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B. ANÁLISE DAS PRODUÇÕES SOBRE O ENSINO DA LEITURA A PARTIR DO PARADIGMA DE

II. Trabalhos empíricos sobre o ensino da leitura a partir do paradigma de equivalência de

1. Trabalhos empíricos que discutem resultados de pesquisas de terceiros

Focalizando, especificamente, os objetivos, identifica-se ser o mesmo o foco de discussão dos três estudos empíricos sobre o ensino da leitura que partem dos resultados de pesquisas de terceiros: identificar fatores que facilitam a aquisição do controle pelas unidades silábicas. Embora tenha sido o mesmo foco, existe uma variação nas facetas selecionadas, conforme indicadas no Quadro 11.

Quadro 11 – Fatores que interferem na leitura de palavras de generalização.

Fatores que interferem na leitura de generalização Estudo

1

Estudo 2

Estudo 3

1. A formação da rede de relações de equivalência por procedimento

matching-to-sample X X -

2. Aumento do repertório de palavras que contenham variação da posição

das sílabas X - -

Antes do treino das relações AB

e AC

Oralização fluente da palavra modelo, com fading-out da oralização feita pelo

experimentador - X -

Durante o treino das relações AB

e AC Oralização fluente do modelo - X X Durante o teste

de generalização Nomeação da figura que corresponde à palavra de generalização (B') X - - Oralização fluente da palavra modelo,

com fading-out da oralização feita pelo

experimentador - X X

Oralização fluente da palavra

construída pelo sujeito - X X Oralização escandida (aparecia com

espaçamento entre sílabas) da palavra modelo, com fading out da oralização feita pelo experimentador e do

espaçamento entre as sílabas - - X 3. Nomeação

Após a emergência das relações BC e CB

Oralização escandida da palavra modelo (aparecia com espaçamento entre sílabas), com fading out da

oralização feita pelo experimentador - X - Antes do treino

das relações AB

e AC Reprodução da palavra apresentada, usando peças com sílabas - X - Durante o treino

das relações AB

e AC Reprodução da palavra de ensino, usando peças com sílabas X X X 4. Montagem de palavra com anagrama (CRMTS) Após a emergência das relações BC e CB

Reprodução da palavra de ensino que era apresentada como modelo com

Verifica-se que quatro fatores foram focalizados nestes estudos, a fim de identificar a relação que eles estabelecem com a aquisição do controle pelas unidades silábicas. São eles: o estabelecimento da rede de relações de equivalência por matching-to-sample, o aumento do repertório de palavras que contenham variação da posição das sílabas, a nomeação e a construção de palavras por meio do anagrama.

Dentre os possíveis fatores interferentes no desempenho em leitura generalizada, um dos que foi alvo de análise nos três estudos foi o papel da nomeação na emergência do controle de unidades mínimas. Os três estudos debruçaram-se sobre a tarefa de nomeação, entretanto, cada um explorou um aspecto diferente. Enquanto um estudo verificou o efeito da nomeação de figuras na fase do teste BC e CB, os outros dois verificaram o efeito da oralização das palavras durante fases diferentes do programa: antes do treino das relações AB e AC, durante o treino das relações AB e AC e após a emergência das relações BC e CB.

No que se refere à oralização das palavras, foram focalizadas tanto a oralização fluente quanto a escandida. Quanto à oralização fluente, dois estudos analisaram a oralização do estímulo sonoro da palavra modelo (quando o procedimento de fading-out do volume da voz do experimentador foi empregado) e da palavra construída por meio de anagrama. Quanto à oralização escandida da palavra modelo, verifica-se que os estudos empregam o procedimento de fading-out do volume da voz do experimentador, sendo que um deles utiliza, simultaneamente, o fading-out do espaçamento entre as sílabas da palavra modelo.

Outro fator considerado pelos três estudos é a possibilidade de haver interferência no desempenho da leitura de palavras de generalização dependendo do momento em que tarefas de CRMTS (construção de palavras a partir de anagrama formado por sílabas) são propostas. Verifica-se que os três estudos empíricos analisaram o efeito da reprodução da palavra modelo (CRMTS) ocorrida durante o treino das relações AB e AC. Apenas um estudo investigou o efeito da reprodução da palavra modelo (CRMTS), apresentada com espaçamento entre as sílabas, após a emergência das relações BC e CB, sendo que outro focou o efeito da reprodução de palavras por Anagrama antes da fase de ensino das relações AB e AC.

Um outro fator analisado, por dois estudos, foi o efeito da formação da rede de relações de equivalência estabelecida por meio do procedimento matching-to-sample no desempenho de testes de leitura de palavras de generalização.

O fator menos estudado foi a interferência do aumento do repertório de palavras que contenham variação da posição das sílabas na ocorrência de leitura generalizada, já que apenas um estudo considerou tal possibilidade.

A partir dos dados expostos, é lícito supor que a questão norteadora provavelmente foi: que fatores interferem no controle da leitura pelas unidades moleculares? Os estudos discutem a relação de quatro fatores com a aquisição da leitura generalizada: a própria equivalência entre os estímulos por MTS seria suficiente para gerar a leitura generalizada?; a aquisição desta leitura estaria relacionada ao aumento do repertório de palavras que contenham variação da posição das sílabas?; a nomeação (fluente e escandida) e a construção de palavras por meio do anagrama interferem no controle da leitura pela unidades moleculares? É possível concluir que os trabalhos que discutem resultados de pesquisas de terceiros denunciam uma preocupação da comunidade científica em aprimorar o controle da resposta de ler a partir de unidades moleculares, ou seja, os pesquisadores visam a, ao longo do programa de ensino, tornar não só a palavra um estímulo discriminativo, mas também as sílabas que as compõem, como forma de permitir que a resposta de ler ocorra diante de palavras de generalização.

2. Trabalhos empíricos- pesquisas experimentais que testam programas de