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Capítulo 1 – Autobiografias Temáticas

1. Textualizações dos alunos

1.1 Ketilin

Desde os três, quatro anos, de idade eu vou à escola. Minha mãe trabalhava como merendeira nesta escola, assim eu já estava acostumada com o “Batista Leme”, pois às vezes minha mãe me trazia aqui. Na quinta série, mudei de escola, mas no 1º grau voltei para o “Batista”. Quando eu era criança, estudava numa escola chamada “Parquinho” e tudo o que eu desenhava nessa escolinha ainda está guardado. O que eu mais gostava naquela época era ir para o parquinho da escolinha brincar. Então, da 1ª a 5ª série, estudei no “Batista Leme”; sempre gostei muito de estudar nesta escola, pelo fato da minha mãe trabalhar aqui. Eu convivia aqui, gostava da escola e me sentia bem, e minha mãe sempre me trazia, mesmo quando eu não tinha aula. Da 5ª até a 8ª série fiz em outra escola, depois voltei para cá, não via a hora de voltar, pois aqui eu me sentia em casa.

Minha mãe só estudou até a 4ª série, depois começou a trabalhar e meu pai acabou o Ensino Médio; meu irmão também estuda, já meus avós nem estudaram. Meu irmão vai bem na escola, mas não gosta muito de estudar, já repetiu o ano e está na 5ª série, eu só tenho esse irmão. Ele não gosta muito de ir à escola e tem que brigar para ele fazer lição: meu pai pega muito no pé dele, está sempre olhando seus cadernos. Eu nunca dei trabalho, se tinha lição sentava e fazia, a maioria das vezes eu perguntava para minhas amigas e para a vizinha, pois não tinha como meus pais ajudarem, pois não tinham muito estudo. Minha prima, que morou em casa, sempre me ajudou, mas agora ela se casou. Agora, eu tento de ajudar meu irmão, mas ele não aceita e fica falando que estou errada, mas a ajuda do meu pai ele aceita.

Minha mãe dá aula de teclado, sempre foi o sonho dela, ela apenas fez cursos, pois não tinha condição de se formar professora de teclado, e meu pai trabalha como guarda residencial, mas atualmente está desempregado. Ele trabalhava como guarda-noturno de uma firma; ele até fez curso de guarda, e isso é o que ele gosta de fazer.

Costumo conversar com minha família sobre o que aconteceu na escola; sempre quando chego da aula, meu pai pergunta: “E aí como foi na escola hoje?” Aí eu conto tudo, se foi professor substituto, se não foi, e meu pai sempre me ajuda com a matéria de Física.

A respeito de contar minhas notas, se a nota for boa, eu conto; se não for boa; eu não conto. Quando a nota é boa, ele diz: “Ah! que bom!” Se a nota é ruim, eu nem conto direito, aí ele quer olhar os meus cadernos. Na matéria de Física, ele está sempre perguntando: “E suas notas de física?” Meu pai sempre fica em cima. Eu penso: “Como vou contar para ele

minhas notas que não foram altas?” Assim, se minha nota não é boa, eu tento disfarçar e não contar.

Sempre fui bem em Matemática; uma vez só que tirei nota baixa, pois eu não ia com a cara da professora da 6ª série. Não gostava da maneira da professora ensinar, eu não entendia o que ela falava, e a professora não se encaixava comigo. Minha amiga do lado também não entendia a maneira dela explicar, ela brigava muito na aula, tinha que ficar em silêncio, e eu não entendia as palavras que ela usava, eu pedia para a professora explicar de novo, e, mesmo assim, não adiantava. Mas os outros alunos da classe iam bem, mas eu e minha amiga não entendíamos, quebrávamos a cabeça para conseguir entender, sentávamos a tarde toda para estudar e entender do nosso jeito. Pessoalmente, a professora era briguenta, ela era muito irritada e brava, nossa classe era bagunceira, e ela gritava muito; assim, eu não conseguia entender o que ela explicava, eu ficava quieta e nem virava para o lado, pois tinha medo de perguntar para ela.

