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Turbinas Hidráulicas

No documento Aula17 (páginas 35-60)

Turbinas Hidráulicas

Foram publicados vários estudos sobre os engenhos precursores das turbinas hidráulicas. A evidencia mais antiga é a

roda hidráulica romana, que tinha sido previamente

implementada na Índia e na China, e depois chegou à Europa através do Egito.

Mais tarde, durante a Idade Média e o Renascimento, generaliza-se o uso dos moinhos hidráulicos, além dos eólicos. Exemplos disso são as rodas d’água de Aleppo (Síria) e de Córdoba (Espanha). Outro caso interessante é o dos moinhos de regolfo na Península Ibérica e na América, muito próximos em sua forma e fundamentos às turbinas hidráulicas.

Logo, os estudos de Euler, Burdin e Forneyron prepararam o campo para o avanço definitivo de Pelton, Kaplan, Francis e outros.

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- Localização da turbina dentre os componentes da usina

Como visto anteriormente, um aproveitamento típico poderia ser o que está representado na Figura 14, no qual se indicam as partes principais de uma mini hidráulica, que dispõe de: uma captação em forma de represa, uma condução forçada

como sistema de alimentação da água da turbina, o edifício da usina no qual se localiza a turbina, com todos seus elementos acessórios, e o gerador elétrico.

Destaca-se que um dos menores componentes da usina

é precisamente a turbina, ainda que seja nela onde se realiza a

captura da energia hidráulica da corrente, para logo convertê-la em energia elétrica no gerador.

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- Percurso da água na turbina

Quando seguimos a trajetória teórica da água no interior da turbina (Figura 15 e 16), encontramos seus elementos principais. Na extremidade final da condução de alimentação da água à usina (conduto forçado, canal de derivação, etc.), situa-se a câmara espiral da turbina. A mesma converte a direção do fluxo de unidirecional e tangencial à turbina, em radial, e com admissão completa de todo o perímetro até o interior da turbina.

A seção uniforme de vazão até o seguinte componente, o distribuidor, faz com que a vazão na câmara espiral seja reduzida conforme avança na periferia do distribuidor, de modo que a câmara tem uma seção decrescente, como um espiral em forma de caracol.

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Logo, o fluxo alcança o componente giratório da turbina, o rotor, que está dividido em uma série de canais através de divisórias direcionais que conduzem a água ao mesmo tempo em que transferem parte do seu potencial energético ao próprio eixo do rotor, que o transmite, por sua vez, ao gerador elétrico.

O último trecho deste percurso pelo interior da turbina está constituído pelo tubo de aspiração. Este componente é, essencialmente, um conduto de seção crescente no sentido do fluxo, que evacua a água até o canal de desague, devolvendo-a ao curso do rio. Este elemento reduz a pressão na saída do rotor

e, assim, contribui com o aumento da queda disponível na turbina. No entanto, sua altura está limitada pela possibilidade de alcançar a pressão de saturação, com efeitos destrutivos na área de saída da água do rotor.

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- Tipos de turbinas hidráulicas

Segundo a forma de realizar a conversão de energia hidráulica em mecânica, existem dois tipos de turbinas:

- Turbinas de ação ou de impulso (Pelton, Turgo, Ossberger ou

Michell-Banki). Trabalham sob pressão atmosférica. Toda a

energia foi convertida em cinética no conduto.

- Turbinas de reação (Francis e Hélice, ou Kaplan). Trabalham sob pressão superior à atmosférica, na entrada; como possuem um conduto de aspiração, estão em depressão na saída do rotor.

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Uma vez determinados a vazão e a queda disponíveis, é preciso escolher a máquina que melhor se adapte às características da queda. Existem vários critérios que ajudam nesta escolha. A Tabela 1 traz um resumo desses critérios.

a) Velocidade especifica (NS)

Aplicável a todos os tipos de turbina, tem o mesmo valor para turbinas semelhantes. As variedades de utilização são:

 Turbinas de ação, Pelton 3 < NS < 30

 Turbinas Michell-Banki 51 < NS < 150

 Turbinas Francis 50 < NS < 500

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b) Queda líquida (Hn)

As turbinas Pelton podem ser instaladas em grandes quedas, superiores a 150 m, com seu teto atual de 1.300 m. As

Francis em quedas médias, de 25 a 350 m, e as tipo hélice ou

Kaplan, em pequenas quedas, inferiores a 40 m.

Deve-se indicar que no caso das micro-turbinas, estas variações são diferentes, de modo que, por exemplo, uma micro turbina Pelton pode trabalhar com quedas menores que 50 m.

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c) Vazão de equipamento (Qe)

As vazões de até 20 m3/s são melhor utilizadas pelas

turbinas Pelton, as vazões médias, de 10 a 50 m3/s, são o campo

de trabalho das Francis e para vazões maiores costuma-se utilizar turbinas Kaplan. Esta gama varia no caso das mini- turbinas e micro-turbinas.

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- Considerações para a escolha

 A potência por unidade de peso é maior nas turbinas Pelton do que nas Francis e nas Kaplan, nesta ordem.

 Observando as curvas de rendimento em função da vazão, as

turbinas Pelton têm excelente rendimento para valores de potência entre 0,3 e 1,0 da potência máxima.

 As turbinas Francis obtém seu melhor rendimento entre 0,6 e 1,0 da potência máxima, reduzindo-se esta margem na medida em que aumenta a velocidade específica.

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 Observa-se também o campo limitado das turbinas de hélice com pás fixas, sobretudo em comparação com as turbinas

Kaplan com pás móveis, graças à possibilidade de otimizar o ângulo de ataque da corrente de água sobre as pás.

 A turbina Kaplan é mais cara (com a mesma potência) do que a turbina Francis.

 Nas quedas de pequena altura, a experiência demonstrou que é mais conveniente instalar o menor número possível de unidades, quando se instalam dois ou mais grupos é possível utilizar uma turbina de hélice para o grupo de trabalho com vazão constante e uma Kaplan para as demais vazões.

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 Com relação ao número de grupos de uma usina, deve-se considerar que a solução mais econômica é a de apenas um

grupo, mas pode ocorrer que o rendimento seja

notavelmente reduzido quando trabalha-se com cargas parciais. Neste caso, é melhor dividir o gasto em dois ou mais grupos.

 Como orientação, o custo de instalação referente a apenas um grupo : 1 grupo - 1,00, 2 grupos - 1,40 e 3 grupos - 1,60.

Bibliografia

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2. De Juana, José Mª. Energías Renovables para el desarrollo. Editorial THOMSON. Paraninfo.2003

3. Creus Solé, Antonio. Energías renovables. Editorial CEYSA. 2004

4. Carta González, José Antonio y otros. Centrales de energías renovables. Editorial UNED- Pearson Prentice Hall. 2009.

5. IDAE .Manuales de energías renovables. Minicentrales

hidroeléctricas.1996

6. ESHA, European Small Hydropower Association. Guide on How to

UNIVERSIDADE FEDERAL DE

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