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2.3 VENTILAÇÃO

2.3.2 TIPOS DE VENTILAÇÃO

Existem 3 tipo de ventilação, a ventilação natural, a ventilação mecânica e a ventilação mista, em que a escolha do tipo de ventilação a instalar nos edifícios depende de alguns aspetos como:

 O nível de ruído e qualidade do ar exterior;

 Garantia de que o sistema de ventilação natural consegue assegura os caudais de ventilação regulamentares;

 Capacidade de controlo dos caudais de ventilação;

 Espaço disponível, custo de investimento, instalação e exploração.

Se se verificar que a QAI é de má qualidade porque as diferenças de pressões que garantem a ventilação natural não são suficientes para atingir os caudais necessários, deve-se optar por uma ventilação mecânica. Também se o ruido exterior for muito elevado, de maneira a impossibilitar a

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instalação de grelhas de ventilação na fachada, deve-se optar por um sistema de ventilação mecânica [1], [3] e [27].

Neste trabalho, apenas serão considerados os conceitos relativos à ventilação natural, por ser o tipo de ventilação utilizado no caso de estudo.

A ventilação natural é realizada através da movimentação do ar exterior para o interior dos edifícios, sem recorrer a qualquer sistema ou dispositivo eletrónico. O ar exterior entra nos edifícios através das janelas, portas e grelhas de ventilação aplicadas nas paredes de fachada dos compartimentos principais, o ar circula dentro dos edifícios através de folgas na parte inferior das portas ou através de grelhas que estas possam ter. A extração do ar ocorre através de condutas ligadas aos compartimentos de serviço.

Este tipo de ventilação acontece devido as ações que promovem a diferença de pressão entre o interior e o exterior do edifício. A ventilação natural tem duas forças motrizes capazes que promover a movimentação do ar dentro dos edifícios, o efeito do vento e o efeito chaminé. Estas duas forças podem existir em simultâneo, o que dificulta o controlo dos fluxos de ar.

A ação do vento, é a que mais influência tem no sistema de ventilação natural. A ação do vento condiciona a distribuição de pressões na fachada de um edifício, que depende da forma ou do tipo de edifício e da sua orientação. Da intensidade do vento, que depende da região e da envolvente do edifício, depende o valor das pressões. A distribuição das pressões na fachada tende a não ser uniforme, pois quando o vento encontra um obstáculo este gera pressões estáticas que podem ser positivas ou negativas no interior do edifício. Na Fig.2.5 mostram-se alguns esquemas de diferentes pressões obtidas em fachadas de edifícios [10], [31] e [36].

Fig.2.5- Distribuição de pressões em todas as fachadas de um edifício em planta retangular (vista do corte vertical e em planta) [46]

Quando não há vento, o efeito chaminé é o único responsável por garantir a ventilação dos espaços do edifício. O efeito cheminé é proporcional à diferença de temperatura entre o interior e exterior e á distancia entre as aberturas de admissão/exaustão do ar. Este efeito consiste na movimentação ascendente do ar aquecido, pois pelo princípio físico da gravidade, o ar menos denso e mais quente tende a atingir cotas mais altas, provocando um baixa pressão nas cotas mais baixas. No inverno, o efeito chaminé garante a entrada do ar pelas aberturas de cota mais baixa e a saída do ar pelas aberturas de cota mais elevada, uma vez que as temperaturas interiores estão mais altas do que as temperatura exteriores. No verão, o fluxo é inverso, pois as temperaturas interiores estão mais baixas do que as temperaturas exteriores (Fig. 2.7) [36].

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Fig.2.6- Fluxo de ar devido a diferença de temperatura [40]

A ventilação natural pode ser controlada ou não controlada. A ventilação não controlada era a ventilação mais usada nos edifícios mais antigos, pois a entrada e saída do ar nos compartimentos era feita através das folgas existentes nos vãos, aumentando-se as renovações de ar através da abertura das janelas e das portas.

A ventilação controlada é garantida através da existência de dispositivos devidamente dimensionadas, quer para a admissão quer para a exaustão de ar. A admissão é feitas através da aplicação de grelhas na fachada dos edifícios. Esta grelhas podem ser fixas, reguláveis ou autorreguláveis. As grelhas fixas são dispositivos de passagem do ar exterior para o interior através da ação do vento ou da diferença de temperatura. Tratando-se de uma abertura estática, o controlo da ventilação é feito de forma indireta, através da alteração da área útil da grelha (Fig.2.7) [40].

Fig.2.7- Grelhas reguláveis [39]

As grelhas autorreguláveis são grelhas que permitem o ajuste do caudal em função do gradiente de pressão entre o interior e o exterior dos edifícios. Esta fecha automaticamente sempre que a diferença de pressões é negativa, e ajusta a área útil da passagem do caudal quando a pressão é positiva.

A posição das grelhas na fachada é muito importante, pois pode favorecer o sistema de ventilação natural. Quando a configuração e a geometria do edifício permitem, pode-se utilizar a ventilação cruzada, que consiste na colocação de grelhas em fachadas opostas para melhor aproveitamento do potencial da diferença de pressões que possam existir entre as fachadas (Fig2.8) [39].

Fig.2.8- Efeito da ventilação Cruzada [41]

Quando a geometria do edifício não permite, por exemplo se o edifício só contém uma fachada, pode-se usar a ventilação unilateral, que consiste na colocação de grelhas numa única fachada (Fig2.9). Nesta caso, a ventilação adequada do espaço é mais difícil mesmo quando a direção do vento incide

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diretamente na grelha. Para melhorar esta situação deve-se colocar não um mais duas grelhas afastadas entre si para que uma das grelhas faça a admissão do ar e a outra a extração, [41].

Fig.2.9- Efeito da ventilação unilateral [41]

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