• Nenhum resultado encontrado

3 ESTUDO DE CASO

4.1 TESTES NOS EQUIPAMENTOS ATIVOS

Feitos todos os testes na rede passiva e certificado que tudo está dentro dos limites de atenuação, reflexão e potência do sinal luminoso em cada ONU, é dado andamento na parte lógica dos testes. Instalados os equipamentos ativos na rede, é possível monitorar o desempenho da transferência de dados entre ONU e OLT, através da camada de aplicação do modelo OSI feitas a partir do site fast.com, que mostra se o cliente está recebendo a banda contratada e qual a latência de sua rede. Em ambos os casos, com a rede certificada os resultados foram os esperados, banda entregue conforme contratada e baixa latência (tempo que um sinal ou pacote de dados demora para ser transmitido do usuário até o seu destino).

Visto que os testes realizados na rede óptica padronizada apresentaram ótimos resultados no funcionamento do sistema, os experimentos na rede passiva podem ser avançados.

Para provocar eventos de atenuação e reflexão na rede óptica é preciso apenas realizar a conexão entre duas fibras através de um conector do tipo APC com UPC, dessa forma os núcleos das fibras não ficam em contato direto, tornando mais difícil o feixe de luz se propagar entre a interface ar/vidro, causando reflexão no sistema e consequentemente uma atenuação. De acordo com a ITU-T G.984.6 (2008), o índice de ORL do sistema não pode ser menor 32dB para o bom funcionamento da rede PON.

Os primeiros testes foram feitos com conexões inadequadas na entrada óptica da ONU-3 e também no splitter 1x2 localizado logo após a saída da OLT, com o interesse de afetar toda rede. Os eventos causados na rede não obedeceram às recomendações da ITU-T, apresentando níveis de ORL abaixo de 32dB, no entanto o sistema permaneceu funcionando corretamente, entregando a largura de banda correta para os usuários e nenhuma oscilação na entrega de serviço.

Visto que as alterações no sistema não bastaram para afetar o funcionamento do GPON, foram inseridos na rede mais eventos, com o intuito de prejudicar a comunicação entre ONU e OLT. Como pode ser visto na Figura 28 a

seguir, foram inseridos na rede óptica sinais luminosos provocados pelo equipamento OTDR no comprimento de onda 1310nm, simulando uma ONU com defeito no laser, emitindo luz continuamente e também intermitente, teoricamente transmitindo informação durante intervalos de tempo designados para outras ONUs. Para se ter um evento de maior grau, será acrescentado o laser de outra porta PON na saída de um dos splitters, dessa maneira o nível de reflexão em ambas as portas da OLT será elevado, já que estas transmitem no mesmo comprimento de onda 1490nm.

Figura 28 – Simulação de rede com alto incide de reflexão e laser de ONU intermitente.

Fonte: Autor

A Tabela 8, mostra os eventos vistos pela ONU-3. Devido à alta reflexão no evento 3, o próprio equipamento OTDR deixou de mostrar algumas atenuações na rede.

Tabela 8 - Refletância vista pela ONU-3.

Visto que a rede passiva está com parâmetros críticos de atenuação e reflexão, parte-se para análise lógica do sistema. Sabendo que a estrutura óptica está sofrendo interferências muito relevantes em sua camada física, o esperado é que as demais camadas sejam afetadas por estes sinistros.

Os mesmos testes realizados com a rede padronizada, foram feitos na rede com níveis críticos de reflexão. As aquisições dos dados surpreenderam com resultados positivos que a rede apresentou. Através do centro de comandos do Windows (CMD), é possível usar o comando ping, para tornar possível medir o tempo de resposta ao enviar um pacote de dados do computador em uso para outros dispositivos conectados na rede local ou internet, neste caso será o roteador com o endereço de IP 10.0.0.1. Em conjunto com o comando ping, foram feitos testes de velocidade no fast.com, para certificar caso tenha perda de pacotes ou alta latência na rede. Apresentado na Figura 28 os testes simultâneos realizados.

Figura 28 - Teste de velocidade e ping.

Fonte: Autor

Durante o teste de velocidade da internet, nota-se um aumento no tempo de resposta ao enviar pacotes de dados para o IP 10.0.0.2. Este incremento de alguns milissegundos é decorrente do momento em que é realizado o teste de velocidade de upload, considerado normal para qualquer que seja a rede. A largura foi entregue

ao usuário sem maiores problemas, com latência de 10ms, considerada baixa. Como mostra na Figura 29, não teve nenhum pacote perdido durante o teste.

Figura 29 - Teste ping, nenhum pacote perdido.

Fonte: Autor

Na interface GPON da OLT, nota-se que os resultados foram os mesmos, não teve perda de pacotes ou colisões destes, conforme mostra a Figura 30, o sistema ficou ativo durante 12h.

Figura 30 - Estatísticas interface GPON.

Fonte: Autor

Para ter certeza de que o sistema não teve nenhum evento de queda na interface GPOM ou alguma ONU oscilando sua conexão, os equipamentos ficaram

ligados durante 12h e expostos as influencias na camada física. Através da interface do Mikrotik é possível certificar que todas as conexões das ONUs ficaram ativas durante todo o período de teste, com exceção da conexão da ONU-3, que foi reiniciada alguns minutos após iniciar o teste de forma acidental. A interface do roteador é apresentada na Figura 31 abaixo.

Figura 31 - Interface roteador.

Fonte: Autor

Conforme os dados coletados durante os experimentos, a tecnologia GPON mostrou segurança e confiabilidade na entrega do serviço de transferência de dados. Mesmo a rede óptica exposta a eventos prejudiciais ao sistema, não houve perda de dados ou atraso na entrega dos mesmos.

Documentos relacionados