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4. Análise das funções narrativas nas capas de Sandman

4.1 A estrutura narrativa de Sandman

4.1.3 The Dolls House:

O segundo arco da série é uma conjunção de três histórias paralelas que se encontram e um interlúdio, que não se liga a esse grupo temático, mas apresenta personagens que serão tocados mais a frente. Afora essas linhas narrativas, se tem um plano de um dos familiares de Sonho, Desejo, Desire no original, para irritá-lo e que se revela no final como um jogo que ela e suas outras irmãs, Desespero e Delírio, jogam, jogos que não são compartilhados pelos três irmãos mais velhos, Destino, Morte e Sonho.

A primeira linha é a de Sonho procurando pelos habitantes do sonhar que fugiram, dois deles acabam por capturar um casal de mortais e prendê-los na mente de uma criança. O mortal se chama Hector Hall e a mulher é sua esposa é Lyta Hall, que esta grávida, os dois vivem nos sonhos do garoto, uma vida vazia e cheia de problemas criados pelos dois sonhos rebeldes. Sonho acaba com essa divisão, liberta Hector, que estava morto, pune os dois

sonhos e deixa Lyta sozinha, jurando vingança, ela e seu filho terão uma participação importante depois. O garoto, no meio dessa confusão consegue fugir e encontra o Coríntio no meio da estrada.

A linha principal conta a história de Rose Walker, neta de uma das pessoas que sucumbiram à doença do sono que veio pela prisão de Sonho, sua avó, Unity, ficou grávida enquanto dormia e nem viu sua filha nascer. Rose conhece a avó na Inglaterra, mas volta aos Estados Unidos para procurar por seu irmão desaparecido, que é o garoto que teve os sonhos invadidos, e fica hospedada numa casa com vários personagens atípicos. Sem Rose saber, a avó dela foi engravidada por Desejo e ela acabou por se tornar um evento perigoso ao reino do sonhar chamado de Vórtice, que tem o poder de unir o mundo real com o sonhar e depois destrói tudo, causando danos irreparáveis aos dois.

Por causa disso Rose acaba por atrair coisas estranhas para perto dela, como um de seus visinhos, Gilbert, que é um dos sonhos que fugiram chamado, um sonho de um lugar. Gilbert ajuda Rose a procurar o irmão e acaba por ficar com ela num hotel em que vai acontecer uma reunião de assassinos em série. Nessa convenção de assassinos aparece o Coríntio, um pesadelo que come olhos, um daqueles que esta sendo caçado por Sonho. Rose é atacada por um dos participantes da convenção e lê o nome de sonho, Morpheus, num papel que lhe foi dado por Gilbert caso algo de errado acontecesse, Sonho salva Rose e destrói o Coríntio, enquanto Gilbert salva o irmão de Rose que estava preso pelo Coríntio.

Quando Rose volta para casa, os efeitos do vórtice começam a ficar mais fortes e ela une os sonhos de todos os habitantes da casa onde ela se encontra. Com isso Sonho a leva para o sonhar, aonde seus efeitos ainda não são tão destrutivos e explica a ela porque tem de matá-la. Unity dorme, pouco antes de morrer e impede a morte de sua neta, explicando que era ela que deveria ser o Vórtice e era ela quem deveria morrer, Rose passa à ela a essência do Vórtice e ela morre logo depois, acabando com a ameaça ao sonhar. Com isso resolvido, Sonho passa a perceber que tudo foi um plano de Desejo e avisa a ele\ela, que os mortais são os mestres dos eternos, que eles só existem para satisfazer os mortais e que não cabe aos de sua família brincar e manipulá-los, inclusive porque essa brincadeira, por pouco não causou mais problemas devido à regra de não se derramar sangue dentro da família dos eternos, uma informação que será relevante posteriormente.

O interlúdio conta a história de um homem que diz na frente de Morte e Sonho que morrer é uma questão de querer. Curioso com isso, Sonho propõe a ele que se encontrem a cada 100 anos na mesma taverna. A edição conta todos os encontros deles e em dois deles aparecem personagens que terão participação maior depois. Um deles é Willian Shakespeare, a quem Sonho encomenda duas peças que serão tratadas nas edições #19 e #75, a outra pessoa é uma antepassada de Constantine que irá fazer um trabalho para Sonho na edição #29.

O tema desse arco é o desejo e o controle dele. Isso pode ser visto no desejo dos assassinos seriais, no desejo de Rose de encontrar seu irmão, no desejo de Fiddler’s Green de ser humano, no desejo dos sonhos rebeldes em ter um próprio sonhar e no desejo de Desejo de brincar com Sonho. Algo que complementa esse tema é o da manipulação, como Desejo, manipulou varias pessoas para ter o irmão quase cometer um crime para com a família deles, levando a se perguntar se é o desejo que manipula as pessoas ou se são as pessoas que se utilizam do desejo como desculpa.

As capas deste arco são algumas das menos focadas de toda a série, embora tenham uma estrutura gráfica, relativamente coerente, uma imagem central emoldurada por duas faixas de cores similares, embora na edição #11 a moldura faça parte da imagem. A capa da edição #10 mostra uma figura sexualmente ambígua com um brinco, provavelmente representando Desejo, portanto tendo a função representativa como primordial. A da edição #11 mostra um homem beijando a mão de uma mulher e a moldura apresenta fios, uma tesoura, uma borboleta e madeira, formando uma bela composição, mas com pouco significado, apesar de se referir a Gilbert e seu cavalheirismo. A da edição #13, o interlúdio, mostra os mortos, numa referencia ao acordo de Sonho com Hob sobre imortalidade. A da edição #14 mostra o Coríntio, na edição em que ele tem mais participação. A capa da edição #15 apresenta uma das amantes colecionadoras de aranhas que moram na mesma casa que Rose.

Assim, as capas desse arco não apresentam uma função se síntese tópica de forma proeminente, tendo a função representativa mais força em algumas capas. Mas, o que liga essas capas é muito tênue e pouco substantivo, como pode se atestar que as capas das edições #12 e #16 nem mesmo seguem o padrão gráfico e tem pouca correlação com a edição, sendo a capa da #16 mais um retrato de Sonho.

No documento As funções narrativas das capas de Sadman (páginas 38-41)

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