5. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – UCS
5.2 Tipos de unidades de conservação
Há dois grupos de unidades de conservação integrantes do SNUC: Unidades de
Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. O primeiro tem por princípio manter os
ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitindo apenas o uso
indireto de seus atributos naturais. Entende-se por uso indireto as atividades que fazem uso da
natureza sem, no entanto, causar alteração significativa dos atributos naturais, como pesquisas
científicas com base em observações e outros métodos não destrutivos ou, ainda, a visitação
pública controlada com propósitos educativos e de lazer. O segundo grupo de Unidades de
Uso Sustentável tem por princípio o uso dos recursos naturais renováveis em quantidades ou
com intensidade compatível a sua capacidade de renovação (CABRAL, 2002).
As unidades de conservação federais contempladas pelo SNUC (BRASIL, 2000) são
as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), Florestas Nacionais (FLONAs), Refúgio de Vida
Silvestre, Reserva Extrativista (RESEXs), Reserva Ecológicas (RESECs), Área de Relevante
Interesse Ecológico (ARIEs), Monumentos Naturais, Reservas de Desenvolvimento
Sustentável, Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), Estações Ecológicas
(ESECs), Parques Nacionais (PARNAs), Reservas de Fauna e Reservas Biológicas (REBIOs)
(IBAMA, 2005).
As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) foram instituídas com base na Lei nº
6.938/81 (BRASIL, 1981b) e regulamentações, resoluções Conama nº 10/88 (Brasil, 1988) e
nº 13/90 (BRASIL, 1990). Pertencem ao grupo de unidades de conservação de uso sustentável
e são constituídas por áreas públicas e/ou privadas. Têm o objetivo de disciplinar o processo
de ocupação das terras e promover a proteção dos recursos abióticos e bióticos dentro de seus
limites, de modo a assegurar o bem-estar das populações humanas que aí vivem, resguardar
ou incrementar as condições ecológicas locais e manter paisagens e atributos culturais
relevantes (IBAMA,2005).
As Florestas Nacionais (FLONAs) são áreas de domínio público, providas de
cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecidas com objetivos de promover o manejo dos
recursos naturais, com ênfase na produção de madeira e outros produtos vegetais, garantir a
proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos,
assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica básica e aplicada, da educação
e das atividades de recreação, lazer e turismo (Op. cit.).
Os Refúgios de Vida Silvestre pertencem ao grupo de unidades de conservação de
proteção integral, e tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram
condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da
fauna residente ou migratória. Podem ser constituídos por áreas particulares, desde que seja
possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos
naturais do local pelos proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e
as atividades privadas, ou não, havendo aquiescência do proprietário às condições propostas
pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida
Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que
dispõe a lei (Op. cit.).
As Reservas Extrativistas (RESEXs) são espaços territoriais destinados à exploração
auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis, por populações tradicionais.
Em tais áreas é possível materializar o desenvolvimento sustentável, equilibrando interesses
ecológicos de conservação ambiental com interesses sociais de melhoria de vida das
populações que ali habitam (Op. cit.).
As Reservas Ecológicas (RESECs) são unidades de conservação de proteção integral
que visam proteger e manter as florestas, as demais formações de vegetação natural públicas
ou particulares e outras áreas consideradas de preservação permanente. Podem ser públicas ou
privadas, de acordo com sua situação dominial (Op. cit.).
As Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs), pertencem ao grupo de unidades
de conservação de uso sustentável. São áreas que abrigando características naturais
extraordinárias ou exemplares raros da biota nacional, exigem cuidados especiais de proteção
por parte do Poder Público. São preferencialmente criadas quando tiverem extensão inferior a
5.000 ha e houver ali pequena ou nenhuma ocupação humana por ocasião do ato declaratório.
Sua utilização é regulada por normas e critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA (Op. cit.).
Os Monumentos Naturais pertencem ao grupo de unidades de conservação de
proteção integral, tendo como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de
grande beleza cênica. Podem ser constituídos por áreas particulares, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do
local pelos proprietários. A visitação pública está sujeita às condições e restrições
estabelecidas no plano de manejo da unidade e às normas estabelecidas pelo órgão
responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento (Op. cit.).
As Reservas de Desenvolvimento Sustentável pertencem ao grupo de unidades de
conservação de uso sustentável, tendo como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo
tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos
modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais,
bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do
particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de
acordo com o que dispõe a lei (Op. cit.).
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) são unidades de
conservação em áreas privadas, gravadas em caráter de perpetuidade, com o objetivo de
conservar a diversidade biológica. A criação de uma RPPN é um ato de voluntário do
proprietário, que decide constituir a totalidade de sua propriedade, ou parte dela, em uma
RPPN, sem que isto ocasione perda do direito de propriedade (Op. cit.).
As Estações Ecológicas (EE) pertencem ao grupo de unidades de conservação de
proteção integral e destinam-se à preservação integral da biota e demais atributos naturais
existentes em seus limites e à realização de pesquisas científicas, que devem ser autorizadas
pelo IBAMA estando sujeitas as normas por este estabelecidas. A visitação pública só é
admitida com objetivos educacionais, sendo necessário autorização prévia (Op. cit.).
Os Parques Nacionais (PARNAS) pertencem ao grupo de unidades de conservação de
proteção integral, e se destinam à preservação integral de áreas naturais com características de
grande relevância sob aspectos ecológicos, beleza cênica, científico, cultural, educativo e
recreativo, vedadas as modificações ambientais e a interferência humana direta. Excetuam-se
as medidas de recuperação de seus sistemas alterados e as ações de manejo necessárias para
recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos naturais,
conforme estabelecido em seu plano de manejo (Op. cit.).
As Reservas de Fauna pertencem ao grupo de unidades de conservação de uso
sustentável, sendo uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou
aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o
manejo econômico sustentável de recursos faunísticos (Op. cit.).
As Reservas Biológicas pertencem ao grupo de unidades de conservação de proteção
integral e são destinadas à preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes
em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se
as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias
para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos
ecológicos naturais, conforme determinado em seu plano de manejo (Op. cit.).
No documento
Dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental
(páginas 30-34)