• Nenhum resultado encontrado

Joana Beleza (JB): Nós entramos os dois em 2014 no Expresso com a… com o objetivo… fomos contratados ambos com o objetivo de implementar a área multimédia no jornal, neste jornal. Aí entrou o novo diretor e esse diretor tinha logo um objetivo de forçar o jornalismo digital, a marca digital do Expresso e foi nos buscar aos dois, trabalhávamos na área multimédia numa rádio em Portugal, na Rádio Renascença. Ele foi nos buscar aos dois e a partir de 2014 nós entramos em abril e começamos a produzir grande reportagem Multimédia e projetos na área do digital, outros projetos mais pequenos na área do digital. Não sei se quer começar já com alguma pergunta.

Juliana Soares (JS): Sim. Nessa altura foi quando foram implantadas mesmo essas estratégias multimédia no Expresso. E por que você acha que eles tiveram essa… Por que esse momento? A decisão foi baseada em que é assim?

JB: Houve uma mudança de direção dentro do jornal e, humm, não sei por que motivos, eu não estava cá nesta altura mas entrou um novo diretor, que era o Ricardo Costa. E esse diretor foi por sua vez pessoas foi buscar um diretor de fora, que era um diretor chamado Pedro Santos Guerreiro, que tinha trabalhado numa marca. Ele tinha fundado uma marca de um jornal que começou por ser online e que depois passou a ter uma versão em papel, que é o Jornal de Negócios e, portanto, foi um jornal que sempre teve muita atenção ao meio, à plataforma digital, vingou na plataforma digital e depois teve a sua passagem para o papel. Isso em Portugal foi um caso único e muito diferente do que costuma acontecer. Este jornal foi vendido a um grande acionista, mas manteve o mesmo diretor, que ficou lá 23 anos. E, portanto, quando ele vem para o Expresso é uma grande contratação e é no sentido de tornar o jornal Expresso, que é um semanário com muita tradição em Portugal. É o maior jornal do país, mas estava preso à plataforma de papel e o digital ainda era muito… muito parado muito lento e muito básico e, portanto, o objetivo com a contratação desse diretor foi ele trazer uma equipa que desce um ar fresco e renovasse a estratégia digital. Portanto, contratou-me a mim para a área multimédia, como repórter multimédia, o João Santos Duarte como repórter multimédia, um editor do online, Germano Oliveira, que também veio da Renascença e já trabalhava comigo Renascença. Uma jornalista de dados, especializada em dados, que é a Raquel Albuquerque. A ideia dele era ir buscar mais pessoas. Nomeadamente para fazer grafismo animado de vídeo,

175 programação de páginas, mas na altura não teve mais meios e, portanto, nós fundamos, compramos câmeras, começamos a trabalhar mais na área do vídeo. Os primeiros trabalhos foram pequenos trabalhos em vídeo e pronto. E a partir daí começou a existir uma estratégia de transformação do digital do Expresso para algo mais interativo, mais rápido e mais, humm, e com mais impacto nos meios digitais portugueses.

JS: A reportagem sobre o 25 de Abril (em 2014) foi a primeira? JB: Não.

JS: Não? Foi um especial 25 de abril falando sobre a ditadura. JB: Não. Não sei quem é que fez esse trabalho.

JS: Depois eu posso te mostrar, porque inclusive ela está com um bug. se é porque na minha tem

JB: Foi feita em flash, foi feita em flash.

JS: Pode ser. Assim, ela tem cinco etapas, se não me engano, e eu acho que três não são funcionar. Mas estavam, porque eu já vi.

JB: A primeira grande reportagem que nós fizemos cá. Fui eu que a fiz com jornalistas do Expresso que estavam a fazer uma investigação sobre terroristas portugueses.

JS: Sim.

