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TRATAMENTO DO EXTRAVASAMENTO DE QUIMIOTERAPIA POR BOMBA INFUSORA EM AMBULATÓRIO

No documento Rumo a um futuro de excelência (páginas 180-195)

Sob a Tutoria: EnfªIsabel Costa

TRATAMENTO DO EXTRAVASAMENTO DE QUIMIOTERAPIA POR BOMBA INFUSORA EM AMBULATÓRIO

No caso de se detetar extravasamento de quimioterapia, devemos:

 Parar de imediato a administração do agente citostático sem retirar a via de perfusão e guardar a dose restante em local apropriado para infundir, se possível, mais tarde;  Aspirar quando possível, sangue e parte do conteúdo extravazado (5 – 10cc);

 Se possível, injectar 5 – 10cc de soro fisiológico na área infiltrada para diluir o

citostático;

 Limpar a área extravasada com solução de iodopovidona;  Elevar a zona atingida a fim de diminuir o edema;

 Evitar a fotoexposição da zona afectada.

 Aplicar frio ou calor de acordo com a substância extravazada.

Nota: Também se pode aplicar frio ou calor, mas para tal tem de se saber qual a substância

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Este calor aplicado deve ser um calor seco e pode ser aplicado utilizando sacos de água quente, sem pressionar.

O frio aplica-se em todas as outras substâncias. O frio lentifica a difusão dos fármacos através dos tecidos, prevenindo a sua entrada nas células, interrompendo o processo de destruição celular. O frio parece diminuir bastante a extensão da lesão. O frio pode ser aplicado usando um saco de gelo ou compressas geladas, sem pressionar.

Em meio hospitalar há também sempre a hipótese de administrar antídotos específicos de cada substância extravasada.

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Neste trabalho pudemos concluir que os cuidados aos doentes oncológicos são realizados de uma forma não muito diferenciada, sendo estes abordados no pré-hospitalar como doentes como outros quaisquer. Nesse sentido sentimos que foi importante a apresentação deste tema, nomeadamente os doentes oncológicos em quimioterapia, pois são estes que por norma apresentam maior necessidade de diferenciação nos cuidados aplicados por vários factores, sejam eles metabólicos, emocionais, físicos, entre outros.

Conclui-se neste trabalho que os cuidados de enfermagem nestes doentes no pré- hospitalar serão a prevenção da infecção, a hidratação parentérica, a administração de fármacos anti-eméticos, antipiréticos e analgésicos, mediante as queixas do doente, a oxigenoterapia e a tranquilização destes doentes que por norma apresentam uma componente elevada de ansiedade em situações de urgência.

No Instituto Português de Oncologia do Porto o número de doentes aumenta exponencialmente todos os anos, bem como noutras instituições o número de doentes ao qual é diagnosticado cancro também tem aumentado. Estes doentes devido à patologia que

possuem necessitam constantemente de cuidados médicos e/ou cirúrgicos

urgentes/emergentes. As doenças oncológicas, para além do estigma social que carregam, são doenças que pela sua gravidade e duração, por vezes muito prolongada, debilitam muito os doentes, daí a necessidade destes serem devidamente seguidos e atendidos por quem melhor conhece a sua patologia. No entanto, isto nem sempre acontece assim.

As intercorrências/problemas mais frequentes que levam estes doentes a recorrer ao Serviço de Atendimento Não Programado do Instituto Português de Oncologia, aos serviços de urgência dos hospitais ou a chamar ajuda ao domicílio (INEM), estão relacionados como os tratamentos de quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgias a que estes doentes são submetidos. No entanto, situações que nada tenham a ver com a doença oncológica em tratamento (ex: quedas, doença súbita como por exemplo dor torácica sugestiva de enfarte agudo do miocárdio entre outras) são tratadas nos hospitais de área de residências ou hospitais centrais.

O pronto e rápido atendimento/encaminhamento deste tipo de doentes nem sempre é uma tarefa pacífica. A maioria dos doentes oncológicos que recorre de urgência a outras instituições de saúde que não o Instituto Português de Oncologia, é sempre que possível encaminhada rapidamente para lá. Isto acontece, como é fácil entender, pelo facto de nessas instituições estes doentes não terem o seu historial da doença oncológica, o que torna, assim, a actuação dos profissionais de saúde (enfermeiros e médicos) bastante mais complicada. Sem o historial destes, os profissionais de saúde fora do Instituto Português de Oncologia que os atendem, têm de se cingir aos dados fornecidos pelos próprios doentes ou familiares, o que nem sempre é o mais aconselhável pois pode haver algum deturpamento da informação real. Como os tratamentos realizados pelos doentes oncológicos são tão agressivos e tão específicos, nem todos se sentem à vontade para tratar estes doentes, pois existe um grande

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Este atendimento e encaminhamento de doentes oncológicos torna-se ainda mais complicado quando o doente, por impossibilidade de recorrer directamente às instituições de saúde competentes, chama o INEM ao domicílio. Todos os doentes que recorrem ao INEM para os socorrer, não podem ser levados diretamente para o Instituto Português de Oncologia, pois esta instituição, de acordo com Despacho n.º 5414/2008. Diário da República 42 SÉRIE II de 28 de fevereiro de 2008, não faz parte da rede nacional de urgências. Desta forma, torna-se impossível o transporte de doentes oncológicos pelo INEM para o Instituto Português de Oncologia – Porto.

