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Trechos críticos de qualidade das Bacias PCJ

5. ESTUDO DE CASO

5.4 Trechos críticos de qualidade das Bacias PCJ

O Relatório COBRAPE (2008) apresenta uma identificação dos trechos críticos das Bacias PCJ em relação a qualidade da água, baseada no Relatório de Situação 2004-2006 e nos dos relatórios anuais da CETESB e conclui que, de maneira geral, a tendência da qualidade das águas superficiais é de melhoria no desempenho do IQA, pois os investimentos estão se concentrando na área de coleta e tratamento dos esgotos sanitários.

Identificam-se como trechos críticos, os trechos dos corpos de água classificados em 2004 a 2006 com IQA “ruim” ou “péssimo” ou classificados como de classe 4 ou pior que a classe 4 da Resolução CONAMA n° 357, de 2005. Estes trechos dos corpos de água identificados como críticos são apresentados, a seguir, de acordo com a respectiva sub-bacia:

a) Sub-bacia do Piracicaba

- O trecho do rio Piracicaba entre o município de Americana e foz do rio Corumbataí, próximo ao município de Piracicaba, pois apresenta qualidade “ruim”; e

- A qualidade das águas do trecho a jusante de Piracicaba está pior do que as condições previstas para a classe 4.

b) Sub-bacia do rio Atibaia

- O trecho crítico localizado a montante do reservatório de Salto Grande e a jusante do município de Paulínia tem apresentado uma qualidade como de condição de classe 4; e

- Em toda a extensão do reservatório Salto Grande, a qualidade das águas está em condição de classe 4 (o reservatório apresenta grande potencial recreacional).

Figura 5.6 Ponto ATIB02235 em outubro de 2009

c) Sub-bacia do rio Jaguari

- Define-se como crítico o trecho relativo ao município de Bragança Paulista, que apresenta condições de classe 4; e

- O trecho localizado a jusante do município de Bragança Paulista enquadra-se como de qualidade “péssima”. Após o município de Jaguariúna volta a ser considerada “boa”, até o encontro com o rio Camanducaia.

Figura 5.8 Ponto JAGR02400 em outubro de 2009

d) Sub-bacia do rio Corumbataí

- Apenas um trecho foi evidenciado como crítico: o trecho do rio Corumbataí, a jusante do município de Rio Claro até a altura do município de Santa Gertrudes, mostrando-se em condições de Classe 4.

Figura 5.10 Ponto CRUM02200 em outubro de 2009

e) Sub-bacia do rio Capivari

- Pode-se identificar como trecho crítico: trecho do rio Capivari entre os municípios de Valinhos e jusante da sede de Monte Mor, encontrando-se em situação correspondente a um rio com enquadramento na condição de classe 4.

Figura 5.12 Ponto CPIV02200 em outubro de 2009

f) Sub-bacia do rio Jundiaí

- O trecho de pior qualidade da água do Rio Jundiaí localiza-se próximo à foz, no município de Salto. De maneira geral, a qualidade da água piora de montante para jusante, o que se justifica pela concentração de municípios após o primeiro posto. Em termos gerais, a qualidade da água do Rio Jundiaí varia de boa a péssima, concentrando-se nas faixas de “regular” a “ruim”.

A sub-bacia do rio Camanducaia apresenta, de um modo geral, boa qualidade, não tendo sido identificados trechos críticos.

Além disso, baseado nos Relatórios de Qualidade das Águas Interiores no Estado de São Paulo disponíveis, o relatório COBRAPE (2008) levanta as seguintes considerações:

a) Os corpos de água que compõem as Bacias PCJ se encontram em uma região de alta densidade populacional, tendo como finalidade preponderante o abastecimento público. Estes mesmos corpos de água encontram-se em alto grau de eutrofização, devido às elevadas cargas de Fósforo total, decorrentes, em boa parte do lançamento de esgotos domésticos. O tratamento de esgoto doméstico é fundamental, considerando a remoção de carga orgânica e a eliminação de

nutrientes, tais como Nitrogênio e Fósforo, que causam a eutrofização e o crescimento da comunidade fitoplanctônica. As estações de tratamento de esgotos existentes, em sua maioria, contemplam apenas os tratamentos primários e secundários, que têm por característica baixa eficiência na remoção de nutrientes. Nesta regiões é fundamental considerar a implantação de tratamentos avançados.

b) Bacia do rio Capivari: o adensamento urbano na região e o expressivo aporte de esgoto doméstico no rio Capivari, afetam de forma significativa a qualidade de suas águas. Em comparação com 2006, observa-se a piora dessa qualidade motivada principalmente pelas altas concentrações de Coliformes Termotolerantes e de DBO5,20 verificadas no monitoramento. A

remoção de carga orgânica a ser promovida pelas estações de tratamento de esgotos em fase de implantação nos municípios de Louveira (a montante de Campinas), Vinhedo, Campinas e Capivari, possivelmente irá contribuir para a recuperação da qualidade de suas águas;

c) Bacia do rio Jundiaí: o lançamento de esgotos domésticos sem tratamento continua causando a degradação de suas águas. As ações adotadas para a melhoria da qualidade repercutiram no compromisso de implantação de futuras estações de tratamento de esgotos nos municípios da região. Os resultados positivos de mutagenicidade no trecho Classe 4 indicam a necessidade de investigação de possíveis fontes de contaminantes que possam causar esse efeito;

d) Bacia do rio Atibaia: em 2007, a qualidade das águas do rio Atibaia no ponto de captação do município de Sumaré, a jusante de Paulínia, foi comprometida devido ao elevado potencial de formação de Trihalometanos, verificado principalmente no período chuvoso, provavelmente em decorrência da poluição proveniente da carga difusa. Recomenda-se que as estações de tratamento de água sejam orientadas quanto à possível formação desses compostos durante a cloração das águas e as implicações na saúde humana. A piora na qualidade das águas e as concentrações de contaminantes associadas aos efeitos deletérios à biota, observados no monitoramento de sedimentos no trecho de foz do Atibaia e no Reservatório de Salto grande, indicam a necessidade de diagnóstico e ampliação do monitoramento;

e) Bacia do rio Jaguari: em relação a 2006, observou-se a degradação da qualidade de suas águas, sendo que no trecho próximo às captações de Paulínia e Hortolândia e na captação de Jaguariúna essa piora foi causada pelas altas concentrações de coliformes termotolerantes e pelo elevado potencial de formação de Trihalometanos, este último gerado provavelmente em decorrência da carga difusa. Houve ocorrência de intensa floração de algas no Reservatório

Jaguari em meados de 2007;

f) Bacia do rio Piracicaba: continua com sua qualidade comprometida nas variáveis sanitárias em decorrência da falta de tratamento de esgotos domésticos. A eutrofização constatada ao longo de sua extensão tem causado significativa floração de algas, tal como ocorreu no ponto à jusante da foz do ribeirão Piracicamirim, onde suas águas são utilizadas eventualmente para o abastecimento de Piracicaba, na qual o valor encontrado para cianobactérias foi de 30.900 células/mL.

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