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Tipos e Técnicas de Coleta e Análise de Dados

INTENÇÃO ESTRATÉGICA

4.5 Tipos e Técnicas de Coleta e Análise de Dados

Para o estudo de caso, foram utilizadas técnicas de coleta de dados em fontes primárias, coletados por meio de entrevistas em profundidade, semi-estruturadas com roteiro. Como fontes secundárias, foram usados documentos organizacionais oficiais ou não-oficiais, publicações periódicas, relatórios teóricos e operacionais. Utilizou-se as técnicas de análise de conteúdo, de análise documental e da triangulação.

Conforme preconiza BARDIN (1977, p. 38) a análise de conteúdo é o “conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utilizam procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” . Mediante uma análise de conteúdo tem-se a intenção de inferir conhecimentos relativos às condições de planejamento no BACEN, recorrendo a indicadores quantitativos e qualitativos.

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Dentro dos domínios possíveis da aplicação da analise de conteúdo. B.A.RDIN (1977. p. 35) apresenta uma tabela na qual as entrevistas aparecem como uma representação do código lingüístico oral que envolve comunicação dual (diálogo) e. os documentos organizacionais caracterizando o código lingüístico escrito, envolvendo um grupo mais restrito.

A partir daí, entende-se que a análise documental apresenta analogias com uma parte da análise de conteúdo, ou seja, a finalidade básica é a mesma, só que a documental possui limitações técnicas em relação á primeira. Sendo definida por CHAUMIER (apud BARDIN, 1977, p. 45) como “uma operação ou um conjunto de operações visando representar o conteúdo de um documento sob uma forma diferente da original, a fim de facilitar num estado ulterior, a sua consulta e referenciação”.

O método histórico é o mais conhecido de análise documental pois permite o estudo de documentos “visando investigar os fatos sociais e suas relações com o tempo sócio-cultural-cronológico” (RICHARDSON, 1985, p. 182).

Já a técnica da triangulação objetiva, segundo TRIVINOS (1987), abrange a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do foco em estudo. GOLDENBERG (1997, p.63) esclarece, ainda, que a triangulação é uma metáfora emprestada da estratégia militar e da navegação, em que se utilizam de múltiplos pontos de referência para localizar a posição exata de um objeto.

Ao utilizar-se a triangulação, tomou-se como pontos de referência alguns aspectos principais obtidos na revisão de literatura e no modelo teórico, na análise documental e na análise de conteúdo das entrevistas.

Nesse sentido, foram averiguadas as percepções dos sujeitos por intermédio de entrevistas, além dos elementos produzidos pelo meio (documentos, instrumentos legais, instrumentos oficiais, informações quantitativas) e aspectos sob a perspectiva de análise, que se referem aos processos e produtos originados pela estrutura sócio-econõmica e cultural da organização na qual está inserido o sujeito da pesquisa (TRIVINOS. 1987, p.139).

A fase de coleta de dados começou em agosto indo até setembro, com visitas ao gabinete do Departamento de Planejamento e Organização - DEPLA, devidamente autorizadas pela chefia da Unidade, para consulta aos arquivos e levantamento dos documentos relevantes ao estudo.

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A presente etapa da pesquisa, na qual se trabalhou com os registros, permitiu um melhor reconhecimento histórico da instituição, bem como do desenvolvimento das fases de sua atividade de planejamento.

Esta busca dos dados secundários fez-se, essencialmente, a partir da consulta de Votos de Diretoria, ofícios, correios eletrônicos, relatórios internos e externos, consolidação de planos, projetos setoriais, entre outros, que estão relacionados no Anexo 04.

Na análise documental, após a leitura, seleção e cadastramento da documentação disponível, pode-se identificar “algumas especificidades da mudança estrutural e a sua relação com aspectos históricos e de caráter político/administrativo que envolvem a criação e o funcionamento da organização”, possibilitando a obtenção de diversas informações que foram comprovadas ou não, por comparação ou confrontação em entrevistas posteriores (FEUERSCHUTTE, 1996, p. 48).

A fase de entrevistas foi realizada no período de 02 de outubro a 20 de novembro de 1997, tendo sido agendadas previamente com os participantes da amostra, ocasiões nas quais foram explicados os objetivos da pesquisa e solicitadas autorizações para gravação, assegurando-se o anonimato dos entrevistados.

As entrevistas foram estruturadas da seguinte maneira; constava de um roteiro padronizado com perguntas abertas, com resposta livre, não-limitada por alternativas apresentadas, objetivando que o entrevistado falasse livremente sobre cada questão apresentada.

As perguntas foram apresentadas a todos com palavras semelhantes, na mesma ordem, somente sendo alterada quando o entrevistado já havia respondido sobre o tema em questão anterior.

A ordenação das perguntas ficou da seguinte forma; definição do planejamento; expectativas diante de sua implementação por parte dos integrantes organizacionais; evolução do processo, relação do planejamento com a estratégia, a participação e a tomada de decisão; visão do processo geral.

As questões foram elaboradas direta e objetivamente, além do que, os entrevistados tiveram oportunidade para efetuarem comentários finais, por eles considerados adequados ao desenvolvimento desta pesquisa. Muitos reportaram-se às suas percepções quanto ao ocorrido, ao momento atual e às suas expectativas futuras em relação ao planejamento organizacional.

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A duração média das mesmas foi de 55 minutos, possibilitando uma cobertura profunda do assunto. Foi utilizado um gravador como recurso de registro das informações e o anonimato dos entrevistados também foi garantido.

Entende-se que a utilização de entrevistas apresentou diversas vantagens. Primeiro, que as pessoas, em geral, tiveram maior paciência e motivação para falar do que teriam para escrever; em segundo, proporcionou mais flexibilidade para garantir a resposta desejada; também, pode-se observar o que e como o entrevistado respondeu, identificando possíveis contradições; além do que, foi estabelecida uma boa relação entre pesquisador e os pesquisados, o que pôde propiciar o surgimento de outros dados (SELLTIZ, 1987).

Quando realizou-se a análise de conteúdo das entrevistas, buscou-se atentar para as suas duas funções essenciais, que são, enriquecer a tentativa exploratória (heurística) e administrar a prova, ou seja, confirmar ou não as perguntas de pesquisa (BARDIN, 1977, p. 30).

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