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2.2 Modelagem, Ergonomia e Design

2.2.6 Tipos de Protótipos

Volpato et al. (2007) afirmam que as fases inicias do projeto envolvem estudos de diferentes concepções, formas, analise ergonômica. A que se destaca que vários tipos de representações tridimensionais do produto podem ser empregados para fins distintos.

Para Kelley (2001, p.135), os bons protótipos não somente comunicam como convencem. Até porque, sabe-se que os protótipos construídos durante o processo

de desenvolvimento de produtos potencializam a criatividade e o aprendizado pela aquisição de conhecimento decorrente da interação com o objeto.

Segundo Macarrão (2004) à medida que o desenvolvimento do projeto de produto vai evoluindo, cada protótipo fabricado deveria estar atualizado com as correções dos problemas encontrados nos protótipos anteriores, o que auxiliaria na facilidade e agilidade de possíveis correções ao longo do projeto.

De acordo com Macarrão (2004) é comum que a programação da fabricação dos protótipos seja planejada e dividida em grupos de protótipos, justificando, desta forma, a incorporação das melhorias identificadas nos protótipos anteriores, assim, o processo de desenvolvimento e posterior avaliação dos protótipos não fica comprometido.

As designações usadas para estas representações podem variar de empresa para empresa, e mesmo dentro da mesma empresa, em cada etapa do projeto, bem como de acordo com cada setor industrial. As diferentes representações encontradas são:

2.2.6.1 Maquete

Segundo Martins (2010) no dicionário a palavra ‘maquete’ é definida por um esboço em escala reduzida, ou uma miniatura de obra de arte plástica, geralmente modelado em barro, gesso ou cera.

A palavra maquete é de uso recente, de origem francesa derivada diretamente da “macchietta”, pequena mancha, do latim ‘macula’. A palavra aparece no vocabulário das belas artes para designar o primeiro esboço, a primeira cristalização material da ideia e da intenção formal do artista, usada para a elaboração dos modelos preliminares (VOLPATO et al., 2007).

Embora o termo se tenha expandido a várias áreas de investigação como a arquitetura, a escultura, a pintura, a música, a engenharia, o design, etc., a sua

origem deriva do termo ‘modelo’ que veio a ser utilizado na arquitetura do século XVI.

2.2.6.2 Modelos Volumétricos

Para Martins (2010) o termo ‘modelo’ é definido como uma imagem, desenho ou forma de representar um determinado objeto que se deseja reproduzir esculpindo, pintando ou desenhando. Termo esse que foi amplamente referenciado pelos artistas e arquitetos do Renascimento.

Segundo Volpato et al. (2007) os modelos volumétricos podem ser definidos como sendo um “rascunho tridimensional” de confecção simples e com materiais baratos. Sendo um primeiro estudo, que visa à redução das formas à dimensão básica, serve para visualizar sua ocupação no espaço.

Martins (2010) aponta que algumas fontes revelam também que a utilização de modelos tridimensionais com a intenção de reproduzir ou preparar uma forma tridimensional remonta de alguns milhares de anos, e a sua utilização constituiu da técnica de utilização de modelos e maquetes em escala para a execução de peças de escultura e obras arquitetônicas.

Ainda segundo este autor, no Design de produto, o termo ‘modelo’ é utilizado para uma abordagem mais generalizada da representação tridimensional volumétrica. Os modelos são utilizados no processo de concepção para avaliar ideias e estudar vários aspectos do projeto, para provar ou avaliar a sua viabilidade técnica e para comunicação do designer com o cliente – na visualização e na apresentação do produto.

Esse tipo de modelo apresenta uma pintura neutra, com intuito de verificar apenas as linhas e sombras de delineamento formal. E é executado nas fases iniciais do projeto com o objetivo de facilitar o entendimento inicial problemática e

definir informações principais do produto. Podendo ser confeccionado em diversos materiais (VOLPATO et al., 2007).

2.2.6.3 Mock-ups

Segundo Ferreira (1999) no dicionário Novo Aurélio Século XXI, mock-up é um “modelo preliminar, em tamanho natural e dimensões precisas, geralmente de madeira, feito para testes e estudos da aparência final de máquinas, equipamentos ou veículos.”

