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Esta secção apresenta algumas sugestões de trabalhos futuros a realizar na sequência deste trabalho. Sendo este trabalho o primeiro a estudar a embalagem Tulipa do ponto de vista da homologação, foi feita a identificação de trabalhos com vista ao aprofundamento do conhecimento nos ramos explorados neste estudo, assim como a identificação de possíveis trabalhos independentes que cumpram com os mesmos objetivos.

A execução destes trabalhos está bastante dependente dos recursos humanos que a Colep conseguir alocar ao longo do tempo, pelo que apesar de ter sido realizada uma priorização das sugestões, não foi avançada uma calendarização.

Foram ainda propostas algumas sugestões de melhoria que decorrem diretamente deste projeto de dissertação e que apesar de não interferirem na embalagem, podem ajudar a empresa a tornar-se mais competitiva.

São sugeridas 10 propostas de estudos que podem ser realizados na Colep com a tecnologia e conhecimentos atuais, e que trariam melhorias significativas à embalagem Tulipa. Estas 10 propostas são avaliadas consoante os seguintes fatores:

 Esforço de aplicação;  Impacto na qualidade;  Impacto na homologação;  Impacto nas poupanças.

Estes fatores serão avaliados de 1 a 10, sendo os valores da escala atribuídos por ordem crescente e posteriormente utilizados como base para uma prioritização. As sugestões de trabalhos são então as seguintes:

 Estudo do perfil lateral;

O corpo da embalagem é marcado pelo pescoço que se estende em ligeira curvatura até ao topo. Caso o cliente o deseje, podem também ser acrescentados canais que facilitam o empilhamento. Outros fornecedores têm soluções distintas com resultados diferentes ao nível da resistência à carga estática e aos impactos laterais. Sugere-se um estudo que leve a otimizar a forma do pescoço e dos canais da embalagem aos esforços exigidos.

 Estudo do tampo;

Apesar do tampo ter sido extensivamente estudado neste trabalho, ficaram por analisar algumas questões, nomeadamente, a influência do tampo na resistência à carga estática, e a influência dos modelos alternativos de tampo no ensaio de queda sobre o tampo. Mais ainda, sabendo que o tampo se encontra sobredimensionado para o ensaio de pressão hidráulica, vale a pena testar soluções com menos espessura, e consequentemente, mais baratas.

 Estudo de adesivos;

Uma das soluções para a melhoria da vedação da embalagem passa pela introdução de adesivos no fecho. Este trabalho teria como objetivo definir as condições de uso e aplicação do adesivo, e estudar diferentes soluções do mercado de modo a encontrar a que melhor se aplique ao caso do Tulipa.

 Estudo da ligação corpo-fundo;

Alguns modelos de embalagens possuem uma retração junto ao fundo que traz algumas vantagens, como a proteção da cravação no ensaio de queda sobre o fundo, e a necessidade de

importante do fundo é a cravação, sendo importante avaliar se a cravação tripla não traria vantagens do ponto de vista de resistência. O estudo desta ligação permitiria reduzir espessuras no fundo da embalagem, e consequentemente poupar material, e reduzir custos.

 Estudo do efeito da câmara-de-ar;

Todas as embalagens têm uma capacidade real superior à capacidade nominal. Esta diferença, chamada de câmara-de-ar, tem várias aplicações, contudo, verifica-se que uma câmara-de-ar mais pequena implica poupanças de material no corpo da embalagem. É importante quantificar o efeito da câmara-de-ar nos ensaios de homologação UN, e estudar os casos de uso da embalagem de modo a poder avançar com um formato otimizado às condições de uso.

 Ensaios de homologação com o produto final;

Os ensaios de homologação podem ser realizados com o produto final a transportar, ao invés da água. Muitas vezes, estes produtos têm propriedades bastante diferentes de densidade e viscosidade em relação à água, sendo que o comportamento nos ensaios pode ou não ser favorável. A realização de ensaios extraordinários traz custos acrescidos, contudo traz também garantias aos clientes da adequação da embalagem ao uso, e poderão ser encontrados casos em que a homologação é feita à medida do cliente.

 Substituição de materiais;

Alguns dos componentes já são feitos de outros materiais para além da folha-de-flandres, nomeadamente nas embalagens alimentares em que o uso do TFS está difundido. Seria interessante estudar se o TFS tem aplicações vantajosas noutras embalagens. Outro estudo interessante abordaria a possibilidade de se substituir a folha-de-flandres envernizada por blackplate envernizada. A utilização de folha sem qualquer revestimento original, mas envernizada, em componentes como fundos, não traria à partida quaisquer diferenças ao utilizador, verificando-se uma poupança na ordem dos 50% no custo de material. O estudo da capacidade dos processos da fábrica é essencial, pois o risco de aumento dos custos de qualidade internos devido a corrosão é muito grande.

