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4. ANÁLISE

4.4. Outras matérias

4.4.4. Transporte de sinal

O processo actual de ligação dos equipamentos que os OPS instalam no interior das centrais da PTC às suas redes, através do serviço de transporte de sinal, é considerado pelos beneficiários da ORALL como sendo ineficiente e acarretando custos adicionais78.

No entender desses OPS, deve ser dado acesso ao caminho de cabos das centrais da PTC e respectivo cadastro, permitindo a utilização de fibra óptica dos OPS no interior dessas

76 Vide http://www.anacom.pt/template31.jsp?categoryId=240103. 77 Alínea n) da deliberação.

78 Entendem alguns beneficiários que se encontram a pagar um valor acima do aceitável, estando obrigados ao pagamento de

centrais. Assim, evitar-se-ia o corte dos cabos ópticos e a contratação e aluguer de um serviço que, no seu entender, não teria razão para existir. É ainda sugerido que a PTC deveria disponibilizar a(s) calha(s) de suporte à passagem do(s) cabo(s) do OPS.

Ao considerar a hipótese de impor uma obrigação de acesso e a proporcionalidade de tal decisão, o ICP-ANACOM deve ter em conta o art. 72.º, n.º 4, da Lei n.º 5/2004, segundo o qual a avaliação da proporcionalidade desta obrigação passa, designadamente, pela análise da “viabilidade técnica e económica da utilização ou instalação de recursos concorrentes, em

função do ritmo de desenvolvimento do mercado, tendo em conta a natureza e o tipo da interligação e do acesso em causa; viabilidade de oferta do acesso proposto, face à capacidade disponível; investimento inicial do proprietário dos recursos, tendo em conta os riscos envolvidos na realização do investimento; necessidade de salvaguarda da concorrência a longo prazo”.

A solução definida pelo ICP-ANACOM na deliberação de 13.04.2005 para o serviço de transporte de sinal já pressupõe a utilização de condutas, nomeadamente até à caixa de visita permanente (CVP) da PTC, na vizinhança da central. Isto é, havendo espaço numa CVP da PTC próxima da central, os operadores estendem os seus cabos até essa CVP, onde a fusão será feita (estas condições estão definidas na ORALL79).

Concorda-se ser mais eficiente, e existem todas as condições para que os OPS, querendo, possam instalar os seus cabos de fibra óptica desde a sua própria infra-estrutura no exterior do edifício da PTC até aos seus equipamentos no interior do edifício.

De facto, tendo em conta os preços definidos na ORALL80, e a título exemplificativo, para uma distância de 5 metros entre a CVP e a entrada da central e de 50 metros no interior da central, e admitindo a existência de três OPS nessa central, o custo total por OPS com o serviço de transporte de sinal ascenderia a cerca de 2.760 euros por central81. Admitindo que, em média, se atinjam 500 lacetes desagregados por OPS nessa central, o custo de instalação seria, nessas condições, de cerca de 5,5 euros por OPS e por lacete82.

Sem prejuízo para o exposto, reconhece-se que, para a instalação em novas centrais, onde ainda não existe equipamentos dos OPS (centrais de menor dimensão), o número médio de lacetes desagregados tenderá a diminuir e o custo (por lacete) de instalação do serviço de transporte de sinal por lacete desagregado tenderá, proporcionalmente, a aumentar (vide a evolução do custo de instalação com o número de lacetes desagregados por central no Gráfico

79 No Anexo 4 é referido que “A entrega de sinal é efectuada através da ligação, por fibra óptica, dos módulos de co- instalação dos operadores com uma câmara de transferência (CVP) situada nas proximidades do edifício da PT Comunicações, à qual o OOL se liga pelos seus próprios meios.

Sempre que nas proximidades da central exista uma CVP da PT Comunicações com capacidade disponível, esta poderá ser utilizada para receber a conduta e o cabo de Fibra Óptica do(s) OOL. Caso não exista nenhuma CVP com capacidade disponível será construída uma nova câmara multi-operador.”

80 Aplicável a pedidos solicitados após 17.05.2005 para centrais onde, à data do pedido, ainda não tenha sido fornecido o

serviço a qualquer OPS nem tenha sido dado início a um processo de construção relativo a um pedido em curso em conformidade com o Modelo B.