Sabendo disso, meu pai queria falar com a professora, mas eu não queria que ele fosse, eu dizia não, pois pensava que depois todo mundo ia ficar pegando no meu pé, eu não queria nem imaginar se isso acontecesse. Todo mundo ia tirar sarro de mim, que eu era burrinha. Mas a vontade dele era de vir conversar com ela. Assim eu disfarçava para ele, dizendo que estava entendendo tudo, mas, na verdade, eu não conseguia entender.

Já na 7ª série eu entendia tudo: por causa do jeito que a professora explicava, eu conseguia entender. Ela era um amor, um anjinho, ela falava baixo, falava meigo: “Por favor, gente vamos prestar atenção em mim”. Dava aula e depois brincava no meio, dava uma aula diferente, ela dava conta para os alunos ao ar livre, ela cativava a gente, a outra professora da 6ª série não, aí eu fui bem.

Se perguntassem aos meus pais que matéria eu mais gosto, eu acho que eles diriam que é da Matemática e de Português. Quer dizer, meu pai saberia, minha mãe eu acho que não, minha mãe não pega muito no meu pé, ela não tem tempo, gosta mais de música e fica o dia inteiro naquilo, ela fica tocando o dia todo.

Meus pais nunca precisaram me mandar estudar, meu pai sempre falou que eu fui a filha que não deu trabalho. Mas o que eu não dei trabalho o meu irmão deu, meu pai fica no pé do meu irmão e todo dia tem que conferir o caderno dele. Se eu tinha alguma dificuldade, chamava meu pai para ajudar; às vezes ele não sabia, aí ele dizia: “Ai filha, isso eu não sei”.

A respeito da família e a escola se relacionarem, acho que é importante a participação dos pais na escola. Acho que é, pois quando tem reunião e não dava para meu pai vir, aí ele vinha outro dia para conversar com a professora, para saber como estou indo. Para saber como

eu estava na escola. Eu falava para meu pai: “Ah! Estou enjoada já, você fica pegando no meu pé”. Eu acho que meu pai não precisaria vir aqui na escola. Eu acho que é preciso quando o aluno dá trabalho, como meu irmão, que toda semana meu pai precisa ir à escola, pois assim ele fica sabendo o que está acontecendo. Nesse caso, vai ajudar se meu pai for falar com a professora sobre meu irmão, pois ai ele vai saber o que ele está fazendo, vai ficar ciente daquilo que está acontecendo, para ele tentar melhorar meu irmão, para a professora falar que ele não faz isso, não faz aquilo. Mas o aluno que nem dá trabalho, eles nem precisariam que os pais viessem à escola, porque na reunião eles sempre falam as mesmas coisas, tudo a mesma baboseira e você fica sentado escutando, eu acho que nem precisaria, pois a maioria dos pais trabalha. As mães reclamam: “Ai! Tenho que ir à reunião”. Mas se for uma pessoa que dá trabalho, que não faz lição, que xinga e que vai para diretoria, aí precisa.

Acho que esta relação de pais e professora se envolverem ajuda os alunos a se desenvolverem na escola. Eu tenho prova disso, pois minha professora de ciências, ela era magrinha, e um anjinho, quietinha e tinha um menino da minha classe, que estava desandando, como dizem os meninos, ele era aquela pessoa que não ligava para nada, dormia na sala, não fazia lição, fazia aquela bagunça, e ela sozinha com a ajuda da mãe dele, pois ele não tinha pai, conversava muito com a mãe dele, com ele, e elas mudaram ele, e eu vi a prova disso, pois na 5ª série ele era um demônio, e, depois na 7ª série ele era outra pessoa, então eu acho que essa relação contribui para melhorar o aluno com certeza.

A maioria das vezes meus pais não vêm nas festas da escola, eles falam: “Ah! Festa? Já não chega reunião?”, a maioria das vezes eles não vêm não.

