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Três vértices com status de potências médias: Espanha, Brasil e México

Nada melhor para começar esta epígrafe do que uma definição precisa do que podemos entender, em Relações Internacionais, como potência média. Uma categoria tradicional dos estudos da guerra fria192, embora muito efetiva na atualidade pela sua virtude de explicativa, tendo como base a estratégia individual de certos atores que apostam em uma inserção internacional combinada, devido ao aparecimento dos novos regionalismos no atual cenário internacional.

191 Declarações para o jornal espanhol ABC (16/ 05/ 1991). Cita recolhida em GRUGEL, J y ALEGRE, J. “La España del PSOE y América Latina: ¿Hacia una nueva relación?”, Estudios Interdisciplinarios de América Latina y el Caribe, Volumen 2 - Nº 2 Julio - Diciembre 1991, Instituto Universitario Ortega y Gasset, Madrid.

192 Em Relações Internacionais, falamos de uma palavra com uma ampla heterogeneidade de usos. Na bibliografia, em ingles, neste tópico podem ser achadas expressões abundantes que apontam para a mesma idéia: middle powers, lesser powers, regional powers, local powers, emerging powers, middle-ranking powers, middle-sized powers, weak(er) states, small powers, minor powers, medium powers, intermediate powers, secondary powers... Também, em espanhol, podemos achar referências para potencias medias, medianas, regionales, intermedias, locales, pequeñas, etc. Na maioria das ocasiões, todas estas expressões tendem a se ajustar à caracterização de “potência média” que aqui empregamos.

Deste modo, entre os variados conceitos defendidos por diferentes autores,193

utilizaremos uma formulação global do conceito, de acordo com a linha de pensamento de Jordi PALOU e baseado no seu grau de aplicabilidade ao contexto regionalista internacional: 194

“Podemos considerar como potências médias esses Estados que, devido à sua dimensão (territorial, demográfica, econômica, político- diplomata ou exército) ou pela sua situação geopolítica em uma certa região, apresentam a capacidade e a vontade necessária para exercitar certa influência em certas áreas das relações internacionais. Esta influência pode ser traduzida na formulação ou prática de uma política externa ativa e independente, em uma participação destacada nas trocas internacionais (nos âmbitos comerciais, de mediação, de participação ativa nas Nações Unidas e em outras organizações internacionais, etc...) ou em uma vontade de ter um papel de destaque nos assuntos que afetam à sua região”.

Em geral, podemos dizer que as ações das potências médias foram historicamente condicionadas pela forma e situação internacional, tendo alcance maior quando as relações entre os grandes poderes estão em períodos de calma, ou seja, em situações nem muito hostis nem muito cooperativas.

Esta premissa coincidiria perfeitamente com o momento atual, explicando em parte, o aparecimento e auge do fenômeno internacional expressado pelos novos regionalismos, sempre dentro do quadro histórico oferecido pela Globalização.

Falamos então de um contexto favorável para justificar as novas estratégias regionalistas das potências médias e de um mundo globalizado pós-11 de setembro, em que cabe, perfeitamente, tanto a militarização das Relações Internacionais como a cooperação sob uma racionalização de lógica militar na geoeconomia – refiro-me ao jogo de competição entre os principais poderes econômicos sob o "pacífico" guarda- chuvas multilateral da OMC.

Por outro lado, ao fazemos uma rápida análise dos principais eventos que marcaram as Relações Internacionais no final dos anos 80, podemos afirmar, com

193 Aqui serve para mencionar como amostra, autores tão heterogêneos como MERLE, M. Sociología de las relaciones Internacionales, Madrid, Alianza, 1991. SANTORO, C.M. “Dove va la política estera italiana? Cinque ipotesi su una media potenza” em Relazioni Internazionali, nº 1, 1988; GONZÁLEZ, G., “Incertidumbres de una potencia media regional: las nuevas dimensiones de la política exterior mexicana”, em PELLICER, O., La política exterior de México: desafíos de los ochenta, Editorial Centro de Investigación Desarrollo Económico, México,1983; HOLBRAAD, C., Las potencias medias en la política internacional, México. Fondo de Cultura Económica, 1989. 194 PALOU, Jordi (p.15), “El concepto de potencia media. Los casos de España y México”. CIDOB, Nº 26, 1993, pp. 7-35.

certeza, que o papel do Estado nas políticas internacionais adquiriu uma relevância especial nas últimas décadas. O fim da confrontação Leste-Oeste favoreceu o aparecimento de uma multiplicidade de novos Estados na Sociedade Internacional195.

