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CAPÍTULO 1 IDENTIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE LARVAS DE

1.3 Resultados e discussão

1.3.1 Diagnose das tribos e gêneros da Subfamília Dynastinae, Rutelinae e

1.3.1.2 Subfamília Melolonthinae MacLeay, 1819

1.3.1.2.1 Tribo Diplotaxini Burmeister, 1855

A tribo Diplotaxini tem uma distribuição mundial, mas a maioria das espécies ocorre nas regiões Neotropical, Neártica e Oriental (BEZDEK, 2004). Hatch (1971) e Evans (2003) reconhecem esse táxon como tribo, enquanto que Morón et al. (1997) trata como uma subtribo de Melolonthini. Os seus membros estão caracterizados por apresentar placa pigidial pequena, que não chega a ser coberta pelos ápices elitrais. Propigídio e quinto esternito abdominal fusionados, o sexto esternito reduzido e retraído sob o quinto esternito, esporões metatibiais contíguos, localizados sob a articulação tarsal (EVANS, 2002). As larvas se caracterizam pela ausência de séptula, os pali do ráster formam fileiras oblíquas de cerdas proeminentes.

Liogenys Guerín-Meneville, 1831

Gênero essencialmente Neotropical, apresenta aproximadamente 76 espécies distribuídas do México ao extremo Sul da América (EVANS; SMITH, 2007). Muito abundante na Argentina e no altiplano peruano-boliviano (GUTIÉRREZ, 1951). No Brasil, são registradas 38 espécies de Liogenys (EVANS; SMITH, 2007; MORÓN, 2004), sendo as mais comuns L. fuscus e L. suturalis, com ocorrência em vários municípios de Goiás e Mato Grosso do Sul. L fuscus é considerada a mais comum da região Centro-Oeste e praga em soja e milho (SANTOS et al., 2008; COSTA et al., 2009) e L. suturalis em milho (ÁVILA, SANTOS; 2009). Os tarsos do primeiro e segundo par de pernas de ambos os sexos possuem empódios ventrais. O dimorfismo sexual desse gênero se evidencia no tamanho do corpo, que é maior nas fêmeas; e nos tarsômeros dos machos, mais espessos nos dois primeiros pares de pernas, sendo esse caractere mais evidente no primeiro par enquanto que as fêmeas possuem os três pares com espessura semelhante.

Liogenys fuscus Blanchard, 1850

O adulto se caracteriza por apresentar cabeça triangular, truncada no ápice. Clípeo côncavo, bidentado. O adulto apresenta corpo de coloração marrom avermelhada brilhante, com 13 mm de comprimento por 7 mm de largura (Figura 8 g). As larvas têm corpo e pernas de coloração bege-clara e cabeça marrom-clara, quase alaranjada. Em seu desenvolvimento máximo, as larvas podem atingir em torno de 25 mm de comprimento com a cápsula cefálica em torno de 4 mm de largura (Figura 8 b). Ráster formado por 13 pali espiniformes oblíquos, que convergem na linha média de forma completa. Os pali mais próximos à linha média são mais curtos e os pali centrais são mais longos e grossos, com seus ápices próximos entre si. Tegilla com cerdas hamate curtas e grossas cercando à palídia; lábio anal ventral com quatro cerdas retas; lábio anal dorsal com bárbula (Figura 8 a). Diferencia-se de L. bidenticeps por possuir as cerdas hamate do ráster, mais grossas e curtas. Sua ocorrência é registrada para Argentina, Bolívia e Brasil

(EVANS; SMITH, 2007). Praga de milho e soja em Aquidauana (MS) e Goiás (RODRIGUES et al., 2008b; COSTA et al., 2009). No Planalto do Rio Grande do Sul, teve ocorrência nos municípios de Manoel Viana e São Francisco de Assis.

