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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.6 TRATAMENTO DAS AMOSTRAS

Os testes foram realizados em quatro etapas (Quadro 4.6.1).

Quadro 4.6.1 - Etapas de realização dos testes Etapas

Antes do procedimento cirúrgico, pacientes portadores de próteses totais mucoso-suportadas bimaxilares

Uma semana após colocação de dois implantes no osso mandibular e imediata instalação da barra e adaptação do clip na prótese total mandibular, convertendo a prótese mandibular de mucoso- suportada para mucoso-suportada-implanto-retida com carga imediata.

Três meses após a conversão da prótese mandibular em mucoso- suportada implanto-retida

Seis meses após a conversão da prótese mandibular em mucoso- suportada implanto-retida

Para maior compreensão do tratamento realizado nos participantes, o procedimento para conversão da prótese total mucoso-suportada mandibular em mucoso-suportada-implanto-retida está descrito a seguir

4.6.1 Procedimento para conversão da prótese total mucoso-suportada mandibular em mucoso-suportada- implanto-retida

4.6.1.1 Procedimento pré-cirúrgico

Todos os indivíduos foram submetidos ao procedimento cirúrgico para instalação de dois implantes (Conexão - Sistema de Próteses, Brasil) no osso mandibular. A técnica utilizada para a conversão da prótese total mucoso- suportada (PTMS) mandibular para prótese total mucoso-suportada implanto- retida (PTIR) foi a idealizada por Gomes et al. (2003).

O planejamento do posicionamento da barra foi realizado de acordo com o preconizado por Dolder (1962) (figura 4.6.1a). Os implantes devem ser instalados em função das próteses. Para tal, realizou-se desgaste na parte interna da PTMS mandibular da região de canino a canino baseando-se nas dimensões dos pilares e clip a serem utilizados (Sistema de Prótese Conexão®) (figura 4.6.1b).

Figura 4.6.1 – Planejamento da posição da barra de acordo com o preconizado por Dolder (a),

espaço da barra Dolder conseguido pelo desgaste (b)

a b

A PTMS mandibular foi duplicada em resina acrílica auto polimerizável incolor (VIPI, Pirassununga – São Paulo – Brasil), para ser um guia multifuncional: guia radiográfico, guia cirúrgico, moldeira e guia para registro (figura 4.6.2a, 4.6.2b). Este guia radiográfico recebeu seis marcas radiopacas de guta-percha número 80 com 5,0mm de comprimento, fixadas na face vestibular dos dentes 32, 33, 34, 42, 43, 44.

Figura 4.6.2 – (a) guia radiográfico e (b) guia cirúrgico com o desgaste do espaço para barra

prévio à colocação do implante.

a b

A PTMS maxilar, sendo antagonista, foi moldada para obtenção do modelo em gesso. Para obtenção do modelo inferior, a região interna até a borda externa da prótese duplicada foi moldada com silicone denso e fluido (figura 4.6.3a). Após a obtenção do modelo de silicone, a PTMS duplicada foi adaptada sobre ele e articulada em máxima intercuspidação. A parte inferior foi fixada com gesso comum no articulador semi-ajustável baseando no paralelismo do plano de Câmper com os ramos do articulador. A região do modelo correspondente ao desgaste da prótese foi recortada (figura 4.6.3b) com lâmina de bisturi até atingir o gesso, liberando o espaço para fixação das réplicas do implante, possibilitando a posterior transferência da posição dos

mesmos. A realização de retenções no gesso da base inferior auxilia a fixação dos análogos dos implantes.

Figura 4.6.3 – Modelo inferior em silicone de condensação (a), espaço criado para a

transferência dos análogos dos implantes (b).

a b

Anterior ao procedimento cirúrgico foi prescrito aos pacientes antibiótico e antiinflamatório duas horas antes da cirurgia. O primeiro continuou por sete dias e o segundo por cinco dias. Foi prescrito também bochecho com clorexidina 0,12% uma vez ao dia, por 10 dias.

4.6.1.2 Procedimento cirúrgico

A cirurgia foi realizada com o auxílio e orientação do guia cirúrgico previamente confeccionado. Foram instalados, na região anterior aos forames mentonianos do osso mandibular, dois implantes (Sistema de Prótese Conexão®) com 3,75 mm de diâmetro e comprimento variando de 10,0 mm a 15,0 mm.

