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Vários estudos investigam a prevalência de atividade física no cenário populacional e suas diversas contribuições para a saúde. Nos últimos anos pesquisas na área de atividade física sofreram muitas evoluções no âmbito nacional, entretanto, existe uma ausência de estudo de intervenções. Diante desse panorama torna-se necessária a promoção de atividade física para a população, viabilizando o acesso a essas intervenções, que devem ser estabelecidas, divulgadas e espalhadas pelo país.

Outro aspecto importante para a implementação de uma intervenção são os diversos fatores que envolvem a mesma. Em um país como o Brasil, de grande dimensão territorial, observam-se diferentes traços culturais, enaltecendo que os programas de intervenção não devem ser padronizados e sim organizados de acordo com o contexto e o local onde serão aplicados. Fatores como questão climática influenciam nas intervenções, como, melhor horário do dia para realização das sessões, possibilidade de serem realizadas ao ar livre, ou até estação do ano mais conveniente. O ambiente físico também é um fator preponderante na escolha das intervenções, onde áreas verdes, espaços próximas à costa, ruas sinuosas, morros, existência de ciclovias devem ser considerados para que os programas propostos sejam voltados para as características de uma determinada região (FLORINDO; HALLAL, 2011).

Sendo assim, programas de intervenção devem contemplar variáveis demográficas, biológicas, psicológicas, comportamentais, sociais, culturas e físicas (BARANOWSKI et al., 1998).

Os programas na área da atividade física podem seguir diferentes abordagens e diferentes características quanto ao seu tipo de aplicação. Alguns projetos utilizam mensagens, cartilhas, panfletos para informar a população sobre os benefícios da atividade física ou até mesmo na tentativa de aumentar o nível de atividade dessas pessoas. Para esse tipo de intervenção profissionais da área da saúde, como educadores físicos são bastante importantes para transposição dessas informações. No âmbito da atenção básica profissionais como enfermeiras, médicos, agentes comunitários também se tornam imprescindíveis nesse tipo de programa. Outro aspecto bastante interessante para a divulgação dessas informações é a utilização dos meios de comunição, pois a mídia seja ela qual for, pode potencializar a proliferação dessas orientações acerca da atividade física.

Muitos programas foram desenvolvidos utilizando o aconselhamento como foco principal, um deles foi o programa “Ação e Saúde Floripa - educar, conscientizar e praticar”, desenvolvido em Unidades de Saúde da região sul do país (GOMES; DUARTE, 2008). Outros programas também utilizaram de aconselhamento de profissionais, além de folhetos explicativos, eventos e campanhas sobre a importância de se praticar alguma atividade, sendo realizadas tanto em Unidades de saúde quanto em outras localidades (SABTI et al., 2010; HALBERT et al., 2001; KRUCHELSKI; RAUCHBACH, 2005; WEN et al., 2002; MATSUDO et al., 2003; BROWN et al., 2006;). Demais intervenções além da colaboração de profissionais capacitados, utilizaram como método para atingir a população o telefone, entre outros meios de comunicação, para aconselhar e estimular os participantes a realizar atividade física (LAWTON et al., 2008; EAKIN et al., 2007; WRAY; JUPKA; LUDWING-

BELL, 2005; NIES; CHRUSCIAL; HEPWORTH, 2003;), distinto programa chegou a utilizar a internet como instrumento para aconselhamento (SPITTAELS e BOURDEAUDHUIJ 2006). Muitos dessas intervenções foram eficazes, sendo capazes de tirar essas pessoas da inatividade, assim como, mudança de comportamento em relação à atividade física.

Porém, existem outros tipos de projetos onde temos a prática de atividade física supervisionada. Muitos programas são aplicados por profissionais capacitados, que ministram sessões de exercícios físicos, orientando esses participantes de maneira adequada e responsável. Podemos encontrar algumas intervenções dessas no Brasil (SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE, 2012; VENTURIM; MOLINA, 2005) e no mundo (CHEN et al., 2008). Muitos projetos estão sendo desenvolvidos em Unidades de Saúde, isso se deve muito ao empenho do governo em aumentar as intervenções no âmbito da atenção básica. Essas intervenções atingem diferentes públicos, com diversas patologias (VENTURIM; CADE, 2007; MONTEIRO et al., 2007; ORLANDI et al., 2008; HARRISON; ROBERTS; ELTON, 2005 ) promovendo benefícios para saúde dessas pessoas.

E por fim, temos um terceiro tipo de intervenção que envolve a combinação de atividade física supervisionada com a aconselhada (NAKAMURA et al., 2010). Nessas intervenções temos a aplicação de sessões de exercício supervisionada pelo profissional de educação física, além de serem realizados aconselhamentos aos participantes para que eles se mantenham ativos nos demais dias da semana em que não ocorrem as sessões e também dicas sobre hábitos saudáveis. As alunas do programa Saúde Ativa desenvolvido no município de Rio Claro e com apoio da fundação

de Saúde da cidade, além das aulas supervisionadas pelo professor e aconselhamentos sobre atividade física, recebiam o auxílio de um nutricionista que visitava a Unidade de Saúde uma vez por mês, e as orientavam sobre alimentação saudável, incluindo indicação de alimentos mais barato para o preparo das refeições. Essa combinação contribuiu para a saúde dos participantes, auxiliando fatores relacionados à qualidade de vida e aumento no nível de atividade física da população Rio Clarence.

O projeto de pesquisa em questão trabalha com uma intervenção supervisionada, e outra com supervisão mais o aconselhamento e verifica-se que programas como estes são importantes na área de saúde pública, oferecendo a esses participantes uma intervenção de qualidade e orientada, auxiliando com o máximo de informação possível acerca da atividade física, objetivando assim, colaborar para saúde desses indivíduos, através dessa ferramenta de baixo custo, viabilizada e acessível que é o exercício físico.

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