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Turismo & Hotelaria

2.3. Turismo em Portugal

O turismo apresenta um especial contributo para o crescimento de Portugal, e verifica-se uma influência positiva em determinadas áreas, como é o caso do PIB, da empregabilidade, entre outros.

De acordo com a entidade World Travel & Tourism Council, a contribuição direta do setor Travel & Tourism em 2015, para o PIB foi de 11.3 bilhões de euros, representando 6.4% do PIB, em Portugal. Este valor reflete a atividade económica de indústrias comerciais, nomeadamente os hotéis, restaurantes, agências de viagens, companhias áreas e serviços de transporte de passageiros. De seguida, a Figura 5 demonstra a evolução do PIB com o decorrer dos anos.

Para além disso, o mesmo setor gerou 363.000 postos de trabalho, em Portugal, representando 7.9% do emprego total, em 2015. Estimou-se que para 2016, o número da empregabilidade aumentasse 4.6%, dando origem a 379.500 postos de trabalho, representando 8.2% da empregabilidade. Este valor reflete, também, a empregabilidade das organizações mencionadas anteriormente. Abaixo, a Figura 6 demonstra a influência do turismo na empregabilidade em Portugal ao longo dos anos.

Figura 5 - Contribuição direta do setor Travel & Tourism para o PIB – PORTUGAL.

16 De acordo com a mesma associação, Portugal embolsou cerca de 14.1 bilhões de euros com a visita dos turistas estrangeiros, em 2015. Para o ano de 2016 estimou-se um crescimento de 4.2%, sendo esperadas 10.122.000 de chegadas dos turistas estrangeiros, em Portugal. Posteriormente, a Figura 7 exibe a relação entre as chegadas dos turistas estrangeiros com o dinheiro despendido pelos mesmos.

Figura 6 - Contribuição direta do setor Travel & Tourism para a empregabilidade – PORTUGAL.

Fonte: World Travel & Tourism Council, 2016.

Figura 7 - Relação entre as chegadas dos turistas estrangeiros com o dinheiro despendido pelos mesmos – PORTUGAL.

17 De acordo com o Atlas da Hotelaria – 2016 e a entidade Turismo de Portugal, I.P., o perfil do turista internacional é caracterizado por um ciclo que é influenciando pelo “antes da viagem”, “durante a viagem” e “após a viagem”, como pode ser observado através da Figura 8.

Posto isto, a primeira fase do ciclo (antes da viagem) está caracterizada pelo surgimento da ideia de realizar uma viagem a Portugal, onde a maioria dos turistas estrangeiros refere que a pesquisa na internet, assim como as recomendações de amigos/familiares é fulcral para a decisão do destino. Além disso, a maioria afirma que escolhe Portugal devido ao clima/paisagem, sendo que esta opção é fortemente valorizada pelos turistas provenientes do Reino Unido. De seguida, o preço da viagem/promoções também influencia a tomada de decisão dos turistas espanhóis e franceses. Para os turistas brasileiros, a sugestão dos familiares/amigos também é um fator de extrema importância. Durante a viagem, os turistas estrangeiros apresentam uma maior preferência por hotéis, hotéis-apartamento e pousadas. Contudo, verifica-se um aumento na procura de outro tipo de tipologia, nomeadamente pelo hostel/guesthouse. Este tipo de tendência verifica-se nos segmentos mais jovens (Atlas da Hotelaria, 2016 - 11ª edição). Neste sentido, o Gráfico 2, demonstra a preferência relativamente ao tipo de alojamento mais escolhido entre os turistas estrangeiros.

Fonte: Atlas da Hotelaria, 2016 – 11ª edição. Figura 8 – Perfil do turista estrangeiro.

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A permanência média varia entre as 9 noites no verão, e as 7/8 noites no inverno, e as regiões mais visitadas são Lisboa, Algarve e Porto (Atlas da Hotelaria, 2016 - 11ª edição), como é possível averiguar através da análise do Gráfico 3.

No verão, os escandinavos apresentam uma maior preferência pela praia, enquanto os alemães escolhem as visitas às cidades (city breaks), optando pelas praias no inverno. Já os escandinavos elegem as city breaks no inverno. Os britânicos preferem a praia no verão, mas os holandeses optam pela praia no inverno. Os brasileiros preferem conhecer o património histórico, tanto no verão como no inverno (Atlas da Hotelaria, 2016 - 11ª

Fonte: Atlas da Hotelaria, 2016 – 11ª edição.

