4. BARREIRAS TÉCNICAS
4.2. TIPOS DE BARREIRAS TÉCNICAS
A definição de Barreiras Técnicas às exportações elaboradas segundo as regras da OMC é:
“ Barreiras técnicas às exportações são barreiras comerciais derivadas da
utilização de normas ou regulamentos técnicos não transparentes ou que não se baseiem em normas internacionalmente aceitas, ou, ainda, decorrentes da adoção de procedimentos de avaliação de conformidade não transparentes e / ou demasiadamente dispendiosos, bem como de inspeções excessivamente rigorosas”.
De acordo com ZANATTA & SILVA, 2002,
“nem sempre as barreiras ao comércio são explícitas, uma vez que para
alguns países pode ser entendido como cautela, regulamentando os produtos recebidos de outras nações visando a conformidade aos hábitos e costumes da sua população. Outros países à título de privilegiar a indústria local, como forma de política industrial, visando incrementar a competitividade de suas indústrias, usam as barreiras comerciais (inclusive
técnicas) para retardar os processos de importação”.
Nos dias de hoje, as barreiras não tarifárias, em especial as barreiras técnicas, assumem grande importância como mecanismo de proteção aos mercados e atingem diretamente as exportações de países em desenvolvimento, camufladas sob a forma de exigências técnicas que os fabricantes desses países, por sua menor capacitação tecnológica, têm maior dificuldade de cumprir. As barreiras não tarifárias, em especial as barreiras técnicas, são mais eficazes do que o simples uso de tarifas de importação, pois estão fundamentadas subjetivamente em normas, regulamentos e avaliações de conformidade, muitas vezes detalhados de modo não transparente. A diferença entre regulamentos e normas consiste em que o cumprimento dos regulamentos é compulsório, enquanto que das normas é voluntário.
Os regulamentos são estabelecidos pelos agentes do governo através de diversas áreas específicas de competência, para assegurar metas como a garantia de segurança e saúde dos consumidores; a proteção dos consumidores contra práticas comerciais enganosas e a compra inadvertida de produtos inadequados ao uso e proteção do meio ambiente. Os produtos que não estiverem de acordo com tais regulamentos não podem ser comercializados.
As normas, por terem caráter voluntário, não impedem que nenhum produto seja comercializado. Contudo, os produtos que não estão de acordo com as normas
estipuladas têm maior dificuldade para sua aceitação no mercado. É importante conhecer os mecanismos capazes de enfrentar o problema, tanto para que o Brasil possa garantir acesso aos mercados, como para que esteja habituado a atuar no comércio internacional de forma lícita.
Novos valores estão evoluindo na sociedade, embora legítimos, são relativos, sobretudo aos conceitos de sustentabilidade e ética nos sistemas de produção e segurança alimentar. Tão importante quanto cercar-se de uma boa estrutura de capital físico e recursos humanos no enfrentamento das discussões comerciais com os países ricos e importadores, é a capacidade de perceber as especificações atuais e potenciais dos consumidores destas regiões, agregando os conceitos e desenvolvendo tecnologias que atendam às novas exigências que emergirem.
A TABELA 10 mostra o enquadramento dos países às listas oficiais de exportação de produtos de origem animal, reconhecidas pelo Ministério da Agricultura. Cada país possui seus modelos específicos de Certificado Internacional para exportação de produtos de origem animal e vegetal.
A Lista Especial é formada por países que não pertencem à Comunidade Européia, mas cada qual tem seu modelo especifico de Certificado Internacional para exportação de produtos de origem animal e vegetal.
A Lista Geral é formada por países que não possuem modelo específico de Certificado Internacional, mas têm acordo Comercial Sanitário com o Brasil para exportar produtos de origem animal. São chamados de Lista Geral, pois utilizam apenas um modelo de Certificado emitido pelo DCI / DIPOA / MAPA.
A Lista da Comunidade Européia é formada pelos 15 países do Bloco Europeu. A União Européia (UE) é composta por 25 países integrantes, sendo os quinze integrantes do bloco europeu, e, à partir de 1º de maio 2004, incorporou quatro estados do antigo bloco comunista (Republica Tcheca, Hungria, Polônia e Eslováquia), três ex-repúblicas do Báltico (Lituânia, Letônia e Estônia) e a República da Eslovênia. As pequenas Ilhas mediterrâneas de Chipre e Malta adquiriram a condição de “observadores” dentro da U.E., com direito a falar, embora não ainda de votar, em todas as reuniões decisórias dos quinze precursores.
A Europa possui um mercado com alto potencial de consumo, com valores de remuneração bastante atrativos e condições seletivas de especificação dos produtos, é um bloco produtor e exportador de carne de frango, baseado na política de subsídios agrícolas. Possui forte influência sobre outros países importadores de
carnes em geral, por ser formadora de opinião no que tange às barreiras como critério de salvaguarda à segurança alimentar da sua população, constituindo ponto de referência para a maioria dos países.
TABELA 10 - CATEGORIA DOS PAÍSES PARA EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL
1 –COMUNIDADE EUROPÉIA 2 - LISTA ESPECIAL 3 - LISTA GERAL
Alemanha África do Sul Albânia
Áustria Arábia Saudita Angola
Bélgica Argélia Bahrain
Dinamarca Argentina Cabo Verde
Espanha Bulgária Caribe
Finlândia Canadá Catar
França Chile Congo
Grécia China Emirados Árabes
Holanda Cingapura Gabão
Inglaterra Cuba Gâmbia
Irlanda Estados Unidos Gana
Itália Federação Russa Geórgia
Luxemburgo Filipinas Haiti
Portugal Hong Kong Irã
Suécia Japão Iraque
Chipre Kosovo Jordânia
Eslováquia Macedônia Kuwait
Eslovênia Nova Caledônia Líbano
Estônia Paraguai Maldivas
Hungria Peru Marrocos
Letônia República de Belarus Moldávia
Lituânia Romênia Omã
Malta Suíça Senegal
Polônia Tchecoslováquia Somália
República Tcheca Ucrânia Suriname
Ilhas Reunião Uruguai Yemen
Irlanda do Norte Uzbesquistão República Armênia
País de Gales Correia do sul
Escócia Ilhas Maurício
FONTE- MAPA, 2004