JB: E nós fomos… Eles estava há muito tempo a lançar pequenas notícias no papel sobre terroristas portugueses, jovens portugueses que tinham ido para a Síria combater em nome do Estado Islâmico, e eu entrei a determinada altura e decidimos fazer uma grande reportagem multimédia sobre isso e sobre o processo de islamização desses jovens. Fomos para Londres e depois quando voltamos de Londres montamos a reportagem multimédia. Chama-se “Matar e morrer por Alá”. Foi a única reportagem em Portugal até agora que ganhou um prêmio de inovação europeu, e esse é o grande marco do início desta estratégia no Expresso. Ganhamos dez mil euros em dinheiro, um prêmio grande, e foi considerado o melhor projeto do ano a nível europeu na área da inovação. Foi feita em vários capítulos, tem vídeo, infografia, programação. Foi todo feito à mão cá, é original.

JS: É uma das reportagens da minha lista (risos). JB: Essa é assim a primeira.

JS: É porque quando eu fiz a pesquisa na página, ela vai voltando, né? Você vai scrollando até o final e ela volta, e essa era primeira e tinha essa característica das etapas. Então… Depois eu te mostro. Mas, e a partir desse time que foi criado quando você e o João vieram para cá, isso foi aumentado? Existe algum incentivo para os jornalistas que

176 eram só do impresso irem para essa parte mais de multimídia? Como é que aconteceu esse trabalho?

JB: O que aconteceu foi que nós entramos, conseguimos contratar uma pessoa para a área do motion design. Primeiro fez um estágio cá, e depois acabou por ficar. E… E conseguimos que um designer daqui do jornal ganhasse outras competências na área da programação, ou seja no início trabalhávamos com programadores que fazem parte da empresa, mas não dentro da redação. Trabalhávamos com o departamento da programação. Os nossos primeiros trabalhos foram todos feitos com essas pessoas, mas como este processo era muito lento, demorava muito tempo até que a equipa de programação nos desse alguém para trabalhar connosco. Então, nós começamos a formar uma designer que está estava cá a trabalhar já há muitos anos, mas que não tinha uma área específica muito concreta. Ela começou a interessar-se por programação e atualmente é ela que faz a programação. Entretanto, o motion designer que tínhamos começou a formar uma pessoa da área da infografia em infografia animada em vídeo e, portanto, houve um momento, um breve momento aqui em tivemos duas pessoas a fazer vídeo animado, grafismo animado para vídeo e tínhamos esse programador. De resto a equipa nunca aumentou. Fomos tendo alguns estagiários…

JS: Quantas são no total hoje na equipa?

JB: Eu já digo, mas, entretanto, quando nós entramos já existia aqui uma pessoa que sabia filmar e, portanto, ela integrou a nossa equipa, mas nunca foi um repórter multimédia no sentido de fazer grandes reportagens multimédia. O que fazia era por exemplo existia uma entrevista a alguém, um político, um economista, e esse elemento ia filmar essa entrevista e depois editava. Fazia pequenos trabalhos, mas nunca grande reportagem multimédia. Portanto, nós éramos três jornalistas, um motion designer e um programador.

JS: Sim, okay.

JB: Entretanto, o motion designer saiu e a pessoa que ele tinha formado entrou para o lugar dele. A pessoa que fazia vídeo, só fazia vídeo saiu e o João Duarte saiu e eu fiquei sozinha. Mas nesse momento em que eu fiquei sozinha, contratamos duas pessoas. São juniores e ainda não fizeram nenhuma reportagem multimédia. Portanto, nós atualmente somos seis, porque entrou uma pessoa que estava perdida na redação para a minha área, mas não é bem um repórter multimédia. Faz podcasts, tem um programa na televisão. Portanto, é um jornalista transmedia, mas está dentro da minha, da minha equipa e somos três repórteres multimédia, um programador e um motion designer. Portanto, somos seis. JS: É enxuta. A equipa é muito pequena.