Sempre gostei de estudar Matemática, agora este ano está difícil...Ah muita coisa! O professor explica bem, ele sabe explicar, sabe pôr na sua cabeça, mas passa muita lição, ah muita lição, ah! Pelo amor de Deus, aqueles exercícios de quase uma folha inteira, aqueles problemas de X do vértice e não sei lá o quê, então às vezes cansa aquela aula, fico cansada, já enjoou e é muita conta, mas eu gosto e também tem que pôr a cabeça para funcionar muito, de tanto que já penso, penso, penso.

Para mim, o primeiro motivo que leva um aluno ir mal em Matemática é o professor, pois ele tem que saber cativar o aluno, conversar com ele, brincar, pedir para ele fazer lição, e não qualquer coisinha levar para a diretoria, sabe? que nem acontece várias vezes. Sabe, tem que cativar, se o aluno não entender, você explica, pois Matemática é uma coisa difícil de entrar na cabeça, muita conta e número; o professor tem que ajudar bastante, ser compreensivo, não ser só grosso, e dar pancada, não, ele tem que ajudar, pois é difícil a Matemática. É, eu acho bem difícil.

Um outro motivo seria porque o aluno não gosta de número, aí não adianta. Neste caso, o aluno não gosta de pensar, tem preguiça. Mas, por exemplo, se eu fosse preguiçosa, meu pais seriam a primeira pessoa a me “puxar a orelha”. É, pode até ser que um aluno seja preguiçoso porque o pai não “pega no pé”, não liga para o filho, não está nem aí, a professora também não pega no pé, porque às vezes a professora tenta fazer de tudo e o aluno reage mal, briga e fala: “Aí larga do meu pé, só eu, só eu”. Isso acontece na minha classe, aí o aluno não vai bem e os pais não ajudam.

Acho que seria super-importante o apoio dos pais para o aluno evitar o fracasso. Inclusive, os pais têm que ficar ali vendo o que o filho não entendeu, ajudando, se a pessoa falar: “Pai, não consegui entender!” Aí conversa com a professora, fala para ela dar mais atenção a ele, dar uma ajudinha a mais para ele, assim o professor vê o aluno que tem mais dificuldade.

Uma das regras da escola é o uniforme, não entra sem uniforme; ela foi imposta, pois se perguntasse, ninguém colocaria esta regra. Existem outras regras como: não pode sair durante as aulas para beber água, tem tanto regra nesta escola, só pode chegar atrasado uma vez por semana, não pode chupar chicletes, pirulito na aula, só pode vir de calça jeans ou saia jeans até o pé. Tem dia que você não agüenta e dá raiva vir só de calça jeans. E quando é calor, agora deixaram vir com a saia para baixo do joelho, e eles implicam mesmo, acho que não precisaria ser só jeans, poderia ser outra cor, concordo que tem que ser comportado, pois se não tivesse regra, ia vir com cada roupa curta e decotada, mas não precisaria ser só jeans. A camiseta, tudo bem, obrigatória, mas o jeans azul não. Acho importante vir assim com a camiseta, mostrando que está vindo para a escola, é bem bonito. Aí todos os alunos parecem iguais, pois senão, na classe, tem o rico e o pobre e aí o rico viria com as roupas mais novas e aí o pobre iria se sentir mal, vindo com a roupa mais surrada. Mas, que nem, só com a calça jeans não é todo mundo que fica igual, pois um vem com a calça velha, o outro vem com a nova, e assim mostra que um é diferente do outro. Então, se querem todo mundo igual, então põe uma calça como uniforme também, e aí vem todo mundo igual, que nem “par de vaso”.

Sobre as escolas particulares, eu acho que depende muito da pessoa, se a pessoa tem aquele inteligência, quer saber, ele pode estudar numa escola estadual que ele vai aprender, agora se o aluno é burrinho, aí não adianta ele ir para uma escola particular, que ele não vai aprender do mesmo jeito. A escola particular, para quem tem condição, é muito boa, pois você vai ter mais atenção, lá o ensino é melhor, tem uma moça perto de casa e ela estuda em uma escola particular e ela fala que você aprende coisa que nem imagina, que nem tem coisa que ela aprendeu antes de mim, mas eu aprendi aqui, mas ela fala que tem mais atenção, mas eu

