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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.4. Diagnóstico ambiental da Microbacia

4.4.1. Trabalhos de campo

4.4.1.1. Reconhecimento da área

Para reconhecimento da área foram realizadas 32 visitas ao local, durante os períodos da manhã e da tarde, antes e após as chuvas, verificando as atividades na bacia e o comportamento hidrológico da área bem como o comportamento do solo frente às chu vas.

Foram observadas as potenciais fontes contaminadoras dos mananciais hídricos superficiais e subterrâneos, as práticas agropecuárias e florestais, o relevo, os estados de conservação da cobertura vegetal e das estradas. Foram

realizadas observações e anotações dos aspectos das erosões, da exposição de solos, das estradas, dos aspectos da pedoforma, da declividade, da profundidade e da natureza do material de origem do solo.

4.4.1.2. Determinação das coordenadas geográficas e altitudes dos pontos de apoio

A partir da ortofoto de 1996 foi realizada uma seleção dos pontos de apoio que seriam utilizados para o georeferenciamento da mesma. Foi tomado o cuidado em escolher pontos de maior facilidade para serem identificados tanto na ortofoto como no campo. Estes pontos foram escolhidos de forma a representar, significativamente, toda a bacia estudada. Foram escolhidos 60 pontos nos divisores da bacia, fundos de vales, estradas, cursos d’água, nascentes, residência-chave, represas.

As leituras dos pontos foram reali zadas utilizando-se um GPS modelo Garmin 12 XL. O tempo de espera para leitura de cada ponto foi de 10 minutos para que houvesse a estabilização do aparelho.

As altitudes dos pontos de apoio foram determinadas utilizando-se um altímetro de aneróide modelo MT-1 com graduação de 1 metro. A escolha do altímetro para a leitura das altitudes foi feita em vista da maior precisão se comparada com as leituras obtidas pelo GPS. Para efetuar a determinação em cada ponto, esperou-se um tempo de 10 minutos para que o aparelho entrasse em equilíbrio com a atmosfera local pois, o altímetro baseia-se na obtenção da diferença de nível em função da pressão atmosférica.

4.4.1.3. Coleta das amostras de solo

A paisagem foi estratificada visualmente com o auxílio e a orientação de um técnico especialista em classificação de solos, em duas áreas, de acordo com o material de origem (gnaisse – margem direita do curso d’água principal e diabásio – margem esquerda do curso d’água principal) (Figura 9) e cada uma destas em quatro estratos distintos: topo de morro, encosta, terraço e leito maior a fim de verificar a influência da rocha de origem e o relevo nas características físicas e químicas do solo. Em cada um destes estratos foram

realizadas três amostragens nas profundidades 0-20, 20-40 e 40-60 cm. Foram determinadas as coordenadas geográficas de cada ponto de coleta das amostras visando localizá-las precisamente na aerofoto, permitindo assim, subsidiar a discussão das caraterísticas do solo e aptidão de uso deste.

Sendo assim, doze locais (Figura 10), provenientes de quatro estratos distribuídos na área, foram amostrados nas três profundidades, perfazendo um total de trinta e seis amostras que foram secadas à sombra e submetidas às análises.

Figura 9: Localização dos pontos de coleta das amostras de solo na microbacia do Córrego dos Araújos. Os pontos T1, T2, E1, E2, TO1 e TO2 estão sob domínio do gnaisse. Os pontos T3, E3 e TO3 estão sob domínio do diabásio.

4.4.1.4. Coleta das amostras de água

Quatro amostras de água foram coletadas, sendo os pontos de coleta (Figura 10) pré-estabelecidos de forma a proporcionar um melhor indicativo dos focos de contaminação.

- A segunda amostra (2) foi coletada 30 metros abaixo da primeira, em uma lagoa onde a água da nascente é represada. Preocupou-se em detectar neste ponto o potencial poluidor da vegetação hidrófila que se decompõe dentro dos cursos d’água;

- A terceira amostra (3) foi coletada em um ponto a jusante de três residências as quais lançam, no curso d’água, a água da pia da cozinha e do banheiro e a água do tanque de lavar roupas. Um pouco acima deste local existe uma área de cultivo agrícola onde é praticada adubação das culturas com esterco proveniente de curral. Existe também uma pocilga e fossas sépticas cujos efluentes não são lançados diretamente nos cursos d’água.

- A quarta amostra (4) foi coletada em um ponto do curso d’água a jusante, contemplando a área sob interferência de seis residências, dois currais, um chiqueiro e áreas agrícolas, ou seja, representando toda a interferência praticada na Microbacia.

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Figura 10: Croqui geral da microbacia do Córrego dos Araújos localizando os pontos de coleta das amostras de água.

Para coleta de amostras de água para análise da DBO, DQO, sólidos em suspensão, dureza, acidez, alcalinidade e pH, foram utilizados recipientes

plásticos de 2 litros devidamente limpos e previamente lavados com a água do manancial (“ambientação do frasco”) no ponto em que se realizou a coleta. As amostras para análise bacteriológica foram coletadas em recipientes de 125 mL de vidro, previamente esterilizados. Nesta coleta o frasco foi aberto e já imediatamente coletada a água sem haver a lavagem. As amostras foram levadas imediatamente para o Laboratório de Qualidade da Água do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa para a realização das análises.

4.4.1.5. Coleta de informações gerais

• Com a comunidade da Microbacia

Partiu-se do pressuposto de que o produtor, que seria entrevistado, por viver o dia-a-dia intimamente ligado à terra, conhece -a profundamente e pode sentir suas mudanças até mesmo no que diz respeito às suas características de fertilidade e disponibilidade de água para as plantas. Portanto, informações advindas destes personagens foram de extrema importância para se conhecer a evolução do processo de degradação da Microbacia.

Para não causar inibição ao entrevistado, adotou-se a realização de conversa informal sem que ho uvessem anotações no momento da entrevista. Pressupõe-se que o entrevistado pode ficar inibido e omitir dados importantes, se na hora da entrevista o entrevistador realizar anotações.

Foram preenchidos questionários com moradores de quatro residências da Microbacia, contendo 24 questões cada (Apêndice A) para auxílio na determinação da evolução do uso do solo e da degradação dos recursos naturais da Microbacia. Foi também avaliado o grau de conhecimento dos entrevistados quanto à necessidade e seus interes ses em recuperar e/ou conservar os recursos naturais da Microbacia para que estas informações subsidiassem a elaboração de um plano de treinamento e educação ambiental, como prática de recuperação e conservação ambiental.

universitários que a alugam.

• Com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto

Para obter informações do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa foi realizado um questionamento a fim de criar subsídios para inferir sobre os benefícios proporcionados a esta autarquia com a aplicação das técnicas de recuperação e/ou conservação da Microbacia. O sistema de questionamento foi realizado por meio de perguntas diretas direcionadas ao entrevistado e foi enviado via internet. Foi consultado o Engenheiro Civil, técnico da Concessionária. Posteriormente, realizou-se duas visitas ao local para melhorar a compreensão do questionário e também adquirir dados complementares.

4.4.1.6. Análise visual da situação ambiental da microbacia

Nas visitas técnicas realizadas na área procurou-se avaliar também, visualmente, o estado ambiental em que se encontrava cada um dos elementos da Microbacia. As observações foram anotadas em croquis juntamente com as aerofotos, localizando cada elemento, para que permitissem, posteriormente, a realização de comparações com resultados provenientes das análises laboratoriais e de escritório.

Nestas visitas foram também identificadas as várias classes de áreas de preservação permanente existentes na Microbacia.

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