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“O turismo português seguiu a tendência geral de crescimento, arrancando ainda nos anos sessenta, com um ligeiro atraso face aos destinos mediterrâneos, tendo atingido em finais dos anos noventa, eventualmente em 1998, um número de turistas idêntico à dimensão da população residente: cerca de dez milhões. (...) Portugal apenas recentemente atingiu um limiar relevante no envolvimento com as atividades de turismo.” (Martins, 2011, p. 9)

“Apesar da sua juventude o turismo transformou-se, em apenas duas gerações, numa das mais importantes atividades nacionais com incidências muito variadas entre os quais se podem destacar as económicas e sociais, as culturais, o desenvolvimento regional e as relações internacionais.” (Cunha, 2003, p. 17)

O turismo tem uma importância estratégica e é um dos sectores de atividade que atualmente mais contribui para o desenvolvimento da economia em Portugal, tendo um contributo determinante para a criação e geração de riqueza. O papel do sector na recuperação económica já foi até salientado pelo Fundo Monetário Internacional, na 10ª avaliação ao programa português.

O ano de 2016 ficou marcado por resultados históricos para o turismo nacional, em diversos indicadores como dormidas, receitas, hóspedes, emprego e, ainda, por ter sido a maior atividade económica exportadora do país (16,7%). (Turismo de Portugal, 2017)

Segundo dados partilhados pelo relatório estatístico anual Travel & Tourism da WTTC, sobre o impacto económico, a contribuição direta para o PIB foi de 11,3 mil milhões de euros (6,4% do PIB total), em 2015, tendo sido prevista para 2016 uma subida de 3,6% e um aumento de 2,2% ao ano no período compreendido entre 2016 e 2026. De salientar que estes valores estão a cima da média europeia (3,5%). Estes resultados refletem a dinâmica do sector, incluído o negócio da hotelaria, agências de viagens, companhias aéreas e outros serviços de transportes de passageiros.

Conforme é apresentado no Relatório de Análise ao setor do turismo produzido pelo Banco de Portugal (2016), no ano de 2015, integravam o setor do turismo 13% das empresas em Portugal (53.000), as quais agregavam 10% das pessoas ao serviço e geravam 6% do volume de negócios. O alojamento e a restauração representavam 72% das empresas.

Segundo a mesma fonte, durante o período de 2015-2020, é esperado um cenário prospetivo de expansão moderado para o turismo nacional. Portugal tem ao seu alcance um crescimento médio anual de 2,4% das dormidas na hotelaria, nos próximos 5 anos, para um

total de mais de 50 milhões de dormidas. Portugal pode ambicionar um crescimento médio anual de 3,6% das receitas turísticas internacionais, para um total no final do período de cerca de 13,4 mil milhões de euros.

Também o relatório do Travel & Tourism Competitivess Index (2017) do World Economic Forum, apresenta um ranking que coloca Portugal na posição 14 num total de 136 países, tendo subido uma posição face ao estudo anterior, realizado em 2015. Outras estatísticas comprovam a importância e o desenvolvimento do setor em território nacional, como o ranking mundial da OMT, que coloca Portugal em 26º lugar no que concerne às receitas turísticas, ou o ranking da UE 28 criado pela Eurostat que coloca Portugal na 9º posição em dormidas de residentes no estrangeiro, bem como em receitas turísticas. (Turismo de Portugal, 2015)

Outro fator que comprova a importância do setor turístico para a economia portuguesa, são os dados estatísticos relativos ao emprego. Em 2015, segundo o mesmo relatório, a contribuição direta representou, aproximadamente, 363.000 postos de trabalho (7,9% do emprego total).

Relativamente aos resultados nacionais, refira-se que, de janeiro a junho de 2017, Portugal recebeu mais de 9,3 milhões de turistas, um crescimento de 10 por cento relativamente aos primeiros seis meses de 2016. (www.jpn.pt, 2017) A atividade turística em Portugal tem vindo a crescer muito em parte por fenómenos ligados à insegurança que advêm dos conflitos sociais e políticos que têm ocorrido, tais como as ameaças terroristas sobre as principais capitais europeias, os ataques terroristas em Paris nos últimos dois anos, os ataques feitos na Tunísia e a crise de refugiados em países costeiros, como é o caso da Grécia ou de Itália. É também de referir que se verificou um aumento no capital investido no aumento da procura, como a instalação e crescimento de frotas de companhias low cost, e assistiu-se a uma maior aposta no turismo, no que respeita, por exemplo, à divulgação de prémios de excelência.

Espanha registou um crescimento de 12%, Itália cresceu 7% e a Grécia foi o país que registou um menor progresso, com um aumento de apenas 3%; já em França houve uma queda de 7% no que diz respeito ao número de noites passadas pelos visitantes ao país. (Dinheiro Vivo, 2016 ).

O turismo internacional detém um importante contributo para a recuperação económica de Portugal. Toda a dinâmica envolvida na cadeia, desde a atividade turística propriamente dita como as atividades onde o turismo é um elemento catalisador, permitem gerar novos empregos, qualidade de vida, e oportunidades de negócio para a iniciativa privada, bem como incentiva à recuperação e valorização do património cultural e natural dos destinos.

“A evolução do turismo na última década em Portugal foi extraordinária, fruto de fortes investimentos públicos e privados e de uma vontade comum numa área em que quer as entidades públicas, quer os empresários acreditaram como sendo uma aposta certa e de futuro.” (Godinho, in Silva & Umbelino, 2017, p. XVII)

Presentemente, o turismo nacional está num período de crescimento, as receitas estão a aumentar, estão a ser divulgados inúmeros projectos, existe esforço no sentido para que as infraestruturas, recursos humanos e produtos tenham mais e melhor qualidade.