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Tipos e critérios de avaliação na EAD

Como a EAD, geralmente, baseia-se na auto-aprendizagem, o professor deve dar importância redobrada ao ritmo particular de cada aluno, respeitando seu tempo disponível, sua facilidade ou não de lidar com as diferentes formas de interação. Ainda, é pertinente verificar a relação do aluno com os demais colegas, observado na troca de informações e opiniões nos chats, fóruns e trabalhos de grupos on-line.

A avaliação da aprendizagem on-line, na opinião de Silva (2006), deve romper com o modelo tradicional baseado na sala de aula presencial. Este modelo está marcado por procedimentos arbitrários vinculados à medida cumulativa de resultados obtidos em testes pontuais definidos pelo docente sobre o trabalho e as atitudes do discente. É neste sentido que Nunes e Vilarinho (2006) defendem o diálogo como a essência da avaliação. Uma avaliação on-line para ir além do instrucionismo deve primar-se pelo diálogo, deixando-o aberto para outras oportunidades que possam surgir.

Nunes e Vilarinho (2006); Gonçalves (2006); e Campos et al (2003) defendem a associação de dados quantitativos e qualitativos na avaliação da aprendizagem on-line. Tal prática é facilitada, visto que as atividades nesse ambiente de aprendizagem fiquem registradas. Há softwares que gravam o número de acesso dos participantes mesmo que não tenham enviado mensagens. Assim, é mais simples o professor acompanhar e avaliar passo a passo os alunos, tanto quantitativa, calculando a freqüência das participações, como qualitativamente, analisando criticamente o conteúdo das produções e mensagens enviadas.

Os cursos em rede apresentam várias propostas de avaliação e estratégias de aprendizagem oferecidas pelos softwares de design educativo. Atualmente, existem

softwares educativos com sistemas de avaliação embutidos e dispositivos pedagógicos

que buscam proporcionar ajudas permanentes ao aluno, professor e gerente do sistema. As sugestões oferecidas pelos softwares de design educativo vão desde a avaliação por objetivos atingidos; o nível de feedback do aluno com os materiais; à busca da eficiência e da qualidade total. Há softwares que permitem uma avaliação instrucional fechada e outros são mais interativos.

Também, é relevante que a forma e os critérios de avaliação sejam bem definidos no projeto educacional, para que o processo de ensino-aprendizagem obtenha a eficácia esperada. Baseando-se em autores como Landim (1997); Kenski; Oliveira e Clementino (2006); Ricardo e Fonseca (2006); Okada e Almeida (2006); Santos (2005); Santos (2006); Rocha et al. (2006); e Maia e Mattar (2007), é possível discernir três tipos de avaliação na EAD: à distância; presencial; e mista.

1. Avaliação à distância: realizada com o apoio computacional. Este tipo de

avaliação pode realizar-se por meio de: testes objetivos on-line; auto-avaliação; e provas de ensaio, monografias e exercícios de aplicação ou por acompanhamento contínuo das participações dos aprendizes em um ambiente virtual da EAD.

2. Presencial ou supervisionada: realização de provas ou trabalhos com tempo e

espaço rigidamente delimitados, sob a supervisão do formador ou de um representante do estabelecimento educacional. Este método garante que é o aluno matriculado no curso quem realiza a prova. Serve para verificar a aprendizagem dos pontos principais do conteúdo e determinar o sucesso do aprendiz no final de um módulo ou curso.

3. Mista: além da avaliação à distância é feita uma prova final presencial, com a

finalidade de conceder maior credibilidade ao aprendizado do aluno. Também pode constituir-se na defesa de um trabalho elaborado no próprio lar ou empresa.

Ainda, fundamentado nesses autores, podem ser apontados alguns critérios de avaliação utilizados nestas três formas de avaliação. Portanto, os critérios da avaliação que podem ser usados em educação a distância são:

Auto-avaliação: permite ao aluno conhecer até onde avançou sua

aprendizagem. O avaliador é o autor da ação, da produção ou da performance avaliada. São realizados exercícios e corrigidos pelo próprio aluno, que dispõe de chaves de respostas, também presentes no material didático. A autonomia do aprendiz é importante, uma vez que ele deve ser responsável por sua aprendizagem. É estimulada a co-responsabilidade que poderá contribuir para que os participantes percebam e avaliem sua própria aprendizagem e a dos demais.

Testes objetivos: realizados pelo aluno e enviados ao estabelecimento promotor

do curso, segundo um cronograma estabelecido. A correção pode ser realizada por procedimentos mecânicos ou automáticos, por programas de computador, leitoras óticas etc. Esses tipos de testes são projetados para terem uma única

resposta correta e, portanto, podem ser facilmente automatizados. Essa forma de avaliação ganhou grande popularidade nos sistemas de EAD, devido a rapidez e a facilidade da aplicação e a geração imediata de feedback.

Provas de ensaio, monografias e exercícios de aplicação: procuram mensurar

os objetivos além do domínio das informações. São feitos pelos alunos, seguindo um cronograma preestabelecido e encaminhados à instituição de ensino.

Avaliação formativa ou contínua: deve ser continuada e processual,

permitindo verificar a compatibilidade entre os objetivos do processo de ensino- aprendizagem e os resultados efetivamente alcançados. Ela procura basicamente identificar as principais insuficiências encontradas em aprendizagens iniciais, necessárias para as outras seguintes. Esta avaliação é realizada ao longo do processo de ensino-aprendizagem do estudante, levando em conta seus interesses, aspirações, experiências e reais necessidades. Os alunos são avaliados por sua participação em todas as atividades e não apenas por provas em datas determinadas.

A avaliação formativa envolve, não só aspectos cognitivos, mas também atitudes. Trata-se de um processo que deve ser claro, aberto, discutido e resultado do consenso entre os envolvidos. Ajuda o aluno a aprender e a desenvolver-se no projeto educativo. Existem muitas estratégias de avaliação formativa como exercícios de fixação, avaliações de consolidação, pré-testes orientadores, avaliações entre os módulos de cursos, observação dos comentários dos professores e alunos nos grupos de discussão, interações grupais, mensagens postadas no correio, entre outras.

Avaliação somativa ou quantitativa: a adoção de bancos de dados que aceitam

o armazenamento de questões, respostas e autocorreção tem permitido maior exatidão nos resultados das avaliações somativas on-line. Nessa forma de avaliação, as notas dos testes aplicados são somadas e divididas, para se obter a média dos valores.

Portfólio: a palavra portfólio relaciona-se, quase sempre, a uma coleção

organizada de uma determinada produção, em que os autores, sejam artistas, profissionais liberais ou outros, costumam selecionar suas obras por algum critério de qualidade. Por exemplo, a seleção do trabalho mais importante para o menos importante. Visto que o portfólio é uma coleção das produções mais pertinentes de um autor, a avaliação da aprendizagem pode ser feita levando em consideração os trabalhos mais importantes dos alunos.

Torna-se pertinente destacar que o acompanhamento e a tutoria são relevantes em EAD, pois quem estuda à distância esforça-se solitariamente para aprender. Tais obstáculos surgem, porque normalmente os alunos não têm hábitos de estudo independentes. Outro aspecto que deve ser objeto de atenção, principalmente na aprendizagem via Web é o silêncio virtual. O silêncio é tema central na educação on- line, embora ocorra também no ensino presencial. Gonçalves (2006) ressalta que o silencio virtual pode estar relacionado com passividade, dificuldades emocionais, ou, até aprendizagem em silêncio, neste caso, auto-aprendizagem.