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distribuídos; setas direcionadas para esquerda e setas direcionadas para direita;

3. Hemicampo do alvo: Composta por dois níveis, congruente e

incongruente com a orientação da textura, ou seja, o alvo podia ser apresentado no mesmo hemicampo para quais as setas apontavam ou no hemicampo contrário. Em 80% das provas o hemicampo do alvo era congruente com o direcionamento da textura e em 20 % era incongrente. O tempo de reação e taxa de erros foram registrados através do aplicativo E- prime 2.0 (Psychology Software Tools, Inc).

3.2.4 Resultados e Discussão

Novamente, as medidas de tempo de reação que ultrapassaram o valor de dois desvios padrão somado a média foram excluídas da análise. Esse critério de corte foi estabelecido usando as medidas individuas de desvio padrão e média de cada participante, criando um valor de corte específico para cada um. Os dados de tempo de reação e taxa de erro foram então submetidos a análise de variância para medidas repetidas (ANOVA). Os resultados são demonstrados pelas Figura 6 e Figura 7.

Os resultados mostraram que o tamanho da apresentação influenciou o tempo de reação na condição de busca por conjunção de características, tanto na condição de contraste positivo (F(2,18)=169; p<0,001; ηp²=0,95) , quanto na condição de contraste

negativo(F(2,18)=217; p<0,001; ηp²=0,96). Demonstrando que o tempo de reação tende

tamanho da apresentação também influenciou a taxa de erros na condição de busca por conjunção de características, tanto na condição de contraste positivo (F(2,18)=11,89; p<0,001; ηp²=0,56), quanto na condição de contraste negativo (F(2,18)=20,14; p<0,001;

ηp²=0,69).

Nesse experimento, a taxa de erros aumentou com o acréscimo de itens em todas as condições de tamanho da apresentação, diferente da condição de busca por conjunção de características do experimento 1, em que a condição com 18 itens apresentou uma menor taxa de erros do que a com 12 itens. Isso, a principio, é contraditório, pois a única diferença do experimento 2 para a condição de busca por conjunção de características do experimento 1 é a porcentagem de provas com a textura congruente com a localização do alvo, o que não explicaria a diferença nos dados. Porém a interpretação apresentada que a diferença na estratégia decorrente em expectativa da tarefa pode acomodar o resultado. No experimento, existia também a tarefa de busca por característica única, sensivelmente mais fácil que a tarefa de busca por conjunção de características. Assim, no experimento 1 a expectativa da dificuldade foi influenciada pela execução dessa tarefa de busca por característica única,o que gerou uma expectativa de dificuldade maior do que a inferida pelos participantes do experimento 2

que não realizaram a tarefa de busca por característica única. Essa diferencia no critério de chão para inferência da dificuldade, poderia ter levado aos participantes serem mais “cautelosos” no experimento 1 na condição de 18 itens, do que a mesma condição no Experimento 2.

Novamente, os participantes tendiam a ser mais rápidos (F(1,9) =57,79; p<0,001; ηp²=0,86), e cometerem menos erros (F(1,9) =28,49; p<0,001; ηp²=0,76), na

condição de contraste positiva em relação a de contraste negativo.

A média do tempo de reação na condição de hemicampo do alvo congruente com a textura não diferiu significativamente da condição de hemicampo do alvo incongruente com a textura, tanto na condição de contraste positivo (F(2,18)=1,37; p=0,27), quanto na condição de contraste negativo (F(2,18)=3,29; p=0,10). A taxa de erros também não diferiu significativamente entre a condição de hemicampo do alvo congruente e hemicampo do alvo incongruente, tanto na condição de contraste positivo (F(2,18)=0,07; p=0,41) quanto na condição de contraste negativo (F(2,18)=0,07; p=0,79). Apesar de em 80% das provas o hemicampo do alvo ser coerente com a textura, os resultados indicam que informação semântica não facilitou a busca. Isto sugere uma seleção eficaz dos estímulos relevantes e segmentação textura baseado em estímulos físicos, não tendo a informação semântica nenhuma influência sobre a seleção dos estímulos, mesmo quando está pode beneficiar a busca.

