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5.   Atividades Desenvolvidas 22

5.3.   Trabalho Técnico 29

5.3.1. Alteração da IN MPA nº6/2011

A Instrução Normativa MPA n° 6, de 19 de maio de 2011, foi publicada pelo MPA com a finalidade de estabelecer critérios e procedimentos para cadastramento de pessoas físicas ou jurídicas no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, na categoria de Aquicultor.

Tendo em vista que o Departamento de Registro da Pesca e Aquicultura- DRPA, busca a melhoria, aperfeiçoamento e a desburocratização no cadastramento do RGP – categoria Aquicultor foi proposta a alteração da necessidade de renovação do Registro de Aquicultor (Registro Prévio).

Conforme consta no Artigo 13, da IN MPA n° 6, de 19 de maio de 2011 o Registro de Aquicultor gerado a partir do cadastramento prévio deve ser renovado anualmente caso o produtor não consiga apresentar sua licença ambiental neste prazo:

“...Art. 13. O Registro de Aquicultor terá validade de um ano, contado a partir da data de expedição, devendo ser renovado mediante a apresentação de:

I - formulário de requerimento de renovação de Registro de Aquicultor devidamente preenchido e assinado pelo interessado ou seu representante legal, conforme modelo adotado pelo MPA;

II - termo de justificativa, descrevendo da impossibilidade de requerer a Licença de Aquicultor, podendo quando pertinente anexar outros documentos para reforçar o teor da justificativa...”(IN MPA n° 6/2011) Como o Registro de Aquicultor não permite o exercício da atividade aquícola, o produtor inscreve-se no programa e acaba aguardando a emissão da Licença Ambiental, deixando de renovar seu registro, causando assim o vencimento no seu

processo de inscrição. Fato esse, que vem sendo demonstrado através dos números apresentados dentro do sistema de inscrição, que confirmou o vencimento de 1.495 Registros de Aquicultor dos outros 6.437 registros válidos em todo Brasil.

Tendo em vista que os interessados que não renovavam seu Registro após dois anos eram automaticamente cancelados no SisRGP, acabava por refletir na perda de contato do MPA com os produtores que não estavam finalizando seu processo de inscrição.

Portanto, foi feita uma proposta pelo DRPA, através de posicionamento técnico emitido por meio da Nota Técnico n°35/2013- DRPA/MPA, com intenção de revogação parcial da IN MPA n° 6, de 19 de maio de 2011, promovendo a alteração no Artigo 13 para retirada do prazo de vencimento do processo de Registro de Aquicultor. Esta Nota Técnica esta em Anexo A do relatório e tive participação no debate e construção.

Do dia 22 de outubro de 2013, foi publicado no Diário Oficial a IN MPA nº16 que resolve em seu Art. 1 a alteração do Art. 13 da IN MPA nº6, passando a vigorar com a seguinte redação:

“...Art. 13. O Registro de Aquicultor terá validade por tempo indeterminado, condicionado à posse pelo interessado do número do protocolo ou documento similar que comprove o requerimento de licença ambiental junto ao Órgão Ambiental competente.”

Contudo, a alteração da IN MPA nº6 basicamente tem a função de manter os produtores cadastrados juntos ao MPA mesmo com suas Licenças Ambientais ainda em processo de aquisição.

5.3.2. Decreto da Lei Ambiental Estadual Catarinense

Com a publicação da Lei Estadual de Santa Catarina n° 15.736, de 11 de janeiro de 2012, o Estado ganhou uma nova política quanto ao desenvolvimento sustentável da atividade de piscicultura de forma a conservar, preservar e recuperar os ecossistemas aquáticos. O seu Artigo 6º, rege sobre o critério aplicado à intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanete (APPs), autorizada pela FATMA, para o uso na atividade de piscicultura conforme o Novo Código Florestal de Santa Catarina:

“Art. 6º É declarada de interesse social e econômico a atividade de piscicultura para fins de implantação que envolva a supressão da área de preservação permanente, atendidos os requisitos estabelecidos nesta Lei.