 Influência da temperatura nos ensaios de homologação;

Apesar de ser conhecido que os materiais variam de propriedades com a temperatura, este efeito nunca foi estudado na Colep, não se conhecendo qual o efeito da variação da temperatura ambiente no processo de fabrico e nos ensaios de homologação. Seria relevante estudar a variação do aperto de vedação com a variação da temperatura, o efeito na deformação em ensaios de queda, e até oscilações nos processos de produção.

 Métodos de controlo de ensaios;

Existirá alguma variável de fácil medição que represente fidedignamente a capacidade de vedação do balde em quedas? A medição desta variável permitiria evoluir em muito os métodos de controlo de qualidade na Colep e tornar o processo de avaliação de novos lotes mais expedito, para além de trazer dados de grande valor à equipa de projeto.

 Tempo de armazenamento;

O tempo de armazenamento não só pode ter influência nas propriedades dos produtos embalados, como da própria embalagem. O estudo da influência do tempo de armazenamento na vedação ao longo do tempo permitiria reduzir reclamações de clientes, e reduzir a variabilidade verificada nos ensaios de homologação.

Prioritização

A avaliação de cada fator de impacto é feita comparativamente, ou seja, as diferentes propostas serão ordenadas de 1 a 10 em cada categoria. De seguida é calculada uma coordenada que vai ser aposta a uma matriz de Impacto-Esforço, de modo a fazer uma prioritização. Para o efeito, os três fatores de impacto benéficos (qualidade, homologação e poupanças), serão comparados com o esforço de forma gráfica.

A avaliação pela simples ordenação não é de todo a forma mais correta de realizar esta análise, por retirar o efeito da escala entre fatores. Contudo é a forma mais simples de realizar a análise, especialmente quando algumas das variáveis como a qualidade e a homologação têm impactos monetários muito difíceis de medir. Para além disso, o esforço estará também bastante dependente da alocação de recursos humanos dedicada ao projeto, sendo que o esforço dependerá de quem fizer a análise. Por exemplo, um engenheiro com experiência em controlo de qualidade encontrará dificuldades muito diferentes a analisar o efeito da temperatura nos ensaios, em relação a um engenheiro com experiência na área de produção.

Tabela 6-1 Avaliação do impacto das propostas de trabalho

Trabalho Esforço Qualidade Homologação Poupanças Média

de Impacto

Rácio Impacto/

Esforço

Estudo do perfil lateral 9 10 4 6 6,67 0,74

Estudo do tampo 5 4 2 9 5 1

Estudo de adesivos 4 3 8 5 5,33 1,33

Estudo da ligação corpo- fundo

10 9 5 8 7,33 0,733

Estudo do efeito da câmara- de-ar

6 8 3 7 6 1

Ensaios de homologação com o produto final

7 5 10 4 6,33 0,91 Substituição de materiais 8 6 1 10 5,66 0,71 Influência da temperatura nos ensaios de homologação 2 1 7 1 3 1,5 Métodos de controlo de ensaios 3 2 9 2 4,33 1,44 Tempo de armazenamento 1 7 6 3 5,33 5,33

Figura 6-1 Matriz impacto-esforço das propostas de trabalhos futuros do projeto OT

Esta matriz de impacto-esforço é apenas uma orientação vaga, pelos motivos de perda de noção de escala apresentados anteriormente, contudo deixa-nos algumas conclusões interessantes:

 O estudo do tempo de armazenamento destaca-se por ter muito baixo esforço (1) e um impacto médio (5,33). O ponto é reforçado pelo potencial impacto na qualidade;  O estudo com mais impacto será o da ligação entre o corpo e o fundo, contudo esse

também é o estudo que exige mais esforço;

 O estudo do perfil lateral também se destaca pelo alto impacto, e alto esforço. Mas sendo o estudo com maior impacto previsto na qualidade, merece pelo menos uma segunda análise mais atenta;

 O trabalho dos ensaios de homologação com o produto original prevê um impacto significativo na homologação, pelo que apesar do seu rácio impacto/esforço ser medíocre, merece também uma segunda análise mais atenta;

 No quadrante relativo aos trabalhos de “alto esforço – alto impacto”, ou seja, trabalhos com impacto superior a 5,5 e esforço superior a 5,5, o estudo do efeito da câmara-de- ar destaca-se pelo rácio neutro de 1;

 O estudo de substituição de materiais é vítima da perda de noção de escala introduzida pelo método, ao ser o trabalho que propõe maiores poupanças, e ao mesmo tempo o que releva um pior rácio de impacto/esforço.

Os trabalhos propostos para o futuro próximo, baseados no critério de impacto/esforço, seriam:

 Estudo do tempo de armazenamento;  Estudo do efeito da câmara-de-ar;  Estudo dos adesivos.

Apesar da omissão nesta seleção, recomenda-se uma segunda análise mais aprofundada ao potencial de utilização de blackplate na produção de fundos envernizados, e ao estudo da curvatura do pescoço do Tulipa, por serem estes os projetos com mais impacto prático em termos de qualidade e poupanças.