acho que não tem diferença; para mim, eu ficaria aqui mesmo, não acho que lá tem melhores professores. Tem uma professora que dava aula no “Objetivo” e dava aula para mim, e ela falava que o que ensinava para eles ensinava para nós, mas lá é mais chique, ensina no computador. Vamos supor: quem mata aula e está com a blusa do “Batista” no shopping, aí chega outro aluno com a blusa do “Koelle”, eles são mais chiques, têm um estilo mais chique, pois têm dinheiro. A fisionomia da pessoa é diferente da gente, mas acho que a capacidade dá na mesma.

Acho que a Matemática é muito difícil, porque você começa fazer uma coisa, por exemplo: X do vértice, depois Y do vértice, aí começa a juntar tudo, de uma coisinha pequena vai ficando uma contona grande, tem que pensar muita coisa ao mesmo tempo, e começa a complicar a cabeça, e ela fica difícil, pois tem que pensar muito, e a maioria das pessoas têm preguiça de pensar, e têm que dar muita atenção, pois qualquer coisinha você pode errar, que nem na prova requer muita atenção, qualquer menos vezes menos errado, fica tudo errado. Penso em Matemática, penso em conta, tem que pensar muito, e complica, enjoa, começa a fazer uma conta e cansa, complica, às vezes a gente desanima, “ai não quero mais fazer esta conta”, e, entendendo já é difícil, imagina sem entender. E você tem que prestar muita atenção, não pode distrair, se eu me distraio e começo a rir, por exemplo, aí tenho que pensar tudo de novo.

Na 6ª série tive dificuldade com a Matemática, e ainda uma situação de dificuldade que tenho até hoje é a fração. Aquele um dividido por dois. A minha mãe tenta me explicar fração de outra forma, ela fica, um chocolate ou uma banana, dividido no meio, minha mãe sempre me ensinou fração, a única coisa que ela sempre conseguiu me ensinar foi fração, pois, na música, também tem, então ela vai bem, ela me explica, mas na escola não ia. Meus professores também tentaram explicar do mesmo modo da minha mãe, aí no começo eu entendo, mas depois que passa do um meio e eu não entendo, não sei, acho que eu não me encaixo com a fração.

No começo, quando era continha de mais, a matemática era fácil, de menos também era fácil, de vezes começou a complicar, de dividir complicou mais; aí, quando eu aprendi mesmo matemática, e comecei a entender como é que era, como que fazia - acho que foi na 3ª série que eu comecei entender mais - porque daí encaixou mesmo na cabeça, porque daí começa, contas de vezes, duas vezes tanto, aí igual a tanto. No começo que eu não sabia direito, eu fiquei meio perdida, mas depois que eu conseguia fazer, eu comecei a entender, então quatro elevado a dois é quatro vezes quatro, aí eu comecei a entender. O que me levou a entender foi a professora, pois eu lembro que ela pegou bastante no meu pé. Bom, a

professora e eu, porque eu lembro que eu estudava o dia inteiro, porque no começo eu não entendia, então ela ficava. 2x2, Ketilin? Dá quatro (ela fazia os gestos da professora com as mãos), ela começou a me explicar, sabe, ela explicava para classe inteira, eu mesma ficava meio perdida, depois comecei a crescer e, aí, começou a entrar mais na minha cabeça, entendi por causa da minha dedicação e da professora.

