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Este estudo é do tipo qualitativo com uma parte descritiva, revisão bibliográfica e uma aplicação prática, implementada com clientes em fase terminal e discutida com enfermeiras professoras e enfermeiras assistenciais de uma modalidade de intervenção em enfermagem, estudada e desenvolvida por Traveibee que valoriza a relação pessoa a pessoa. O trabalho insere-se numa perspectiva de enfermagem humanista porque valoriza o ser humano em sua unicidade, totalidade, historicidade e em sua vivência singular.

No desenvolver do trabalho qualitativo busquei respaldo na afirmativa de Minayo (1994, p.11);

... existe possibilidade de encontrarmos semelhanças relativamente profundas em todos os empreendimentos que se inspiram na idéia geral de um conhecimento por conceitos, seja de caráter sistemático, seja exploratório e dinâmico. Essa idéia representa uma tradição geral de auto-regulação do processo de construção de conhecimento. Mas, por outro lado, a cientificidade não pode ser reduzida a uma forma determinada de conhecer; ela pré-contém, por assim dizer, diversas maneiras concretas e potenciais de realização,

Trivinos, (1990) aponta características da pesquisa qualitativa, dizendo que tem o . ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Salienta a visão do pesquisador às percepções dos sujeitos da pesquisa.

Esta compreensão foi de fundamental importância para o desenvolvimento do estudo.

Na parte prática do trabalho, foram desenvolvidas as cinco etapas que integram a interação enfermeira-cliente, na seqüência idealizada por Traveibee e no esquema conceituai, apresentado por Hoble et al (1994);

• encontro original;

• simpatia ou envolvimento emocional; • empatia ou solidariedade;

• Rapport ou cumplicidade.

0 local da prática foi o Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo (HC) de Santa Maria, RS e as Faculdades Franciscanas (FAFRA) de Santa Maria, RS.

O Hospital de Caridade é um hospital geral, filantrópico com capacidade de 147 leitos ativos, onde trabalham 28 enfermeiras e 147 auxiliares de enfermagem. É o local de estágios para os alunos do curso de enfermagem e auxiliar de enfermagem das Faculdades Franciscanas a nível assistencial. Possui também serviço de pronto atendimento, oncológico, ambulatorial e a clientes internados. O hospital é equipado com alta tecnologia para diagnósticos e tratamento clínico. É um hospital de referência regional, para recuperação da saúde das pessoas da região.

As Faculdades Franciscanas são fruto da unificação da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira e Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Imaculada Conceição, ocorrido em 1995. Uniram-se duas instituições com mais de 40 anos de tradição, no ensino superior. Atualmente a FAFRA em processo de transformação para Centro Universitário Franciscano. Oferecem 12 cursos de graduação, 8 cursos de Pós-Graduação, a nível de especialização, e 3 cursos de mestrado. Um curso de auxiliar de enfermagem a nível de 2° Grau. 0 corpo docente compreende um total de 110 professores, sendo 21 enfermeiros e um quadro de 45 funcionários técnico-administrativos.

Sujeitos do Estudo

Foram clientes do Hospital de Caridade que receberam nomes fictícios para que fosse mantido o sigilo e dois grupos de enfermeiras, sendo um de assistenciais e outro de professoras, que também receberam nomes fictícios. A relação do sujeito é composta:

aO 5 clientes em fase terminal, identificados com a primeira letras do nome

fictício, Alice, Bernardo, Cleonice, Daniel e Elisa. Nos quadros sinópticos são denominados pelas primeiras letras dos nomes de A a E.

bD Os dois grupos de enfermeiras; “EP” enfermeiras professoras, “EA” enfermeiras assistenciais, também receberam nomes fictícios com letras iniciais de A a H. Nos quadros sinópticos elas aparecem pela denominação dos grupos “EP” e “EA”

Instrumentos de trabalho

Para implementar a prática elaborei inicialmente dois quadros demonstrativos do processo de enfermagem. O primeiro para registrar as atividades realizadas com os clientes, contendo na coluna da esquerda as etapas de Traveibee e na da direita, a metodologia implementada (anexo 1); o segundo, para o trabalho com os dois grupos de enfermeiras, EP e EA, contendo na coluna da esquerda as etapas de Traveibee e na coluna da direita, a metodologia implementada (anexo 2).

Elaborei dois questionários (anexo 3 e 4), para a reflexão das enfermeiras AP e AE nos encontros.

Elaborei, também, dois quadros sinópticos (anexos 5 e 6), para o registro das atividades desenvolvidas, respectivamente com os clientes de “A” a “E” e com os dois grupos de enfermeiras “EP” e “EA”. A partir dos encontros originais, da seqüência de encontros e dos quadros sinópticos (5 clientes e 2 das enfermeiras), estabelecendo estratégias de análise dos achados.

Para analisar os achados estabeleci uma estratégia de análise, a partir da categorização, ou seja a técnica de agrupamento das questões levantadas na implementação dos cuidados com os clientes A a E e na discussão realizada com as enfermeiras EP e EA. Tendo em vista os objetivos do estudo a sistemática da análise está respaldada na metodologia adotada, Triviiios (1990) e Manayo (1994).

Foram realizados encontros com os clientes e as enfermeiras.

Com os clientes: foram realizados em momentos mais propícios, e com a interação pessoa-a-pessoa com o consentimento manifestado pelo clientes.

Apliquei o instrumento (anexo 1 ) com cada cliente. Após os encontros fiz o registro das observações e vivências para posterior análise e avaliação.

Com as enfermeiras: em relação a estas organizei dois grupos distintos. Um constituído por enfermeiras professoras das Faculdades Franciscanas, e outro por enfermeiras assistenciais do Hospital de Caridade. Aqui também foi assegurado o anonimato das, que concordaram participar do estudo e permitiram a gravação das falas.

Conforme projeto, foram realizados três encontros com cada grupo.

No primeiro encontro, apresentei em cada grupo, os objetivos do trabalho, entreguei uma cópia da revisão da literatura do projeto às interessadas, também agendando data e hora para o segundo encontro.

No segundo encontro, desenvolvemos uma reflexão, visando partilhar as concepções e vivências práticas dos grupos, a partir de duas questões (anexo 3). Após formular as duas perguntas, o grupo teve um espaço de tempo para a compreensão da idéia. Passado esse período, as participantes foram convidadas a dar o seu depoimento pessoal sobre o assunto. Os depoimentos foram gravados em fita magnética e posteriormente, por mim transcritos integralmente.

Antes de encerrar esse segundo encontro, e como preparação para o terceiro encontro, entreguei a cada participante os pressupostos e as etapas do processo extraídos da Teoria de Traveibee, contidos no referencial teórico e no texto da segunda parte do primeiro capítulo do livro “Intervencion en Enfermaria Psiquiatrica”, de Joyce Traveibee (1979) (anexo 7). Solicitei que cada uma das participantes fizesse uma leitura preliminar do que seria o assunto para o próximo encontro. Antes de nos despedir desse, agendamos data e hora para o terceiro encontro.

Nesse terceiro encontro, o grupo comprovou os estudos feitos sobre os ensinamentos de Traveibee (texto distribuído).

Em seguida, foram colocadas para reflexão as perguntas constantes rro anexo 4. Mantive a mesma forma de registro do segundo encontro. A seguir fpi implementada a prática.

CAPÍTULO Ui IMPLEMENTANDO OS CUIDADOS E

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