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A princípio, a poda de produção é realizada após o início da fase de re- pouso, visando o início de um novo ciclo produtivo. Na poda é importante Poda de produção

atentar-se para não realizá-la de for- ma antecipada e com isso prejudicar o acúmulo de reservas para o próxi- mo ciclo. Além disso, o atraso também é prejudicial ao ciclo produtivo, uma vez que é caracterizado pela poda de pós-brotação, o que significa consu- mo das reservas que seriam destina- das às brotações do ciclo produtivo. De forma geral a poda para produção de uvas de qualidade deve ser reali- zada entre o período de queda das folhas e o “choro”.

Em algumas regiões de clima tropi- cal é possível deslocar a época de produção com o manejo da poda. No estado de Minas Gerais, por exemplo, os produtores alteram a época de pro- dução com a realização de duas po- das. A primeira poda é feita no fim de inverno, para formação dos ramos de produção, e a segunda poda ou poda de produção é feita no verão, assim a colheita é realizada no início do in- verno, período de menor precipitação pluvial, e com maior amplitude térmi- ca, o que contribui com a produção de frutos de qualidade para a fabrica- ção de vinho.

A intensidade na realização da poda é dependente de alguns fatores, tais como: o vigor da variedade copa e do porta-enxerto; as condições cli- máticas posteriores à poda, sempre buscando evitar períodos de dias com temperaturas baixas; o sistema de

Núcleo T

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inho

Figura 4. Poda de videira

Dá-se o nome de poda verde às operações realizadas durante o pe- ríodo de crescimento vegetativo da planta. A poda verde é realizada com o objetivo de melhorar o equilíbrio entre a vegetação da copa e os ór- gãos produtivos. Sendo assim, faz-se a poda verde para direcionar o cres- cimento das partes que formarão o tronco e os braços, para reduzir estra- Operações que complementam a poda de produção

gos causados pelo vento e para abrir o dossel vegetativo de maneira a ex- por as folhas mais favoravelmente à luz e ao ar, evitando também a umida- de excessiva no dossel que pode fa- vorecer o desenvolvimento de doen- ças. As operações de poda verde con- sistem em: desbrota, desponte, des- folha, desnetamento e remoção de gavinhas.

A desbrota consiste na eliminação de brotos herbáceos que se desen- volvem no tronco e nos braços e os ladrões que se desenvolvem no por- ta-enxerto. Essa prática tem como prin- cipais objetivos promover maior aeração do dossel, evitando sobre- posição de folhas e potencializando os tratamentos fitossanitários; redução do risco de infecção de doenças; e melhorar a distribuição e o desenvol- vimento dos ramos não eliminados, promovendo a produção de frutos de melhor qualidade.

O desponte compreende na remo- ção da extremidade das brotações dos ramos. De modo geral recomen- da-se a diminuição de 15 a 20 cm do ramo, supressões maiores podem re- duzir excessivamente o número de folhas no dossel e promover um depauperamento na planta, prejudi- cando a produção e qualidade dos frutos.

A desfolha é definida como a remo- ção de folhas que encobrem ou que condução do vinhedo; o clima da re-

gião, como tropical ou temperado; e o método de execução, podendo ser manual ou mecânico.

estão em contato direto com os ca- chos e que podem causar danos fí- sicos nas bagas. Também pode ser realizada com o objetivo de equili- brar a relação área foliar e número de frutos, melhorando a aeração e incidência de raios solares no inte- rior do dossel.

O desnetamento consiste na remo- ção de brotações laterais originárias de gemas prontas, localizadas nas axilas foliares. Estas brotações funcio- nam como órgãos vegetativos, com- petindo pelos carboidratos e nutrien- tes que poderiam ser direcionados às brotações principais e aos frutos. A eliminação de gavinhas também deve ser realizada, principalmente daque- las situadas próximas ao cacho, que devem ser eliminadas durante a fase de pré-floração para favorecer a fixa- ção dos frutos.