177 JB: Muito pequena sim. Trabalhamos muito com os jornalistas da redação tradicional, ou seja, há muitas ideias, mesmo muitas, que partem da redação tradicional e depois nós trabalhamos com eles e montamos os trabalhos multimédia a partir daquilo que foras as ideias originais deles. Um exemplo, uma coisa que eu estou a fazer agora. Uma Jornalista do Expresso, bastante antiga, trabalha cá há 20 anos ou 30 anos, começou a fazer este verão uma… um texto muito curto para o jornal, para o papel chamado “Praias de antigamente”, e ela fala sobre uma praia que há 100 anos já existe em Portugal. E ela agora vai reunir, vai falar sobre nove praias no papel, e vai para mim, para a multimédia, ela vai fazer um texto grande com as nove praias, mas com muito mais informação sobre cada uma das praias, com muitas fotografias sobre cada praia, e eu vou montar um especial multimédia sobre isso. Outro exemplo. Estamos a terminar um documentário online de 50 minutos que partiu do editor de economia, editora do papel de economia, que teve uma ideia de fazer um documentário sobre a crise, a próxima crise económica e, portanto, ao longo de vários meses a equipa multimédia filmou entrevistas com os jornalistas de economia, e agora estamos a terminar a edição, que foi toda da equipa multimédia.

JS: Entendi. Então às vezes tem coisas que saem, mesmo coisas que saem no jornal, que vocês fazem uma versão multimédia daquilo para o site.

JB: Sim. Isso é o ideal. É o que nós tentamos sempre fazer. É que exista uma ligação, um reflexo do papel naquilo que estamos a fazer em multimédia e aquilo que estamos a fazer, que surge originalmente em multimédia que tenha um reflexo no papel.

JS: E qual é o critério que vocês usam para predefinir quais vão ser as reportagens multimédia?

JB: Então. Normalmente, o que acontece é que vêm a ter comigo e perguntou-me. Dizem-me: “Tenho uma ideia. O que é que achas?” E o meu critério é sempre se tem valor acrescentado para o público do ponto de vista da multimédia. Ou seja, se for uma ideia completamente possível de ser transformada em vídeo e fotografia, infografia. Se eu achar que faz todo o sentido e que temos condições, no momento em que essa ideia é proposta, que temos condições para avançar, avançamos. Se eu achar também que há uma grande apetência do público para ler ou ver também avançamos. Mas normalmente o público é o que menos interessa, ou seja, aquilo que me preocupa mais do que o interesse do público, que eu não sei o que é que é o público, não temos uma certeza sobre o que é que interessa ao público. O que eu penso sempre em primeiro lugar é nas condições. Se faz sentido transformar aquilo em algo multimédia ou se não faz. Já chumbei algumas

178 ideias, mas a maior parte delas são sempre aproveitadas. São pouquíssimos os temas que eu disse: “Pá, isso não faz sentido nenhum ser transformado numa reportagem multimédia”.

JS: E vocês têm como medir? Você estava falando do público. Na verdade, a reportagem tem que funcionar no multimédia para ela ser uma boa reportagem multimédia. Mas vocês têm como medir a receptividade do público? Perceber, analisar a receptividade do público e ver a diferença, por exemplo, de uma reportagem que foi feita mais seca, mais enxuta. Talvez uma reportagem factual que tenha saído mesmo no site e uma reportagem multimédia? Vocês percebem essa diferença?

JB: Sim, embora não pomos as coisas no mesmo patamar, ou seja, o site do Expresso tem muita audiência e os artigos normais, só de texto e fotografia têm muita leitura. Os artigos de multimédia não têm tanta leitura, mas tem muito impacto, ou seja, eu tenho muito mais feedback real, concreto de pessoas que veem os trabalhos multimédia do que de leitores do jornal diário normal. Portanto, aquilo que não se interessa a nós é consolidar uma estratégia, existir, não é, na área multimédia, deixar a nossa marca e trabalhar para lá das audiências. Ou seja, não valorizamos completamente os números. Embora os números nos digam que o tempo de permanência, por exemplo, num artigo multimédia é muito superior ao tempo de permanência num artigo normal, só de texto e fotografia. O que nós percebemos é que muita gente entra nos textos normais, muito mais do que nos trabalhos especiais, mas depois o tempo de permanência é muito superior nos trabalhos especiais. Acaba por compensar e mesmo em termos comerciais, para quem faz publicidade no interior das nossas páginas, interessa estar nestas páginas porque o tempo de permanência, a atenção que o leitor presta é muito superior a um artigo normal.

JS: E quanto tempo demora para vocês para vocês produzirem uma reportagem, normalmente?