Esta onda no contexto internacional do período pós-guerra fria, produz uma hierarquização de Estados que superou amplamente as defasadas dicotomias de países capitalistas/socialistas; países do bloco do Leste-Oeste; países pro-soviéticos/ pro- norteamericanos, etc... Sendo assim, a verificação mais palpável que, embora na teoria ou seguindo a ficção jurídica do Direito Internacional, todos os Estados são iguais em direito e na prática, são desiguais de fato. Como exemplo mais significativo, a sobrevivência de um organismo internacional, como as Nações Unidas, onde o voto de todos e cada um deles não têm o mesmo peso em determinadas tomadas de decisões196...

Por outro lado, pode-se argumentar que as ações mais representativas das potências médias acerca da realidade internacional ocorrem, prioritariamente, em relação aos assuntos regionais e locais mais que nos níveis centrais ou globais das políticas internacionais.

E, a um nível global, as potências médias, muitas vezes, desempenham papéis mais destacados que no interior de suas próprias regiões, áreas onde, em geral, repousam seus principais interesses. Não obstante e, em contrapartida, o comportamento internacional das potências médias, por sua vez, promove seus próprios efeitos na formação geral dos processos políticos globais. Na realidade, graças à natureza e a magnitude destes efeitos induzidos, um observador pode determinar o peso dessas potências médias mais pró-ativas nas políticas internacionais.

Neste ponto, convém notar que não deveríamos relegar as potências médias a papéis exclusivamente regionais, já que uma determinação deste tipo significaria, no longo prazo, excluir e impedir a possibilidade que estes estados, de acordo com a conjuntura de cenários que lhes são apresentados, têm de desempenhar papéis mais diversificados no nível de políticas globais.

195 Um fato para realçar é o número crescente de membros da ONU, dos 51 sócios, que faziam parte em 1945 passou aos 191, em 2002..

196 Neste sentido, podemos escolher como exemplo da discrepância em relação às ponderações dos estados, baseado em considerações hierárquicas, o processo de debate acerca da reforma da ONU. Para se ter uma idéia das razões para tal uma reforma, ver a web do próprio Centro de Informação das Nações Unidas para o México, Cuba e República Dominicana (último acceso 23/10/2007): http://www.cinu.org.mx/onu/reforma.htm

Neste ponto, não podemos esquecer que ao considerarmos, exclusivamente, as potências médias como Estados que têm a capacidade e/ou vontade de exercitar a sua influência na balança regional, pois estes desempenham um papel intermediário, conforme CALDUCH nos lembra;

"as potências médias intervêm, econômica, política, ideológica e militarmente de um modo efetivo em uma área geopolíticamente mais restrita"; desempenhando também “(...) uma importante função mediatizadora e catalisadora do poder das grandes potências em relação aos pequenos sujeitos ao seu domínio(...)"197

Já que é principalmente com relação aos outros estados da região que uma potência média se sobressai como algo mais que um poder menor ou um Estado pequeno, e como o nível de poder dos mais excelentes destes estados menores está longe de ser uniforme, ou até mesmo comparável, em todas as regiões do mundo; é possível dizer que qualquer limite que nós impusermos em sua caracterização, pode resultar em uma divisão anômala sendo aplicada em um âmbito universal. Aqui poderia surgir o que é denominado como uma “inconsistência de postura” – ou, em caso contrário, a tendência a criar uma classificação inconsistente de Estados, de acordo com o indicador empregado, resultando em posições mais altas ou inferiores.

Tendo presente esta advertência, o mais apropriado para um foco metodológico mais desenvolvido em nosso trabalho é a aplicabilidade do seguinte método classificatório: primeiro analisar a lista de nossos três atores (México, Brasil e Espanha), em suas respectivas regiões, para, em seguida, os unificar em um possível espaço euro-latino-americano, tal como defendemos, criado por e a partir de sua atuação conjunta.

Para começar nossas análises, lidaremos com a variável de oposição em relação à grande superpotência, sendo interessante, neste ponto, pensar as razões pelas quais estas três potências médias nunca puderam desenvolver uma aliança anti-hegemônica. Em primeiro lugar, um fato relacionado aos três países tem a ver com a rivalidade entre próprios interesses particulares na região latino-americana, com ênfase especial entre ao México e ao Brasil pela liderança na área.