Liogenys bidenticeps Moser, 1919

O adulto se caracteriza por apresentar cabeça triangular, truncada no ápice. Clípeo côncavo, bidentado, com os dentes agudos. O adulto apresenta corpo de coloração marrom avermelhada brilhante, com aproximadamente 11 mm de comprimento por 5,5 mm de largura (Figura 8 h). As larvas têm corpo e pernas de coloração bege-clara e cabeça marrom-clara, quase alaranjada (Figura 8 c). Em seu desenvolvimento máximo podem atingir em torno de 20 mm de comprimento e a cápsula cefálica em torno de 3,4 mm de largura. Ráster formado por 13 pali espiniformes oblíquos, que convergem na linha média de forma completa. Os pali mais próximos à linha média são mais curtos e os pali centrais são mais longos, largos e estão orientados de forma convergente com seus ápices próximos entre si. Tegilla com cerdas hamate curtas e grossas cercando a palídia; lábio anal ventral com quatro cerdas retas; lábio anal dorsal com bárbula (Figura 8 b). Diferencia-se de

L. fuscus por possuir as cerdas hamate do ráster menos grossas e longas. Sua

ocorrência é registrada para o Brasil (MORÓN, 2004; EVANS; SMITH, 2007). No Planalto do Rio Grande do Sul, a espécie foi encontrada nos municípios de Cruz Alta e Ijuí.

Liogenys sinuaticeps Moser 1918

O adulto se caracteriza por apresentar cabeça triangular, truncada no ápice. Clípeo amplo, côncavo, bidentado. Os élitros são castanho amarelado. O adulto apresenta corpo de coloração marrom avermelhada brilhante, com 11 mm de comprimento por 5 mm de largura (Figura 8 i). As larvas têm corpo e pernas de coloração bege-clara e cabeça marrom-clara, quase alaranjada. Em seu

desenvolvimento máximo podem atingir em torno de 18 mm de comprimento e a cápsula cefálica em torno de 3,4 mm de largura (Figura 8 c). Ráster formado por 12 pali espiniformes oblíquos, que convergem na linha média de forma incompleta. Os pali possuem quase o mesmo comprimento, mais finos no ápice e estão orientados de forma convergente. Tegilla com cerdas hamate curtas e grossas cercando a palídia; lábio anal ventral com mais de 4 cerdas retas; lábio anal dorsal com bárbula (Figura 8 c). Sua ocorrência é registrada para o Brasil (MORÓN, 2004; EVANS; SMITH, 2007). No Planalto do Rio Grande do Sul, a espécie teve ocorrência apenas no município de Manoel Viana.

Liogenys obesa Burmeister, 1855

O adulto se caracteriza por apresentar cabeça triangular, truncada no ápice. Clípeo amplo, côncavo, bidentado, com os dentes agudos. Corpo de alongado nos segmentos posteriores, coloração marrom avermelhada brilhante, com 9 mm de comprimento por 5 mm de largura. Os élitros são carenados longitudinalmente, de coloração semelhante ao corpo; tanto a cabeça quanto o pronoto, possuem pontuações (Figura 8 j). As larvas têm corpo e pernas de coloração bege-clara e cabeça marrom-clara, quase alaranjada (Figura 8 c). Em seu desenvolvimento máximo pode atingir em torno de 15 mm de comprimento e a cápsula cefálica em torno de 3,2 mm de largura. Ráster formado por uma fileira de 10 pali espiniformes dispostos transversalmente que convergem na linha média de forma completa. Os pali mais próximos à linha média são mais curtos que os outros, e os pali centrais são mais longos, largos e estão orientados de forma convergente com seus ápices próximos entre si. Tegilla com cerdas retas curtas e grossas cercando a palídia; lábio anal ventral com duas cerdas espiniformes na sua borda anterior; lábio anal dorsal com bárbula (Figura 8 d). Sua ocorrência é registrada para a Província de Misiones (Argentina) e Brasil (BLACKWELDER, 1944; FREY, 1969). No Planalto do Rio Grande do Sul, a espécie foi encontrada apenas no município de São Luiz Gonzaga, na região das Missões, que está muito próxima à Misiones, Argentina.

Liogenys sp.

As larvas têm corpo e pernas de coloração bege-clara e cabeça marrom- clara, quase alaranjada (Figura 8 c). Em seu desenvolvimento máximo podem atingir em torno de 20 mm de comprimento e a cápsula cefálica em torno de 3,4 mm de largura. Ráster formado por 14 pali espiniformes oblíquos, que convergem na linha média de forma completa. Os pali mais próximos à linha média são mais curtos que os outros, e os pali centrais são mais longos, largos e estão orientados de forma convergente, mas seus ápices não ficam próximos. Tegilla com cerdas retas cercando a palídia de forma uniforme; lábio anal ventral com três cerdas retas; lábio anal dorsal com bárbula (Figura 8 e). No laboratório, não se obteve a fase adulta. A espécie teve ocorrência nos municípios de Caseiros e Chapada.

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