Adubação, Irrigação e Tratamento Fitossanitário

Outros tratos culturais são ne- cessários para a produção de uvas para vinificação, como a realiza- ção de adubação equilibrada, irri- gação e tratamento contra pragas e doenças.

A videira é uma planta de sistema radicular profundo e eficiente na cap- tação de água. O uso da irrigação du- rante período de maturação das uvas tem demonstrado menos acúmulo de

açúcares nas bagas e conse- quentemente produção de mosto de menos qualidade. Isso ocorre, devido ao atraso da maturação das bagas, pelo prolongamento do período vege- tativo, o que atrasa a fase de matu- ração, na qual é definida a qualidade dos frutos que serão produzidos.

Além da irrigação, a produção de uvas também é variável de acordo com a adubação. Como o solo adota- do para produção de uvas para vinificação, de forma geral são areno- sos e de baixa fertilidade, pode-se manejar o solo de tal forma a obter as características desejáveis. Neste caso é sempre importante atentar-se as características climáticas da região e ao tipo de solo a ser manejado, além da realização de análises foliares que permitem diagnosticar a quantidade de nutrientes absorvida pela planta e assim fazer a adição equilibrada de nutrientes. Adicionalmente, o pH do solo influencia na tomada de decisão, sendo que para o cultivo de videira, o ideal é que esteja próximo da neutra- lidade, não sendo menor que 6 em solos arenosos ou menor que 6,5 em solos argilosos.

Outro ponto importante na manuten- ção do vinhedo é o combate a pragas e doenças. Para que se tenha uma produção de uvas de qualidade é ne- cessário que se faça controle de pra- gas e doenças que surjam durante o

Colheita

A colheita é um dos fatores de maior interferência na qualidade do vinho. Geralmente é baseada na experiên- cia do viticultor e nas condições cli- máticas específicas de cada região.

Na colheita de uvas para vinificação é importante que haja o processo de maturação e sobrematuração dos fru- tos. O processo de maturação dos fru- tos é iniciado após a mudança de cor ciclo produtivo, sempre buscando adotar técnicas referentes ao Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID), para que se tenha uma produção de qualidade e sustentável. Essas duas técnicas consistem na adoção de métodos de nível de controle, os quais são reali- zados apenas quando a intensidade de ataque da praga ou doença for próximo do suficiente para provocar perdas na cultura. Além disso, ambas as técnicas incentivam a ado- ção de métodos de controle alterna- tivos, como o uso de inimigos natu- rais e plantas repelentes, enquanto que o controle químico utilizado de forma controlada, visando à manu- tenção do equilíbrio entre as popu- lações de pragas/patógenos e seus inimigos naturais.

das bagas. Nesta fase o crescimento das bagas se deve ao acúmulo de substâncias nutritivas e de água. Du- rante a maturação, a uva amolece cada vez mais e ocorre aumento na concentração de açúcares (glicose e frutose). A fase de sobrematuração é iniciada no momento em que não há mais síntese notável de açúcares nem decréscimo apreciável de acidez. As flutuações dos teores de açúcares e ácidos nesta fase se devem ao fenô- meno de diluição ou murcha das ba- gas, ocasionados por ocorrência de chuvas ou de períodos de seca, res- pectivamente. Por outro lado, os teo- res de polifenóis das cascas aumen- tam nesta fase.

A colheita de uvas para vinificação pode ser realizada seguindo critérios que determinam o ponto ótimo de maturação, visando à obtenção de vi- nhos de qualidade. No Brasil, esses critérios são variáveis de acordo com a região produtora, podendo ser me- didos pelo teor de açúcar (oBrix) e áci- dos (pH) e pelas medidas de polifenóis. O acompanhamento do processo de maturação, independen- te do tipo de medida a ser adotado, é fator preponderante para a realização da colheita visando produção de vi- nhos de qualidade.