197 CALDUCH CERVERA, R (pp. 160 – 161); Dinámica de la sociedad internacional, Ed. Centro de Estudios Ramón Areces, Madrid, 1993.

Neste sentido, a rivalidade entre os dois maiores países da região origina-se, de acordo com a interpretação de ROSAS,198 do fato de serem as duas economias mais importantes da América Latina, embora o problema não seja essencialmente econômico mas sim político, porque ambos competem pela liderança comercial na região. As estratégias regionais para alcançar tal objetivo, entretanto, são diferentes; enquanto o Brasil aspira formar um grupo compacto sul-americano para exigir melhores condições de troca de EUA e UE, o México, por outro lado, negocia “com quem deseje, separadamente”, aplicando um método menos integracionista e mais diversificado.

Realmente, uma vez superada a rivalidade tradicional entre a Argentina e Brasil199, graças, em parte, à criação do MERCOSUL e, em parte, à profunda crise argentina e à ajuda proporcionada a ela pelo colosso vizinho do sul; se o México não dependesse tanto dos E.U.A., como atualmente, e tivesse a liberdade de ação que, ativamente, pretende no sul do continente, a competição sem qualquer tipo de cooperação entre ele e Brasil, poderia transformar-se em uma rivalidade bastante tensa pela região200. Nesta lógica subjacente de competição, eles demonstram tanto a sua visão complexa como a análise estratégica de referência que, de um modo especial, tornou-se presente durante as negociações do ALCA e desempenha um importante papel nas percepções da parte brasileira, conforme demonstram as palavras de RICUPERO;

198 ROSAS, María Cristina. (p. 209); La economía internacional en el siglo XXI. OMC, Estados Unidos y América Latina (México: UNAM), 2001.

199 Não obstante, deve- se lembrar que o governo argentino votou contra a reforma pela qual o Brasil aspiraria fazer parte do Conselho de Segurança da ONU como membro permanente, representando a região. Sobre este tópico importante para as aspirações de Itamaraty, em uma entrevista concedida a AFP, o analista David Fleischer - professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília -, nos aponta que o Brasil enfrenta as resistências de Argentina e México. Embora “também tem ao seu favor argumentos excelentes” Entre eles, mencionou a disposição permanente para ajudar a resolver conflitos regionais, entre eles o do Haiti onde o Brasil comanda a força de capacetes azuis da ONU. Se quer se consultar o artigo; AFP, “Lula viaja a la ONU con una prioridad: Brasil al Consejo de Seguridad”, 21 de septiembre de 2007. Disponível on line (último acceso 20/10/2007): http://espanol.news.yahoo.com/s/afp/070921/latinoamerica/brasil_onu_diplomacia

200 Um exemplo não muito distante das discrepâncias e da rivalidade mexicano-brasileira é a desconfiança que TLCAN levou ao país meridional. Deste modo, as preferências comerciais de México com o Brasil que estavam de acordo com a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), acabaram, de repente, com a assinatura de TLCAN. Sob a regulamentação da ALADI, a nenhum sócio era permitido a concessão de melhores preferências comerciais para um não sócio. O Brasil até fez uma petição de expulsão de México da ALADI por não cumprir seu artigo 44. Em referência a este artigo, de acordo com ROSAS (2001: p. 201), a criação de MercosuL também violou este artigo em seu início.

“a situação de partida nas negociações do México no caso NAFTA e do Brasil no caso ALCA, são completamente diferentes. No primeiro caso já havia uma situação de dependência, com 80% do comércio, no segundo, não, apenas um 20% <...> conseqüentemente, o Brasil tem mais poder de negociação e torna-se menos conveniente sujeitar- se à ALCA e à autoridade de um país de acordo com a experiência mexicana”. 201

Continuando com o caso mexicano, em 1991, foram iniciadas as negociações para a subscrição de um tratado de livre-Comércio entre o México, Estados Unidos e Canadá, por iniciativa do então presidente mexicano Carlos Salinas de Gortari (1988- 1994). A tomada de tal iniciativa não representou uma solução fácil para o México, nem tampouco foram as negociações e o processo de ratificação do Tratado, principalmente no Congresso americano. A aposta mexicana para uma inserção internacional em colaboração com a superpotência, conduz ao fato de Salinas de Gortari, durante o primeiro ano de seu governo, mostrar202 que as relações com os Estados Unidos tiveram um significado muito particular para México no qual "a confrontação era rejeitada como insensata e a submissão como ofensiva por nossas convicções mais íntimas."