3.3 Experimento 3

O experimento 3 foi delineado com objetivo de investigar melhor a hipótese de descarte discreta da textura. O seu desenho experimental foi desenvolvido baseado nos estudos sobre pré-ativação (priming) de características na busca visual (Maljkovic & Nakayama, 1994; Maljkovic & Nakayama, 1996; Kristjánsson, Wangb e Nakayama, 2002). Nestes estudos, foi observado que quando as características do alvo são comuns

as do alvo de uma busca anterior, isto acelera a busca. Porém, quando as características do alvo são compartilhadas com distratores de uma busca anterior, isto retarda a busca. Assim, a ativação gerada pelas características de um alvo, ou a inibição dos distratores, se estende pelo tempo, influenciando nas buscas das provas seguintes até que essa ativação, ou inibição, se enfraqueça.

Como a ativação ou inibição de um estímulo em uma prova pode ser influenciada pela pré-ativação de características comuns em estímulos de provas anteriores, é possível pensar em um desenho experimental em que o descarte da textura seja prejudicado, ao mesmo tempo em que é aumentada a probabilidade dessa ser selecionada pela atenção. Isso é possível, através da apresentação de uma primeira prova em que as características do alvo fossem compartilhadas com os elementos da textura semântica da uma segunda prova que a seguisse.

Desta maneira, delineou-se um experimento com provas compostas por duas tarefas de busca. Em uma primeira busca, os estímulos relevantes são compostos por setas, sendo o alvo uma seta com triângulo deslocado e os distratores outras setas normais, enquanto a textura é composta “L”s rotacionados em diversas orientações. Na segunda busca, as setas são parte da textura como em experimentos anteriores, enquanto o alvo é um “T” e os distratores são “L”s. Espera-se com este delineamento que as características que compõem a seta sejam ativadas pela primeira busca e essa ativação se estenda para segunda busca.

Como estratégia de controle foi criada uma segunda condição de pares de busca. Nesta, em ambas as buscas os estímulos relevantes são o alvo “T” e “L”s como distratores e a textura é composta por setas. O que diferencia as buscas é que na primeira as setas possuem uma haste e duas pontas, assim, não há um hemicampo específico em que as setas estejam direcionadas. Enquanto na segunda, as setas possuem

uma haste e somente uma aponta direcionada para um hemicampo específico. A proporção de provas com pares sem ativação das setas foi de 60%, enquanto a de pares com ativação da seta foi de 40%. Isso foi feito para controlar a influência da ativação das características das setas.

A hipótese inicial é que as provas com pares com ativação de setas teriam suas segunda busca mais lenta do que a segunda busca de pares sem ativação de seta, devido a processo de seleção estar ainda sobre influência da primeira busca. Como as características que compõem as setas estão ativadas pela busca anterior, aumenta a probabilidade dessas serem selecionadas pela atenção e a informação semântica guiar a busca.

3.3.1 Participantes

O experimento 3 foi realizado por 15 participantes sendo 6 homens e 9 mulheres, todos destros e apresentando visão normal ou corrigida, com idade média de 26 anos (DP= 3,7). Os participantes foram esclarecidos acerca das características do experimento, assim como sobre a preservação do sigilo da sua identidade. Após todos os esclarecimentos necessários todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3.3.2 Estímulos

Os estímulos foram, novamente, apresentados através do aplicativo E-prime 2.0 em um monitor de 17 polegadas de tubo catódico, configurado em uma resolução de 800x600 pixels com 24 bit de profundidade de cor

Neste experimento usaram-se como estímulos “T” (1,5º de largura e 2º de altura) e “L” (1,5º de largura e 2º de altura) e setas ( com haste de 2,3º e ponta com 0,8º de altura) como nos experimentos anteriores. Os estímulos da busca eram sempre

apresentados no centro da tela em uma matriz imaginária com 7 linhas e 7 colunas (com 16 º de lado) compondo 49 áreas, que quando não estavam ocupadas por um estímulo relevante, eram preenchidas pela textura.

Foram estabelecidas duas condições de prova, sendo cada uma composta por um par de tarefas de busca. Em ambos os pares, a segunda tarefa de busca era a mesma, no caso, uma busca por “T”. A diferença entre as condições de prova residia na primeira tarefa de busca. Esta primeira tarefa, em uma condição, era uma busca cujo o alvo era uma seta com triângulo deslocado, e em outra condição, era uma busca por “T”. Assim, as condições foram nomeadas de par com ativação das setas e par sem

ativação de setas, abaixo estão descritos os estímulos apresentados em cada uma

dessas condições:

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