O que acontece na maioria das vezes é que o INEM transporta estes doentes para os hospitais da área de residência dos mesmos ou para instituições próximas ao Instituto Português de Oncologia. Esses hospitais a única coisa que fazem é pedir nova ambulância para, após contacto prévio com o Médico Chefe de Equipa do Instituto Português de Oncologia, transferirem esses mesmos doentes para a instituição contactada previamente. Aqui, colocam- se várias questões: será esta actuação a mais indicada para ajudar estes doentes?; Será que esta perda de tempo e de dinheiro é realmente necessária e inevitável?. A resposta a estas duas questões é claramente “NÃO”, pois existem outras soluções mais viáveis a dar a este tipo de situações.

A solução é única para estas duas questões: o Instituto Português de Oncologia deveria fazer parte da rede nacional de urgências pois, como já foi referido anteriormente, os doentes oncológicos necessitam constantemente de cuidados médicos e/ou cirúrgicos urgentes/emergentes. Desta forma poupar-se-ia tempo precioso no atendimento precoce a estes doentes, bem como tempo que os diferentes meios (INEM, Bombeiros…) perdem no transporte destes doentes. A poupança em termos económicos também seria grande, pois evitar-se-ia o uso duplicado de meios e profissionais. Mas, acima de tudo, poderíamos reduzir o sofrimento destes doentes, na medida em que reduziríamos deslocações e burocracias inúteis.

No que respeita à actuação no pré-hospitalar, acrescentando o facto de muitos doentes em quimioterapia terem um cateter venoso central totalmente implantado e esses mesmos doentes terem por vezes acessos venosos periféricos de difícil punção, seria interessante, tal como foi sugerido na apresentação do trabalho que estes profissionais tivessem formação acerca da manipulação deste tipo de acesso. Aliás, a implementação de um kit com o material necessário para este tipo de técnica, ocuparia um espaço reduzido tanto nas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida como nas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, pelo que pelo que nos foi dado a entender pelos profissionais que as frequentam seria interessante a presença deste material nestes meios.

Assim sendo sugere-se que seja realizado um estudo acerca da importância e dos ganhos/perdas em saúde acerca da inclusão do Serviço de Atendimento Não Programado do Instituto Português de Oncologia - Porto na Rede Nacional de Urgências, mediante elaboração

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ambulâncias de Suporte Imediato de Vida e nas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, com a respectiva formação adequada para a sua manipulação aos enfermeiros destes meios.

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AROSA , Fernando. A. et al – Fundamentos de Imunologia. 1ªEdição. Lisboa: Lidel,

2007;

COSTA, Cristina et al – O Cancro e a Qualidade de Vida – A Quimioterapia e outros

fármacos no combate ao cancro. 1ªEdição. Depósito legal: 219650/04. Novartis, 2005;

LONGO, Dan L. M.D. et at al – Harrison’s - Principles of Internal Medicine. Vol. 1 – 2. 18ªEdição. United States of America: McGraw Hill – Medical, 2008;

MANUILA, L. et al – Dicionário Médico. 1ªEdição. Lisboa: Climepsi Editores, 2000;

REGATEIRO, Fernando J. et al – Enfermagem Oncológica. 1ªEdição. Coimbra:

Formasau – Formação e Saúde Lda, 2004;

RIBEIRO, Ana L. A. e tal – Enfermagem em Oncologia. 3ªEdição. Loures: Lusociência – Edições Técnicas e Científicas, Lda, 2000;

ROBBINS & COTRAN – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7ªEdição. Rio de Janeiro: Saunders – Elsevier, 2005.

45 ANEXOS

ANEXO A (Ficha de avaliação)

Considerando a escala de 1 a 5, em que 1 (Muito Insuficiente), 2 (Insuficiente), 3 (Suficiente), 4 (Bom) e 5 (Muito Bom), assinale cada questão com uma cruz a opção pretendida:

Sugestões e Criticas

Tem alguma sugestão adicional sobre a formação/desempenho do formador?

____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Obrigado pela vossa atenção e disponibilidade!

Avaliação da Acção de Formação

Esta ficha é facultativa, anónima e confidencial. Destina-se a recolher opiniões dos formandos relativamente a acção de formação. Assinale, por isso, com toda franqueza e com o cuidado e objectividade possíveis, os pontos que traduzem a sua efectiva opinião. Tópicos omissos ou

dúvidas poderá explicá-los no final desta ficha, no item “Sugestões e Críticas”.

Local Delegação Regional do Norte do INEM

SMI

Data 26/01/2012 Duração 2 horas

Tema Urgências Oncológicas em Doentes a fazer Quimioterapia

Estrutura de Idoneidades: Formadores Francisco Figueira e Vera Maltez

1 2 3 4 5

1. Pertinência do tema abordado; 2. Clareza e objectividade do assunto; 3. Metodologia utilizada; 4. Tempo disponibilizado; 5. Relacionamento com os formandos; 6. Documentação e materiais disponibilizados;

7. Apreciação global da acção de formação;

ANEXO B

Para avaliação desta ação de formação, foi elaborada uma ficha de avaliação. Os resultados obtidos foram os seguintes:

GRÁFICO 1- Resultados da ficha de avaliação da ação de formação

0 2 4 6 8 10 Pertinência Clareza e objectividade Metodologia Tempo Relacionamento Materiais Apreciação global Muito bom Bom Suficiente Insuficiente Muito insuficiente

ANEXO C

URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS EM DOENTES

No documento Rumo a um futuro de excelência (páginas 180-195)

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