Eu falava para a minha família que eu não agüentava mais aqueles números, que faziam uma complicação na minha cabeça. Aí meu pai sentava comigo na mesa e ficava o dia inteiro falando, aí eu não gostava de falar porque, senão ele sempre fazia isso, ficava me explicando, explicando, aí eu falava: “Ah! Está bom! Deixa eu ir brincar!” Aí minha mãe perguntava: “E aí, como é que você está na escola?” Eu dizia: “Estou ótima!” Pois senão ele sentavam na mesa comigo e ficavam explicando tudo de novo. Meu pai veio até na escola falar que eu estava com dificuldade, ele veio escondido falar com a professora, aí ele chegou em casa, eu vi a cara dele e falei: “Pai o que você aprontou?” A professora ficou quase a aula inteira na minha carteira, que vergonha, tá pensando que eu sou burra. Briguei com ele, e ele ria da minha cara, ele foi falar para ela que eu não entendia fração, que minha mãe explicava com banana, e mesmo assim, eu não entendia, não encaixava direito. Eu lembro que a professora ficou umas duas semanas explicando para mim, ela ia à lousa, mas eu sabia que era para mim, porque ela ficava olhando para mim, ela me dava mais atenção, até eu conseguir fazer; aí eu comecei a entender. E, na classe, ninguém ficou me criticando, pois meu pai não foi na frente de todo mundo, ele foi num outro horário.

Para mim, ser uma boa aluna...bom, eu faço lição, tento me esforçar para aprender e tirar uma nota boa, não sou uma anjinha na sala, não fico assim dura, sem falar nada, porque a aula de Matemática já é aquela coisa, então tem que ter uma diversão. Então eu brinco, dou risada com todo mundo, faço todo mundo rir. Eu faço toda minha lição, na hora de perguntar eu pergunto, mas na hora de brincar eu brinco. Eu falo para o professor de Matemática: “Pelo amor de Deus, não passa lição hoje, que eu não quero fazer lição, estou enjoada de fazer tanta lição, essa conta, eu não entendi nada”. Ele vem, explica para mim, eu acho que eu sou uma boa aluna. Nunca fui na diretoria, nunca fiz bagunça para ir à diretoria, nunca briguei na escola, nunca dei trabalho para o meu pai, meu pai nunca foi chamado na escola. Por isso, eu me considero uma boa aluna.

Já meus pais queriam que eu fosse uma aluna mais dedicada, que eu ficasse na mesa lendo livros, que eu ficasse lá o dia inteiro escrevendo, estudando; eu já não tenho paciência de estudar para prova, eu não tenho paciência, tabuada até hoje eu conto no dedo, eu não consigo decorar, eu sempre faço as minhas provas assim O professor explica na lousa, eu

entendo, eu não vou estudar em casa, eu faço do jeito que ele ensinou, não sou de ficar estudando, relembrando. Para os meus pais, bons alunos ficam o dia inteiro estudando. Falam que sou uma boa aluna para os meus tios, sei que eles me vêem como uma boa aluna.

Eu já tive professores que explicavam e eu não entendia; aí, para eu conseguir entender, eu perguntava para um outro professor de Matemática me explicar; eu sentava e quebrava a cabeça para entender do meu jeito como fazia a conta, eu fazia eu mesma entender do meu jeito. Eu acho que os pais vindo conversar com os professores ajudam os filhos no desenvolvimento escolar, pois se não fosse meu pai vir falar com a professora, eu não teria aprendido fração, e depois disso, eu melhorei um pouco.

Meus pais não me deixam faltar na escola; às vezes eu quero faltar, falo que não estou bem, que enjoei da aula do professor, que eu não agüento mais. Mas aí, eles falam: “Você não quer ser alguém na vida? Você tem que entender a matéria!”. Que nem Biologia, eu não entendo, e a professora é meio irritada e, no primeiro dia de aula, ela deu suspensão para a sala toda, acho que fiquei meio implicada com ela. Eu entendo a matéria, mas não vou com a cara dela. Sexta-feira tem as duas primeiras aulas com ela, aí eu falo: “É aula de Biologia eu não agüento mais, tudo ela grita, fala que não somos educados”. Mas meus pais nunca deixam eu faltar, só se eu estiver muito ruim, caso contrário, faça chuva ou sol eu venho para escola. Venho arrastada, mas eles não deixam eu faltar.

Meus pais se preocupam com meu comportamento, querem saber se eu faço bagunça na sala de aula, se eu respondo para os professores, se eu fico quieta, se sou mal educada. Aí eles me dão uma prensa, eles sempre falam que tenho que respeitar os mais velhos, mesmo que você não fez nada, sempre abaixe a cabeça, é falta de educação. Tem que respeitar a

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