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CAPÍTULO II – Competências no trabalho

2.3. Tipos de competência

No contexto de trabalho, as competências podem ser classificadas segundo a importância para a organização e sua relevância ao longo do tempo (Nisembaum, 2000; Prahalad & Hamel, 1990; Sparrow & Bognanno, 1994).

De acordo com Nisembaum (2000), o funcionamento da organização é mantido graças à expressão das competências básicas, que determinará a eficiência administrativa. O funcionário precisa possuir um conjunto de competências básicas para desenvolver suas atividades na empresa: disposição para aprender a aprender, comunicação e colaboração,

raciocínio criativo para resolver problemas, conhecimento tecnológico, conhecimento dos

negócios da organização, desenvolvimento da liderança, e autogerenciamento da carreira.

Rabaglio (2001) acrescenta que o profissional deve apresentar outros comportamentos e atitudes como diferencial competitivo, tais como iniciativa, criatividade, relacionamento

interpessoal, negociação, empreendedorismo, trabalho em equipe, bom humor e entusiamo.

Para os autores, a mobilização das competências básicas deve ser feita no âmbito da organização e agregar valor ao produto ou serviço,

A competitividade da organização, isto é, o aspecto que a distingue das demais organizações, é alcançada mediante a mobilização, no âmbito da organização, das competências essenciais. Nisembaum (2000) e Prahalad e Hamel (1990) argumentam que essas competências devem gerar valor distintivo que possa ser percebido pelos clientes e contribuir para a expansão da organização.

Para Gramigna (2002), as competências podem ser categorizadas em diferenciais, essenciais, básicas e terceirizáveis. As competências diferenciais estabelecem a vantagem competitiva, consoante os objetivos e a missão; as essenciais asseguram o sucesso da organização. Ambas as competências estão associadas à visão estratégica. Competências básicas são aquelas imprescindíveis ao funcionamento da organização, enquanto as terceirizáveis podem ser repassadas a terceiros, já que não estão ligadas à atividade-fim da organização.

Quanto à relevância das competências ao longo do tempo, Sparrow e Bognanno (1994) as distinguem em emergentes, declinantes, estáveis e transitórias.

Competências emergentes, para os autores, representam as competências que, num

futuro próximo, aumentarão de importância graças à orientação estratégica da organização, avanços tecnológicos e a mudanças no mundo do trabalho. Na mão contrária, as competências

declinantes tendem a perder importância ao longo do tempo.

Competências estáveis dizem respeito às competências fundamentais para o

funcionamento da organização (competências básicas). Transitórias são as competências cujo grau de importância oscila de acordo com o surgimento de situações inesperadas ou críticas.

De acordo com Sparrow e Bognanno (1994), mapear competências observando-se essa distinção permite à organização gerenciá-las, de acordo com a necessidade de manter competências expressas pelos indivíduos ou de desenvolver competências que, porventura, venham a ser requeridas.

Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), existem três tipos de competências que um indivíduo deve expressar para gerir, com sucesso, um negócio: estratégicas, técnicas e comportamentais. Esses tipos congregam 22 competências, conforme ilustrado no “Mapa de Competências para Gestão de Negócios” (Anexo I). As 22 competências são consideradas, pelo SEBRAE, como importantes para se obter sucesso em um negócio “independente do seu porte” e podem ser de acordo com o grau de domínio que o indivíduo demonstra em cada uma, sendo:

1. Avançado: quando o indivíduo conhece bem e sabe como usar a competência de

forma ampla.

2. Intermediário: quando a competência precisa ser mais desenvolvida até que o indivíduo tenha condições de expressá-la ao máximo.

3. Básico: quando a expressão da competência é fraca.

A Tabela 2 sintetiza os tipos de competências descritos por diversos autores.

TABELA 2

Os tipos de competências segundo diversos autores

Autor Tipos de competências

Nordaugh (1998)

- Técnicas: relacionadas a métodos, processos, desenho de atividades ou tarefas, operar equipamentos;

- Interpessoais: relacionadas ao comportamento humano, relações interpessoais (empatia, comunicação, cooperação, compartilhamento);

- Conceituais: potencial de análise (documentos, tarefas ou atividades), criatividade, solução de problemas, reconhecimento de oportunidades, identificação de problemas potenciais.

Doz (1994) - Individuais: conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes;

satisfazer as necessidades e interesses dos clientes e, destarte, adquirir competitividade;

- Competência-chave: competitividade através do equilíbrio entre conhecimento tácito e codificação, competências específicas e competências agregadas, competências básicas e oportunidades de inovação, competências existentes e renovação.

Gramigna (2002)

- Diferenciais: estabelecem o diferencial competitivo permeando os objetivos e missão da organização. Requerem investimento para serem captadas ou aperfeiçoadas;

- Essenciais: idem;

- Básicas: se bem captadas ou aperfeiçoadas, garantem a eficiência administrativa da organização.

- Terceirizáveis: não estão ligadas à atividade-fim da organização, razão pela qual podem ser transferidas à responsabilidade de força de trabalho terceirizada; Prahalad & Hamel (1990)

Durand (2000)

Fleury & Fleury (2001)

- Básicas: conjunto das capacidades individuais imprescindíveis à existência da organização, mas não suficiente para sua atuação competitiva no mercado.

- Essenciais: conjunto de capacidades individuais que propiciam à organização diferenciar-se no mercado de forma competitiva e sustentável.

Nisembaum (2000)

- Básicas: conjunto das capacidades individuais imprescindíveis à existência ad organização, mas não suficiente para sua atuação competitiva no mercado.

- Essenciais: conjunto de capacidades individuais que propiciam à organização diferenciar-se no mercado de forma competitiva e sustentável.

Zarifian (2003)

- Individual: adquirida em múltiplas fontes de conhecimento, especialidades e experiências individuais;

- Coletiva: depende da complementaridade e interdependência contida na soma das competências individuais;

SEBRAE

- Técnicas: fazem parte da atividade operacional de seu negócio: produção, processos, controles das finanças e dos materiais, vendas e distribuição;

- Estratégicas: visão sobre o mercado e tendências, e sobre as mudanças que impactam no negócio da organização. Diz respeito à forma como você explora as informações disponíveis no mercado sobre associativismo, análise e planejamento, gestão de pessoas, marketing e outros conhecimentos;

- Comportamentais: facilitam o relacionamento com outros empreendimentos, fornecedores e clientes. É a maneira de empreender, negociar e liderar pessoas e equipes. Estão ligadas à forma de ser e de interagir.