

5.3.1.1. Tipologia e evolução populacional das colónias usadas nos testes de apiário

De modo a reduzir a transferência de Varroas entre colónias do apiário experimental, tomaram-se medidas no sentido de se tentar reduzir a dimensão dos fenómenos de deriva, bem como a probabilidade de ocorrência intra-apiário de fenómenos de pilhagem.

Os desenvolvimentos que, durante ensaio, viriam a ser observadas em cada um dos grupos experimentais (vide figuras 75 e 76) poderão ser globalmente considerados normais, face (i) às condições iniciais das colónias, (ii) às particularidades de tratamento experimental inerentes a cada grupo, (iii) à fase do ensaio a

Figura 75. Evolução [média ±±±± erro padrão da média (epm)] observada na criação operculada de obreira das colónias, durante todo o período experimental

Vd susceptíveis, Controlo negativo Vd susceptíveis, Controlo positivo Vd susceptíveis, Apistan/Apivar Vd susceptíveis, Apivar/Apistan Vd resistentes, Controlo negativo Vd resistentes, Apistan/Apivar Vd resistentes, Apivar/Apistan

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