JB: Depende. Por exemplo, aquela que estamos agora a terminar, o documentário da economia foi um ano, mas fizemos muitas outras coisas pelo meio, ou seja, demorou tanto tempo porque nós não estivemos totalmente dedicados só a essa reportagem. Ummm, mas eu diria que um mês, dois meses. Dois meses a de ser o mínimo para montar um trabalho porque, lá está, porque a minha equipa é pequena, mas depois entram pessoas das outras equipas. A equipa da infografia são três pessoas que colaboram sempre. A equipa de

designers do jornal desenha sempre as páginas que entram.

179 JB: Que trabalham com a minha equipa. Na verdade, neste momento já há pessoas de outras áreas a trabalhar mais tempo para a multimédia do que para as áreas para as quais foram contratadas dentro do Expresso. Só que em termos práticos eles não são da minha equipa.

JS: E existe uma quantidade de reportagens que vocês procuram produzir por mês, ou tem uma meta?

JB: O ideal, o nosso objetivo era conseguir produzir uma por mês, mas não conseguimos. É quase impossível porque só temos um programador e o programador faz tudo sozinho, e, portanto, neste momento estamos a produzir, desde o ano passado, uma de dois em dois meses. É mais ou menos a nossa média. Estamos a preparar no próximo ano com o novo orçamento comprar uma plataforma que nos vai permitir publicar uma por mês. Esse era o nosso objetivo.

JS: Ok. E o jornal dá algum tipo de treinamento? Por exemplo, se tiver uma pessoa que só trabalha no site, mas tem interesse em ir para a multimédia. Tem algum tipo de treinamento que o…?

JB: Sim. Eu formo, eu dou esse tipo de formação para jornalistas, designers, infográficos, todas as pessoas que quiserem aprender eu dou formação, mas a nível informal, ou seja a nível formal tenho inscrito algumas pessoas em formações fora do jornal. Umm, sobretudo na área da apresentação e gravação de vivos e de. Nós temos um programa fixo semanal que é o 2:59. Eu faço a coordenação e então a maior parte dos jornalistas tem tido formação para saber apresentar e saber estar nesse nesse programa, mas a nível informal. Tenho dado formação, e neste momento já temos uma jornalista multimédia que faz parte da equipa do online, mas que sempre que pode faz reportagem multimédia. JS: Entendi. Mas é uma coisa que ela que escolheu fazer. Não foi o jornal que deu esse incentivo, digamos assim.

JB: Ela escolheu fazer. Não.

JS: Ok. Outra coisa. Como é que vocês decidem? Existe algum tipo de critério para decidir quais são as ferramentas que vão ser usadas para determinada reportagem? Por exemplo, nessa vamos usar mais vídeo ou essa precisa de um infográfico. Tem uma que eu achei super interessante que tem, é um estilo de banda desenhada.

JB: A do Edwin.

JS: É. A do Edwin. Não vi mais nenhuma parecida com essa em outros lugares. Achei super criativa. Então assim, como você se vêm as estratégias?