Esta importante virada política em relação ao grande vizinho do norte demonstra como as relações com os Estados Unidos transformaram-se na pedra angular da nova estratégia mexicana, encaminhada e a alterar a percepção interna do que havia sido considerada, em algum momento, como opção política "inaceitável", no sentido de uma formalizada integração econômica com os Estados Unidos, e para sua instrumentalização como política central para a nova declaração da identidade da nação203.

Em outra interpretação, alguns analistas204 consideram que a inserção do México no TLCAN estava baseada na interessante proposta mexicana de transformar-se na "ponte" natural entre os países latino-americanos e esses da TLCAN, como instrumento para vigiar o acesso dos produtos latino-americanos ao mercado americano.

201 RICUPERO, Rubens, (na sua posição como secretário geral de UNCTAD), 19 de agosto de 2002, Entrevista concedida à TV Cultura e passada no estado de São Paulo.

202 Carlos Salinas de Gortari, “Primer Informe de Gobierno”, Comercio Exterior, Vol. 39, No. 11, Noviembre de 1989, p. 935

203 Neste sentido ver Stephanie R. Golob, “Beyond the Policy Frontier. Canada, Mexico, and the Ideological Origins of NAFTA”, World Politics, Vol. 55, No. 3, April 2003, pp. 392-394.

O mencionado conceito de "ponte" entre regiões tem sido, desde então, uma constante na fala dos representantes mexicanos com o restante dos países latino- americanos205, tomando forma definitiva no projeto geoestratégico de construir uma

infra-estrutura de interconexão, centrada no México, lançada no ano 2001 como o Plano Puebla-Panamá206.

Os dados potenciais desta iniciativa lançam expectativas importantes207;

abrangendo, atualmente, uma população conjunta de 65 milhões de habitantes, distribuída em 28 milhões no Sudeste Sul de México e 37 na América Central, com probabilidade de chegar a 92 milhões no ano 2025, com 34 em Sudeste Sul e 58 na América Central respectivamente208; recursos naturais abundantes, com biodiversidade extraordinária (Corredor Biológico Meso-americano) e uma posição estratégica geográfica, situada entre os três grandes blocos comerciais (América do Norte, Europa e Ásia)209.

205 Com este papel, não só seria unido â assinatura do Grupo dos Três (G-3, Colombia, México e Venezuela) em 1994, mas também a proposta discutida na reunião ministerial ALCA em Santiago de Chile de aumentar o Grupo de Os Três para constituir o Grupo de Os Seis (G – 6) com a incorporação dos sócios restantes da CAN (Bolívia, Equador e Peru), ver ROSAS, p. 211, op cit.

206 Formalmente em marcha desde 15 de junho de 2001, durante a Cúpula Extraordinária do "Mecanismo de Diálogo e Concertação de Tuxtla” ou quadro institucional de diálogo entre México e Centro-américa ocorrido em San Salvador, El Salvador. O projeto envolve, de um lado, Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá; e por outro, os estados do sul-sudeste de México, Campeche, Chiapas, Guerrero, Oaxaca, Puebla, Quintana Roo, Tabasco, Veracruz e Iucatã..

207 Informação do Documento apresentada pelo Diretor da Área do Plano Puebla Panamá, Francisco Abarca Escamilla “Plan Puebla-Panamá Documento Base. Capítulo México. Informe Ejecutivo”, em Adolfo Sánchez Almanza (coord.), Financiamiento para el desarrollo urbano regional en México. Necesidades y perspectivas, XI Seminario de Economía Urbana y Regional, 2001, Instituto de Investigaciones Económicas, Programa Universitario de Estudios sobre la Ciudad, Centro Regional de Investigaciones Multidisciplinarias de la UNAM, y El Colegio Mexiquense, A.C., México, 2001. Documento disponível on line (último acceso 22/10/2007): http://www.iiec.unam.mx/actividades/seminarios/extras/SEUR-2001/10-francisco%20abarca.pdf

208 Ou interpretado de uma visão estritamente econômica, vários mercados, força de trabalho abundante, com despesas competitivas a nível mundial e de qualidade potencial.