Segundo Dorta (2006, p.133) apud. Martins (2010), um fator determinante na distinção entre os modelos do design e as maquetes de outras áreas de representação, está relacionado com a utilização da escala real no processo de simulação formal e funcional. Quando o protótipo não tem o propósito de antecipar o sistema de funcionamento do produto final, mas somente a forma em escala real do produto final designa-se por mock-up.

Para Tolstedt (2002), o mock-up é um desenho tridimensional, que oferece o benefício adicional de análise, verificação e teste do tamanho do produto, sua forma, posicionamento e ajustes com as demais peças que compõem o ambiente onde o produto será aplicado. Mesmo que ainda seja apenas o conceito do produto, este permitirá ao projetista analisar como será o produto final.

Para Volpato et al. (2007) trata-se de um modelo físico que imita o produto final, geralmente em escala natural (1:1). É um estudo posterior à volumetria, para fins de estudos ergonômicos iniciais ou testes simulados pela equipe de projeto; possibilitando a reavaliação do produto, caso necessário, sem custos elevados (se comparado ao modelo de apresentação).

Os mesmos materiais utilizados nos modelos volumétricos podem ser também utilizados para o mock-up. Entretanto, um mock-up limita-se apenas as

características dimensionais e morfológicas do produto, não sendo possível representar os materiais e sistemas funcionais do produto final.

2.2.6.4 Modelos de apresentação

Este tipo de modelo, embora amplamente utilizado por empresas de diversos setores, não é muito recorrente na literatura.

Sendo definido por Volpato et al. (2007) como modelos que são utilizados em eventos (exposições, feiras, etc.), em escala ou não, para fotografia e apresentação á clientes da proposta final de um projeto. Ou seja, servem para diversas finalidades devendo se aproximar ao máximo da aparência final do produto (acabamentos e superfície).

2.2.6.5 Protótipos

Volpato et al. (2007) afirma que nas etapas finais de projeto, que envolvem o detalhamento técnico do produto são utilizados protótipos que se aproximam ao máximo do objeto final tanto no aspecto físico, como no funcional. Esses protótipos podem se apresentar na forma física ou virtual.

Para Volpato et al. (2007), o protótipo virtual é uma maneira não tangível, usualmente matemática, de representação de um produto. Ao invés de serem construídos fisicamente, os aspectos importantes de produto são analisados computacionalmente. Como exemplo, é possível mencionar análises com sistemas de equações e uma planilha de cálculo, análise de montagem (verificação e interferência) realizada com modelos computacionais tridimensionais em um sistema CAD e análise numérica com sistema CAE (análise de tensões, deformações, injeção, etc.).

Segundo Pipes (2007, p.101), se no passado a construção da tridimensionalidade passou pelo domínio dos meios de representação manuais

(analógicos), com a introdução dos sistemas digitais abriram-se novas possibilidades na abordagem da construção.

Considerando a análise de Ceccarelli (2003, p.17), observa-se que a evolução dos meios de representação digital introduziu uma mudança significativa nas várias fases do design; os modelos digitais passaram a ser utilizados não só para a análise estética do produto, mas também na comunicação das alterações do design, na engenharia, na apresentação do produto, no desenvolvimento de ferramentas de produção. E gradualmente tornou-se um pivô, em torno do qual se desenvolve o projeto.

Já os protótipos no aspecto físico apresentam as mesmas características dimensionais e morfológicas dos mock-ups, sendo em alguns casos confeccionados com os mesmos materiais e sistemas funcionais do produto final, destacando-se por permitir a avaliação sob o ponto de vista da funcionalidade. No design industrial constroem-se modelos físicos em verdadeira grandeza para permitir uma ação direta sobre o modelo e confirmar resultados analisados previamente em modelos de diferentes escala (VOLPATO et al., 2007).

Martins (2010) afirma que esse tipo de protótipo pode ainda ser colocado à disposição dos clientes e utilizadores para melhor compreensão e participação na avaliação da proposta do novo produto. Deste modo, permitem uma observação sobre o comportamento e reação dos utilizadores numa antecipação ao produto final.

Para Volpato et al. (2007) esse tipo de protótipo implementa a maioria, se não todos os atributos de um componente individualmente ou de um produto como um todo – em escala real e geralmente uma versão completamente operacional do produto. O autor destaca que o processo de manufatura pode não ser exatamente o processo de produção em série, mas o material dos componentes são geralmente os de produção.

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