§ 1º Os procedimentos administrativos de licenciamento dos empreendimentos e atividades previstos no caput deste artigo serão efetivados na Fundação do Meio Ambiente - FATMA.

§ 2º Será autorizada a implantação da atividade de piscicultura em locais, de acordo com a Lei nº 14.675, de 13 de abril de 2009 - Código Estadual do Meio Ambiente.

O Novo Código Florestal de Santa Catarina , publicado a partir da Lei nº 14.675 de 13 de abril de 2009, disciplina as normas para implantação de empreendimentos em área de preservação. Em paragrafo do Art. 114, são caraterizadas as formas de cobertura vegetal que são consideradas como área de preservação permanente:

“…I - ao longo dos rios ou de qualquer curso de água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

a) para propriedades com até 50 (cinquenta) ha:

1. 5 (cinco) metros para os cursos de água inferiores a 5 (cinco) metros de largura;

2. 10 (dez) metros para os cursos de água que tenham de 5 (cinco) até 10 (dez) metros de largura;

3. 10 (dez) metros acrescidos de 50% (cinquenta por cento) da medida excedente a 10 (dez) metros, para cursos de água que tenham largura superior a 10 (dez) metros;

b) para propriedades acima de 50 (cinquenta) ha; 1. 10 (dez) metros para os cursos de água que tenham até 10 (dez) metros de largura; e

2. 10 (dez) metros acrescidos de 50% (cinquenta por cento) da medida excedente a 10 (dez) metros, para cursos de água que tenham largura superior a 10 (dez) metros;

II - em banhados de altitude, respeitando-se uma bordadura mínima de 10 (dez) metros a partir da área úmida;

III - nas nascentes, qualquer que seja a sua situação topográfica, com largura mínima de 10 (dez) metros, podendo ser esta alterada de acordo com critérios técnicos definidos pela EPAGRI e respeitando-se as áreas consolidadas;

IV- no topo de morros e de montanha;

V - em vegetação de restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

VI - nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo; e

VII - em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação... "

Infelizmente a publicação da Lei nº 14.675/2009, não atendeu a realidade dos produtores de piscicultura no Estado de Santa Catarina, haja vista, que a realidade da localização dos empreendimentos não condiz com as ressalvas apresentadas. Mesmo com os limites estabelecidos para área de preservação permanente menores que os estabelecidos pelo Código Ambiental Brasileiro, que prevê limites para APPs entre 30 a

500 metros da margem dos cursos de água, não condiz com realidade da piscicultura no Estado. Assim, se torna evidente que o processo de licenciamento ambiental em Santa Catarina, apresenta dificuldades, uma vez que a maior parte dos produtores encontram-se em APPs e a legislação vigente não permite o licenciamento de aquiculturas estabelecidas há anos.

Podemos destacar também que o Estado de Santa Catarina apresenta peculiaridades em sua formação geográfica, seu clima, relevo, solo e estrutura fundiária baseada na pequena propriedade rural, logo, o surgimento de novas legislações para o Estado justificam o intuito do Governo de adequar as normas e critérios de utilização dos recursos ambientais.

Por fim, com o objetivo do MPA em fomentar a legalização da atividade dos piscicultores através de legislação vigente, o Excelentíssimo Ministro de Estado da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, entrou em contato com a FATMA e com a EPAGRI com intuito de alterar o Decreto de Lei Estadual de Santa Catarina n°15.736/ 2012 e permitir o licenciamento da atividade. Para que este trabalho seja executado mais rapidamente, será enviado um Parecer Técnico conjunto assinado pelos técnicos dos órgãos envolvidos dando apoio ao projeto de Lei que revogará a Lei Estadual de Santa Catarina n°15.736, de 11 de janeiro de 2012.

Tal Nota Técnica emitida com as justificativas para a revogação da Lei Estadual de Santa Catarina n°15.736, de 11 de janeiro de 2012 e permitirá a legalização dos produtores do Estado assim que a norma citada for publicada. No momento como o documento encontra-se a nível de Governo não é possível disponibilizá-lo neste trabalho, porém após a publicação o mesmo estará disponível no processo administrativo, podendo ser acessado através do Serviço de Informação ao Cidadão- CIC.

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