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5 O DESENHO METODOLÓGICO: O CAMINHO PERCORRIDO

5.3 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

O trabalho de campo ocorreu entre os meses de outubro, novembro, dezembro de 2013 e janeiro de 2014 e foi realizado pela própria autora. As datas e os locais para realização das entrevistas ficaram a critério de escolha dos próprios entrevistados, assim que aceitaram participar da pesquisa. Estas foram aplicadas nas residências, campus da universidade, ou mesmo, nos próprios locais de trabalho dos entrevistados.

Nesse sentido, os depoimentos foram transcritos e organizados em torno da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2009), que permite explorar o campo das comunicações e suas significações, ou seja, descobrir elementos que estão por trás dos conteúdos manifestos, indo além das aparências daquilo que está sendo comunicado.

Para Bardin (2009), análise de conteúdo “é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, cuja principal intenção é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”. Por meio da utilização da análise de conteúdo é possível transpor o alcance descritivo do conteúdo das mensagens no campo das comunicações e se atingir, mediante inferência, uma interpretação mais profunda dos significados manifestos (MINAYO, 2004).

Dentre as técnicas de análise de conteúdo, a que melhor se adapta à investigação qualitativa no campo da saúde é a análise temática categorial, baseada na noção de tema (MINAYO, 2007). Para Bardin (2009), tema é a “unidade de significação que se liberta naturalmente de um texto analisado segundo critérios relativos à teoria que serve de guia à leitura”. Segundo a mesma autora, realizar análise temática “consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõe a comunicação, cuja presença ou frequência de aparição pode significar alguma coisa para o objeto analítico escolhido” (BARDIN, 2009).

Ressalta-se que a análise temática desdobra-se operacionalmente em uma sequência composta por três etapas básicas que permitem organizar e melhor explorar os dados

provenientes das entrevistas (BARDIN, 2009; MINAYO, 2007). A primeira etapa, nomeada de pré-análise, consiste na organização e desenvolvimento de um plano de análise que permita a exploração sistemática dos documentos selecionados para o estudo.

Essa primeira etapa (Pré-análise) correspondeu na investigação proposta nos seguintes passos:

(1) à transcrição literal das entrevistas gravadas - todas foram digitadas e revisadas (anexo X);

(2) à “leitura flutuante” do material empírico oriundo das entrevistas - pretendeu-se inicialmente um contato prévio com o material coletado seguido de uma leitura exaustiva e repetida, procurando-se alcançar a compreensão geral dos depoimentos, deixando-se impregnar pelo seu conteúdo para permitir uma maior compreensão da realidade vivenciada pelos sujeitos em estudo. Desse modo, possibilitar o emergir de novas ideias confrontando-as em relação aos pressupostos e objetivos iniciais da pesquisa (MINAYO, 2007).

(3) à preparação do material – às entrevistas digitadas, executaram-se recortes transversais de “unidades de registro” pertinentes ao tema e aos objetivos da investigação. De acordo com Bardin (2009), a “unidade de registro” é: “a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização (...)” (BARDIN, 2009).

A segunda etapa, designada de exploração do material, teve como finalidade a transformação dos dados brutos (informações) em conteúdos temáticos de compreensão do texto, consistindo no agrupamento e categorização dos fragmentos das falas dos sujeitos. As categorias foram estabelecidas a posteriori com base no conteúdo do material empírico e foram definidas a partir do roteiro das entrevistas com vistas ao alcance dos objetivos previamente estabelecidos (APÊNDICE C).

Esse processo se realizou a partir das leituras separadamente de cada informante (das entrevistas com os discentes). Neste momento e tendo a visão do geral consolidada, procurou- se detalhar no que cada entrevistado quis falar, separando trechos em categorias que tinham semelhanças e possuíam relevância para a pesquisa. A fala única (aquela que não foi repetida por mais de um entrevistado) também foi destacada se considerada de interesse para o estudo.

Trabalhar com categorias significa agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito capaz de abranger as classificações (MINAYO, 2007). As categorias encontradas foram formuladas e estabelecidas ora a partir das questões de pesquisa (pré- campo); ora emergiram a partir dos conteúdos manifestos advindos da coleta dos dados (pós- campo).

Nessa direção foram estabelecidas as seguintes categorias de análise:

1.1-PET-Saúde na Percepção de Estudantes;

1.2-Motivação de Adesão ao PET-Saúde;

1.3-Atividade Desenvolvidas pelos Estudantes no PET-Saúde;

1.4-Dificuldades do PET-Saúde apontadas pelos Estudantes;

1-5-Potencialidade do PET-Saúde na visão de Estudantes;

A terceira etapa consistiu no agrupamento, classificação e categorização das unidades de significação. As categorias foram representadas por diferentes cores, de forma a identificar os temas inseridos nos discursos relacionados a cada uma em particular. Para facilitar a análise, propriamente dita, foi construída uma de “grelha de análise”, onde foram cruzadas as categorias analíticas e os informantes. Esta estratégia facilita, por demais, a visualização do sentido geral e completo do material empírico, que estará disponível para consulta, como apêndice.

Utilizando-se o recurso “recortar e colar” do processador de texto “Word” da ‘Microsoft’, as “unidades de registro” referentes às falas de cada um dos sujeitos da pesquisa foram, então, transportadas do material resultante da transcrição das entrevistas para um instrumento de análise (APÊNDICE C), estruturado a partir dos seis blocos de perguntas do roteiro de entrevista.

Essas categorias estão apresentadas no capítulo seguinte como subtítulos da etapa dos resultados. Nestes, as falas dos entrevistados estão destacadas em itálico seguidas da codificação dos sujeitos.

Desse modo, no tratamento dos resultados obtidos e interpretação ocorreu a análise das informações propriamente dita, mediante a inferência, interpretação e articulação dos conteúdos temáticos obtidos com os aportes teórico consultados e utilizados, no intuito de responder à questão da pesquisa e aos objetivos propostos (APÊNDICE D).

Por fim, foi elaborado um quadro síntese das categorias de modo na traçar um panorama geral do material empírico, facilitando o entendimento do leitor.