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Ficha Técnica

3. Texto de apoio

A conscientização política que visa a garantir os direitos de cidadania.

Nas universidades o período em que se começou a trabalhar as relações de gênero, se deu por volta da década de 1920 e 30, mas a emergência veio com um processo após os movimentos revolucionários da Europa ocidental - séc. XIV - após a Revolução Francesa (1789) e Revolução Filosófica Alemã.

Antes destas revoluções, francesa e filosófica, era um absurdo falar em igualdade, cidadania. O debate sobre as Relações de gênero foi fruto do amadurecimento das relações capitalistas de produção, herança revolucionária das minorias políticas (trabalhadores, mulheres). Foi na mudança do sistema Feudal para o Liberal: substituição da aristocracia pela burguesia, momento em que os movimentos socialistas, aí também incluído o das mulheres.

Segundo a professora Lúcia Avelar, feminismo não é nome feio, antes "é adquirir consciência de direitos, conscientizar-se de que sua situação desigual é decorrente de uma estrutura social”. Temos que limpar o conceito. O nosso trabalho de educação popular deve ajudar os indivíduos a se enxergarem como responsáveis por sua posição social, as relações não são de dominação, "por que Deus quis assim".

A organização dos trabalhadores se deu de modo diferente no capitalismo Norte-Americano e Europeu. Temos, assim, que o feminismo construído nos EUA é bastante diferente: surgiu junto com a idéia de que o indivíduo cresce na organização por ele próprio, não pela organização;

A construção da luta dos trabalhadores por igualdade na Europa se deu dentro do coletivismo: foi a experiência das guildas européias (trabalho junto com a família) que contribuiu para a organização política (organização para o trabalho).

O processo do trabalho político coletivo se dá dessa forma: no coletivo (grupo) os indivíduos se reconhecem através do/a outro/a; “Enxergo-me no/a outro/a que é meu/minha igual”. É o que se chama dialética do reconhecimento. É o trabalho de reconhecimento recíproco que nos dá identidade individual e coletiva, que ultrapassa a nossa existência banal de ser um/a. Eis a chave para organização popular: o reconhecimento social.

A mudança advém da criação de consciência de igualdade. Nesta linguagem da igualdade, não tem diferença o homem lutar pelas causas feministas e a mulher pelas causas sociais. Se trata de focos diferentes da mesma luta pela igualdade social.

Na concepção da elite burguesa: o homem é a força de trabalho e a mulher aconchego do lar. Quando a mulher saiu disto? Quando o salário do homem não era suficiente, e a mulher reivindicou um trabalho que lhe desse maior satisfação: foi o rompimento da estrutura da familiar burguesa.

O conceito de família hoje é diferente: de amigos, duas mulheres, só mulheres, homens: com isto, muda-se o próprio conceito de sociedade!

Nesta luta pela igualdade um momento importante foi a conquista do sufrágio (direito ao voto) pelas mulheres. Quem votava? Quem possuía terra (em todos os países do mundo). Foi uma conquista através dos tempos. No Brasil, os soldados, padres, negros, mulheres, não tinham este

9 direito assegurado. A extensão do voto parecia uma grande conquista: sufrágio universal - todos são iguais. Definindo a potencialidade igualitária, pelo menos na teoria!

Na política, o preconceito contra as mulheres revela toda a sua força. Quando se fala das mulheres candidatas, afirma-se que o poder é a droga mais alucinante que existe. Diz-se que houve grande incidência de candidatos com mulheres vice na última eleição (2002). Tal fato, deve-se a uma pesquisa prévia de opinião com resultado que dava confiabilidade às mulheres - atrai o eleitorado. Mas atenção: ser candidata mulher, não significa que serão feministas! Para este debate ver livro: Mulheres na Elite Política Brasileira - Lúcia Avelar - Ed. Unesp.

Destacou-se que a consciência pode advir de duas formas de educação política: (a) educação formal, que nos oferece a possibilidade de reflexão própria, que dá autonomia; e (B) a educação pela organização social, que também ensina, mas que leva a pessoa a buscar os direitos sociais.

4. Exercitando

Qual é consciência de direitos que os grupos e comunidades onde você possui? O que fazer para avançar ?

1 3º Encontro

1. Aquecimento

Dinâmica: Ao som de música, fazer dois círculos concêntricos, de forma que o círculo do interior esteja voltado para o exterior, e possibilite a troca de carinho através do olhar. E assim, girando em opostas direções, pode-se acariciando com o olhar, desejando boas coisas a todos/as... Após este momento, organiza-se dois grupos pelo critério biológico: sexo feminino de um lado, masculino de outro. Convida-se a cada grupo a fazer um exercício de empatia, ou seja, colocar-se no lugar do(a) outro(a): mulheres sentindo o ser masculino e homens sentindo a forma feminina de ser. Solicita-se que:

1º Grupo formado por homens - reproduzir um som tipicamente feminino (representar a mulher através de um som);

2º Grupo formado por Mulheres - reproduzir um som tipicamente masculino (representar o homem através de um som);

3º Grupo formado por Homens - representar a mulher através de um gesto das mulheres; 4º Grupo formado por mulheres - representar o homem através de um gesto masculino. 2. Aprofundamento

Leitura dos textos abaixo em subgrupos, e a partir de cada um deles, refletir: Quais são os elementos que entendemos não poderem estar ausentes neste conceito (gênero)?

Textos:

1. A rebeldia que pode mudar as relações. Mundo Jovem, 2005. 2. Novas relações de gênero são possíveis. Ivone GEBARA, 2004

3. A escultura do corpo original numa forma cultural. Betania Maciel, 2004

3. Texto de apoio

O texto de Ivone Gebara sobre “Gênero” aponta que a reprodução da cultura machista é realizada principalmente pela mulher, visto que na divisão social do trabalho, ainda predominante, é a ela que cabe a educação dos filhos e filhas, na continuação de sua dupla jornada. É na família que se “naturalizam” as obrigações de homens e de mulheres: o que um(a) pode ou não fazer!

Simone Beauvoir, mencionada no texto, afirma que: “Não se nasce mulher, é preciso tornar- se mulher!” Ser homem e ser mulher é uma construção, uma construção social, afirma.

Algumas frases para refletir:

- É importante conhecer a história, para conhecer e transformar o presente; - A identidade de gênero é uma construção sócio-cultural;

- Gênero é diferente de sexo;

- Tudo está ligado: política, história, gênero, cultura; - Não basta ser mulher, tem que se pensar diferente;

- Quando se pensa em gênero, não fazer diferença ser homem ou mulher, é um questão de ação e de atitude;

- Todos/as temos dentro de nós o princípio masculino e feminino;

- Respeitar as diferenças, saber mantê-las, pois não temos que ser iguais. A questão de ser diferente não pode implicar em desigualdade, não há antônimo;

- A linguagem e o movimento não são simples instrumentos de comunicação, são reprodutores de ideologia;

- As relações têm que ser de equidade, não de desigualdade; 4. Exercitando

1. Ler em dois coros o poema de Victor Hugo

1 4º Encontro

1. Aquecimento

Fazer memória dos encontros anteriores:

O que ficou marcado para cada um e cada uma?

2. Aprofundamento