Para a realização da moldagem de transferência foram utilizados os monta-implantes. A união destes ao guia cirúrgico é fundamental para garantir a não movimentação dos mesmos durante o procedimento de moldagem para transferência, garantindo a posição correta dos análogos do implantes no modelo (figura 4.6.4a). O paciente foi orientado a manter boca em posição fechada, garantindo a correta dimensão vertical de oclusão. O material de moldagem, silicone de adição, foi inserido em um dos orifícios por meio de seringa de carregamento (figura 6.5.4b).

a b

Figura 4.6.4 – Estabilização do monta-implante com resina acrílica no guia cirúrgico com a

prótese em oclusão (a), moldagem de transferência (b).

4.6.1.3 Procedimento pós-cirúrgico

Após a obtenção do molde, as réplicas dos implantes foram parafusadas aos monta-implantes (figura 4.6.5a). O guia cirúrgico foi posicionado no modelo de silicone e o espaço referente aos implantes foi vazado em gesso especial tipo IV (figura 4.6.5b). A correta dimensão vertical de oclusão foi garantida com a manutenção do pino guia na mesa incisal do articulador durante a presa do gesso (figura 4.6.5c).

Figura 4.6.5 – (a) Análogos parafusados no monta-implante, (b) confecção do registro da

posição dos implantes no modelo de trabalho, (c) modelos em dimensão vertical de oclusão com a posição do pino guia na mesa incisal do articulador

a b c

Após presa do gesso, o guia cirúrgico foi removido e a barra confeccionada sobre o modelo. Dois pilares Uclas acrílico sem hexágono (Conexão®) foram envolvidos com resina acrílica autopolimerizável e parafusados sobre as réplicas dos implantes. A barra acrílica do conjunto Barra Clip’s Conexão® foi corretamente posicionada seguindo o plano paralelo a linha imaginária que liga os côndilos, distando 2 mm da crista do rebordo (figura 4.6.6a). Eliminou-se os excessos de resina e comprimento do pilar acrílico. O ajuste da prótese à barra antes da fundição foi realizado até a

obtenção do correto assentamento da prótese no modelo (figura 4.6.6b). A barra conectada aos pilares foi fundida. O assentamento passivo da barra ao análogo do implante foi verificado pelo teste de báscula (figura 4.6.6c). Caso não houvesse o assentamento passivo, a barra era cortada e submetida à solda. Apenas duas barras foram submetidas à solda por falta de adaptação.

Figura 4.6.6 – Confecção do conjunto barra/pilares (a), prótese assentada sobre a barra antes

da fundição (b), avaliação do assentamento passivo da barra aos análogos do modelo após a fundição (c)

Previamente a instalação do conjunto barra sobre os implantes, os mesmos receberam aplicação de tetraciclina em gel. A adaptação da prótese à barra, com fita carbono, foi realizada no modelo (figura 4.6.7a). O mesmo foi realizado na boca para verificar se a prótese não apresentava contato com a barra. Procedeu-se a instalação da barra (torque 20N/cm) e captura do clip na boca (figura 4.6.7b). Para a captura do clip foi realizado um orifício na região posterior da prótese mandibular, o clip foi adaptado à barra, a prótese foi posicionada na boca e presa ao clip com resina acrílica autopolimerizável.

a b c

Figura 4.6.7 – (a) Verificação dos contatos da barra com a prótese, (b) captura do clip.

Após a presa da resina a prótese foi retirada da boca e o excesso do clip foi cortado. Realizou-se acabamento e polimento na prótese. Ajuste oclusal

foi realizado imediatamente após instalação da prótese, a qual ocorreu entre 24 e 36 horas após cirurgia. Orientações de higienização e dieta macia por quatro meses foram dadas verbalmente ao paciente. No final do tratamento foi verificado se não havia alteração da linha média, contato oclusal dos dentes posteriores e dimensão vertical de oclusão do verificado no início do tratamento (figura 4.6.8).

Figura 4.6.8 – Verificação da linha média, contato oclusal dos dentes posteriores e dimensão

vertical de oclusão