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CAPÍTULO III – UMA TRILHA EPISTEMO-DOLÓGICA

3.1 Tipo de pesquisa e abordagem

O processo metodológico escolhido é o caminho planejado e percorrido durante a investigação, em busca de respostas que possibilitaram a solução da problemática desta pesquisa: como a epistemologia da complexidade contextualiza a discussão socioambiental vivenciada a partir do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Ciências do Ambiente na Universidade Federal do Tocantins? Esse diálogo que permeia o programa se apresenta como perspectivas ecoformadoras para o contexto socioambiental do século XXI?

Diante disso, foi imprescindível um planejamento bem estruturado para realizar as ações implicadas na aplicação dos instrumentos de pesquisa adequados e o tratamento dos dados, uma vez que, por meios metodológicos, o pesquisador “descobrirá e indicará os suportes teóricos do estudo, [...] definirá com clareza as dimensões e perspectivas que apresenta o problema” (TRIVIÑOS, 2006, p. 92), propiciando melhor interpretação entre teoria e empiria, que fundamentaram a pesquisa.

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Nome (elaborado pela pesquisadora) do instrumento em construção com esta pesquisa, o qual será apresentado neste e no próximo capítulo.

A coleta e as análises dos dados foram realizadas com rigor metodológico, preocupando-nos com a veracidade e a validação dos resultados apresentados, o que exigiu dedicação, reflexão sobre o objeto investigado e as bases teóricas (SEVERINO, 2007). Para tanto, buscamos coletar e tratar as informações a partir do todo, atentando ao individualizado e ao coletivo do contexto estudado.

Nesse processo, as pesquisas bibliográfica e documental contribuíram com um estudo minucioso, a partir de um levantamento permeado por várias dimensões, propiciando, assim, maior legitimidade aos resultados (ANDRÉ, 2013). Destacamos que a pesquisa bibliográfica vai além de uma revisão de literatura: ela norteia a investigação proposta, articulando teoria e empiria. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p.44).

Com efeito, a escolha da pesquisa bibliográfica foi pautada pelo objetivo proposto, e a investigação partiu da epistemologia para a empiria, tendo sido guiada pelos fundamentos epistemológicos adotados. Para tanto, a pesquisa bibliográfica favoreceu um contato maior com as produções relacionadas à temática apresentada, permitindo ainda o aprofundamento teórico e o levantamento bibliográfico de teses, dissertações e artigos publicados em periódicos de discentes do PPGCiamb – UFT.

Sá-Silva, Almeida e Guindani (2009, p. 6) afirmam que a pesquisa documental “é muito próxima da pesquisa bibliográfica. O elemento diferenciador está na natureza das fontes” que o investigador usa no desenvolvimento do estudo. Os autores explicam ainda que “a pesquisa bibliográfica remete para as contribuições de diferentes autores sobre o tema, atentando para as fontes secundárias, enquanto a pesquisa documental recorre a materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou seja, as fontes primárias”.

A pesquisa documental propiciou um contato sistematizado com a empiria, a partir dos dados expressos nos documentos encontrados em sites, arquivos digitais e físicos que revelaram informações e normatizações. E conduziu o caminho da investigação, que também se amparou documentalmente. Entretanto, nesse tipo de pesquisa, “o trabalho do pesquisador (a) requer uma análise mais cuidadosa, visto que os documentos não passaram antes por nenhum tratamento científico” (OLIVEIRA, 2007, p. 70).

A pesquisa documental é orientadora do percurso da investigação empírica, de forma que os demais passos são norteados pelos documentos, sendo esse norteamento que a diferencia da técnica de análise de documentos, pois a técnica é um meio de tratamento dos documentos levantados e interpretados com o olhar epistemológico. Nesse sentido, Sá -Silva, Almeida e Guindani (2009, p. 5) reforçam que “a pesquisa documental é um procedimento

que se utiliza de métodos e técnicas para a apreensão, compreensão e análise de documentos dos mais variados tipos”.

Em relação à abordagem, esta pesquisa se pautou na perspectiva metodológica quali- quanti, que possibilitou a ampliação dos horizontes investigativos de uma temática ainda pouco discutida. A abordagem mista, conforme pondera Creswell (2007, p. 130), “pode conter uma lente teórica como um foco em questões [...] que orienta todo o estudo”. Assim, a perspectiva teórica entrelaça os instrumentos e a pesquisa, como parte de um todo que propicia luz à compreensão do objeto estudado. Segundo Dal-Farra e Lopes (2013, p. 77), “ao utilizar múltiplas abordagens, torna-se possível que haja uma contribuição mútua das potencialidades de cada uma delas, gerando respostas mais abrangentes aos problemas de pesquisa formulados”.

A união das abordagens qualitativa e quantitativa propiciou um olhar mais ampliado para o objeto de estudo, pois os distintos desafios “da contemporaneidade apresentam configurações complexas que demandam a realização de pesquisas capazes de dar conta de uma multiplicidade de informações” (DAL-FARRA; LOPES, 2013, p. 78). O uso da abordagem mista não se justifica, portanto, apenas por informações numéricas, pois essas também são utilizadas em abordagem qualitativa (CRESWELL, 2007).

A investigação se caracterizou como quali-quanti, pelo levantamento das informações, o qual requer uma multiplicidade de formas; e revelou-se prioritariamente qualitativa de caráter exploratório, devido aos seus objetivos (GIL, 2008). A abordagem qualitativa exploratória propiciou maior familiaridade com a problemática e favoreceu o levantamento de bibliografias e a realização de entrevistas (GIL, 2008), conforme explicitado à frente neste relato.

Minayo (2001) lembra que a pesquisa com a abordagem qualitativa tem um compromisso social com a comunidade que faz parte da investigação, uma vez que, eticamente, aprofunda-se no universo das definições das ações e das relações e se compromete a propiciar uma devolutiva. Esta perspectiva de pesquisa procura familiarizar-se com o problema de investigação e deixá-lo mais claro, considerando um planejamento flexível, que possibilite ponderar diversos aspectos, dentre eles a subjetividade interligada com o objeto de estudo.