209 Neste sentido oferece a existência dos portos de Coatzacoalcos e Salina Cruz (México), com vocação para ligação com o mercado de Estados Unidos, Europa e Ásia, e do Puerto Colón (Panamá), com correntes característica de competitividade a nível mundial. A nível continental, um corredor - em construção - entre Chiapas e Matamoros, com amplificação para Guatemala que poderá comunicar à região com o mercado americano.

Com respeito a esta área regional, na opinião de ROCHA,210 o México constrói

sua influência na América Central por meio do estabelecimento de relações geopolíticas, geoeconômicas e de cooperação para o desenvolvimento.

O Plano mencionado conjugaria as três formas de influência para a região, no marco do impulso estratégico e integrante de suas oito "Iniciativas Meso- americanas"211: Desenvolvimento sustentável; Desenvolvimento humano; Prevenção e

mitigação de desastres naturais; Promoção do turismo; Facilitação da troca comercial; Integração viária; Interconexão de energia e integração dos serviços de telecomunicações.

Apoiando a natureza essencialmente geopolítica das relações que o Ministério mexicano de Relações Externas mantém em relação à região centro-americana, mencionamos as palavras de GUERRA-BORGES212 acerca do Tratado de Livre- Comércio de México com a América Central213: "A iniciativa de criar uma área de livre- Comércio partiu do México, cujo interesse em relação à América Central não é tanto comercial como geopolítico."

Para concluir a análise deste Plano, não devemos esquecer um fato que chama nossa atenção; dentro da estrutura desta iniciativa214, o Grupo Técnico Inter- institucional, Grupo que apóia a Comissão Executiva no processo de definição de iniciativas e projetos, é integrado, entre outros215, por dois organismos espanhóis de caráter comercial e financeiro, o Instituto Espanhol de Comércio Externo (ICEX) e o Instituto de Crédito Oficial (ICO), respectivamente. A participação ativa do setor

210 Ver ROCHA, A. “La geopolítica de México en Centro América: ¿una hegemonía regional?”, Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p. 308-359.

211 Para aumentar conteúdos para consultar, Plan Puebla-Panamá. Iniciativas Mesoamericanas y Proyectos. Grupo Técnico Interinstitucional para el Plan Puebla-Panamá, BCIE-BID-CEPAL con el apoyo del INCAE. San Salvador, El Salvador. 15 de Junio de 2001.

212 GUERRA-BORGES, A. (p.58); La integración centroamericana ante el reto de la globalización (antología), CRIES, Managua, 1996.

213 No momento, o México tem TLC ,na região, com Costa Rica-vigente do 01 de janeiro de 1995- ; Nicaragua – vigente do01 de julho de 1998- e odenominado "Triângulo do Norte”( El Salvador, Guatemala e Honduras)-vigente do 01 de janeiro de 2002-.

214 Ver VI CUMBRE DEL MECANISMO DE DIALÓGO Y CONCERTACIÓN DE TUXTLA, Acta que Institucionaliza el Mecanismo del Plan Puebla – Panamá, Managua, República de Nicaragua, 25 de Marzo de 2004. Documento disponível na web oficial do PlanoPuebla-Panamá (último acceso 22/10/2007): http://www.planpuebla- panama.org/

215 Pode-se consultar a sua composição e os meios do contato dos seus representantes dentro: http://www.planpuebla-panama.org/main-pages/colaboradores_GTI.htm

privado espanhol216 na implementação deste Plano atua como grande interesse

investidor e, para a parte centro-americana, como um forte potencializador para atração de investimentos da União Européia para a região.

Na linha desta presença, a ingerência mais presente de interesses, principalmente econômicos, da Espanha, embora, da mesma maneira que vimos que o caráter econômico não marca de um modo exclusivo a estratégia do país na região, poderia converter-se em uma dinâmica de diplomacia triangular de respeito e de boas relações entre os três estados, (instrumentalizada nas Cúpulas ibero-americanos e nas Cúpulas de Chefes de Estado e Governo de América Latina-Caribe e EU), em outra de competitividade para alcançar uma posição de orador principal da área com os grandes poderes que aspiram influenciar na região (UE e E.U.A.). No caso espanhol, desempenharia um papel redobrado, por pertencer à UE.

Neste sentido, um exemplo claro da desconfiança tanto do México quanto do Brasil em relação a uma presença crescente da Espanha na região, teve como razão a