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4 Análise e Discussão dos Resultados

4.2 Aderência aos princípios de governança pública

4.2.5 Transparência

As práticas investigadas na dimensão Transparência foram as seguintes: P13 - a UASG presta contas das compras de material permanente de forma voluntária; P14 – a UASG publica os processos de compra de material permanente na internet; P15 - as informações referentes às compras de material permanente da UASG, ressalvadas as exceções previstas em lei, estão disponíveis para a consulta da sociedade; e P16 – As compras de material permanente são submetidas a algum tipo de controle fora da própria UASG.

No que tange à prática P13, prestação de contas de maneira voluntária, a pesquisa indicou que nas compras de itens de uso comum, realizadas pela PROGEST/UFPE, foi possível verificar ações para promover a prestação de contas das suas contratações. A PROGEST/UFPE disponibilizou diversas informações de seus processos de compra no sítio da Universidade. Foram disponibilizadas informações referentes às licitações, contratos, ARPs e ao andamento dos processos que estavam em execução (UFPE, 2020a).

Além dessas informações a PROGEST/UFPE elaborou e disponibilizou um relatório com as atividades que realizou durante o período de 2016 a 2019. Este relatório traz informações sobre valores empenhados e executados, modalidades de licitação utilizadas no período, relação dos contratos firmados, mapa dos seus processos, apuração de responsabilidades e a forma como realizou a gestão dos riscos nas contratações (UFPE, 2019j). Todavia, nas compras executadas por dispensa e por carona, não foram identificados documentos que pudessem indicar a intenção de prestação de contas de forma voluntária. Portanto, a prática P13 não foi considerada atendida.

De forma semelhante, a P14 (publicação dos processos de compra na internet) foi identificada apenas nas compras de itens de uso comum, realizadas pela PROGEST/UFPE, pois foi possível identificar a publicação dos processos de compra desta unidade na forma eletrônica (UFPE, 2020a). A PROGEST/UFPE disponibilizou, dentre outros documentos: editais,

contratos e atas de registro de preços. Para os demais itens, as compras não foram publicadas pelas respectivas unidades. A disponibilização dos dados ao domínio público de maneira proativa funciona como um instrumento de transparência ativa, que pode ser definida como “o princípio que exige de órgãos e entidades públicas a divulgação de informações de interesse geral, independentemente de terem sido solicitadas” (SENADO FEDERAL, 2020).

No que se refere à P15, disponibilização dos processos de compras à sociedade, considerando que a UFPE integra a esfera pública federal, existe uma lei que determina que todas as informações não classificadas como sigilosas sejam disponibilizadas para população, sempre que solicitadas. Trata-se da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, conhecida como “Lei de acesso à informação”, que traz em seu artigo 10º a seguinte redação:

Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida (BRASIL, 2011b).

As solicitações de informações podem ser enviadas digitalmente às instituições públicas por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC). Este sistema contacta os órgãos demandados e disponibiliza as informações solicitadas pelo cidadão de acordo com os prazos legalmente instituídos, em diferentes formatos, para melhor conveniência do solicitante. Destaca-se que a universidade é classificada como uma autarquia federal, e por isso é uma das instituições que podem ser demandadas pelo e-SIC. Como as respostas das demandas por informações são procedimento compulsório a todas as UASGs da UFPE, considerou-se a aderência de todas elas a essa prática.

A última prática investigada por este estudo foi a P16, que trata da sujeição a controle fora da própria UASG. Os documentos coletados indicaram que existem instâncias de controle das compras da UFPE, tanto internas quanto externas à Universidade, que se tratam efetivamente de controle fora das próprias UASGs.

Conforme a estrutura organizacional da UFPE, disponibilizada pela PROGEPE (UFPE, 2018g), na organização do Gabinete do Reitor existe uma Unidade de Auditoria Interna, criada por meio da Resolução nº 01 de 19 de setembro de 1995, do Conselho de Administração da UFPE. A Unidade de Auditoria Interna possui Regimento Interno próprio, aprovado pelo Conselho de Administração da Universidade em 11 de dezembro de 1995, reformulado e publicado no Boletim Oficial da UFPE n° 52, de 13 de dezembro de 2017 (PERNAMBUCO, 2017a).

Os Informes para o Relatório de gestão confeccionados pela unidade de auditoria interna foram responsáveis por levantar algumas das informações inseridas nos Relatórios de Gestão da UFPE (UFPE, 2019j). Além disso, a unidade de auditoria faz o tratamento das recomendações da Controladoria Geral da União (CGU) e as transmitem para as unidades da UFPE, orientando os gestores no sentido de melhor compreender as constatações e recomendações das notas técnicas e relatórios de auditoria da CGU.

Além da atuação da Unidade de Auditoria Interna, de acordo com o Relatório de Gestão da PROGEST/UFPE 2016-2019 (UFPE, 2019J), a Pró-Reitoria de Gestão Administrativa da UFPE também atende demandas da Corregedoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), órgãos de controle da Administração Pública. Essas demandas são atendidas mediante realizações de diligências internas e podem envolver a elaboração de Planos de Providências ou Planos de Ação que serão acompanhados pela Controladoria ou pela Unidade de Auditoria Interna da UFPE (UFPE, 2019j). Também é atribuição da PROGEST/UFPE, quando solicitada, reportar-se à Procuradoria Geral Federal (PGF), quando esta última demanda documentações para defesa da Universidade em processos judiciais cuja causa proceda de contratações da UFPE.