Gráfico 2 – Preferência do alojamento, segundo os turistas estrangeiros.

Gráfico 3 - Permanência dos turistas estrangeiros em Portugal.

19 edição). Através do Gráfico 4, é possível visualizar as diferenças nas preferências dos turistas estrangeiros.

Após a viagem, as características que evidenciam Portugal, segundo os turistas que visitam o mesmo, são o bom tempo, a hospitalidade, a gastronomia, a cultura/museus, as praias, a beleza do país, a tranquilidade/calma e a simpatia do povo (Atlas da Hotelaria, 2016 - 11ª edição). Estas poderão ser observadas através do Gráfico 5.

Como destinos alternativos a Portugal, os turistas poderão optar por Espanha, França, Itália, Grécia, Turquia e outros países da Europa (Atlas da Hotelaria, 2016 - 11ª edição).

Segundo o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), 2013-2015, Portugal apresenta inúmeros fatores competitivos que influenciam a escolha do destino dos turistas. Neste sentido, esses fatores estão associados ao:

▪ Património e rotas religiosas como Braga, Guimarães, Porto, Lisboa, entre outros;

Gráfico 4 - Preferências dos turistas estrangeiros, consoante as épocas do ano.

Fonte: Atlas da Hotelaria, 2016 – 11ª edição.

Fonte: Atlas da Hotelaria, 2016 – 11ª edição.

20 Pontos Fortes

Diversidade cultural, natural e patrimonial;

Clima mediterrânico; Qualidade de atendimento e

funcionários multilingues; Ótimas condições de segurança;

Pontos Fracos

Elevada taxa de sazonalidade; Aumento de marcas e produtos turísticos,e consequente falta de diferenciação e sofisticação na conceção e comercialização de

produtos turísticos; Desarticulação entre cidades e

regiões portuguesas;

Oportunidades

Elevada noriedade internacional que o destino "Portugal" atravessa;

Envelhecimento da população potencia o turismo sénior; Dinâmica de crescimento do turismo de natureza e de bem-

estar;

Aprofundamento da globalização e consolidação de transformações

tecnológicas, demográficas, sociais, económicas e intitucionais

no turismo.

Ameaças

Mudança rápida dos hábitos de consumo, concretamente na

procura do destino/ produto/experiência; Situação económica e política

vivida na Europa; Variação da taxa de câmbio , desvalorizando face ao Euro;

Figura 9 - Representação da análise SWOT – Turismo, PORTUGAL.

▪ Fátima, como local de peregrinação do culto mariano; ▪ Vasto e diverso património histórico e cultural; ▪ Cultura popular e tradições genuínas;

▪ Diversidade cultural e paisagística;

▪ Alojamento em meio rural de qualidade e variado; ▪ Hospitalidade.

Contudo, além destes fatores competitivos (pontos fortes), a entidade Turismo de Portugal I.P. apresenta um conjunto de pontos fracos que influenciam negativamente o turismo, bem como as oportunidades e as ameaças que Portugal enfrenta. Desta forma, a Figura 9 apresenta uma análise swot referente ao turismo em Portugal.

21 Segundo o PENT, 2013-2015, o turismo pode estar associado a Viagens de Sol e Mar; Viagens de Circuitos Turísticos Religiosos e Culturais; Viagens de Estadias de Curta Duração em Cidade; Viagens de Golfe; Viagens de Turismo de Natureza; Viagens de Turismo Náutico; Viagens de Turismo de Saúde e Viagens de Gastronomia e Vinhos.

Na presente dissertação será analisado o Turismo Religioso, que se enquadra na vertente das Viagens de Circuitos Turísticos Religiosos e Culturais.

De acordo com Pereira (2006:337), a relação entre os dois segmentos (turismo cultural e religioso) é evidente, visto que “o património cultural, que por vezes é religioso, torna estes segmentos do turismo muito próximos e dependentes um do outro”. Com uma opinião complementar, Pinto (2011:5) menciona que o turismo religioso “tem uma ligação forte com o património existente em áreas que desenvolvem a atividade turística”. Além disso, o “turismo cultural é entendido como um ritual que celebra a cultura como um substituto moderno da religião”, Pereira (2006:337).