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Os trabalhos apresentados nessa seção possuem objetivos, métodos e resultados que se aproximam aos propostos por essa pesquisa e incluem informações relevantes sobre como melhorar a fase de mapeamento de processos. Por isso, tais trabalhos serviram como base e ponto de referência para o pesquisador desenvolver essa pesquisa.

2.2.1. Tangible Business Process Modeling (TBPM)

O TBPM é uma ferramenta de apoio à modelagem de processos de negócio desenvolvida por Luebbe e Weske (2010). A proposta dessa ferramenta é promover a modelagem do processo durante a fase de mapeamento, fazendo com que o participante, especialista de domínio, deixe de ser apenas entrevistado, e passe a atuar diretamente na modelagem do processo em conjunto com o analista.

Para isso, a ferramenta apresenta um conjunto de elementos em acrílico, que podem ser manuseados pela equipe de mapeamento, para a modelagem do processo (Figura 4). Os elementos escolhidos são os elementos básicos BPMN (tarefa, evento, comporta e artefato).

Figura 4 - Ferramenta TBPM

Fonte: Luebbe (2010)

Essa ferramenta se apoia nos conceitos de Design Thinking, procurando promover uma ferramenta centrada no humano, que possibilite a construção do conhecimento por parte de todos os envolvidos.

De acordo com Luebbe e Weske (2010), a semântica associada aos diferentes formatos evidencia a discussão e impulsiona os participantes a estruturar suas respostas no conceito de fluxos de controle, fluxo de dados e recursos. A analogia a blocos infantis dramaticamente diminui a barreira, para não especialista em processo, no uso da ferramenta e participação na modelagem do processo. Desse modo, os participantes podem facilmente criar, excluir, organizar e reorganizar os objetos.

O estudo realizado por Luebbe e Weske (2010) apontou resultados concisos sobre os benefícios proporcionados pelo uso da ferramenta, vejamos:

 Cria uma forma diferente de trabalho. I.e. pessoas falam mais e pensam mais sobre seus processos;

 Alimenta feedback rápido. I.e. pessoas revisam seus processos com mais frequência e também aplicam mais correções durante a sessão de elicitação;  Torna o aprendizado divertido. I.e. pessoas reportam ter mais diversão e novos

insights durante a modelagem do processo;

 Aumenta o engajamento. I.e. a utilização da ferramenta e a criação ativa envolve os participantes na atividade e aumenta o engajamento para completar a tarefa.

Os trabalhos apresentados nesta seção serviram de ponto de referência para o pesquisador desenvolver essa pesquisa.

O propósito da modelagem é tornar conhecimentos sobre o processo explícitos. De acordo com o BPM CBOK (2013), alguns problemas comuns que ocorrem em iniciativas de modelagem de processo são:

 Não considerar a modelagem como um problema de comunicação. O conhecimento externalizado tem de ser plenamente compreendido pelas partes interessadas. Isso é o que caracteriza a comunicação;

 Modelar sem um objetivo claro. A falta de um objetivo claro leva a modelos sem conexão com prioridades ou necessidades;

 Não gerir expectativas em relação ao objetivo da modelagem. A modelagem de processos não é um fim em si mesmo, mas um meio para se alcançar um objetivo. É fundamental entender e deixar claro o que se espera da modelagem;

 Modelar sem um contexto de comunicação de processos bem definido. É necessário identificar o propósito do processo, o que ele faz e como faz antes de identificar e descrever suas atividades;

 Não identificar e organizar as partes antes de modelá-las. Uma abordagem de decomposição sucessiva de “entenda o todo – entenda as partes – escolha uma parte” auxilia na organização e compreensão do modelo;

 Não ter critério para definir o nível de detalhamento adequado ao objetivo da modelagem. Partir diretamente para os detalhes pode levar à construção de modelos muito grandes e de difícil compreensão;

 Não avaliar corretamente a capacidade de transmissão do conhecimento do modelo elaborado. O modelo deve ser validado também por aqueles que vão utilizá-lo e não somente pelos que forneceram informações sobre ele;

 Confundir entendimento de processos com padronização de processos. A modelagem de processos não representa uma institucionalização do processo como um padrão de trabalho.

Consequentemente, o BPM CBOK (2013) define os seguintes fatores chave de sucesso:

 Liderança executiva. A liderança executiva deve ser o principal patrocinador por trás da iniciativa de análise;

 Maturidade em processos de negócio. É importante entender a maturidade da organização em relação a uma escala de maturidade em processos. Avaliar e

compreender a maturidade em processos na organização auxiliará na definição dos níveis de análise em preparação a uma ampla transformação de processos.

 Evitar o desenho de soluções durante a análise. Frequentemente durante o processo de mapeamento, irão surgir soluções para os problemas. Trabalhar essas soluções nessa fase fará com que a equipe de mapeamento perca o foco na atividade principal, de identificação do processo e dos problemas associados.

 Paralisia por análise. Se concentrar em demasia na análise do processo pode ser decorrente de um problema de falta de definição clara dos objetivos da análise.

 Alocação apropriada de recursos e tempo. É fundamental que aqueles que estão alocando os recursos permitam que esses recursos, no momento apropriado, estejam liberados das responsabilidades diárias para se dedicarem à análise.

 Foco no cliente. Um dos principais fatores que levam a uma análise bem- sucedida é a consideração do cliente do processo. Ao tomar a perspectiva do cliente teremos resultados diferentes na análise; por exemplo, para uma organização o tempo de ciclo de um atendimento inicia quando o cliente entra em contato, mas para o cliente o tempo de ciclo de atendimento inicia desde o momento que decide entrar em contato.

Esses problemas e fatores de sucesso serviram de referência para o pesquisador definir um método de análise sobre as questões relacionadas a fase de mapeamento de processos.