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Tipologia das Embalagens segundo as categorias de produtos

Capítulo II. Enquadramento Teórico

2.1. Definições

2.1.3. Embalagem

2.1.3.2. Tipologia das Embalagens segundo as categorias de produtos

Os produtos estão agrupados por categorias, podendo ser organizados por alimentares e não alimentares. Os produtos alimentares subdividem-se em: bebidas, confeitaria, padaria, cereais, comidas, congeladas, conservas, alimentos secos, legumes e frutas. Já os não alimentares são: farmacêutico, produtos de beleza e

cosméticos, produtos elétricos e eletrónicos, produtos de limpeza, produtos perigosos, entre outros. Cada uma destas categorias de produtos necessita de características específicas de embalagem, de modo a cumprir suas funções primordiais, tendo algumas delas normalização específica e restrita.

As embalagens de produtos alimentares apresentam rigorosas restrições para que as características do produto não se alterem, colocando em risco a saúde humana. Os produtos farmacêuticos também exigem normas específicas de conservação e estas duas categorias também têm regulamentos mais restritos quanto à informação obrigatória.

Dentro das próprias categorias de produtos encontra-se muitas vezes uma linguagem própria, principalmente com relação à identidade cromática e, até há pouco tempo atrás, também se verificava através dos materiais. Hoje há grande alternância dos diferentes materiais em todas as categorias de produtos, dado que a procura do mercado, entre outros fatores, forçou a inovação neste sentido. Conservas que, há tempos atrás se limitavam ao vidro, hoje podem ser encontradas em latas de metal, plástico ou ainda em laminados (compostos).

2.1.3.3. Embalagem e o Utilizador

O aumento da produção de embalagens para além dos fatores económicos é influenciado, principalmente nos últimos anos, pela mudança na sociedade e na criação de novas necessidades ditadas pelo seu utilizador final. O perfil deste está em mudança, devido a vários fatores, como o aumento da idade de vida na sociedade, alterações das relações familiares, com menor número de agregados, ou o papel da mulher na sociedade e as tendências do estilo de vida.

Segundo a WPO – World Packaging Organisation (2008), é difícil ignorar as tendências do estilo de vida, como o facto de o consumidor estar se tornando mais exigente, buscando soluções alimentares mais convenientes. Ao mesmo tempo, o consumidor também valoriza a qualidade do alimento e tem uma crescente preocupação com a saúde. Há uma alteração dos tamanhos das embalagens, produção de doses individuais, no sentido de satisfazer as necessidades das famílias menores, bem como devido a um declínio das refeições em família. Também a saída da mulher para o mercado trabalho tem como consequência o aumento das vendas de embalagens de alimentos prontos ou pré-cosidos. Estas são algumas das principais características do mercado de embalagem.

A embalagem estabelece a relação entre o consumidor e o produto, na maioria dos pontos de venda (hipermercados) a informação do produto é transmitida através da embalagem, ela exerce um poder grande no ato de compra. Segundo Giovannette (1995), sendo as embalagens objetos semióticos, são suportes de informação, veículos de mensagens, portadoras de significados. Através da linguagem visual se estabelece um diálogo entre a embalagem e o consumidor com o objetivo de motivar a compra, utilizando-se recursos visuais como formas, cores, imagens, símbolos e signos e a sua composição. A autora destaca a importância da linguagem dos símbolos, cujo trabalho assume as seguintes classes de função: diferenciação, atração, efeito de espelho (correspondência entre o produto e a auto imagem do consumidor), sedução e a informação (função denotativa).

Para Mestriner (2002) a forma é o principal elemento de diferenciação, a cor é o principal elemento de comunicação, a imagem é elemento que exige trabalho árduo do designer, na decisão (tipo de imagem – fotografia, ilustração, para ostipos diferentes de produtos) o logotipo identifica afirmando a sua personalidade, o autor ainda chama a atenção para os splashes, são recursos que reforçam os atributos diferenciados e significativos do produto.

Para este mercado, que se demonstra variado, o design deve cumprir com o seu papel, propondo novas soluções diante de uma completa informação do público-alvo, o que muitas vezes é difícil e também subjetivo. Para tal, devem considerar as questões de ergonomia e usabilidade de modo a garantir a satisfação do utilizador quanto ao uso da embalagem: sua facilidade de abertura, a utilização durante o período de vida do produto, a boa leitura das informações de como usar ou as informações de descarte.

As questões da ergonomia são fundamentais para que este sistema interativo funcione plenamente. Neste aspecto, os princípios de segurança, facilidade de manipulação e acessibilidade são preconizados pelos estudos desenvolvidos por Paschoarelli e Dahrouj (2013) e Silva e Paschoarelli (2013).

Apesar de um produto/embalagem ter um público “definido”, este objeto também apresenta grande necessidade de habilidades confrontado com as transformações na embalagem, é o caso da informação no design gráfico de embalagem, revela-se um ponto crítico devido à grande diversidade de informação (os elementos do design gráfico e outros elementos de simbologia referente ao descarte, materiais, tabelas nutricionais, etc..) comprometendo a sua leitura e compreensão.

Neste caso, Paschoarelli e Bonfim (2013) discutem os aspectos de interação usuário x embalagem, sob o ponto de vista dos sistemas informacionais.

Quanto à usabilidade, cuja definição segundo a ISO 9241-11 (1998) é a medida em que um produto pode ser usado por especificados usuários para atingir metas como eficácia, eficiência e satisfação em um contexto de uso definido, se demonstra complexa no caso da embalagem. Este parâmetro também é essencial para compreender a interação usuário x embalagem.

De qualquer maneira, não se pode negar que o design de embalagem deve ter como grande objetivo a plena realização do utilizador, a sua satisfação quanto ao uso, realizando o cumprimento das suas funções práticas, estabelecendo laços de confiança e emocionais, na medida em que comunica e transmite valores. De maneira geral, a interação utilizador x embalagem é assunto de interesse inerente, mas que exige outras variáveis além daquelas tratadas no presente estudo.