180 JB: Então, isto é tudo um processo. Às vezes é muito óbvio que temos que usar vídeo, outras vezes não é nada óbvio e, por exemplo, essa do Edwin não era uma reportagem multimédia. Era uma entrevista a um miúdo. Uma entrevista para o desporto. E quando e eu mandei um repórter fazer, filmar, e quando o repórter chega desses diz-me: “Ah, eu filmei, mas tenho fotografias, o miúdo tem uma vida super interessante. Já passou por imensas coisas, temos muitas fotografias porque foi um fotógrafo, e ele até tocou o piano para nós. Fez imensas coisas”. E eu disse: “Então mas porque é que não transformamos, achas que a história é boa?” E ele: “Pá, espetacular. Eu adorei conhecer o miúdo.” E eu pensei, quando ele me disse que era espetacular, eu pensei: “Se é espetacular para este jornalista, vai ser espetacular para o leitor”. E disse: “Então mostra. Mostra o que tens”. E começamos a ver, e começamos a ver as fotografias da vida passada dele e quando a mãe adotiva o foi buscar. E eu disse: “Pá, isso tem que ser multimédia”. E o editor do desporto queria aquilo para aquela semana. Eu disse: “Não, vamos atrasar. Isto tem muito potencial. Vai ser uma grande história”. E então ele atrasou, compreendeu, deu okay, mas portanto não era, não estava previsto no calendário. Mas decidimos naquele momento, e depois pensamos: “Como é que vamos por?” O miúdo falava sobre onde é que ele tinha vindo, mas como é que nós havíamos de por. E de repente, o motion designer disse: “Ah, eu podia desenhar”. Por quê? Porque ele tinha acabado de desenhar as canas dos jihadistas, e portanto, naquela reportagem nós só tínhamos fotografias só das redes sociais dos terroristas portugueses. Portanto tínhamos andado a desenhar por cima de fotografias com pouca qualidade porque nós não queríamos que elas fossem a capa do nosso trabalho, porque tinham pouca resolução. Portanto, decidimos fazer tudo em ilustração. E portanto, no seguimento desse trabalho, que tinha corrido muito bem e que tinha tido uma estética muito… Toda a gente nos tinha dito que tinha adorado. Então decidimos. Bora lá fazer uma banda desenhada. Esse tipo que tínhamos cá no motion designer que era verdadeiramente genial e neste momento já está num trabalho de topo na Federação Portuguesa de Futebol a criar neste momento um canal de televisão. A fazer todo o grafismo. Ele é genial. E o miúdo aprendeu tudo na internet. Ele começou a fazer banda desenhada, e foi assim que surgiu a banda desenhada. Portanto, foi um pouco brainstorming no momento. Agora, há outras coisas mais pensadas. Por exemplo, neste momento estamos a editar uma reportagem sobre fonética, sobre um grande investigador português na área dos sotaques da língua portuguesa, e vamos usar áudio, porque ele estudou os sotaques, mas neste momento ainda não temos os áudios originais dele então estamos a pensar a simular e ficcionar áudios, sotaques dentro da redação para ilustrar

181 como é que funcionava o trabalho dele. Ou seja, isso surge-se assim. Para nós é óbvio às vezes usar, começar com o mapa e uma infografia. Outras vezes é óbvio começar com vídeo, que é o que acontece na maior parte das vezes, porque muitas dos nossos temas têm uma referência visual muito grande. Mas outras vezes é óbvio que temos que dar a volta e ser criativo e usar a ilustração, usar o áudio.

JS: Nossa, acho que essa da fonética… Já quero ler! Ouvir, não é?

JB: Mas o tema não é nada apetecível. Estive quase a chumbar esse tema, quase, porque é sobre um homem que já morreu, um laboratório que está fechado. Ninguém sabe, nem ninguém conhece, e sobre fonética, ou seja, o público português ou o título é muito bom ou público diz: “Sobre fonética? O que é que eu quero saber sobre fonética? Não me interessa”. Não é o tema mais sexy do mundo para apresentar nas redes sociais, nem no nosso site, mas, ainda assim, umm, eu acho que vale. Acho que vale a pena transformá- lo, até porque, em nome de um homem que fez um trabalho incrível. Foi um pioneiro na área do da língua e do som da língua, e é era reconhecido. Tinha fama a nível internacional. Tinham cá muitos estrangeiros a aprender com ele, e nós tivemos acesso à casa em que ele viveu. Ainda vive lá um neto dele, e que manteve tudo. Portanto, nós temos muito acesso àquela personagem, por isso agora é uma questão de conseguirmos transformar aquilo no tema mais apetecível.

JS: Mas eu acho que faz todo o sentido. Eu estudei Letras também na faculdade, então para mim, a língua tem uma importância diferente, mas é um patrimônio português, então é eu acho que não é mas eu acho que é vender a reportagem como uma coisa que é parte da cultura do português. Perceber o porquê das diferenças. Acho que isso é muito rico. JB: Sim, mas por exemplo, nessa reportagem eu tive dúvidas sobre se valia a pena, mas há outra reportagem que foi toda feita por uma jornalista cá do jornal, só com o fotógrafo, e quando ela estava a acabar de escrever o texto e editor do online disse: “Eu acho que este tema devia ser multimédia porque o tema vai ter muita leitura”. E o tema era insônias. JS: Ah, sim. Eu vi.

JB: Quando o trabalho chega a mim, já está praticamente acabado. Não havia nada, não

Documentos relacionados