81 De acordo fórmula de cálculo actual (sem instalação de câmara multi-operador): Instalação (€) = CF_MO + CF_O + (D1 ×

79,55) + (D2 × 19,62) = 1.194,51/2 + 1.248,14 + (5 × 79,55)/2 + (50 × 19,62).

82 Obviamente, este valor hipotético de 5,5 euros por lacete só se obtém após os três OPS terem conseguido desagregar 1.500

6).

Gráfico 6. Evolução do custo de instalação (por lacete) do serviço de transporte de sinal com o número de

lacetes desagregados por OPS e por central (com D1=5m e D2=50m e três OPS por central)

0 50 100 150 200 250 300 0 100 200 300 400 500

N.º de lacetes desagregados por OPS por central

In st al ão d o s er vi ço d e tr an sp o rt e d e si n al ( E u ro s)

Um número relevante destas centrais, que ainda não dispõem de equipamento dos OPS, situa- se em zonas não urbanas e é de dimensão bastante mais reduzida (em número de lacetes), nas quais a redução dos custos iniciais é um factor crescentemente importante na decisão de investimento por parte dos OPS, dada a menor escala e o maior risco na recuperação desses custos tendo em conta essa central por si só.

Assim, a promoção da penetração da banda larga, através da prossecução do desenvolvimento da OLL, em zonas de menor densidade populacional e/ou mais remotas, diminuindo as assimetrias entre os serviços disponíveis em zonas urbanas e outras zonas, pode passar por uma simplificação e, consequente, redução do custo incorrido no serviço de transporte de sinal, permitindo-se que a fibra óptica dos OPS seja estendida até ao seu espaço de co- instalação, reduzindo-se assim o custo inicial associado à co-instalação.

A este propósito, no relatório da consulta pública sobre a abordagem regulatória às NRA já se defendeu que a entrada de fibra óptica nos túneis de entrada de cabos nas centrais poderá, à semelhança do que já está previsto na ORAC, ser efectuada pelos operadores alternativos (i.e., por técnicos credenciados pela PTC). Ou seja, defendeu-se que os operadores devem poder instalar os seus cabos nos túneis de cabo de acesso às centrais da PTC83.

Para que tal aconteça, as beneficiárias deverão também poder utilizar as calhas técnicas no interior das centrais da PTC, considerando-se, no entanto, excessivo conceder às beneficiárias o direito de instalarem calhas no interior da central. Ou seja, como regra geral, mantém-se a posição de que os trabalhos a efectuar no interior da central da PTC para acomodar o cabo de fibra óptica do OPS (nomeadamente obras de construção civil), com excepção dos trabalhos a efectuar no interior do espaço de co-instalação (fusão de fibras ópticas/ligação ao ODF),

83 Para este efeito, e tal como previsto na ORAC, a ORALL deve incluir a lista das entidades com as quais a PTC tem vindo a

trabalhar e às quais reconhece competência técnica para aceder às condutas para instalação, manutenção, reparação e remoção de infra-estruturas, as quais deverão ser contratadas pelos OPS para a extensão da fibra até ao ODF ou ao espaço de co-instalação. Mantém-se também a possibilidade de acompanhamento e supervisão dos trabalhos por um técnico da PTC.

devem ser da responsabilidade da PTC. Assim, deve a PTC proceder à instalação de calhas técnicas, a pedido dos OPS, podendo estes últimos instalar os seus cabos nessas calhas.

Assim, é possível que os operadores instalem os seus cabos nos túneis de cabo de acesso às centrais da PTC e os estendam até ao seu equipamento através das calhas técnicas na central instaladas para o efeito.

Em conclusão, entende-se que:

D 33. Deve a PTC eliminar quaisquer restrições à instalação das fibras ópticas dos beneficiários da ORALL por técnicos destes nos túneis de cabo de acesso às centrais da PTC e à utilização de calhas técnicas, por forma a permitir a extensão da fibra óptica dos OPS desde a CVP até ao espaço de co-instalação, devendo incluir as respectivas condições e procedimentos na ORALL, remetendo, ao mesmo tempo, fundamentação para eventuais preços adicionais ao ICP-ANACOM, aquando da publicação da ORALL.